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sábado, 19 de fevereiro de 2011

Depois de analisar explosões nucleares, climatologistas reunidos nos EUA concluíram 2 bilhões de mortes em função das consequências climáticas!!!






Depois de analisar explosões nucleares, climatologistas reunidos nos EUA concluíram que sentem saudades dos bons tempos da Guerra Fria, quando o mundo corria menos risco de sofrer milhões de mortes em função das consequências climáticas da guerra nuclear.

Não é piada. A questão é que desde 1983, quando o grande físico americano Carl Sagan e colegas publicaram um artigo na "Science", sabe-se bem qual seria o efeito de uma guerra atômica entre grandes potências: um grave inverno nuclear.

Mas não havia, na época, capacidade computacional para modelar direito os efeitos de brigas nucleares menores, entre países com meia dúzia de bombas cada um.

Não havia nem muita preocupação em saber isso: a Índia já avançava com as suas bombas, mas o Paquistão e a Coreia do Norte, por exemplo, ainda estavam muito longe de fazer testes nucleares. Além disso, ninguém imaginava que a União Soviética fosse se desmantelar, perdendo o controle sobre parte de suas armas.

Alan Robock, da Universidade Rutgers, e Michael Mills, do Laboratório de Física Espacial e Atmosférica dos EUA, responderam agora a essa questão. Eles simularam guerras entre a Índia e o Paquistão e no Oriente Médio, onde Israel supostamente tem armas nucleares e o Irã tem pretensão de tê-las.

"Usariam apenas 0,03% do poder explosivo do arsenal nuclear global", diz Robock. Seria algo equivalente a 50 bombas de Hiroshima (cujo poder destrutivo hoje é considerado pequeno).

Além dos milhões que morreriam instantaneamente, o cenário pós-guerra seria de caos, mesmo em lugares muito distantes do conflito. As bombas levantariam uns 5 milhões de toneladas de fumaça preta e densa.

A circulação global do ar espalharia essa fumaça toda. Em cinco dias, o Egito já estaria "eclipsado" por ela, e a massa escura invadiria a Europa. Em nove dias, a fumaça cobriria o Brasil.

A fumaça acabaria se acomodando em regiões elevadas da atmosfera, acima das nuvens de chuva. Ficaria lá por pelo menos uma década, até começar a desaparecer.

A temperatura média cairia 1,25°C. Pode parecer pouco, mas isso seria a menor temperatura nos últimos mil anos. Como o aquecimento global está mostrando, modificações de frações de grau podem ter grandes consequências, e esfriar é tão ruim quanto esquentar.

Com o planeta ficando mais frio, a evaporação da água diminuiria, e menos chuva e menos luz solar criariam problemas na agricultura e na economia --e fome.

Ou seja, em vez de o mundo depender da responsabilidade de dois ou três países para evitar uma desgraça, como era nos anos 1960, agora é necessário confiar na estabilidade de nove governos.

A coisa até melhorou em relação aos anos 1990, quando Belarus, Cazaquistão e Ucrânia devolveram à Rússia as armas que tinham herdado dos soviéticos. Por outro lado, há hoje 20 países enriquecendo urânio em larga escala, ainda que sem bombas.

O trabalho foi apresentado durante a reunião da AAAS (Associação Americana para o Avanço da Ciência).

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O papel de Israel no desencadear de um ataque ao Irã - O roteiro militar: Preparando a IIIa. Guerra Mundial






A acumulação e instalação de sistemas de armas avançadas dirigidos contra o Irão começaram imediatamente após o bombardeamento e invasão do Iraque em 2003. Desde o princípio, estes planos de guerra foram dirigidos pelos EUA, em ligação com a NATO e Israel.

A seguir à invasão do Iraque de 2003, a administração Bush identificou o Irão e a Síria como a etapa seguinte "do roteiro para a guerra". Fontes militares estado-unidenses sugeriram que um ataque aéreo ao Irão podia envolver um desdobramento em grande escala comparável aos raids de bombardeamento "pavor e choque" sobre o Iraque em Março de 2003.

"Os ataques aéreos americano ao Irão ultrapassariam amplamente o âmbito do ataque israelense de 1981 contra o centro nuclear Osiraq, no Iraque, e assemelhar-se-ia mais aos dias iniciais da campanha aérea de 2003 contra o Iraque. (Ver Globalsecurity )

"Theater Iran Near Term" (TIRANNT)

Denominado em código pelos planeadores militares dos EUA como TIRANNT, ("Teatro do Irão a curto prazo"), foram iniciadas em Maio de 2003 simulações de um ataque ao Irão "quando modeladores e especialistas de inteligência puseram juntos os dados necessários para a análise do cenário do Irão ao nível de teatro (o que significa grande escala". (William Arkin, Washington Post, 16 April 2006).

Os cenários identificaram vários milhares de alvos dentro do Irão para uma blitzkrieg "Pavor e choque":

"A análise, chamada TIRANNT, foi complementado com um cenário simulado para uma invasão do Marine Corps e uma simulação da força iraniana de mísseis. Planeadores estado-unidenses e britânicos efectuar um jogo de guerra no Mar Cáspio aproximadamente ao mesmo tempo. E Bush ordenou ao U.S. Strategic Command que concebesse um plano de guerra global para um ataque contra armas de destruição em massa iranianas. Tudo isto foi finalmente serviu para um novo plano de guerra para "grandes operações de combate" contra o Irão que fontes militares confirmam agora [Abril 2006] existir em forma de minuta.

... No âmbito do TIRANNT, planeadores do Exército e do Comando Central dos EUA tem estado a examinar tanto cenários a curto prazo como para anos vindouro para a guerra com o Irão, incluindo todos os aspectos de uma grande operação de combate, de mobilização e deslocação de forças ao longo de operações de estabilização pós-guerra após a mudança de regime". (William Arkin, Washington Post, 16 April 2006)

Foram contemplados diferentes "cenários de teatro" para um ataque total ao Irão: "O exército, marinha e força aérea e fuzileiros navais prepararam, todos eles, planos de batalha e passaram quatro anos a construir bases e treinar para a "Operation Iranian Freedom". O almirante Fallon, o novo chefe do US Central Command, herdou planos computorizados com o nome TIRANNT (Theatre Iran Near Term)." ( New Statesman, February 19, 2007)

Em 2004, aproveitando os cenários iniciais do TIRANNT, o vice-presidente Dick Cheney instruiu o USSTRATCOM a elaborar um "plano de contingência" de uma operação militar em grande escala dirigida contra o Irão "para ser utilizado em resposta a um outro ataque terrorista tipo 11/Set contra os Estados Unidos" sob a presunção de que o governo em Teerão estaria por trás da conspiração terrorista. O plano incluía utilização antecipativa (pre-emptive) de armas nucleares contra um estado não nuclear:

"O plano inclui um assalto aéreo em grande escala ao Irão empregando tanto armas convencionais como nucleares tácticas. Dentro do Irão há mais de 450 alvos estratégicos importantes, incluindo numerosos sítios suspeitos de desenvolvimento de programa de armas nucleares. Muitos dos alvos são revestidos ou enterrados profundamente e não poderiam ser removidos com armas convencionais, daí a opção nuclear. Tal como no caso do Iraque, a resposta não está condicionada ao Irão estar realmente envolvido no acto de terrorismo dirigido contra os Estados Unidos. Vários oficiais superiores da Força Aérea envolvidos no planeamento estão confirmadamente estarrecidos com as implicações do que estão a fazer – que o Irão está a ser configurado para um ataque nuclear não provocado – mas não estão preparados para prejudicar as suas carreiras colocando quaisquer objecções". (Philip Giraldi, Deep Background , The American Conservative August 2005)

O roteiro militar: "Primeiro o Iraque, então o Irão"

A decisão de alvejar o Irão sob o TIRANNT faz parte de um processo mais vasto de planeamento e sequenciamento de operações militares. Já sob a administração Clinton, o US Central Command (USCENTCOM) havia formulado "planos em teatro de guerra" para invadir primeiro o Iraque e a seguir o Irão. O acesso ao petróleo do Médio Oriente era o objectivo estratégico declarado:

"Os interesses amplos da segurança nacional e os objectivos expressos na National Security Strategy (NSS) do presidente e a National Military Strategy (NMS) constituem o fundamento da estratégia de teatro do Central Command dos Estados Unidos. O NSS direcciona a implementação de uma estratégia de contenção dual dos estados vilões (rogue states) do Iraque e do Irão na media em que aqueles estados apresentem uma ameaça aos interesses dos EUA, a outros estados na região e aos seus próprios cidadãos. A contenção dual é concebida para manter o equilíbrio de poder na região sem depender do Iraque ou do Irão. A estratégia de teatro do USCENTCOM é baseada em interesses e centrada em ameaças. O objectivo dos EUA, tal como exposto na NSS, é proteger os interesses vitais dos Estados Unidos na região – acesso ininterrupto e seguro dos EUA/aliados ao petróleo do Golfo". (USCENTCOM, http://www.milnet.com/milnet/pentagon/centcom/chap1/stratgic.htm#USPolicy, o link já não está activo)

A guerra ao Irão foi encarada como parte de uma sucessão de operações militares. De acordo com o (antigo) comandante geral da NATO, Wesley Clark, o roteiro do Pentágono consistia de uma sequência de países: "[O] plano de campanha de cinco anos [incluía]... um total de sete países, principiando pelo Irão, a seguir a Síria, Líbano, Líbia, Irão, Somália e Sudão". Em "Winning Modern Wars" (pg. 130) o general Clark declara o seguinte:

"Quando retornei ao Pentágono em Novembro de 2001, um dos oficiais militares superiores teve tempo para uma conversa. Sim, ainda estamos na trilha para avançar contra o Irão, disse ele. Mas havia mais. Isto estava a ser discutido como parte de um plano de campanha de cinco anos, disse ele, e havia um total de sete países, a principiar pelo Iraque e então Síria, Líbano, Líbia, Irão, Somália e Sudão. (Ver Secret 2001 Pentagon Plan to Attack Lebanon , Global Research, July 23, 2006)

O papel de Israel

Tem havido muito debate quanto ao papel de Israel no desencadear de um ataque contra o Irão.

Israel faz parte de uma aliança militar. Tel Aviv não é um prime mover – não tem uma agenda militar separada e distinta.

Israel está integrado no "plano de guerra para operações de combate principais" contra o Irão formulado em 2006 pelo US Strategic Command (USSTRATCOM). No contexto de operações militares em grande escala, uma acção militar unilateral e não coordenada por parte de um parceiro da coligação, nomeadamente Israel, é de um ponto de vista militar e estratégico quase uma impossibilidade. Israel é um membro de facto da NATO. Qualquer acção de Israel exigiria um "sinal verde" de Washington.

Um ataque por parte de Israel podia, entretanto, ser utilizado como "o mecanismo disparador" o qual desencadearia uma guerra total contra o Irão, bem como retaliação do Irão contra Israel.

