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sexta-feira, 22 de abril de 2011

MOBILIZAÇÃO TOTAL NA OPERAÇÃO TEMPESTADE NO DESERTO-Descrição do avanço da Coalizão por terra.(Preparação para a Guerra Terrestre )














O apoio aéreo as forças combatendo em terra iniciaram no primeiro dia da campanha aérea e foram até o fim da guerra. Inicialmente isolariam o campo de batalha cortando as comunicações e parando os suprimentos. Nos combates terrestres fariam CAS (Close Air Support), ou Apoio Cerrado, a frente das tropas.
As operações de CAS na Operação Desert Storm foram realizadas apenas nas 100 horas finais do conflito e por pouco tempo na batalha de Khafji. A duração da batalha terrestre foi curta assim como as condições dos engajamentos. Junto com as tropas inimigas desmoralizadas tornaram difícil fazer generalizações dos combates. O avanço também foi muito rápido. Foram feitos reconstrução dos engajamentos e não do teatro como um todo.
Duas missões de F-16 e outra de A-10 foram para auxiliar equipes de reconhecimento de Forças Especiais detectadas atrás das linhas e necessitando de extração de emergências. Sem o CAS não teriam sobrevivido ou seriam capturadas.

A batalha de Al Khafji originou com a intenção iraquiana de forçar a coalizão em um grande engajamento em terra tentando virar a guerra para sua vantagem. Com os ataques aéreos demorando e mais severos que o previsto, Saddam esperava que em terra teria mais vantagem. Com as suas forças ficando enfraquecidas pelos ataques ou deserção, poderia aproveitar o que tinha e até elevar o moral, com os prisioneiros da coalizão capturados sendo usados como fonte de inteligência para determinar as intenções da coalizão. Esta era a interpretação da ação iraquiana e os prisioneiros confirmaram depois.
A batalha de Khafji iniciou duas semanas pós a campanha aérea na noite do dia 30 de janeiro. Os iraquianos cruzaram a fronteira em Ras Al Khafji, Wafrah e Umm Hujul. Apenas em Al Khafji os avanços não foram logo repelidos e ultrapassaram os postos avançados.
A operação iraquiana em Khafji foi uma operação falha desde inicio. Eram três frentes de sondagem da 5a Divisão Mecanizada até o contato. Três se perderam, mas uma acabou encontrando Khafji e foi destruída.
A cidade de Khafji tinha 3 km de norte a sul e 2km leste a oeste. Na invasão havia duas equipes de reconhecimento do USMC com seis tropas que enviavam notificações da movimentação de tropas iraquianas no local.
O ataque foi centrado em duas divisões pesadas no sul do Kuwait, a 5a Mecanizada e 3a Blindada. Uma Divisão avançaria e outra exploraria a vantagem. O ataque iniciou com três batalhões da 5a Divisão, e seria seguida da 3a Divisão reforçando e depois substituindo. Avançaram em três frentes e duas foram paradas ou voltaram por ação de tropas em terra ou aviação. A terceira atingiu Al Khafji. As unidades de reforço também foram paradas e se retiraram como a 3a Divisão, principalmente pela ação da aviação.
O TACC não reagiu rápido aos primeiros movimentos iraquianos, mas mudou a missão de 140 aeronaves táticas para ataques sucessivos contra os iraquianos. Com as tropas concentradas os ataques foram efetivos. Uma Brigada blindada teve o primeiro blindado na coluna destruído e parou toda a coluna avançando. Depois todos os blindados foram destruídos pelos ataques aéreos. Um veterano da guerra Irã-Iraque disse que sofreu mais em um dia do que em 10 anos contra o Irã. A 3a Divisão Blindada nem conseguiu concentrar devido aos ataques aéreos. A 5a Divisão foi eliminada e se retirou para Basra.
Depois do ataque falhar não tentaram outros mas iniciaram a construção de mais barricadas, cavavam mais fundo, dispersavam suprimentos e iniciaram o uso de pequenos comboios, movimento o posto de comando frequentemente e com uso mais frequente de alvos falsos. O efeito nos comandantes iraquianos foi mais importante. Perceberam que um contra-ataque ou retirada seria impossível devido aos ataques aéreos furiosos da coalizão.
Um ataque B-52 e dois pacotes indo para Guarda Republicana foram desviados para apoiar as operações. Foram mais de 100 blindados destruídos. Os B-52 espalharam os blindados que foram facilmente detectados. Os B-52 foram usados contra intercessões de estradas mais ao norte onde as tropas estariam se preparando e esperavam mais efeito psicológico. O E-8 JSTARS (Joint Surveillance and Target Attack Radar System) participou em operações de vigilância. Detectava, acompanhava e passava alvos. As aeronaves atacando mais ao norte informação movimento da Guarda Republicana. O JSTARS vigiava estas unidades de longe. Podia evitar que seriam pegos de surpresa ou por ataques em outra direção com o inicial sendo um ataque de desvio de atenção.
A Arábia Saudita não fazia operações de CAS para suas tropas e o USMC forneceria. Os jatos do USMC voavam diariamente sobre as posições sauditas para reforçar que teriam CAS. Os sauditas nem tinham experiência com guerra mecanizada.
Na batalha de Khafji foram realizadas missões de CAS. Operando próximo a costa as tropas tinham um oficial do USMC para chamar apoio de fogo naval. Os sauditas, Qatar e fuzileiros da 3a MAW repeliram o ataque em terra. Os UAV e JSTARS apoiaram assim como vários tipos de aeronaves incluindo os AC-130. Em três dias foram cerca de mil saídas de todos os tipos incluindo os helicópteros de ataque em três Kill Box. As aeronaves usadas na batalha foram os AH-1W, AV-8B, A-10 e AC-130 e os F/A-18. O AV-8B e OV-10 dobraram as saídas diárias. Cerca de 50 blindados foram destruídos pelo ar. Foram 14 fuzileiros e quatro soldados sauditas mortos em três incidentes de fratricídio. O pior foi com um A-10 disparando um Maverick a noite com sete mortos.
Três AC-130 apoiaram a batalha de Kafji. Um estava na estação, um apoiando com REVO (reabastecimento em voo) e um em alerta. Um foi derrubado no amanhecer do dia 31 de janeiro após caçar um lançador de foguetes FROG-7 com todos os 14 tripulantes mortos.
Os helicópteros Cobra e os caças Harrier e Hornet destruírem cerca 40-50% dos blindados em Khafji. Sem este apoio seria difícil conquistar a cidade. Os iraquianos lutaram inicialmente, mas o poder de fogo em terra e no ar da coalizão os fez desistir. O moral das tropas da coalizão aumentou. Os árabes que retomaram a cidade, sauditas e do Qatar, não eram bem treinados e nem conheciam seu próprio equipamento. Simplesmente se concentraram as vistas dos iraquianos, que não aproveitaram para dizimá-los com a artilharia, e atacaram sem coordenação ou sem se comunicar. Venceram o que pensavam ser uma força mais potente e experiente.
A batalha de Kafji também foi seguida de um ataque pelo mar. As lanchas TNC 45 com Exocet e Osas com Styx apoiariam o ataque a Khafji. Os navios iraquianos foram logo detectados e atacados por aeronaves A-6E, Jaguar e helicópteros Lynx. Os Lynx da Royal Navy rearmaram em dois contratorpedeiros no norte do Golfo Pérsico e dispararam 25 mísseis Sea Skua com 18 acertos prováveis. Os A-6E viram movimento e dispararam bombas guiadas a laser contra três navios. Os A-6 e F/A-18 atacaram com bombas Paveway, canhão e Rockeye. Foram 11 navios danificados e dois fugindo para o Irã.
A batalha foi importante por passar detalhes sobre as operações iraquianas. A batalha de Kafji mostrou que os iraquianos eram bem menos treinados e equipados que o esperado. Até roubavam e levavam comida da cidade. A falta de cobertura aérea inibia as ações. Apanharam tanto que nem pensaram mais em se mover. As ações em Khafji mostraram o que lhes esperava. No combate terrestre evitou que atuassem além da autodefesa e várias unidades nem tentaram se defender. Em outros apenas forçou a se rendem sem agir.