Em relação a isto, há indicações de que Washington pode encarar a opção de um ataque inicial (apoiado pelos EUA) por Israel ao invés de uma operação militar directa dos EUA contra o Irão. O ataque israelense – embora feito em estreita ligação com o Pentágono e a NATO – seria apresentado à opinião pública como uma decisão unilateral de Tel Aviv. Ele seria então utilizado por Washington para justificar, aos olhos da opinião pública mundial, uma intervenção dos EUA e da NATO tendo em vista "defender Israel", ao invés de atacar o Irão. Sob os acordos de cooperação militar existentes, tanto os EUA como a NATO seria "obrigados" a "defender Israel" contra o Irão e a Síria.

Vale a pena notar, a este respeito, que no início do segundo mandato de Bush, o (antigo) vice-presidente Dick Cheney sugeriu, em termos não incertos, que o Irão estava "no topo da lista" dos "inimigos malditos" da América e que Israel, por assim dizer, "estaria a bombardear por nós", sem o envolvimento militar estado-unidense e sem nos pressionar a "fazer isso" (Ver Michel Chossudovsky, Planned US-Israeli Attack on Iran , Global Research, May 1, 2005): According to Cheney:

"Uma das preocupações que as pessoas têm é que Israel possa fazer isso sem lhe ser pedido... Dado o facto de que o Irão tem uma política declarada de que os seu objectivo é a destruição de Israel, os israelenses podem bem decidir actuar primeiro e deixar ao resto do mundo a preocupação acerca da limpeza com as consequências diplomáticas da confusão", (Dick Cheney, citado numa entrevista à MSNBC, January 2005)

Comentando a afirmação do vice-presidente, o antigo conselheiro de Segurança Nacional Zbigniew Brzezinski, numa entrevista à PBS, confirmou com alguma apreensão: sim, Cheney quer o primeiro-ministro Ariel Sharon a actuar por conta da América e "fazer isso" para nós:

"O Irão penso que é mais ambíguo. E aqui a questão certamente não é tirania; é armas nucleares. E o vice-presidente hoje numa espécie de estranha declaração paralela a esta declaração de liberdade sugeriu que os israelenses podem fazer isso e de facto utilizou uma linguagem que soa como uma justificação ou mesmo um encorajamento para os israelenses fazerem isso".

Do que estamos a tratar é de um operação militar conjunta EUA-NATO-Israel para bombardear o Irão, o qual tem estado na etapa de planeamento activo desde 2004. Oficiais no Departamento da Defesa, sob Bush e Obama, têm trabalhado persistentemente com militares e de oficiais inteligência israelenses, identificando cuidadosamente objectivos dentro do Irão. Em termos militares práticos, qualquer acção de Israel teria de ser planeada e coordenada aos mais altos níveis da coligação conduzida pelos EUA.

Um ataque de Israel também exigiria apoio logístico coordenado dos EUA-NATO, particularmente em relação ao sistema de defesa aérea de Israel, o qual desde Janeiro de 2009 está plenamente integrado no dos EUA e NATO. (Ver Michel Chossudovsky, Unusually Large U.S. Weapons Shipment to Israel: Are the US and Israel Planning a Broader Middle East War? Global Research, January 11,2009)

O sistema de radar de banda X de Israel estabelecido no princípio de 2009 com apoio técnico dos EUA "integrou as defesas de mísseis de Israel com a rede de detecção global de mísseis dos EUA [com base na espaço], a qual inclui satélites, navios Aegis no Mediterrâneo, Golfo Pérsico e Mar Vermelho e radares Patriot baseados em terra e interceptores". ( Defense Talk.com, January 6, 2009 )

O que isto quer dizer é que em última análise Washington é que manda. Os EUA e não Israel controlam o sistema de defesa aérea. "Isto é permanecerá um sistema de radar estado-unidense", disse Geoff Morrell, porta-voz do Pentágono. Assim, isto não é algo que estejamos a dar ou a vender aos israelenses e sim algo que provavelmente exigirá pessoal dos EUA no terreno para operar". (Citado em Israel National News, January 9, 2009, emphasis added).

Os militares dos EUA supervisionam o sistema de Defesa Aérea de Israel, o qual está integrado no sistema global do Pentágono. Por outras palavras, Israel não pode lançar uma guerra contra o Irão sem o consentimento de Washington. Daí a importância da chamada legislação "sinal verde" no Congresso patrocinada pelo Partido Republicano sob a Resolução 1553 da Casa, a qual explicitamente apoia um ataque israelense ao Irão.

"A medida, proposta pelo republicano do Texas Louie Gohmert e 46 dos seus colegas, endossa a utilização por Israel de "todos os meios necessários" contra o Irão "incluindo a utilização de força militar". ... "Damos permissão para que isto seja feito. Precisamos mostrar nosso apoio a Israel. Precisamos deixar de jogar jogos com este aliado crítico numa área tão difícil". (Ver Webster Tarpley, Fidel Castro Warns of Imminent Nuclear War; Admiral Mullen Threatens Iran; US-Israel Vs. Iran-Hezbollah Confrontation Builds On , Global Research, August 10, 2010)

Na prática, a legislação proposta é um "Sinal verde" mais para a Casa Branca e o Pentágono do que para Israel. Constitui uma autorização automática a uma guerra ao Irão patrocinada pelos EUA que utiliza Israel como uma plataforma de lançamento conveniente. Também serve como justificação para travar guerra tendo em vista defender Israel.

Neste contexto, Israel poderia realmente arranjar pretexto para travar guerra, em resposta a alegados ataques do Hamas ou do Hezbollah e/ou o disparar de hostilidades na fronteira de Israel com o Líbano. O crucial é que um "incidente" menor poderia ser utilizado para desencadear uma grande operação militar contra o Irão.

Como é bem conhecido dos planeadores militares estado-unidenses, Israel (e não os EUA) seria o primeiro alvo da retaliação militar do Irão. Falando em termos gerais, os israelenses seriam as vítimas das maquinações tanto de Washington como do seu próprio governo. É, por isso, absolutamente crucial que os israelenses se oponham vigorosamente a qualquer acção para atacar o Irão da parte do governo Netanyahu.

Guerra global: O papel do US Strategic Command (USSTRATCOM)

Operações militares globais são coordenadas a partir da sede do US Strategic Command (USSTRATCOM) na base da Força Aérea de Offutt, no Nebraska, em ligação como os comandos regionais dos comandos combatentes unificados (ex. (e.g.. US Central Command na Florida, o qual é responsável pela região Médio Oriente-Ásia Central, ver mapa abaixo) bem como unidades de comando da coligação em Israel, Turquia e Golfo Pérsico e na base militar de Diego Garcia no Oceano Índico. O planeamento e a decisão militar feita ao nível de país por aliados individuais dos EUA-NATO bem como "países parceiros" é integrado dentro de uma concepção militar global incluindo o armamento do espaço.

Sob o seu novo mandato, o USSTRATCOM tem a responsabilidade de "supervisionar um plano de ataque global" consistindo tanto de armas convencionais como nucleares. Em jargão militar, está destinado a desempenhar o papel de "um integrador global encarregado de missões de Operações no Espaço, Operações de Informação; Defesa Míssil Integrada; Comando Global & Controle; Inteligência, Vigilância e Reconhecimento; Ataque Global e Dissuasão Estratégia..."

As responsabilidades do USSTRATCOM incluem: "conduzir, planear & executar operações de dissuasão estratégica" a um nível global, "sincronizando planos globais de defesa míssil e operações", "sincronizar planos de combate regional", etc. O USSTRATCOM é a agência condutora na coordenação da guerra moderna.

Em Janeiro de 2005, no início dos preparativos militares contra o Irão, o USSTRATCOM era identificado como "o principal Comando Combatente para integração e sincronização dos vastos esforços do DoD no combate a armas de destruição em massa". (Michel Chossudovsky, Nuclear War against Iran , Global Research, January 3, 2006).

O que isto significa é que a coordenação de um ataque em grande escala ao Irão, incluindo os vários cenários de escalada e para além na região mais vasta do Médio Oriente-Ásia Central, seria coordenado pelo USSTRATCOM.

Armas nucleares tácticas contra o Irão

Como confirmado por documentos militares bem como por declarações oficiais, tanto os EUA como Israel contemplam a utilização de armas nucleares contra o Irão. Em 2006, U.S. Strategic Command (USSTRATCOM) anunciou que havia alcançado capacidade operacional para atingir alvos rapidamente em todo o global utilizando armas nucleares ou convencionais. Este anúncio foi feito após a condução de simulações militares relativas a um ataque nuclear dos EUA contra um país fictício. (David Ruppe, Preemptive Nuclear War in a State of Readiness: U.S. Command Declares Global Strike Capability , Global Security Newswire, December 2, 2005)

Continuidade em relação à era Bush-Cheney: o presidente Obama endossou amplamente a doutrina da utilização antecipativa de armas nucleares formulado pela administração anterior. Sob a 2010 Nuclear Posture Review, a administração Obama confirmou "que está reservando o direito de utilizar armas nucleares contra o Irão" pelo seu não cumprimento de exigências dos EUA respeitantes ao seu alegado (não existente) programa de armas nucleares. ( U.S. Nuclear Option on Iran Linked to Israeli Attack Threat - IPS ipsnews.net, April 23, 2010). A administração Obama também confidenciou que utilizaria ogivas nucleares no caso de uma resposta iranina a um ataque israelense ao Irão. (Ibid). Israel também concebeu o seus próprios "planos secretos" para bombardear o Irão com armas nucleares tácticas:

"Comandantes militares israelenses acreditam que ataques convencionais podem já não ser suficientes para aniquilar instalações de enriquecimento cada vez mais bem defendidas. Várias foram construídas debaixo de pelo menos 70 pés [21,3 m] de betão e rocha. Contudo, os destruidores de bunkers (bunker-busters) nucleares seriam utilizados só se um ataque convencional fosse descartado e se os Estados declinassem intervir, disseram fontes senior". (Revealed: Israel plans nuclear strike on Iran - Times Online, January 7, 2007)

Declarações de Obama sobre a utilização de armas nucleares contra o Irão e a Coreia do Norte são consistentes com a doutrina estado-unidense das armas nucleares pós 11/Set, a qual permite a utilização de armas nucleares tácticas no teatro de guerra convencional.

Através de uma campanha de propaganda que contou com o apoio de cientistas nucleares "abalizados", as mini-ogivas nucleares são apresentadas como um instrumento de paz, nomeadamente um meio de combater "terrorismo islâmico" e de instalar "democracia" estilo ocidental no Irão. As ogivas de baixo rendimento (low-yield) foram limpas para "utilização no campo de batalha". Elas são destinadas a serem utilizadas contra o Irão e a Síria na etapa seguinte da "guerra ao terrorismo" da América juntamente com armas convencionais.