Para a Coalizão a impressão de Al Khafji foi pouca. Inicialmente foi vista como uma finta e não como um ataque principal. Todos pensavam que seria um ataque de despistamento de outro principal no leste ou oeste. A supressão dos Scud e os ataques a Guarda Republicana ainda era o foco principal das operações aérea. Como os danos foram mais a retaguarda dos iraquianos não sabiam bem que foi intenso.

O planejamento da guerra terrestre iniciou em setembro de 1990. O plano incluía usar o Poder Aéreo para deslocar tropas para o oeste da fronteira iraquiana e mascarar os movimentos da Inteligência iraquiana. As operações terrestres foram baseadas em engodo e guerra de manobra rápida. A manobra em gancho para cercar o Kuwait foi planejada desde o inicio, mas só foi escutado após o reforço de um Corpo blindado chegar. Só em novembro foi decidido cortar o inimigo e destruir. O movimento para o oeste duraria duas semanas e os ataques aéreos deveriam esconder a manobra. Com um só Corpo inicial seria um ataque pelo meio da fronteira do Kuwait. O risco de baixas esperadas era alto com um contra-ataque iraquiano.
Os EUA teve que mover um Corpo de Exército por 330 milhas de deserto para realizar o gancho. Um corpo aerotransportado moveu 500 milhas. Junto foi feito uma simulação de desembarque anfíbio para deslocar as forças iraquianas na direção contrária. O deslocamento de uma quantidade tão grande de tropas não seria possível em segredo sem a superioridade aérea.
As manobras para o gancho a esquerda iniciaram em 17 de janeiro. Tinham que esconder dos iraquianos e precisavam da campanha aérea para isso. No final conseguiram surpresa em relação a direção e intenções do ataque e o avanço pelo flanco oeste pegou os iraquianos completamente de surpresa. Os C-130 ajudaram muito o deslocamento como feito no Vietnã. Levava mais o pessoal do XVIIII Corpo Airborne de King Fahd para Rafha a 700 km. Era um pouso a cada sete minutos em 30 dias. Depois ajudou na construção de bases logística e transporte de suprimentos. Outra ação era levar itens críticos no deserto garantindo alta prontidão. Levaram 600 mil galões de combustível para bases avançadas (FOL) e bases logísticas para o US Army.
Os comboios e centros logísticos formados eram alvos bem lucrativos. Os iraquianos tinham poucos UAV para a fazer missões de reconhecimento em uma área tão bem defendida, mas não se sabe o que poderiam fazer com a informação. Um piloto do Iraque que penetrasse a fronteira da Arábia Saudita veria milhas e milhas de comboios indo para oeste e aeronaves C-130 e helicópteros de transporte acima.
Bem a oeste o XVIII Corpo Aéreo atacaria bem dentro do vale do Rio Eufrates com o movimento podendo ser interpretado como o primeiro estágio de um ataque a Bagdá. Na verdade era para bloquear e proteger o flanco do ataque principal do VII Corpo no leste. Também viria do oeste contra a Guarda Republicana e o exército iraquiano. A leste a 1a Divisão de Cavalaria atacaria Wadi al Batin e atacaria primeiro para mostrar que seria a direção principal. Duas Divisões do USMC com a Brigada Tiger do US Army com carros de combate M1 Abrams atacaria em direção a cidade do Kuwait. O ataque teria a intenção de sobrecarregar a estrutura de comando iraquiana que não estavam acostumados a gerenciar tanta informação de uma vez só.
O Poder Aéreo apoiaria o avanço das tropas evitando que as tropas iraquianas se concentrarem e o CAS seria usado para facilitar o avanço. Os pilotos foram ordenados a se arriscarem para apoiar as tropas voando mais baixo do que nas fases anteriores. Inicialmente os pilotos foram ordenados a não se arriscar pois nenhum alvo valia o valor da aeronave ou piloto. Após iniciar a ofensiva terrestre as restrições de altitude de ataque foram diminuídas e até eliminadas se as tropas em terra estiverem em perigo. Quando CAS existe a força luta a baixa altitude
A outra estratégia era diminuir o poder de luta em 50% das tropas. Algumas unidades sofreram até menos. Em fevereiro a preparação do campo de batalha era a principal missão principal da guerra aérea. Entre os dias 20 fevereiro ao dia 24 (dia D), os comandantes terrestres queriam mais ataques as forças frontais principalmente os alvos imediatamente a frente do avanço. O comandante Schwarzkopf ainda priorizava a Guarda Republicana. Foram nomeados dois mil alvos, mas só atacaram 300 entre as tropas terrestres. No dia 22 de fevereiro iniciaram ataques intensivos para preparar o campo de batalha. No dia 23 de fevereiro foram responsáveis por 89% das saídas. Mesmo assim não atingiram 50% dos danos esperado.
O efeito cumulativo foi a falta de água, comida e munição para as tropas. As tropas iraquianas que se renderam logo pediram comida. No fim da campanha aérea os iraquianos já previam que perderiam o Kuwait e era até arriscado perder o exército após a batalha em Khafji. A fuga das tropas iraquianas do Kuwait começou logo com a queda das primeiras bombas. Os alvos eram Centros de Comando, blindados e artilharia que eram a base para medir a efetividade de combate do inimigo.
As unidades de manobra em terra eram excelentes alvos para o bombardeiro em massa tipo "carpet bomb". Estas unidades são efetivas até os membros individuais decidirem que a coesão é necessária ou possível. Os ataques de precisão seriam numerosos e arriscados. O atrito para atacar veículos individuais era efetivo, mas demorava, mas tiveram tempo na Operação Desert Storm. A experiência da Segunda Guerra Mundial já tinha mostrado que o bombardeiro em massa não destruía blindado, mas pode quebrar a coesão das unidades sem destruir. Soldados podem desertar, render ou não lutar efetivamente.
No fim da guerra, a maioria dos prisioneiros de guerra cita que o B-52, a aeronave com menor precisão, foi a que teve maior impacto na moral. Os ataques de células de B-52 eram realizados a cada 3 horas de dia e a noite. Os prisioneiros não desertaram por terem seus blindados e artilharia destruídos. Até gostavam de saber o que eram o alvo para ficarem longe. A falta de comida e alimentos contou mais.
Os iraquianos esperavam ataques aéreos por alguns dias e até uma semana. Com a continuação e intensidade dos ataques passaram a perceber que o fim era certo. O medo da morte por bombas era pequeno, mas o medo estava sempre presente. O efeito do ataque era mais uma combinação dos alvos e intensidade. Aumentou de intensidade durante a guerra, primeiro na Guarda Republicana, e depois na linha de frente com cada um dos nove Kill Box recebendo 100 strikes por dia. Os ataques aéreos impediram as tropas de se moverem ou ficaram sem vontade de manobrar. Sem comunicações, atrito material, destruição do sistema distribuição ajudavam a diminuir o moral.