"Responsáveis da administração argumentam que armas nucleares de baixo rendimento são necessárias como um dissuasor crível contra estados vilões [Irão, Síria, Coreia do Norte]. A sua lógica é que as armas nucleares existentes são demasiado destrutivas para serem utilizadas excepto numa guerra nuclear em plena escala. Os inimigos potenciais percebem isto, portanto não consideram crível a ameaça da retaliação nuclear. Contudo, armas nucleares de baixo rendimento são menos destrutivas, portanto podem serem utilizadas de modo concebível. Isto as tornaria mais efectivas como um dissuasor". (Opponents Surprised By Elimination of Nuke Research Funds Defense News November 29, 2004)

As armas nucleares preferenciais a serem utilizadas contra o Irão são armas nucleares tácticas (Made in America), nomeadamente bombas destruidoras de bunkers com ogivas nucleares (ex. B61.11), com uma capacidade explosiva entre um terço a seis vezes uma bomba de Hiroshima. A B61-11 é a "versão nuclear" da BLU 113 "convencional" ou da Guided Bomb Unit GBU-28. Ela pode ser entregue do mesmo modo como a bomba convencional destruidora de bunkers. (Ver Michel Chossudovsky, http://www.globalresearch.ca/articles/CHO112C.html , ver também http://www.thebulletin.org/article_nn.php?art_ofn=jf03norris ) . Se bem que os EUA não contemplem a utilização de armas termonucleares estratégicas contra o Irão, o arsenal nuclear de Israel é em grande medida composto de bombas termonucleares as quais estão de prontidão e poderia ser utilizada numa guerra com o Irão. Através do sistema míssil Jericó III de Israel, com um raio de 4800 a 6500 km, todo o Irão estaria dentro do seu alcance.
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Bomba destruídora de bunkers B61

Precipitação radioactiva

A questão da precipitação radioactiva e da contaminação, se bem que displicentemente ignorada pelos analistas militares dos EUA-NATO, seria devastadora, afectando potencialmente uma grande área do Médio Oriente em sentido amplo (incluindo Israel) e da Ásia Central.

Numa lógica absolutamente enviesada, armas nucleares são apresentadas como um meio de construir paz e impedir "danos colaterais". As armas nucleares não existentes do Irão são uma ameaça à segurança global, ao passo que aquelas dos EUA e Israel são instrumentos de paz "inócuas para a população civil circundante".

A "mãe de todas as bombas" (Mother of All Bombs, MOAB) destinada a ser usada contra o Irão

MOAB: screen shots of test: explosion and mushroom cloud. De significado militar dentro do arsenal de armas convencionais dos EUA está a "arma monstro" de 21500 libras [9.752 kg] alcunhada a "mãe de todas as bombas". A GBU-43/B ou Massive Ordnance Air Blast bomb (MOAB) é classificada "como a mais poderosa arma não nuclear alguma vez concebida" com o maior rendimento do arsenal de armas convencionais dos EUA. A MOAB estava em progresso em Março de 2003 antes de ser levada ao teatro de guerra do Iraque. Segundo fontes militares dos EUA, a Joint Chiefs of Staff aconselhou o governo de Saddam Hussein antes do lançamento da guerra do potencial de devastação da MOAB e que a "mãe de todas as bombas" era considerada para ser usada contra o Iraque. (Houve informações não confirmadas de que foi utilizada no Iraque).

O Departamento da Defesa dos EUA confirmou que tenciona utilizar a "Mãe de todas as bombas" (MOAB) contra o Irão, destacando o facto de que a MOAB "é o ideal para atingir instalações nucleares profundamente enterradas como Natanz ou Qom no Irão" (Jonathan Karl, Is the U.S. Preparing to Bomb Iran? ABC News, October 9, 2009). A verdade é que a MOAB, dada a sua capacidade explosiva, resultaria em baixas civis extremamente vastas. É uma "máquina de matar" convencional com uma nuvem em cogumelo de tipo nuclear.

A encomenda de quatro MOABs foi adjudicada em Outubro de 2009 ao pesado custo de US$58,4 milhões (US$14,6 milhões por cada bomba). Este montante inclui os custos de desenvolvimento e teste bem como a integração das bombas MOAB nos bombardeiros furtivos B-2. (Ibid). Esta encomenda está ligada directamente aos preparativos de guerra em relação ao Irão. A notificação estava contida num "memorando de reprogramação" de 93 páginas, o qual incluía as seguintes instruções:

"O Departamento tem uma Necessidade Operacional Urgente (Urgent Operational Need. UON) quanto à capacidade de ataque a objectivos duros e profundamente enterrados em ambientes de grande ameaça. A MOP [Mother of All Bombs] é a arma preferencial para atender às exigência da UON". Ali mais uma vez se declara que o pedido é endossado pelo Comando do Pacífico (o qual tem responsabilidade sobre a Coreia do Norte) e o Comando Central (o qual tem responsabilidade sobre o Irão)". (ABC News, op cit, emphasis added). Para consultar o pedido de reprogramação (pdf) clique aqui .

O Pentágono está a planear um processo de destruição extensiva da infraestrutura do Irão e de baixas civis em massa através da utilização combinada de ogivas nucleares tácticas e bombas convencionais monstras com nuvem em cogumelo, incluindo a MOAB e a maior GBU-57ª/B ou Massive Ordnance Penetrator (MOP).

O MOP é descrito como "uma poderosa nova bomba destinada directamente a instalações nucleares subterrâneas do Irão e da Coreia do Norte. A bomba gargantuesca — mais longa do que 11 pessoas de pé ombro a ombro [ver imagem] ou mais de 20 pés [6,1 m] desde a base até a ponta" (Ver Edwin Black, "Super Bunker-Buster Bombs Fast-Tracked for Possible Use Against Iran and North Korea Nuclear Programs" , Cutting Edge, September 21 2009)

Estado da arte do armamento: "A guerra tornada possível através de novas tecnologias"

O processo de tomada de decisão militar em relação ao Irão é apoiado pela Guerra das Estrela, a militarização do espaço externo e a revolução em comunicações e sistemas de informação. Dados os avanços em tecnologia militar e no desenvolvimento de novos sistemas de armas, um ataque ao Irão podia ser significativamente diferente em termos de composição de sistemas de armas, em comparação com a blitzkrieg de Março de 2003 contra o Iraque. A operação Irão está destinada a utilizar os mais avançados sistemas de armas nos seus ataques aéreos. Com toda a probabilidade, novos sistemas de armas serão testados.

O documento do 2000 Project of the New American Century (PNAC) intitulado Rebuilding American Defenses, delineava o mandato dos militares estado-unidenses em termos de teatros de guerra em grande escala, a serem travadas simultaneamente em diferentes regiões do mundo:

"Combater e vencer decisivamente em teatros de guerra múltiplos e simultâneos".

Esta formulação é equivalente a uma guerra global de conquista por uma única superpotência imperial. O documento do PNAC também apelava à transformação das forças dos EUA para explorar a "revolução em assuntos militares", nomeadamente a implementação da "guerra tornada possível através de novas tecnologias". (Ver Project for a New American Century, Rebuilding Americas Defenses , Washington DC, September 2000, pdf). Esta última consiste em desenvolver e aperfeiçoar um estado da arte da máquina de matar global baseado num arsenal de armamento novo refinado, o qual finalmente substituiria os paradigmas existentes.

"Portanto, pode-se prever que o processo de transformação será de facto um processo em duas etapas: primeiro de transição, a seguir de transformação mais completa. O ponto de ruptura virá quando uma preponderância de novos sistemas de armas começar a entrar em serviço, talvez quando, por exemplo, veículos aéreos não manejados começarem a ser tão numerosos quanto aviões manejados. A este respeito, o Pentágono deveria ser muito cuidadoso ao fazer grandes investimentos em novos programas – tanques, aviões, aviões de carreira, por exemplo – que comprometeria as forças dos EUA aos actuais paradigmas de guerra durante muitas décadas futuras. (Ibid, ênfase acrescentada)

Ao guerra ao Irão podia na verdade marcar esta ruptura crucial, com novos sistemas de armas baseados no espaço a serem aplicados tendo em visto incapacitar um inimigo que tem capacidades militares convencionais significativa, incluindo mais de meio milhão de forças terrestres.

Armas electromagnéticas

Poderiam ser utilizadas armas electromagnéticas para desestabilizar os sistemas de comunicações do Irão, impossibilitar a produção de electricidade, minar e desestabilizar comandos e controle, infraestrutura do governo, transportes, energia, etc. Dentro da mesma família de armas, técnicas de modificações ambientais (environmental modifications techniques, ENMOD) (guerra meteorológica) desenvolvidas sob o programa HAARP também podiam ser aplicadas. (Ver Michel Chossudovsky, "Owning the Weather" for Military Use" , Global Research, September 27, 2004). Estes sistemas de armas estão plenamente operacionais. Neste contexto, o documento AF2025 da US Air Force reconhece explicitamente as aplicações militares das tecnologias de modificações meteorológicas:

"A modificação meteorológica tornar-se-á parte da segurança interna e internacional e poderia ser efectuada unilateralmente... Ela podia ter aplicações ofensivas e defensivas e ser utilizada mesmo para objectivos de dissuasão. A capacidade para gerar precipitação, fog e tempestades sobre a terra ou modificar o tempo no espaço, melhorar comunicações através de modificação ionosférica (a utilização de espelho ionosféricos) e a produção de tempo artificial fazem parte de um conjunto integrado de tecnologias que podem proporcionar melhoria substancial nos EUA ou degradar capacidade num adversário, para alcançar consciência, alcance poder globais". ( Air Force 2025 Final Report , Ver també US Air Force: Weather as a Force Multiplier: Owning the Weather in 2025 , AF2025 v3c15-1 | Weather as a Force Multiplier: Owning... | (Ch 1) em www.fas.org ).

Radiação electromagnética que permite "deterioração da saúde remota" também pode ser encarada no teatro de guerra. (Ver Mojmir Babacek, Electromagnetic and Informational Weapons :, Global Research, August 6, 2004). Por sua vez, novas utilizações armas biológicas pelos militares dos EUA também podem ser encaradas tal como sugerido pelo PNAC: "Formas avançadas de guerra biológica que podem "alvejar" genótipos específicos podem retirar a guerra biológica do âmbito do terror e transformá-la numa ferramenta politicamente utilizável" (PNAC, op cit., p. 60).

Capacidades militares do Irão: Mísseis de médio e longo alcance

O Irão tem capacidades militares avançados, incluindo mísseis de médio e longo alcance capazes de atingir alvos em Israel e nos Estados do Golfo. Daí a ênfase da aliança EUA-NATO-Israel na utilização de armas nucleares, as quais estão destinadas a serem utilizadas tanto antecipativamente como em resposta a um ataque de mísseis retaliatório do Irão.

Em Novembro de 2006, testes iranianos de dois mísseis de superfície foram marcados pelo planeamento preciso numa operação cuidadosamente encenada. Segundo um perito americano de mísseis (citado pela Debka), "os iranianos demonstraram tecnologia de lançamento de mísseis actualizada, a qual o Ocidente não sabia que possuíam". (Ver Michel Chossudovsky, Iran's "Power of Deterrence" Global Research, November 5, 2006) Israel reconheceu que com "o Sheab-3, cujos 2000 km de alcance abrangem Israel, o Médio Oriente a Europa estão ao seu alcance" (Debka, November 5, 2006)

Segundo Uzi Rubin, antigo chefe do programa de mísseis anti-balísticos de Israel, "a intensidade do exercício militar foi sem precedentes... Ele estava destinado da fazer impressão – e fez impressão". ( www.cnsnews.com 3 November 2006)

Os exercícios 2006, se bem que criando um conflito politico nos EUA e em Israel, não modificou a resolução dos EUA-NATO de travar guerra contra o Irão.

Teerão confirmou em várias declarações que responderá se for atacado. Israel seria o objecto imediato de ataques iranianos de mísseis como confirmado pelo governo iraniano. A questão do sistema de defesa aérea de Israel é portanto crucial. Instalações estado-unidenses e aliadas nos estados do Golfo, Turquia, Arábia Saudita, Afeganistão e Iraque também poderiam ser alvejadas pelo Irão.

Forças terrestres do Irão

Apesar de o Irão estar cercado por bases militares dos EUA e aliados, a República Islâmica tem capacidades militares significativas. (Ver mapas) O que é importante reconhecer é a dimensão absoluta das forças iranianas em termos de pessoas (exército, marinha, força aérea) em comparação com as forças dos EUA e NATO no Afeganistão e no Iraque.

Confrontadas com uma insurgência bem organizada, as forças da coligação já estão demasiado esticadas tanto no Afeganistão como no Iraque. Será que estas forças seriam capazes de aguentar se forças iranianas entrassem nos campos de batalha existentes no Iraque e no Afeganistão? O potencial do movimento da Resistência à ocupação dos EUA e aliados inevitavelmente seria afectado.

As forças iranianas são da ordem do 700 mil soldados dos quais 130 mil são profissionais, 220 mil são conscritos e 350 mil são reservistas. (Ver Islamic Republic of Iran Army - Wikipedia ). Há 18 mil homens na Marinha do Irão e 52 mil na força aérea. Segundo o International Institute for Strategic Studies, "os Guardas Revolucionários têm uma estimativa de 125 mil homens em cinco ramos: A sua própria Marinha, Força Aérea e Forças Terrestres, além da Quds Force (Forças Especiais)". De acordo com o CISS, a força paramilitar de voluntários Basij do Irão, controlada pelos Guardas Revolucionários, "têm uma estimativa de 90 mil membros uniformizados em serviço activos e a tempo inteiro, 300 mil reservistas e um total de 11 milhões de homens que podem ser mobilizados se for necessário" ( Armed Forces of the Islamic Republic of Iran - Wikipedia ). Por outras palavras, o Irão pode mobilizar mais de meio milhão de tropas regulares e vários milhões de milícia. As suas forças especiais Quds já estão a operar no interior do Iraque.

Instalações militares dos EUA e aliados cercando o Irão

Durante vários anos o irão tem conduzido os seus próprios treinos e exercícios. Seus mísseis intermediários e de longo alcance estão plenamente operacionais. Os militares do Irão estão em estado de prontidão. Concentrações de tropa iraniana estão actualmente a poucos quilómetros da fronteira iraquiana e da afegã e na proximidade do Kuwait. A Marinha iraniana está instalada no Golfo Pérsico na proximidade de instalações militares dos EUA e aliados nos Emirados Árabes Unidos.

Vale a pena notar que em resposta ao fortalecimento militar do Irão, os EUA têm estado a transferir grandes quantidades de armas aos seus aliados não-NATO no Golfo Pérsico, incluindo o Kuwait e a Arábia Saudita.

Se bem que as armas avançadas do Irão não se comparem àquelas dos EUA e da NATO, as forças iranianas estariam em condições de infligir perdas substanciais às forças da coligação num teatro de guerra convencional, sobre o terreno do Iraque ou do Afeganistão. Em Dezembro de 2009 tropas terrestres e tanques iranianos cruzaram a fronteira para dentro do Iraque sem serem confrontadas ou desafiadas pelas forças militares e ocuparam um território disputado no campo petrolífero no Maysan Leste.

Mesmo no caso de uma blitzkrieg efectiva, que alveje instalações militares do Irão, seus sistemas de comunicações, etc através de bombardeamento aéreo maciço, utilizando mísseis de cruzeiro, bombas convencionais destruidoras de bunkers e armas nucleares tácticas, uma guerra com o Irão, uma vez iniciada, podia finalmente levar a uma guerra no terreno. Isto é algo que os planeadores militares dos EUA sem dúvida contemplaram nos seus cenários de guerra simulados.

Uma operação desta natureza resultaria em baixas militares e civis significativas, particularmente se forem utilizadas armas nucleares.

O orçamento ampliado para a guerra no Afeganistão actualmente debatido no Congresso dos EUA também está destinado a ser utilizado na eventualidade de um ataque ao Irão.

Num cenário de escalada, tropas iranianas podiam cruzar a fronteira e entrar no Iraque e no Afeganistão.

Por sua vez, a escalada militar utilizando armas nucleares poderia conduzir-nos a um cenário de III Guerra Mundial, estendendo-se para além da região do Médio Oriente e Ásia Central.

Num sentido muito real, este projecto militar, o qual tem estado na mesa de desenho do Pentágono durante mais de cinco anos, ameaça o futuro da humanidade.

O nosso foco neste ensaio foi nos preparativos de guerra. O facto de que os preparativos de guerra estejam num estado avançado de prontidão não implica que estes planos de guerra serão executados.

A aliança EUA-NATO-Israel percebe que o inimigo tem capacidades significativas para responder e retaliar. Este factor em si mesmo tem sido crucial ao longo dos últimos cinco anos na decisão dos EUA e seus aliados de adiar um ataque ao Irão.

Outro factor crucial é a estrutura de alianças militares. Considerando que a NATO tornou-se uma força formidável, o Acordo de Cooperação de Shangai (SCO), constituído por uma aliança entre a Rússia, a China e um certo número de antigas repúblicas soviéticas, foi significativamente enfraquecido.

As ameaças militares contínuas dos EUA contra a China e a Rússia estão destinadas a enfraquecer o SCO e desencorajar qualquer forma de acção militar da parte de aliados do Irão no caso de um ataque US-NATO-israelense.

O que são as forças contrabalançadoras que podem impedir esta guerra de verificar-se? Há numerosas forças em andamento dentro do aparelho de estado e do Congresso dos EUA, do Pentágono e da NATO.

A força central na prevenção de uma guerra vem em última análise da base da sociedade, exigindo vigorosas acções anti-guerra de centenas de milhões de pessoas por toda a terra, nacional e internacionalmente.

O povo deve mobilizar-se não só contra esta diabólica agenda militar, a autoridade do Estado e dos seus responsáveis também deve ser desafiada.

Esta guerra pode ser impedida se os povos vigorosamente confrontarem seus governos, pressionarem seus representantes eleitos, organizarem-se ao nível local em cidades, aldeia e municípios, difundirem a palavra, informar seus concidadãos quanto às implicações de uma guerra nuclear, iniciarem debates e discussões dentro das forças armadas.

Manifestações de massa e protestos anti-guerra não são suficientes. O que é necessário é o desenvolvimento de uma rede vasta e bem organizada a partir da base que desafie as estruturas de poder e a autoridade.

O que é necessário um movimento de massa do povo que vigorosamente desafie a legitimidade da guerra, um movimento popular global que criminalize a guerra.
Nota do autor: Caros leitores do Global Research, por favor difundam este texto amplamente para amigos e familiares, em fóruns na Internet, nos lugares de trabalho, na sua vizinhança, nacional e internacionalmente, tendo em vista reverter a maré da guerra. Difundam!

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A Boeing está construindo um modelo em escala 20% de uma aeronave com hélices retráteis telescópicas para o programa DiscRotor da DARPA







A Boeing está construindo um modelo em escala 20% de uma aeronave com hélices retráteis telescópicas para o programa DiscRotor da DARPA para demonstrar tecnologias de aeronaves VTOL de alta velocidade para missões de busca e salvamente do resgate.

A Lockheed Martin iniciou testes de túnel de vento de uma aeronave transporte STOL para o programa Speed Agile. O objetivo é criar um substituto para o C-130. Os programas anteriores AMC-X, AJACS e JFTL foram cancelados. O objetivo do Speed Agile é ter grande velocidade cruzeiro e baixa velocidade de pouso, cerca de 70 milhas e Mach 0.8, pousando em menos 2 mil pés. Tradicionalmente aeronaves STOL não voam muito rápido.

A USAF inciou estudo para uma nova aeronave tática para substituir o F-22A com entrada em serviço em 2030 no projeto Next Generation Tactical Aircraft (Next Gen TACAIR). O protótipo poderá voar já em 2020. A missão principal superioridade aérea além de guerra eletrônica e reconhecimento. A nova aeronave deve ter um melhor alcance, autonomia, capacidade de sobrevivência, sistemas de comunicações, consciência da situação, interface homem-máquina e letalidade das armas para operar nos cenários de 2030 a 2050. A nova aeronave terá capacidade de voar sem o piloto. A Boeing já mostrou seus conceitos do substituto do F-22 de sexta geração.

A empresa chinesa AVIC mostrou o seu novo conceito de aeronave de pouso vertical biposto. A aeronave apresenta contornos furtivos.

O México comprou seis helicópteros EC-725 para sua força aérea que se juntarão aos seis já em operação.

O US Army autorizou a produção inicial do AH-64D Apache Block III. Inicialmente serão produzidos 51 unidades. A nova aeronave tem motor 701D, rotores de material composto, melhores sistemas de comunicações, novo trem de pouso, e nova transmissão. O sistema de comunicação inclui o level-4 manned-unmanned teaming permitindo controlar outras aeronaves não tripuladas.

O Paquistão comprou 30 helicópteros Bell 412EP por US$397milhões incluindo apoio logístico e treinamento. O Paquistão já opera 23 Bell 412 recebidos em 2007.

A Ucrânia e a Rússia entraram em acordo para a fabricação de 13 aeronaves AN-70. O investimento inicial será de US$ 300 milhões. A Venezuela já tentou comprar 12 NA-70 há 4 anos sem sucesso. A Argentina anunciou que pretendo comprar seis cargueiros KC-390 da Embraer incluindo a participação no projeto. Assim o total de pedidos chega a 60 aeronaves.

A L-3 Communications venceu um contrato da USAF de US$61 milhões para adicionar um pacote de armas aos oito MC-130W Combat Spear. A aeronave receberá a capacidade de ser artilhada e será designado Dragon Spear fornecendo kits chamados "Precision Strike Packages" .

A ATK se juntou a Mohawk Technologies para reviver o projeto OV-1D Mohawk para missões anti guerrilha. Nova versão terá um canhão ATK de 30mm do Apache, novos aviônicos e sensores. Seis Mohawk estão disponíveis para conversão com mais outras dezenas disponíveis mercado para conversão. Uma das funções será treinar controladores aéreos avançados americanos.

A Raytheon venceu um contrato para instalar um grande mostrador central de 15,2 por 20,3 cm na frota de F-16 da Guarda Aérea Nacional americana. O monitor será importante para usar novas capacidades como casulos de designação de alvos de alta definição e radares AESA. O contrato pode chegar a 720 mostradores multifuncionais.

A frota de 76 bombardeiros B-52 da USAF será modernizada por US$ 150 milhões cada (US$ 11,9 bilhões) para servir até 2040. O custo de operação do B-52 é metade do B-1B e tem maior disponibilidade. A modernização inclui novos radares e sistemas de comunicações.