Na campanha terrestre os desertores mostraram que perderam a vontade de lutar. Os que se renderam em direção as tropas disseram que os que ficaram tinham intenção de se render e foi o que aconteceu. Alguns foram voluntários para dirigir até o campo de prisioneiros. Nenhum tentou fugir.

O assalto por terra iniciou a 1:00 hora da madrugada de 24 de fevereiro. Os B-52 atacaram pontos de abertura de brecha nos primeiros dias na linha de frente e depois na área do rio Eufrates. Nos primeiros dois dias da ofensiva atacavam mais as concentrações de tropas e equipamentos atrás da FSCL (Fire Support Coordination Line) e a noite mais em profundidade com apoio do JSTARS e FAC(A) (controlador aéreo avançado no ar).
Os franceses atacaram primeiro com uma missão de reconhecimento a frente da 6a Divisão Blindada Leve. A Divisão 101 lançou a base avançada Cobra 200 km dentro do Iraque. Os helicópteros Apache atacaram tropas ao redor e os FAC em terra guiaram os A-10 contra as posições inimigas. As 10:30h a base estava pronta para apoiar ataques mais ao norte. A força logística ligou para apoiar por terra. No dia 25 a base já estava a 40 km do rio Eufrates.
O XVIII Corpo Aéreo com a 24 Divisão de Infantaria avançou por último. A meia noite do dia 24/25 atingiu 79 milhas dentro do Iraque. Seria uma força de bloqueio para proteger o VII Corpo. Mais a leste a 1a Divisão de Cavalaria sondou a frente em Wadi al Batin para indicar onde seria a ofensiva principal. Ao contatar o VII Corpo destruiu elementos de cinco Divisões iraquianas.
O USMC no leste próximo a costa teriam uma distância menor para cobrir, mas eram defesas mais significativas. Só encontrou um batalhão de tanques e capturou intacta. No fim do dia atingiu a base de Al Jaber destruindo 31 carros de combate e capturando 3 mil tropas.
Após a batalha de Khafji os planos de avanço dos fuzileiros mudaram. Os sauditas ficaram confiantes e queriam avançar pela costa com o USMC mais a oeste indo direto para o aeroporto do Kuwait. Antes o USMC cercaria a cidade e os sauditas viriam atrás para combater nas casas e reconquistar a cidade. Depois receberam um setor próprio para avançar. Então a tropas tiveram que se mover por 100 km para oeste até Al Qaraah.
Três batalhões de fuzileiros treinaram para tomar a base aérea de Al Jaber em um assalto aéreo. A simulação em computador mostrou mais de 80% de baixas e foi cancelado. Precisariam de mais de 70 helicópteros e 10% seriam derrubado. Depois teria que esperar reforço até o dia seguinte chegar por terra no eixo principal. As imagem de UAVs mostraram muitas arvores e trincheiras na base o que dificultaria o assalto. . O único assalto aéreo do USMC foi de um batalhão no campo de petróleo de Burgan no Kuwait como parte da TF X-ray.
A missão passou a ser abrir uma brecha com dois batalhões para o resto das tropas passarem e segurar os flancos em uma posição de bloqueio. Seria feito por tropa a pé no deserto. Cada lado seria coberto por um batalhão com um buraco no meio para o avanço principal passar. O campo de minas na fronteira era fino, mas os pontos mais finos podiam estar sendo cobertos por artilharia. Era com os EUA fazia nas suas defesas
O avanço para a posição de bloqueio do USMC foi feito dois dias antes do ataque principal. As tropas que apareciam eram atacadas com artilharia e mísseis TOW. A aviação atacou pesado a frente para o inimigo ficar parado e só olhar para cima. Os OV-10 voavam acima fazendo reconhecimento a frente e chamaria CAS próximo as tropas.
As tropas foram atacadas a noite e pensaram que foram descobertos, mas era um míssil HARM que atacou um radar de contra-bateria. Um helicóptero de guerra psicológica americano quase foi derrubado, mas a unidade Stinger preferiu identificar primeiro antes de disparar.
O avanço foi as 22 horas em tempo frio e as nuvens acima diminuindo a visão com o NVG a 200 metros. Era até ótimo para penetração. A tropa avançou a até 1 km do campo minado e encontraram um bom local para ultrapassar. Limparam as minas com sondas, depois com veiculo anti-minas e avançavam no campo minado "limpo" pisando na pegada do soldado a frente. A maioria das minas estava na superfície e foram marcadas com bastões de luzes química. O campo minado parecia ser sido feito com preguiça. Simplesmente jogavam as minas no chão e nem armavam direito. As trincheiras iraquianas eram mal feitas e pouco profundas. As armadilhas de arame farpado acionaram explosivos no campo de óleo que queimou e iluminou a posição. Os iraquianos não reagiram.
No avanço principal do USMC a resistência foi pouca e as tropas logo se renderam. Estavam bem armadas e equipadas. Se quisessem poderiam ter dado muito trabalho aos fuzileiros. As tropas mais a retaguarda disparavam nos iraquianos se rendendo e até com morteiros. O FAC em terra enviou um OV-10 para tentar detectar o morteiros pois tinham esta capacidade. Algumas tropas tinham acabado de ser liberadas do Irã em dezembro e foram logo enviadas para a frente de batalha. Receberam armas e roupas novas e foram enviadas para a frente. Se renderam pois queriam é voltar para casa.
O USMC consideraram a tomada do Kuwait bem fácil pois havia cinco Divisões e cinco Brigadas de forças especiais direcionada para a costa. Não podiam se movimentar a não ser com ordens de Saddam. Havia uma brigada no aeroporto do Kuwait. Ao mover para encarar o avanço por terra a guerra já estava praticamente terminada. Na volta para a Arábia Saudita as tropas viam o estrago do avanço com veículos nas laterais da estrada e a estrada toda esburacada pela artilharia. Também viram os lançadores de foguetes Astros destruídos que tanto os incomodavam antes da fase terrestre.
No segundo dia as tropas do USMC já podiam cercar a cidade do Kuwait e as rotas de fuga. A 101 Divisão estabeleceu uma posições de bloqueio no rio Eufrates a oeste de Nasiriyah na rodovia 8. Foram auxiliados pelos C-130 que lançaram 100 toneladas de comida e água para ajudar os prisioneiros capturados. A leste a 24 Divisão de Infantaria estava em posição para cobrir o flanco do VII Corpo. O terreno molhado atrasou o avanço.
O VII Corpo avançou para o contato. A aérea a frente até 70 km foi atacada pelos A-10 e depois pela artilharia pesada antes de chegarem. Foi apenas um engajamento do dia contra uma Brigada destruída no contra-ataque de 40-45 blindados em 10 minutos.
O USMC teve o avanço atrasado por uma série de contra-ataques. Não precisava ser um avanço rápido ou não daria para cercar com tropas vindas do oeste. O avanço teve muito apoio de CAS dos AV-8B, A-10 e F/A-18.
O dia 25 foi ótimo para voar devido ao bom tempo. Com as tropas em terra varrendo as posições de artilharia antiaérea e mísseis SAM, os A-10 teve o trabalho facilitado. De 239 saídas apenas 89 foram consideradas ineficazes. Voavam baixo podendo atacar com o canhão de 30 mm. Dois pilotos destruíram 23 carros de combate apoiados por um FAC em terra. Em outra ocasião os soldados e seus carros de combate se renderam assim que os A-10 apareciam. Os AV-8B realizaram 274 saídas e em 143 não dispararam as armas.
No dia 25 os Iraquianos devem ter acordado para a catástrofe no campo de batalha. Saddam anunciou a retirada geral do Kuwait mais para salvar o seu exército. Tentaram dois bloqueios para cobrir a retirada. No oeste a Guarda Republicana tentaria barrar a coalizão e uma Divisão blindada no leste tentaria barrar o avanço na cidade do Kuwait.
No dia 26 a 24a Divisão de Infantaria atingiu o vale do rio Eufrates. Fizeram outro bloqueio de estrada na Rodovia 8 e atacaram as bases aéreas de Tallil e Jaliba. Os A-10 apoiaram os ataques em Tallil que foi tomado no fim do dia. O VII Corpo atingiu uma posição ao norte e podia varrer as tropas iraquianas em direção ao leste. O VII Corpo tinha quatro Divisões divididas de norte a sul e um regimento blindado.
Na noite do dia 26/27 as forças de bloqueio do Iraque foram completamente destruídas. O VII Corpo destruiu a 12a e 52a Divisão blindada, a maior parte da Divisão Tawakalna e a 48a Divisão de Infantaria com poucas baixas.

O avanço do USMC quebrou a coesão das defesas ao sul do Kuwait no dia 26. A rodovia para Basra foi atacada pelo ar. Com a cabeça fuga bloqueada virou um engarrafamento gigante que foi chamado de "rodovia da morte". A tomada do aeroporto internacional do Kuwait teve resistência mais pesada e os AV-8B e F/A-18 fizeram CAS para amansar as tropas. No dia 27 as tropas do Iraque atingindo Basra podiam ser atacadas e destruídas, mas o cessar fogo já era esperado.
Os iraquianos esperavam que o avanço mudasse para uma guerra estática com atrito pesado nos dois lados. As tropas avançadas dariam alerta e iniciariam o atrito. Atrás da frente quatro Divisões blindadas contra atacariam para selar a penetração. Mais atrás dois Corpos fariam um contra-ataque pesado. Depois seria seguido da Guarda Republicana para o golpe final. Na prática não tiveram tempo para se concentrar para as ações. Na verdade a infantaria entrou em colapso logo no começo. As reservas confrontaram tropas avançando mais rápido do que o esperado. Não esperavam ataque no oeste e sim do sul percebendo a falha muito tarde. As táticas de atrasar com trincheiras de petróleo já tinham sido anuladas pelos F-117 que atacaram as bombas de óleo.

O TACS (Tactical Air Control System) deslocado para a Operação Desert Storm apoiaria as tropas de quatro modos: com as ATO (ordens fragmentárias); ações do ASOC (Air Support Operation Center); TACP; e ABCCC. O TACS atua com dois tipos de pedidos de CAS: imediato e pré-planejado, com pedidos para apoiar futuras operações.
O pedido imediato é originado nos níveis mais baixo das tropas ou estrutura de comando até o nível de pelotão ou companhia. O pedido vai para o TACP, depois de validado era passado para o ASOC, e o ASOC dá valor conforme a urgência e plano operacional. O próximo passo pode ter várias rotas. O espaço aéreo pode estar sendo controlado pelo CRC, ABCCC, AWACS, ASOC ou uma combinação. Por exemplo, se o ASOC estiver controlando as aeronaves CAS então simplesmente chama as aeronaves disponíveis e direciona para a área onde o CAS for necessário. Se não tem aeronaves disponíveis então chama o TACC e pede aeronaves disponíveis, podendo ser alerta em terra ou no ar.
Se o ABCCC estiver controlando as aeronaves e o AWACS o espaço aéreo, o ASOC pede aeronaves para o ABCCC. Se tiver aeronave envia e se não pede para o AWACS. Se AWACS também estiver sem aeronaves pede para o TACC. As aeronaves enviadas são indicadas a contatar um FAC em terra ou no ar. O FAC ajuda a identificar os alvos e as tropas amigas.
O CAS pré-planejado é organizado de forma diferente. O pedido origina na cadeia mais alta de comando. O BCE no TACC prioriza os objetivos das tropas em terra e cria as ATO.
A localização de alvos e controle de saídas além da FSCL era feita por vários meios como o AWACS, ABCCC, JSTARS, Fast FAC e Killer Scout. Os alvos eram áreas de reunião, comboios de estradas, Postos de Comando, artilharia, lançadores de foguetes, e mísseis SSM, além de forças de manobras como blindados e carros de combate. Os UAV foram empregados pela primeira vez em combate sendo usados os Pionner, Pointer e Exdrone.
O JSTARS ajudava a localizando alvos fixos e móveis nos Kill Box e passava as coordenadas para o centro de comando da USAF (ABCCC) e do USMC (DASC). O AWACS e ABCCC controlavam com o C2 as operações nos Kill Box.
Seis C-130 ABCCC operavam no local com um voando em uma órbita próximo a frente de batalha. A aeronave fazia Comando e Controle para as missões de Apoio Aéreo Aproximado e Interdição do Campo de Batalha (CAS/BAI). O ABCCC controlava o trafego entre os Kill Box, e controlava a quantidade e posição das aeronaves na frente de batalha.