A Indonésia comprou mais seis Su-30 russos. A Indonésia já opera 10 Flanker, mas pretende ter 16 para completar um esquadrão. Os planos incluem formar uma frota de 180 Flanker em 10 esquadrões até 2024.

A Índia quer comprar mais quatro aeronaves de patrulha marítima P-8 Poseidon. A Índia já comprou oito P-8 em 2008 por US$ 220 milhões cada.

A BAE System anunciou novas tecnologias revelou para proteger helicópteros militares contra mísseis portáteis chamado Boldstroke. O objetivo é participar do programa Common Infrared Coutermeasures (CIRCM) do US Army.

A Arábia Saudita anunciou uma grande compra de armas americanas no valor de US$ 60 bilhões. O contrato inclui a compra de 84 caças F-15SA, 36 helicópteros Apache Block III, 72 UH-60M Black Hawk, 36 AH-6i e 12 MD530. O contrato inclui a modernização de 12 AH-64 para o padrão Block II e 2592 mísseis Hellfire. A contra do F-15SA inclui 100 datalinks MIDS/LVT, 193 casulos LANTIRN TIger Eye de navegação, 338 miras no capacete JHMCS, 462 óculos de visão noturna AN/AVS-9, 300 mísseis AIM-9X, 500 mísseis AIM-120C7, 3 mil kits JDAM, 1100 kits Paveway III, 400 mísseis anti-navio Harpoon block II, 600 mísseis anti-radiação HARM, 150 casulos Sniper TS, 159 IRST, 40 ROVER e a modernização de 70 caças F-15S para o padrão F-15SA.

O Reino Unido mostrou seu Strategic Defence Review tendo como objetivo principal diminuir os gastos em defesa em 8%. O total de tropas irá diminuir em 37 mil homens nas três forças. A RAF irá perder seus jatos Harrier GR.7. Os carros de combate serão cortados em 40% e ar trilharia em 35%. Royal Navy irá perder um porta-aviões e quatro escoltas até 2020. A frota de jatos Eurofighter será diminuído para 140 e a versão F-35C será comprada no lugar do F-35B por ser mais barato.

A USAF testou um C-130H3 com hélice de oito pás NP 2000 para aumentar a potencia e o desempenho da aeronave.

O Egito comprou três aeronaves de transporte C-295. O primeiro será entregue em 2011

O Super Tucano venceu a concorrência na Indonésia para a compra de cerca de 16 aeronaves para substituir os OV-10 Bronco. As entregas devem iniciar em 2012.

A Índia comprou 107 motores F414 americanos para seus caças LCA Tejas por US$ 7,7 milhões cada. O motor Kaveri ainda continua em desenvolvimento e será substituída pelo F414 nos primeiros LCA de produção.

A Índia está desenvolvendo junto com a IAI Malat uma versão não tripulada do helicóptero Alouette III para missões navais. O sistema será chamado de NRUAV para ser instalado em um helicóptero. O pouso e a decolagem podem ser totalmente autônomos.

A empresa Israel Aerospace Industries (IAI) mostrou seu novo UAV Panther do tipo convertiplano combinando voo convencional com pouso vertical. O Phanter tem três motores elétricos, pesa 65kg, tem autonomia de 6 horas e raio de ação de 60 km. O sensor é a torreta Mini-POP. O Mini Panther pesa 12 kg com autonomia de 2 horas. O sensor é a torreta Micro-POP. A estação de controle é levada por um veiculo utilitário enquanto o Mini Panter pode ser levado por dois soldados incluindo a estação de controle.

O US Army está estudando o uso de UAV par missões médicas para o programa Telemedicine and Advanced Technology Research Center que estuda meios de salvar vidas sem perder vidas. Um UAV pode levar suprimentos médicos, extração de feridos e em alguns casos realizar a evacuação de feridos (não de evacuação médica com o paciente recebendo tratamento em no caminho). Um Combat Medic Unmanned Aircraft System (CM-UAS) poderia ser chamado e pousa se autorizado, desembarca suprimentos e leva is feridos. O CM-UAS também deve monitorar o ferido durante retirada e sustentar sua condição até chegar no médico. A Piaseck está participando com o Dragonfly.

A China mostrou seu novo UAV SL-200 de longo alcance da mesma classe do Predator.

A Polônia comprou 10 sistemas do UAV San Eagle por US$ 7,22 milhões para apoiar suas tropas operando no Afeganistão.

A Easy Rescue israelense mostrou um sistema inovador de resgate e evacuação de feridos em terreno difícil. Um estudo das forças de defesa israelense mostrou que pode melhorar o resgate por um fator de 5 a 10 comparado com técnicas de maca e padiola. O sistema é operado por duas pessoas ao invés de quatro levando um ferido em uma maca. As mãos também ficam livres pois o peso fica apoiado nos ombros. O sistema pesa 900 gramas.

A BAE System revelou um colete blindado chamado Scalable Soldier Protection System SSPS como parte do programa Ultra Lightweight Warrior (ULW). A blindagem pode variar conforme a ameaça com quatro configurações básicas: cancelable, com porta plate, stand-alone plate Carrier e tactical. Além disso, a SSPS tem sistema de carga e estabilizador para distribuir bem as cargas nos ombros e quadril.

A Raytheon mostrou seu Exoesqueleto XOS 2 de segunda geração. A nova roupa robotizada é mais leve, rápida e resistente que o seu predecessor consumindo 50% menos energia. O projeto XOS 2 está relacionado com desafios logístico onde esforços repetitivos levam a lesões, principalmente ortopédicas. Um operador em um XOS pode fazer o trabalho de praticamente dois ou três homens. A capacidade de carga é de até 90 kg sem causar cansaço no operador.

A Rheinmetall Waffe Munition (RWM) está completando o desenvolvimento de uma granada de mão airbust para substituir as granadas comuns.

Depois de muita queixas o US Army está modernizando a mira do lança-granadas automáticos Mk19. A mira foi projetada para a munição antiga e o operador tem que "caminhar" os disparos até o alvo. A Mk19 deveria ser substituído pelo Mk47 mais leve (18kg contra 35kg), mas bem mais cara.

A Remington foi contratada para fornecer a M-24 Reconfigured Sniper Weapon System para o US Army. Inicialmente serão entregues 250 fuzis XM2010 com munição .300 Winchester Magnum. O novo fuzil terá um maior alcance, carregador de cinco tiros e mira Leupold Mark 4 com capacidade de receber visor noturno AN/PSV-29. O cano poderá receber um supressor de fácil colocação rápida. O contrato total poderá chegar a modernização de 3.600 fuzis M-24.

A Teledyne Scientific & Imaging foi contratada pela DARPA por US $25,4 milhões para o programa Extreme Accuracy Tasked Ordnance (EXACTO) para produzir um projétil de fuzil guiado calibre 12,7mm para melhorar a pontaria dos fuzis anti-material atuais permitindo engajar alvos a distancias maiores em condições ambientais extremas como ventos fortes.
A Thales Austrália mostrou mecanismo para soldado controlar pontaria da arma e sistema comunicações sem tirar mão da arma ou olhos da mira e alvo com um conceito similar ao HOTAS dos caças usando apenas cinco teclas. O sistema é chamado de Rifle Input Control (RIC). O conceito é similar a tocar instrumento musical de cordas. Os testes mostraram que é fácil de aprender.

A empresa britânica Ultra Electronics mostrou o Rifle Mounted Gunfire Locator (RMGL) que usa tecnologia de sonares anti-submarinos. O sistema usa processamento de fase de freqüência ao invés de tempo de chegada do som. O resultado é um sistema compacto e pode estimar elevação e distância além da azimute. O sistema tem precisão de 7 graus e rejeita tiros disparados ou amigos. O mostrador é bem simples mostrado no campo de visão da mira e indicando a posição dos disparos inimigos. O RMGL tem um sistema inercial para o soldado mudar rápida de posição e se esconder e ainda manter a indicação do alvo.

A empresa Unique Alpine mostrou seu novo fuzil sniper capaz de mudar rapidamente entre os calibres .338, Lapua Magnum, 7,62mm e Winchester Magnum.

A África do Sul lançou uma concorrência para substituir os RPG-7 das suas tropas. Os RPG-7 são usados em larga escala a partir de estoques capturados na guerra contra Angola na década de 70 e 80.

A empresa ArmorWorks mostrou uma nova camuflagem 3D chamado TactiCam capaz de diminuir a assinatura radar,infravermelha e visual. A camuflagem é isolada para diminuir a assinatura térmica e tem formas irregular para deformar a assinatura. A capa externa é usada para diminuir a assinatura padrão visual. A camuflagem pode ser integrada em painéis blindados.

O Peru recebeu o primeiro de 300 carros de combate T-55 modernizados da Ucrânia da empresa Morozov. O novo blindado é chamado de Tifon 2 (Tufão 2). A modernização inclui um novo motor de 1050 hp modelo 5TDFMA, nova torreta com canhão de 125mm modelo KBM-1M, novo sistema de controle de tiro, incluindo visão termal e carregador automático. O Tifon recebera nova blindagem com painéis de cerâmica e blindagem reativa. A nova suspensão foi necessária para compensar as 5 toneladas adicionadas. O Tifon terá três tripulantes apenas e a carga do canhão foi diminuída de 43 par 30 tiros.

A AAI recebeu contrato de US$ 3,05 milhões da DARPA para a fase I do programa Transformer Vehicle (TX) para demonstrar um veículo tático voador. O TX terá quatro lugares e poderá realizar pouso e decolagem automático para o motorista não precisar ser treinado como piloto. O projeto AAI é baseado na tecnologia slowed-rotro/compound (SR/C) da Cartercopter. O conceito é basicamente um autogiro com o rotor sendo desacelerado para aumentar a velocidade, descarregando o carga para as asas e permitindo voar mais rápido que um helicóptero. O motorista irá usar o volante, pedais e cambio para pilotar a aeronave no ar.

A DCNS mostrou um novo projeto de navio submergível chamado SMX-25. O navio tem 109 metros de comprimento e desloca 2.850 toneladas. Tem velocidade de 38 nós submerso e 10 nós submerso. A autonomia será de 2 mil milhas. A tripulação é de apenas 27 homens podendo levar 10 tropas adicionais. O armamento poderá ser mísseis em 16 lançadores verticais e torpedos (4 tubos). O navio também bem um pequeno hangar para levar VANTS de decolagem vertical.

A General Dynamics Electric Boat venceu um contrato US Navy de $35.9 milhões para desenvolver tecnologias de submarino avançadas para os estudos Concept Formulation (CONFORM) em apoio a áreas de fabricação, manutenção, sobrevivência, hidrodinâmica, acústica e material. O total pode chegar a US$ 711,4 milhões em cinco anos.

A ATK mostrou sua nova arma guiada minatura de 2,7kg para disparo por aeronaves não tripuladas capaz de ser levada em grande quantidade. A nova arma é uma bomba planadora com três asas dobráveis e caudas móveis. O guiamento é por laser semi-ativo e GPS. A instalação é em um casulo conformal. A cabeça de guerra pesa 1,8kg com baixo dano colateral e risco. Pode ser disparado do UAV Shadow que opera a nível de Brigada, cada um com quatro armas. O Predator, MQ-1C Grey Eagle e o Hunter com dois Hellfire levaria 24 bombas enquanto o MQ-9 Reaper levaria 72.