Os AWACS ajudavam com conselhos, alertas de ameaças, chamava escolta de supressão de defesas e patrulhas de combate aéreo se necessário, passava frequência dos FAC, e direcionava para o REVO. Os E-3 orbitavam por 12 horas mais 2-3 horas para ir ou vir para a base. O Estado Maior do Airborne Command Element (ACE) ficava no AWACS. O ACE tomava decisões importantes como quem vai reabastecer primeiro se tem muitos caças para fazer REVO e escolhe a prioridade e quem vai para outra aeronave REVO.

Imagem da tela do radar do JSTARS mostrando alvos móveis. A imagem acima é da fuga das tropas iraquianas do KTO, chamada de "a mãe de todas as fugas", depois que Saddam afirmou que a batalha pelo Kuwait seria a "mãe de todas as batalhas".

A FSCL (Fire Support Coordination Line) foi usada para coordenar fogos. O AWACS e ABCCC coordenava o fluxo de informações do JSTARS. O ASOC controlava a informações com o FAC indicando onde havia tropas amigas e inimigas. Em uma ocasião um F-16 Killer Scout notificou o ASOC do XVIII Corpo Aéreo de uma formação blindado próximo a base aérea de Jaliba. O ASOC identificou como sendo a 24a Divisão de Infantaria. Os caças chegando para o ataque logo foram alertados que os alvos maravilhosos abaixo eram amigos.
A FSCL foi movida sem referencia ao comandante aéreo em várias ocasiões como próximo a Basra e no norte do rio Eufrates. No caso do Eufrates, o US Army planejava realizar incursões de helicópteros Apache contra alvos em Hawar al Hammar e moveram a FSCL para poder atacar. Estavam tentando evitar serem controlados pela USAF. O resultado foi atrapalhar o ataques da USAF e US Navy no norte do Eufrates e rodovias no local a não ser com FAC(A), mas estavam todos concentrados nas missões de CAS no KTO. Mas mau tempo atrapalharia mesmo se estivessem disponíveis. O TACC conseguiu convencer o alto comando das forçar a mover a FSCL para trás. Demorou 15 horas e enquanto isso os ataques com os Apaches contra veículos fugindo foram poucos.


Movimento da FSCL a frente do avanço do USMC entre os dias 24 a 26 de fevereiro. Os pontos são alvos atacados pelas aeronaves do USMC.
Com poucos episódios de baixas amigas os episódios de fogo amigo puderam ser analisados em profundidade. Boa parte foi fogo amigo e estavam mais relacionados com a rapidez do avanço. O mau tempo também assim como a fumaça do óleo queimando. Movimentação metódica poderia ser uma medida para diminuir as baixas amigas, mas permitindo que o inimigo se organizasse e causasse baixas.
A coordenação ar-terra próximo das linhas em CAS era feito pelos FAC para evitar fogo amigo. Com um FAC no ar preferiam que o inimigo escapasse a arriscar fogo amigo. Em terra é não atacar se tiver qualquer dúvida que seja amigo ou inimigo Mesmo assim ocorreram episódios de fratricídio. De 247 mortes em batalha na Operação Desert Storm, 35 foram de fogo amigo. O fogo ar-solo foi responsável por 11 perdas. Estes 4,5% pode ser baixo, mas seria ainda menor se as tropas iraquianas fossem mais eficientes. A maior perda foi um veiculo atingido por um A-10 matando sete tropas. Era uma aeronave especializada em CAS. A causa foi dada a um míssil Maverick que não funcionou direito. Os fuzileiros perderam 24 homens sendo metade por fogo amigo. No Vietnã podiam perder mais que isso em um pelotão emboscado na fronteira com o Vietnã do Norte.
Foram dois blindados atacados por engano, mas a aviação atacou cerca de 10 mil veículos inimigos. Foram mais de 45 mil ataques próximo as tropas com pouco fogo amigo. A maioria ocorreu a noite quando é mais difícil identificar os alvos. No ar foram mais de três mil saídas ar-ar sem fratricídio.
A frase "fogo amigo" é o termo mais sério no vocabulário do CAS. Desde o primeiro dia de treinamento os pilotos aprendem o conceito de fratricídio como sendo a maior falha da missão. Mesmo assim erros são cometidos. O "V" invertido pintado nos veículos funcionava para identificação terra x terra, mas não ajudou os pilotos por ser difícil de ver do ar. A área da Operação Desert Storm era relativamente plana e sem vegetação para ocultar alvos ao contrario de alvos na Europa, Bálcãs e Coréia do norte. Os veículos podiam ser facilmente detectados. Em contato com tropas amigas pode ser difícil saber quem esté de que lado.
O CAS noturno era limitado ao uso de bombas de queda livre disparada paralela a frente para diminuir o risco de fogo amigo. O míssil Maverick era disparado a 2 km das tropas amigas e o canhão a 1 km. O A-10 não fez CAS noturno pois os OA-10 não podia operar a noite. Os alvos noturnos eram artilharia e blindados em posições fixas ou comboios se movendo. Todos os A-10 estavam equipados com o detector laser Pave Penny, mas foi pouco usado em CAS. Os mísseis Maverick IR e flares eram usados para aquisição de alvos a noite. Disparavam em mergulho raso e altitude mais baixa que de dia para diminuir a efetividade da artilharia antiaérea e MANPADS. Os A-6E foram usados apenas a noite para CAS/DAS e reconhecimento armado.
O uso de FAC em terra foi uma das técnicas para evitar fratricídio no Golfo. Criaram zonas onde os caças só atacavam com controle de FAC em terra. Depois estavam livres a frente da FSCL. No USMC consideram CAS como apoio de FAC e sem apoio de interdição aérea, mas dentro do FSCL.
Os FAC tinham outras funções além de evitar fogo amigo. No planejamento das operações o FAC orientava sobre o uso do CAS. Podia sugerir chamar helicópteros para acompanhar as patrulhas, avanços e fazer vigilância, ou indicar se teriam disponibilidade de CAS de aeronaves. Todo batalhão do USMC tinha um capitão que era um FAC. Antes da operação treinaram SIMCAS (simulated CAS) com os F/A-18 e Harrier. Os FAC tinham disponibilidade de GPS o que era raro na época e muito útil no deserto.
O rádio dos FAC do USMC não tinha salto frequência Have Quick como os da USAF. O Have Quick muda de frequência automaticamente evitando o inimigo trancar e jamear. Já o rádio encriptado leva 2-3 segundos atrasando as transmissões o que podia ser vital pois era quando os caça mergulhavam e não dava tempo para cancelar. Então não usavam rádio encriptado no final do ataque.
No ar as tarefas dos FAC(A) foram realizadas pelos OV-10 e F/A-18D no USMC e pelos F-16 Killer Scout e OA-10 na USAF. O USMC também usaram os helicópteros AH-1T/W e UH-1N como FAC(A). Os AH-1W Super Cobra do USMC dispararam quase quatro mil foguetes sendo metade de fumaça para marcar alvos.
Uma aeronave que atuou como FAC(A) foram os F-16 "Killer Scouts" (nome dado aos F-16 atuando como FAC(A)). Eram F-16 equipados com GPS que voavam missões continuamente nos Kill Box fazendo reconhecimento armado e controle de ataque. Marcavam alvos, faziam supressão de defesas e também atacavam alvos móveis. Atualizavam a localização de alvos, e davam um resumo da situação em terra. Os Killer Scouts tinham código Pointer e as aeronaves de ataque com código de cachorros. Enquanto no Vietnã era o presidente Johnson que escolhia os alvos, na Operação Desert Storm era um capitão em um Killer Scout.

Os F-16 decolavam em uma ou duas esquadrilhas armados com duas Mk84 ou CBU. Faziam REVO antes de entrar no KTO, contatava o FAC que descrevia os alvos antes de chegarem alguns minutos antes. Os Killer Scout pedia o HSO, por exemplo, 15 minutos, que era informado automaticamente com ajuda do INS. Quem chegava antes atacava primeiro. Os F-16 entravam a 30 mil pés e desciam a 20 mil na área do alvo.
A função secundária dos F-16 Killer Scout seria detectar o avanço rápido das tropas terrestres amigas na Fire Support Coordination Line (FSCL) evitando fogo amigo. Na campanha terrestre os Killer Scout foram usados para controle de trafego entre as forças terrestres e aéreas e prevenir fogo amigo. As tropas se moveram rápido ou cerca de 35 km/h nas tropas de frente. Os caças lançados uma hora antes podiam atacar estas forças que agora estavam nos alvos. O avanço blindado rápido em Jaliba foi detectado pelos Killer Scout pois o avanço da 24a Divisão de Infantaria estava bem a frente da FSCL. O contato com rádio com as tropas facilitava a missão. Também passavam informações sobre a linha de avanço para o comando central como o TACC. A campanha terrestre também aumentou a ameaça de mísseis SAM e artilharia antiaérea.
A USAF deslocou um esquadrão com 12 OA-10 para a Operação Desert Storm para atuar em missões de FAC(A). Voaram 656 saídas incluindo controlando missões de CAS. Dois OA-10 foram derrubados. Os OA-10 atuavam a 10 mil pés adquirindo alvos. Os pilotos treinavam para atuar a baixa altitude, mas no Golfo foi só a média altitude. Iam para os Kill Box e caçavam alvos por 30 minutos. Detectavam os alvos com dificuldade e era difícil diferenciar um alvo verdadeiro de falso e de vazio. Alguns pilotos usavam binóculos para identificar os alvos, mas a vibração atrapalhava. Atuavam sozinhos ou em duplas para apoio mútuo. Como eram poucos AO-10 então voavam mais sozinhos. Eram mais vulneráveis nas passadas baixas para identificar os alvos. Podiam descer na zona de engajamento da artilharia antiaérea e MANPADS a 4-6 mil pés ou esperar os caças chegarem para dar cobertura. Na primeira opção dois OA-10 foram derrubados. Na segunda opção desperdiçavam tempo, mas era a conduta usada sempre em áreas bem defendidas. Os OA-10 dispararam cerca de três mil foguetes de fumaça e 16 mil tiros de 30mm para marcar alvos. Os OA-10 também faziam reconhecimento meteorológico para o ABCCC direcionar os FAC(A) para as regiões com bom tempo.
O USMC enviou 20 OV-10A/D Bronco para a Operação Desert Storm atuando junto com os AV-8B na base naval Rei Abdul Azizl. No dia primeiro de janeiro eram oito aeronaves e no dia primeiro de fevereiro já eram 19. O modelo OV-10D com FLIR AN/AAS-37 eram 11 aeronaves. O FLIR dava capacidade noturna e era usado para designação de armas guiadas a laser, observação noturna e reconhecimento.
Inicialmente os pilotos voavam uma missão por dia que durava cerca de 4 horas. Geralmente era uma patrulha na fronteira do Kuwait e Arábia Saudita para mapear as posições de tropas e posições inimigas. Também foram usados para reconhecimento visual, reconhecimento com FLIR, FAC(A), retransmissão de comunicações, observador de artilharia naval e terrestre. Eram apoiados pelos Force Recon e Seals para indicar alvos.
Os OV-10 voaram 482 saídas sendo 411 apoiando missões de CAS. Atuavam em missões de reconhecimento visual, FAC, reconhecimento armado, escolta helicóptero, retransmissão de rádio e C2. Os OV-10 voaram como FAC(A) dentro da FSCL. Devido as perdas iniciais ficaram restritos a voar em território amigo.
Com o inicio da guerra terrestre passaram a dar cobertura 24 horas no campo de batalha. Os OV-10 cobriam três posições por 24 horas fazendo FAC(A) junto as tropas do USMC durante o avanço na batalha terrestre. Foram usados como TACA e FAC(A).
Um OV-10 Bronco derrubado Golfo foi atacado por um MANPADS por trás cerca de 7 km dentro do território inimigo. Na batalha de Khafji foram os primeiros a detectar as colunas blindadas e chamar os A-6E. Nos primeiros dias da campanha aérea já localizavam posições de artilharia para ataque dos AV-8B Harrier. No segundo dia um OV-10 foi derrubado e mudaram a zona para patrulha sem perdas. No ataque ao aeroporto na cidade do Kuwait outro OV-10 foi derrubado por um MANPADS.
O USMC enviou 12 caças F/A-18D Hornet para a Operação Desert Storm. Era uma versão biposto do Hornet capaz de fazer reconhecimento multisensor, apoiar a coordenação de arma como ataques aéreos, apoio de fogo naval, artilharia e CAP. Todos estavam equipados com FLIR. De dia usavam binóculos para localizar e identificar alvos e marcava com foguetes de fumaça. As tripulações se familiarizavam com o campo de batalha para facilitar o trabalho. A noite eram apoiados pelo NVG, FLIR e mapa móvel digital colorido. Atuaram como TAC e FAC(A), ou Fast FAC, identificando alvos a frente das tropas e cobrindo o campo de batalha 24 horas por dia para apoiar as missões de CAS. Faziam reconhecimento visual e tático no campo de batalha e atualizavam os comandantes em terra dos movimentos e posições inimigas. Foram 557 saídas do tipo, boa parte a noite, com nenhuma aeronave perdia e duas sofreram danos leves.
Os F/A-18D operavam mais em profundidade apoiando operações de ataque (Deep Air Support) enquanto os OV-10 atuavam mais próximos as tropas apoiando missões de CAS. Disparam 2.325 foguetes de fumaça e 27 mil tiros de 20mm. Na batalha terrestre os F/A-18D foram usados só para Fast FAC e voavam duas órbitas Fast FAC no KTO de dia continuamente na campanha terrestre. A noite um Fast FAC voava a cada 30 minutos em cada hora.