A Raytheon mostrou novos detalhes do seu novo míssil Griffin. O míssil tem 15 kg e mede 109cm comprimento com cabeça de guerra de 6kg. O míssil é derivado do Archer disparado de terra desenvolvido pela empresa em 2006. O SOCOM se interessou por uma versão disparada do ar para integrar no MC-130W Dragon Spear. O controle é por laser semi-ativo, com alcance de 12 a 15k m com guiamento por GPS de meio curso. O tipo de acionamento da espoleta pode ser escolhido antes do disparo com opção de airburst, contato ou atraso. Também foi adicionada a capacidade de disparo múltiplo com chegada simultânea no alvo.
A Raytheon testou seu míssil Small Tactical Munition (STM) para armas aeronaves não tripuladas dando capacidade de atacar alvos móveis e fixos. O STM pesa 5,8kg e tem 60cm comprimento.O guiamento é por sensor laser semi-ativo e GPS/INS. A operações de aeronaves não tripuladas recentemente mostraram a necessidade de os UAV pequenos ou ter uma grande quantidade de armas ou aumentar o alcance com armas menores.

A Boeing testou a versão guiada a laser do kit JDAM para as bombas MK84 de 900kg. Serão realizados no total sete testes contra alvos fixos, reposicionados e móveis a partir do F-16. Os primeiros dois testes fizeram manobras agressivas pré programadas para verificar a manobrabilidade e aerodinâmica. O sensor é o mesmo Precision Laser Guidance Set (PLGS) da Mk82 LJDAM.

A Lockheed-Martin foi escolhida para um contrato de US$ 157 milhões por dois anos e meio para o programa LRASM (Long-Range Anti-Ship Missile). O objetivo é desenvolver e demonstrar um míssil anti-navio disparado de navios de guerra com maior alcance e velocidade.

A Raytheon iniciou o desenvolvimento de um míssil ar-ar de longo alcance e alta velocidade com capacidade adicional anti míssil cruise e anti-radar para substituir os AMRAAM e HARM por um único míssil. O contrato inicial é de US$ 21,3 milhões da DARPA para o programa T3 - Triple Target Terminator. O T3 deve ser levado internamente em bombardeiro, F-35, F-15 Silent Eagle e aeronaves futuras. O programa inclui tecnologias de propulsão, sensor múltiplos, datalink e cabeça de guerra avançadas. Os voos de demonstração devem iniciar em 2014. Outros programas parecidos são o MR ROKM para desenvolver cabeças de guerra avançadas que focam a explosão em uma direção, o SITES para integrar sensores com a espoleta, o JDRADM com motor ramjet da Boeing e o DRADM-T para desenvolver o motor e o vetoramento de empuxo. O novo míssil poderá entrar em operação em 2025.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

F/A-22 incorpora os últimos avanços de vôo camuflado,além de uma espantosa miríade de armas para obter sucesso no combate aéreo e no ataque surpresa.




Os primeiros caças a jato surgiram no final da Segunda Guerra Mundial. Equipados com metralhadoras e enfrentando combates, eles provaram que vieram para ficar. Durante a Guerra da Coréia, mais caças armados entraram em ação, inclusive os primeiros supersônicos para combates aéreos e os primeiros a serem equipados apenas com mísseis.

A aeronave de combate moderna é praticamente um computador voador, que combina características tecnológicas e de camuflagem para se tornar invisível perante o radar inimigo e desferir ataques sem aviso prévio. Veremos em que consiste o mais novo caça do arsenal da Força Aérea dos EUA, o F/A-22 Raptor. A sigla "F/A" designa o Raptor como aeronave "combatente" ("fighter") e "atacante" ("attack"). Como veremos, o F/A-22 incorpora os últimos avanços de vôo camuflado, além de uma espantosa miríade de armas e de tecnologias para obter sucesso no combate aéreo e no ataque surpresa.
Houve uma época em que especulações de ficção cientifica colocaram em evidência o F-117 Nighthawk (em inglês) e o bombardeiro Stealth B-2.O radar funciona enviando ondas de rádio através de uma antena e coletando-as após se refletirem em objetos (consulte Como funciona o radar). Uma aeronave aparece como um ponto luminoso intermitente uma tela de radar de aeronave ou de estação térrea. Quanto maior a aeronave, maior será o ponto luminoso no monitor. Outros objetos, como um bando de pássaros, também podem ficar evidentes. Os projetistas de aviação trabalharam durante anos para minimizar o rastro de uma aeronave no radar, tornando-a invisível. Se as ondas de rádio forem defletidas ou absorvidas e não voltarem à antena do radar, a aeronave fica invisível ou pode ser confundida com um objeto qualquer não ameaçador.

Os projetistas de aviação usam extremidades irregulares com a forma de dente de serra, uma confusão proposital de superfícies curvas e outros truques para conseguir formas inesperadas capazes de defletir as ondas de radar. Os aviões são pintados com uma tinta espessa capaz de absorver as ondas de radar em vez de refleti-las. A idéia é provocar o aparecimento e o desaparecimento da aeronave em pleno ar.

O F/A - 22 incorpora todas lições aprendidas de outras aeronaves. É tão furtivo que, quando detectado pelo radar, tem o tamanho de uma abelha grande, apesar de ter mais de 19 m de comprimento e 13,5 m de envergadura.

Raptor x Nighthawk

A forma angular do F/A-22 é semelhante à do Stealth Fighter F-117. Muitas formas das superfícies são curvas por causa da variação do raio. Essas curvas espalham os feixes de radar em todas as direções, impedindo que elas voltem à fonte do radar. Não existem ângulos retos do lado externo do projeto. As bordas em dente de serra na cabine do piloto, as portas do trem de aterrissagem e outras aberturas também interrompem as ondas do radar. As bordas da asa principal e da asa traseira alinham-se exatamente, fazendo com que elas pareçam muito menores no radar.O F/A-22 possui duas grandes barbatanas verticais, semelhantes ao F-15 que, devido as suas barbatanas retilíneas, fica visível no radar. Entretanto, nos F/A-22, as barbatanas verticais estão posicionadas fazendo ângulo com o corpo da aeronave conseguindo assim defletir as ondas de radar. As barbatanas também ocultam as antenas internas que ajudam a manter a aeronave invisível.O revestimento externo do F-22 também absorve as ondas de radar e a cabine do piloto tem um projeto que minimiza o perfil do capacete do piloto.

Um outro método comum para a identificação de aeronaves é fazer o acompanhamento do rastro térmico deixado pelos seus motores a jato. Os mísseis sensíveis ao calor acompanham as emissões infravermelhas dos motores da aeronave para encontrar o alvo. O bloqueio das emissões pode enganar o buscador de calor. No F/A-22, as barbatanas horizontais na traseira da aeronave fazem com que o avião fique mais manobrável ainda agem como um escudo para a exaustão do calor do motor. A proteção contra o calor do motor reduz ao mínimo a assinatura térmica ou infravermelha do F/A-22.

Ao contrário dos caças atuais, ele pode carregar mísseis dentro da fuselagem. O F-15 e F-16, por exemplo, como só podem transportar mísseis sob as asas, refletem as ondas de radar e aumentam bastante a visibilidade do avião.O objetivo por trás dessa tecnologia é impedir que o inimigo encontre, acompanhe e faça o F/A22 de alvo. Os pilotos podem voar sobre áreas até então inacessíveis com esse sistema de camuflagem.

Continue a leitura e conheça as tecnologias que permitem o Raptor realizar façanhas até então inéditas para um jato de combate.
Os motores a jato usam pós-combustores para alcançar velocidades supersônicas. O pós-combustor é um acessório no final do motor a jato que injeta combustível no exaustor para queimar o oxigênio deixado na corrente de descarga. O pós-combustor é um modo fácil de adicionar potência para queimas curtas, como as de partida ou as de um combate aéreo. Entretanto, ele consome muito combustível. O caça a jato usa o pós-combustor para voar mais rápido do que a velocidade do som por longos períodos, mas isso diminui a distância que pode alcançar sem reabastecimento. O F/A-22 é a primeira aeronave de combate americana com capacidade para cruzeiros longos, ou para voar a velocidades supersônicas sem usar o pós-combustor. Nos primeiros testes de vôo ele conseguiu velocidades de mach 1.5 - maior que a velocidade do som - sem usar o pós-combustor. Usando o pós-combustor, ele pode alcançar mach 1.8.Os dois motores F119-PW-100 do Raptor Pratt and Whitney tem um empuxo de 155.688 N (35.000 Lbf) cada um, comparáveis aos empuxos dos motores do F-15, de 111.206 N e 128.998 N cada (25.000-29.000 Lbf). Combinado com um projeto aerodinâmico e sagaz, esses motores fazem com que o Raptor voe a velocidades supersônicas com um consumo de combustível menor que o de qualquer outro avião. Isso significa que o Raptor pode voar mais rápido por maiores períodos, alcançando seus alvos muito mais rapidamente do que os outros jatos. Ele pode permanecer mais tempo procurando alvos inimigos em uma área ou levar uma carga maior de bombas, uma vez que não precisa carregar tanto combustível.
Um piloto de caça a jato moderno confia na eletrônica e nos instrumentos para voar e combater o inimigo. Tradicionalmente, esses dois sistemas ficam separados na cabine do piloto, obrigando-o a gerenciar todas as informações separadamente.
O sistema F/A-22 foi projetado para permitir que um dos tripulantes se encarregue de todo o trabalho nos jatos de dois lugares, como o Tomcat F-14 e o Strike Eagle E-15. Seus sistemas foram os primeiros a integrar ao sistema global de vôo o radar, o manejo das armas e os sistemas eletrônicos.Nos bastidores encontram-se dois processadores integrados comuns (CIP - Common Integrated Processor), que são os cérebros do sistema. Essas unidades são pouco menores do que uma televisão média e são elas que fazem todo o processamento das informações necessárias para os sensores e armas. Atualmente, apenas 75% da capacidade dos CIP's é utilizada, de modo que eles podem facilmente assumir mais algumas tarefas, como as das necessidades de processamento da cabine. Existe espaço para instalação de um terceiro CIP, possibilitando um aumento de 200% da capacidade global.A cabine do piloto é projetada para facilitar o trabalho do piloto nas decisões tomadas durante a batalha.

Os monitores dos computadores do F/A-22 exibem todas as informações - são os primeiros a serem chamados de "cabine totalmente transparente" - durante um combate tático. Estes painéis de comando digitais são comuns nas aeronaves comerciais. A cabine do piloto é equipada com acelerador de mão e manche (Hands-on Throttle and Stick Control - HOTAS). Este sistema torna possível comandar o avião sem tirar as mãos dos controles de vôo. O F/A-22 tem também o primeiro sistema compatível com binóculos para visão noturna (NVG-Night Vision Googgles). Existe um painel no teto (HUD-Heads-Up Display) que projeta informações defronte ao campo visual do piloto, indicando o status do alvo e das armas, além de fornecer dicas sobre a pontaria, correta ou não, para atingir o alvo. O piloto entra com essas informações para as comunicações, piloto automático e navegação no painel de controle integrado (ICP-Integrated Control Panel) na parte superior e no centro do painel de instrumentos.