A ofensiva terrestre ocorreu entre os dias 24 a 28 de fevereiro. Com a data planejada as saídas foram definidas previamente e toda a ação aérea foi direcionada para apoiar a ofensiva em terra. As saídas de CAS e AI no KTO viraram prioridade.
As ATO controlavam e coordenavam o fluxo de missões aéreas. A ATO era responsável por evitar conflito de trafego aérea, evitar fratricídio no ar e coordenava a fase estratégica, mas para os comandantes em terra as ATO não foram usadas devido a demora de 72 horas no ciclo de decisão, não podendo ser a resposta a sua necessidade na fase de assalto e preparação. Então criaram a tática "push flow" para resolver isso.
A tática "push CAS" criaria as saídas CAS desejadas em um ambiente rico em alvos. As esquadrilhas chegavam em um local na rota de ataque continuamente, até de 7 em 7 minutos, ao invés das tropa em terra esperarem chegar após pedirem uma missão. Assim o CAS eram "empurrada" para as tropas. Se ninguém precisasse da missão os caças ficavam em órbita por um tempo. Se não fossem chamadas iriam os alvos secundários de Interdição Aérea ou alvos pré-determinados mais em profundidade e eram substituídos por outra esquadrilha. As novas aeronaves chegariam para substituir e assim as tropas sempre teriam aeronaves para CAS disponíveis rapidamente se precisassem. O sistema funcionou bem com aeronaves de sobra. Enquanto o "Push CAS" atua com fluxo constante o "Pull CAS" atua com alerta em terra.
O USMC também realizou seu próprio "Push CAS". A 2a MAW iniciou as operações em 22 de fevereiro dois dias antes do assalto em terra quando foi iniciada a preparação para a penetração no Kuwait. As aeronaves decolavam em intervalos previsíveis, sem alvo especifico ou missão. Checavam com o TACC e passava para o DASC. Após checar com o DASC iam para o empilhamento primário esperando uma missão de CAS. Se não aparecesse um alvo em 7 minutos de dia e 15 minutos a noite, eram passados para o F/A-18 Fast FAC para fazer Deep Air Support.

No dia 24 de fevereiro foram 550 saídas da USAF e USMC com os A-10, AV-8B e F/A-18 nas missões de CAS. As aeronaves da USAF voaram 381 saídas de AI e 70 de CAS. O USMC adicionou 46 saídas de interdição aérea e 28 de CAS. Foram definidas como CAS por serem próximas a fronteira da Arábia Saudita e não apoiaram tropas engajadas com iraquianos. As aeronaves da US Navy e outros países não fizeram CAS. As aeronaves também tinham apoio de aeronaves de guerra eletrônica, jameando radares de vigilância, contra-bateria e radar de busca das baterias de mísseis SAM.

No dia 24 uma saída típica era Jaguar atacando a base aérea de As Salman, F-16 atacando a base aérea de Al Busayyah, e A-4 atacando artilharia na área norte.
Foi planejado 50 saídas por hora para uma frente de 200 km e poucas foram usadas. A maioria foi enviada para AI além da frente pois as tropas não precisaram. Contra resistência leve as tropas usavam mais seus próprios meios de apoio de fogo como blindados e artilharia.

A maioria das aeronaves tinha alvo ao decolar e outros seriam enviadas para o sistema "push CAS", mas sem alvo. As saídas sem alvo de CAS eram direcionadas pelo ABCCC para realizar missões AI. As aeronaves iam para a área sem alvo definido e recebiam um alvo do JSTARS, Killer Scout ou F/A-18D. A tática facilitou o planejamento podendo ajustar a situação tática ainda no ar.
A ofensiva em terra teve poucas oportunidades para as missões de CAS. Os alvos eram menos que o esperado pois os iraquianos se renderam em grande quantidade. As saídas CAS reais foram poucas. Foi citado como 500 por dia nas ATO, mas nos dados do USMC foram 14% dessas saídas. Já na primeira manhã os FAC em terra estavam mandando as aeronaves voltarem para o TACC por não serem necessárias e várias voltaram para a base com armas. As aeronaves de CAS primário eram os A-10 e AV-8B. Os A-10 foram 316 de 909 sadias ou 35% como disparando bombas. Os AV-8B foram 143 sem disparos e 131 com disparo.
O mau tempo e a fumaça dos oleodutos atrapalhou o disparo visual e atrapalhava a coordenação. O avanço foi rápido assim como a mudança do posicionamento da FSCL e as áreas de interdição também mudavam rápido. A navegação no deserto era difícil e criava mais riscos. Foram muitas operações noturnas onde não ocorreria CAS como já planejado. Ficou difícil distinguir as tropas amigas das inimigas e o CAS ficou perigoso.
A resistência foi fraca e com pouca oposição foram gerados poucos alvos com poucos episódios de TIC (tropas em contato). Sem muita resistência no avanço o CAS teve papel periférico na guerra. Todas as forças iraquianas caíram rápido, geralmente sem resistência o com resistência leve. A não ser pouca resistência determinada, como em duas na área do USMC e vários na frente do US Army como a Guarda Republicana, foram poucas onde tropas em terra não deram conta. As tropas em contato foram poucos para mostrar como o CAS era eficiente. O avanço em terra foi tão rápido que os FAC em terra geralmente se recusavam a liberar os ataques devido ao risco de fratricídio. Os pilotos de Apache citam que quando um blindado era atingido os outros eram abandonados pela tripulação que fugia. Na maioria dos engajamento contra blindados os iraquianos estavam parados e não atiravam.
As saídas foram bem mais que o necessário e iam para alvos alternativos a frente do avanço. Foram poucas saídas de CAS reais e o maior estrago foi contra as tropas de reserva e fugindo. A rodovia da morte virou um gargalo do trafego na fuga.
No total foram realizados 23.400 ataques diretos contra as forças iraquianas no KTO. Desse total, 1.050 da USAF e 750 do USMC foram em apoio a forças da coalizão avançando em terra. Em termos relativo pode ser diferente pois foram 550 saídas por dia nas 100 horas de combate em terra, em relação as 23.400 em 42 dias, com uma média de 430 por dia. Quando é necessária o CAS se torna a missão mais importante. No geral foram apenas 6% de todas as missões. Para o USMC eram todas as saídas a até 5 milhas da frente aumentando o número total. Nas contas do USMC 70% das aeronaves faziam CAS e 14% chegaram perto da FSCL e poucas engajara alvos.
O US Army usada o CAS diferente do USMC. O CAS atuavam 40 milhas a frente enquanto a artilharia ou os Apaches atuavam mais próximos. Um exemplo foi um ataque dos A-10 contra a base aérea de Tallil em 27 de fevereiro antes do assalto da 24Tawakalna em 26 de fevereiro antes da batalha da rodovia 73 Leste. Divisão e depois contra a Divisão
O US Army pediu pouco apoio aéreo aproximado. Preferiam usar o poder de fogo orgânico como artilharia, helicópteros e carros de combate M-1 Abrams. Os helicópteros de ataque do US Army e USMC também fizeram CAS. Os AH-64 fizeram incursões além da fronteira uma semana antes dos combates em terra, de até 50 milhas ou mais nos dois últimos dias finais da guerra. Faziam o CAS mais próximo por poderem manobrar com as tropas e manter contato.
Os helicópteros viram ação junto com as tropas em frente e de forma independente em ataques profundidade atrás das linhas, principalmente no XVIII Corpo. Foram usados mais em teto baixo e fumaça. Na área mais restrita do USMC atuavam bem próximo as tropas avançando. Foram usadas contra tropas se retirando.