A cabine do piloto tem seis monitores de cristal líquido (LCDs). O monitor principal é um LCD de 8 x 8 polegadas (20,3 cm x 20,3 cm) que fornece uma vista tática em planta da situação aérea e terrestre. Isso inclui a identidade da ameaça e sua prioridade, além de informações de rastreamento. Dois monitores menores mostram comunicações, navegação, identificação e informação de vôo. Três monitores secundários mostram ameaças aéreas, ameaças terrestres e gerenciamento do armazenamento de dados.

A meta é simplificar o processamento de todas informações que estejam sendo mostradas ao piloto. O piloto pode dizer, com um relance, em qual situação se encontra o avião inimigo - que aparece como triângulos vermelhos -, o avião amigo - que surge como um círculo verde -, uma aeronave desconhecida - aparecendo como um quadrado amarelo - e os mísseis terra e ar, mostrados como pentágonos. Para mostrar um enquadramento perfeito no alvo, o triângulo vermelho torna-se sólido. O sistema tem precisão de 98% na determinação do tipo de aeronave que está dentro do seu alcance. Na impossibilidade de uma identificação; o objeto é mostrado como não identificado. Com toda essa tecnologia à bordo, os F/A-22s podem formar um link de transmissão wireless, compartilhando informações táticas sem usar o rádio como meio de comunicação. O piloto pode saber quanto combustível e armas um co-piloto está levando, mantendo silêncio pelo rádio. Grupos de aviões podem planejar ataques conjuntos, pois cada um deles conhece os alvos que os outros já identificaram. Os F/A-22 podem também se comunicar com aviões do Sistema de Controle e Advertência Aéreo (AWACS - Airborne Warning and Control System) e baixar informações dos aviões de reconhecimento.
O sistema de radar fornece uma primeira visão para o F/A-22, um instantâneo, e uma previsão de sucesso do ataque. Isso significa que ele pode ver primeiro o avião inimigo, disparar um míssil e destruir o alvo sem que o outro piloto possa sequer saber o que está se passando.O radar AN/APG-77 (em inglês) foi desenvolvido especificamente para o F/A-22. Usa uma antena ativa de varredura eletrônica de 2.000 módulos transmissores/receptores. O radar fornece informações detalhadas aos pilotos acerca das múltiplas ameaças antes do adversário sequer detectar a presença do F/A-22.

Além disso, o radar pode misturar os sistemas eletrônicos do inimigo e dar informações por voz e dados por meio de um link seguro.

Contramedidas
Para detectar a atividade inimiga, o F/A-22 leva um receptor para denunciar radares e um detector de lançamento de mísseis. Na eventualidade do inimigo descobrir o F/A-22 empregando detectores de calor ou de mísseis teleguiados por radar, o F/A-22 pode lançar chamas que despistem os buscadores de calor e "chaffs" - pequenos fragmentos de material reflexivo que dispersam as ondas do radar e confundem o sistema de rastreamento de mísseis.

Uma bomba suja é um explosivo projetado para espalhar material radioativo nocivo sobre uma ampla área.




Uma bomba suja é um explosivo projetado para espalhar material radioativo nocivo sobre uma ampla área. Quando as pessoas ouvem "bomba" e "radioativa" na mesma frase, imediatamente pensam em guerra nuclear. Especialistas concordam que a bomba suja seria mais uma arma perturbadora do que uma arma destrutiva.
Uma bomba suja é muito mais parecida, em potência, a um explosivo comum do que a uma bomba nuclear. Mas o medo da contaminação poderia causar pânico, da mesma forma que o antraz, em 2001, aterrorizou grande parte da população nos Estados Unidos, apesar de poucas pessoas terem sido infectadas.

Neste artigo, vamos descobrir o que são as bombas sujas e o que elas fazem. Também vamos analisar o que pode acontecer se uma dessas bombas explodir em uma área pública e vamos considerar algumas das conseqüências deste tipo de ataque.
Conceitualmente, uma bomba suja (ou bomba de dispersão radiológica) é um dispositivo muito simples: é um explosivo convencional, como o TNT (trinitrotolueno), empacotado com um material radioativo. Ela é muito mais rústica e barata do que uma bomba nuclear e também é bem menos eficaz. Mas ela combina uma certa destruição explosiva com danos radioativos.
Os explosivos potentes causam danos por meio de um gás muito quente que se expande rapidamente. A idéia básica de uma bomba suja é usar a expansão de gás como um meio de propulsão para o material radioativo sobre uma extensa área, não a força destrutiva em si. Quando o explosivo é liberado, o material radioativo se espalha em um tipo de nuvem de poeira transportada pelo vento que atinge uma área maior do que a da própria explosão.

A força destrutiva da bomba, a longo prazo, seria a radiação ionizante do material contido nela. A radiação ionizante, que inclui partículas alfa, partículas beta, raios gama e raios-X é uma radiação com energia suficiente para extrair um elétron orbital para fora de um átomo. A perda de um elétron altera o equilíbrio entre os prótons e os elétrons do átomo, o que gera uma carga elétrica líquida no átomo (ele se torna um íon). O elétron liberado pode colidir com outros átomos para criar mais íons (confira Como funcionam os átomos para mais informações sobre partículas sub-atômicas).

Se isso acontece no corpo de uma pessoa, o íon pode causar muitos problemas porque a sua carga elétrica pode levar a reações químicas anormais dentro das células. Entre outras coisas, a carga pode quebrar as cadeias de DNA. Uma célula com uma fita de DNA quebrada morre ou o seu DNA desenvolve uma mutação. Se muitas células morrem, o corpo pode desenvolver várias doenças. Se o DNA sofre mutação, uma célula pode se tornar cancerígena e este câncer pode se espalhar pelo corpo. A radiação ionizante também pode causar o mal funcionamento das células, o que resulta em uma ampla variedade de sintomas coletivamente conhecidos como doença da radiação (em inglês). A doença da radiação pode ser fatal, mas as pessoas podem sobreviver a ela, particularmente se receberem um transplante de medula óssea.

Em uma bomba radioativa, a radiação ionizante vem dos isótopos radioativos, que são átomos simples que se degradam com o tempo. Em outras palavras, a disposição de prótons, nêutrons e elétrons que compõem o átomo gradualmente muda, formando diferentes átomos. Esta degradação radioativa libera um pouco de energia na forma de radiação ionizante.

Estamos expostos a pequenas doses de radiação ionizante constantemente: ela vem do espaço sideral, dos isótopos radioativos naturais e das máquinas de raio-X. Esta radiação pode causar câncer, mas o risco é relativamente baixo porque somente doses muito pequenas desta radiação são encontradas.

Uma bomba radioativa elevaria o nível de radiação acima dos níveis normais, aumentando o risco de câncer e doença da radiação.

Existe uma enorme variedade de possíveis projetos de bomba suja. Diferentes materiais explosivos, aplicados em determinadas quantidades, gerariam diferentes tipos de explosões. Diferentes tipos e quantidades de material radioativo contaminariam uma área em diversos níveis. Alguns designs incluem:
•uma bomba pequena, com uma bomba de dinamite e uma quantidade muito pequena de material radioativo
•uma bomba de tamanho médio, como uma mochila ou pequeno carro cheio de explosivos e uma quantidade maior de material radioativo
•uma bomba grande, como um caminhão cheio de explosivos e uma boa quantidade de material radioativo
Os construtores destas bombas não teriam muito problema para obter explosivos potentes: a dinamite está prontamente disponível e o TNT não é tão difícil de achar. A principal limitação da bomba seria o material radioativo disponível.

Ele não é tão acessível quanto o material explosivo, mas existem algumas fontes de material radioativo no mundo. Por exemplo:

•hospitais usam pequenas quantidades de material radioativo, como o césio-137, na medicina nuclear;
•as universidades usam materiais similares para conduzir pesquisas científicas;
•as instalações de irradiação de alimentos usam a radiação do cobalto-60 para matar bactérias nocivas aos alimentos (veja CDC: perguntas freqüentes sobre irradiação de alimento - em inglês - para mais informações);
•isótopos radioativos naturais de urânio (em inglês) são extraídos em minas para uso em energia nuclear;
•existem inúmeras "baterias nucleares" abandonadas espalhadas em torno da antiga União Soviética. Estes geradores termoelétricos portáteis contêm uma boa quantidade de estrôncio-90, um isótopo radioativo altamente potente.
•as pessoas também poderiam coletar combustível radioativo gasto dos reatores russos que foram abandonados em antigos submarinos nucleares, entre outros lugares;
•também seria possível contruir uma bomba suja usando vários materiais de baixo nível radioativo, como o material radioativo dos detectores de fumaça.
Mas o que realmente aconteceria se alguém explodisse uma bomba contendo qualquer um destes materiais? Até onde se sabe, não há uma resposta precisa. Pergunte a 10 especialistas diferentes e provavelmente você obterá 10 respostas diferentes. Na próxima seção, vamos analisar as várias situações possíveis.

É difícil prever a extensão dos danos de uma bomba suja porque existe um imenso número de variáveis envolvidas. O tipo e quantidade dos explosivos e o material radioativo fazem uma grande diferença, é claro, mas fatores completamente aleatórios como a velocidade do vento também podem exercer influência. Ainda há muitas divergências sobre quais seriam os efeitos à saúde a longo prazo.
A bomba suja mais provável conteria uma quantidade pequena ou média de explosivos (4 a 20 kg de TNT por exemplo) com uma pequena quantidade de material radioativo de baixo nível (digamos uma amostra de césio-137 ou cobalto-60 de um laboratório universitário).

Este tipo de bomba não seria potencialmente destrutiva. Provavelmente, quaisquer mortes imediatas (e todo o dano material) seriam resultado da explosão em si e não da radiação. O explosivo agiria como uma força propulsora para o material radioativo. Uma nuvem de poeira radioativa se estenderia para muito além do local da explosão, possivelmente abrangendo muitos quilômetros quadrados. As bombas que contêm resíduos radioativos de usinas nucleares ou geradores nucleares portáteis causariam mais danos, mas os terroristas teriam menos chances de usá-las porque a manipulação destas bombas é mais difícil. Os fabricantes da bomba morreriam devido à exposição ao material radioativo apenas por montar e transportar a bomba.

Se as pessoas retirassem as roupas contaminadas, tomassem um banho e evacuassem a área até um dia (aproximadamente) após uma explosão pequena ou média, elas provavelmente ficariam bem. A bomba elevaria os níveis de radiação acima dos níveis normais, considerados seguros, mas não muito acima disto. A curto prazo, o corpo humano conseguiria lidar com essa exposição aumentada com bastante facilidade. As pessoas que estivessem muito próximas à explosão poderiam sofrer da doença da radiação e precisar de cuidados hospitalares.

A principal preocupação seria a exposição prolongada. Muitos isótopos radioativos se unem extremamente bem a outros materiais (incluindo concreto e metal). Isto tornaria praticamente impossível remover completamente o material sem demolir todas as estruturas contaminadas. Equipes de limpeza poderiam limpar (lavando) grande parte do material radioativo, mas provavelmente uma pequena quantidade permaneceria no local por muitos anos (talvez décadas). Qualquer morador estaria exposto a esta radiação regularmente, o que poderia causar câncer.

Isso faria uma grande diferença para a saúde? Muitos especialistas declaram que os riscos à saúde seriam desprezíveis se o governo realizasse uma limpeza durante algumas semanas ou meses. O nível de radiação seria apenas um pouco mais alto que os níveis normais, considerados aceitáveis, e não aumentaria muito o risco de desenvolvimento de câncer (acesse o link As bombas sujas podem criar muito mais medo do que câncer (em inglês) do American Institute of Physics - em inglês - para saber mais sobre este ponto de vista).

Um outro grupo afirma que tal ataque poderia deixar uma cidade inabitável por anos ou décadas. Recentemente, a Federation of American Scientists - FAS (em inglês), Federação de Cientistas Norte-americana, preparou um relatório detalhando três cenários representativos de um ataque com bomba suja. Em todos os três, a FAS declara que o risco de câncer em algumas áreas contaminadas seria tão alto que o governo teria de evacuar ou demolir a área. Estas previsões são baseadas nas atuais diretrizes da Environmental Protection Agency - Agência de Proteção Ambiental norte americana (em inglês).

Não há precedentes para um ataque de bomba suja, mas podemos aprender com outros incidentes de contaminação radioativa. Nagasaki e Hiroshima foram ambas expostas a uma quantidade muito maior de material radioativo em uma explosão nuclear real e hoje são consideradas completamente seguras para habitação. Por outro lado, ainda existem áreas ao redor de Chernobyl consideradas inseguras devido à alta radioatividade.

Independentemente dessas opiniões sobre os riscos à saúde a longo prazo, a maioria dos especialistas concorda que uma bomba suja seria mais uma arma perturbadora do que uma arma destrutiva. Provavelmente, a notícia de uma contaminação radioativa causaria o alastramento do pânico e a corrida para evacuar a cidade atingida poderia causar mais danos do que a própria bomba. A economia de um país também seria afetada, especialmente se a bomba explodisse em uma grande cidade. Mesmo se o governo garantisse ao público que a área era habitável, os valores dos imóveis e o turismo poderiam afundar.

É exatamente por isso que as bombas sujas são uma arma atraente para os terroristas. O principal objetivo dos terroristas é obter a atenção das pessoas e inspirar o terror, duas coisas que uma bomba suja conseguiria muito facilmente.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

"Bombas inteligentes", controlam sua queda com precisão para atingir o alvo designado.






O conceito básico de uma bomba não poderia ser mais simples. Uma bomba convencional consiste em um pouco de material explosivo embrulhado em um invólucro resistente com um mecanismo detonador. O mecanismo detonador tem um dispositivo de gatilho, normalmente um sistema de retardamento, um sensor de impacto ou um sensor de proximidade, que dispara a bomba. Quando o gatilho é disparado, o detonador faz o material explosivo entrar em ignição, o que resulta em uma explosão. A extrema pressão e fragmentos que voam da explosão destroem as estruturas das proximidades. Consulte Como funcionam as granadas para obter mais informações sobre explosivos e detonadores.

Uma "bomba burra" só contém estes elementos citados, liberada por um avião (como o Bombardeiro B-2). Essa bomba é considerada "burra" porque simplesmente cai no solo sem direcionar-se de modo ativo. E nem é preciso dizer que é uma façanha atingir um alvo com precisão se estiver usando este tipo de arma. Um bombardeiro pode ter que liberar dúzias ou até centenas dessas bombas para eliminar um alvo de maneira eficaz.

"Bombas inteligentes", por outro lado, controlam sua queda com precisão para atingir o alvo designado. Neste artigo, vamos descobrir como os principais tipos de bombas inteligentes conseguem isso.

Princípios básicos das bombas inteligentes
Uma bomba inteligente é essencialmente uma bomba comum com algumas modificações. Além do detonador comum e do material explosivo, ela tem:

* um sistema com sensor eletrônico;
* um sistema de controle integrado (um computador de bordo);
* um conjunto de aletas de vôo ajustáveis;
* uma bateria.

Quando um avião solta uma bomba inteligente, ela se torna um planador especialmente pesado. Não possui nenhum tipo de sistema de propulsão próprio, como o de um míssil, mas possui uma velocidade de movimento (pelo fato de ser liberada por um avião em movimento) e aletas de vôo que geram força de sustentação e estabilizam o seu caminho de vôo.

O sistema de controle e as aletas ajustáveis dão à bomba uma maneira de se direcionar enquanto plana no ar. Enquanto ela está "em vôo", os sistemas de sensor e controle rastreiam o alvo desejado no solo. O sensor alimenta o sistema de controle quanto à posição relativa do alvo e o sistema de controle processa essas informações e calcula como a bomba deve virar para que se direcione ao alvo.

Para efetivamente virar a bomba, o sistema de controle envia uma mensagem aos ativadores que ajustam as aletas de vôo. Essas aletas funcionam da mesma maneira que os diferentes flapes de um avião. Inclinando as aletas em uma direção específica, o sistema de controle aumenta a resistência atuando naquele lado da bomba. Como resultado, a bomba vira naquela direção. Consulte Como funcionam os aviões para mais informações.

Este processo de ajuste continua até que a bomba inteligente atinja seu alvo e o mecanismo detonador acione o explosivo. As bombas inteligentes costumam ter detonadores de proximidade, que disparam o explosivo um pouco antes da bomba atingir o alvo ou detonadores de impacto, que disparam o explosivo quando a bomba atinge algo.

A principal diferença entre os diferentes tipos de bombas inteligentes está em como o sensor efetivamente "enxerga" o alvo em primeiro lugar.

As bombas inteligentes de ontem
Até há bem pouco tempo atrás, a maior parte das bombas inteligentes eram guiadas por infravermelho e TV ou por laser. Ambas usam sensores visuais para localizar os alvos em terra.

Uma bomba guiada por infravermelho e TV possui uma câmera de televisão convencional ou uma câmera infravermelha para visão noturna acoplada na sua parte frontal. No modo de operação remoto, o controlador transmite informações através de sinais de rádio para um operador humano, que normalmente está a bordo do avião bombardeiro. O operador remoto transmite comandos para o sistema de controle para direcionar a bomba no ar, como se ela fosse um avião de controle remoto. Neste modo, o operador pode lançar a bomba sem um alvo e visão específicos, e então escolher o alvo a partir do vídeo enquanto a bomba vai se aproximando do solo.


Foto cedida pela Força Aérea Americana
A GBU-15, uma bomba inteligente com infravermelho e TV

Já no modo automático, o piloto localiza um alvo pela câmera de vídeo da bomba antes do lançamento e envia um sinal dizendo à bomba que se prenda àquele alvo. O sistema de controle da bomba a direciona para que a imagem do alvo indicado sempre fique próxima ao centro da tela de vídeo. Assim, a bomba mira automaticamente no alvo selecionado.

As bombas inteligentes guiadas por laser têm um funcionamento um pouco diferente. Em vez de um sensor com câmera de vídeo, a bomba tem um rastreador de laser - uma estrutura de fotodiodos. Como você já deve imaginar, os fotodiodos são sensíveis a uma freqüência específica de laser. Para que a bomba veja o alvo, um operador humano separado, localizado no solo ou no ar, tem que "pintar" o alvo desejado com um feixe de laser de alta intensidade. O feixe se reflete no alvo e o rastreador de laser o encontra.
O iluminador laser tem a sua própria freqüência de pulso exclusiva. Antes de soltar a bomba, o computador do bombardeiro informa ao sistema de controle do míssil a freqüência de pulso específica, através de uma conexão eletrônica com a bomba. Assim que a bomba é liberada, o sistema de controle somente irá se interessar em energia laser com essa freqüência de pulso. O objetivo básico do sistema de controle é direcionar a bomba para que o raio laser refletido esteja acertando a área próxima ao centro da estrutura de fotodiodo. Isso faz com que a bomba mantenha-se direcionada diretamente no alvo.

Esses sistemas podem ser altamente eficazes, mas eles têm uma desvantagem principal: o sensor da bomba obrigatoriamente tem que manter contato visual com o alvo. Se nuvens ou obstáculos estiverem no meio do caminho, a bomba provavelmente vai perder o seu curso.

O JDAM
A tecnologia do momento em bombas inteligentes é a JDAM (em inglês) da Boeing, que significa munição de ataque direto conjunto. A idéia básica por trás do programa da JDAM é equipar bombas "burras" já existentes com sofisticadas seções de orientação na parte traseira. A Força Aérea Americana (em inglês) atualmente utiliza a tecnologia JDAM com ogivas BLU-109 (em inglês) ou MK-84 (em inglês) de 907 kg, ou com as ogivas BLU-110 (em inglês) ou MK-83 (em inglês) de 454 kg.

O "kit de cauda" JDAM inclui aletas de cauda ajustáveis, um computador de controle, um sistema de navegação por inércia e um receptor GPS. Tanto o receptor GPS como o sistema de navegação por inércia permitem que a bomba se localize no espaço. O receptor GPS calcula sua posição ao interpretar os sinais de satélite GPS (consulte Como funcionam os receptores GPS), enquanto o sistema de navegação por inércia monitora os movimentos da bomba, rastreando seu caminho a partir da posição de lançamento.

Antes de liberar a bomba, a aeronave utiliza seu próprio receptor GPS para localizar alvos específicos no solo. Um pouco antes de liberar a bomba, o computador da aeronave fornece a posição atual ao computador da bomba e as coordenadas GPS do alvo.

No ar, o receptor GPS do JDAM processa sinais de satélites GPS para se manter atualizado sobre sua posição. Assim como com outras bombas inteligentes, o sistema de controle ajusta as aletas de vôo para "manobrar" a bomba na direção certa. De acordo com a Força Aérea Americana, o sistema tem precisão de um raio de 13 metros. Quando tudo acontece da maneira certa, a bomba costuma acertar o alvo com pouca margem de erro.

Este sistema trabalha bem até em temperaturas ruins, já que o JDAM obtém todas as informações dos sinais de satélites, que não correm o risco de serem bloqueados por nuvens ou obstáculos. A bomba não precisa enxergar nada para achar o alvo. E a um custo de cerca de U$ 20 mil por kit de cauda, que pode ser adicionado a uma ogiva já existente, é muito mais econômico do que bombas guiadas por laser de mais de U$ 120 mil.

Um compartimento de bombas de um B-1B Lancer, carregado com bombas BLU-109 de 907 kg e equipadas com JDAM, antes de uma missão durante a Operação Liberdade Duradoura

A JDAM teve um papel muito importante na invasão americana do Afeganistão em 2001, e certamente vai ter um papel significativo em qualquer campanha americana com bombardeios que venham a ocorrer no futuro próximo. Embora as bombas inteligentes mais recentes não sejam 100% precisas, apresentam melhorias significativas em relação a suas precursoras e estão ocupando cada vez mais espaço no arsenal americano.