O CAS não foi considerado essencial para cumprir a missão pois o US Army tinha muita artilharia. Já o USMC investiu muito no CAS e precisava pois tinha menos poder de fogo orgânico, mas resistência foi pouca e não deu para testar o sistema direito.

Interdição Aérea na Fase IV
A maior parte das saídas no KTO no avanço ainda foi de interdição aérea. O mau tempo impedia a maioria das saídas de CAS então foram desviadas para AI evitando que os iraquianos se movessem, enviassem suprimentos, e atacando postos de comando, estradas e pontes. A noite os Kill Box era atacados pelos F-111, F-15E, A-6 e F-16 com LANTIRN (dois esquadrões) atacando mais ao norte. Os Tornados e F-117 continuaram atacando alvos estratégicos. Os Tornados atacaram bases aéreas e a força na Turquia também atacou alvos estratégicos.
A Interdição Aérea realizada na campanha terrestre foi em mau tempo, com mudança de alvos rapidamente, assim como prioridade de alvos. A área de operação diminuiu com o avanço e os ataques logo saíram do KTO. Foram duas fases, a primeira com o inicio da guerra em terra em 25 de fevereiro atacando as Divisões de reserva e a Guarda Republicana para evitar que se movimentassem. A segunda fase iniciou após o reconhecimento indicar a fuga em massa das tropas do Iraque fim do dia 25 fevereiro. Então o foco até o fim da guerra era perseguir e destruir a força retraindo.
A interdição aérea foi considerada efetiva pois as tropas se concentraram para reagir e fugir e se tornaram alvos lucrativos. Inicialmente atacariam a contra-ofensiva, mas como estavam fugindo a aviação se concentrou na fuga. Os choke points na fuga foram as estrada saindo do Kuwait e outra era Basra onde as pontes estavam derrubadas.
As forças mais atacadas estavam mais ao sul enquanto as mais ao norte tinham mais chances de fugirem intactas. Os choke point era as montanhas de Mutla a oeste da cidade do Kuwait e a estrada para Basra com vários choke point naturais. Os choke point criavam várias milhas de trafego engarrafado fácil de ser atacado e virou rodovia da morte nos noticiários. Estimado mais de 1.400 veículos destruídos, mas encontraram apenas 28 blindados entre eles. Encontraram 200 a 300 mortos na área com resto fugindo ou virando prisioneiros. O terceiro choke point era cidade de Basra. Todas as pontes no canal da cidade foram destruídas e o trafego parou. O local não foi atacado por ser uma cidade, devido ao mau tempo e o risco de atingirem o Irã.
Foi na fase de movimento da Guarda Republicana que sofreram o maior dano em equipamento. Os prisioneiros confirmaram a não ser depois com tank plinking. Um prisioneiro veterano da guerra contra Irã cita que sua Brigada sofreu mais em 30 minutos que em oito anos contra Irã.

Rodovia da Morte. Os iraquianos eram bem vulneráveis se movendo, de dia ou a noite, comparado com as tropas entrincheiradas. O JSTARS identificava a trilha de colunas atacando ou retirando, e os caças com munição guiada podia atacar os alvos. Veículos fora de abrigos ou se momento eram susceptíveis a mais armas como canhões e minas aéreas. O sucesso contra as forças móveis foi maior que contra as forças abrigadas, camufladas ou com outras medidas de defesa passiva.

Ataques de Interdição entre os dias 26 a 27 de fevereiro. Os retângulos indicam as áreas com grande concentração de ataques. As saídas dos A-10 e AV-8B não estão incluídas.
A ponte em Hwar Al Hammar era outro choke point principalmente da Guarda Republicana. Foi bloqueada na tarde de 26 fevereiro pelos F-111F e depois seguida por outras aeronaves incluindo helicópteros Apache. As tropas encontraram mais de 500 veículos abandonados no local.

O USMC temia muito a artilharia do Iraque por ter maior alcance que as suas. As tropas do USMC foram atacadas por foguetes de 300mm do lançador ASTROS. Não esperavam que a artilharia fosse até Khafji. No primeiro ataque os foguetes atingiram a posição a cerca de 1km de distância a noite. Alguns viram os foguetes caindo sendo cerca de 7 a 8. Caíram na posição das tropas do Qatar sem causar baixas. Depois passaram a ser atacados todas as noites entre as 18 e 22 horas e em mau tempo. O efeito psicológico foi grande. Pelo tamanho da cratera que determinaram como sendo foguetes de 300mm. Os ataques foram apelidados de "washing machine charlie" devido a um programa de TV.
A artilharia iraquiana era considerada efetiva sendo o alvo prioritário seguido de carros de combate, blindados e pessoal. Esperavam que os iraquianos concentrassem sua artilharia e até usariam armas químicas. Estudaram o padrão de ação contra o Irã quando usavam táticas de pegar tropas iranianas em ciladas e confinar em "fire-shacks", onde milhares morriam. A coalizão sabia que tinham mais de 1.200 peças a frente dos fuzileiros. Estudaram a posição e parecia que queriam armar ciladas em duas fire-sack durante o avanço. O fogo na área já tinha sido pré-plotado ou pré-disparado e seria bem rápido. Sabiam que a aviação não daria conta de atacar tudo então iniciaram emboscadas de armas combinadas para derrotar a artilharia iraquiana.
Os raids de artilharia iniciaram na noite de 20-21 de janeiro. Provocariam a reação nas forças iraquianas e os atacariam até sair das posições fortificadas e retornar fogo. Radares contra-baterias cobririam a até 40 km. Resultado é que o fogo de contra-bateria teria que ser feito pelos caças. Os EA-6B do USMC apoiariam jameando rádios e radares de contra-baterias iraquianos.
As baterias moveriam a 20-30 km da posição com tropas nos flancos usando peças M-198 de 155mm. Um FAC em terra apoiaria coordenando com aeronaves A-6E e A-10 em caso de contra-ataque por terra. Era mais uma emboscada de artilharia. A bateria tomava posição e esperavam aparecer no alcance. Disparava e muda rápido de posição. Um caminhão tinha INS ia para a posição desejava sem alteração. Com os iraquianos disparando na posição enviaram duas baterias. Disparavam, os iraquianos reagiam, e outra bateria contra-atacava. Depois os ataques diminuíram. Os caças e RPV procuravam veículos se movendo a noite no lado iraquiano.

Os raids de artilharia foram usados para engodo, mantendo os iraquianos fora do foco e testando a resposta iraquiana. O USMC aprendeu que respondiam ao fogo se atacados e era fogo sem precisão. Então a artilharia do USMC avançava e atirava. Os radares, Fast FAC e os caças esperavam o fogo de retorno, localizavam e atacavam. Os prisioneiros citam que o fogo de contra-bateria era tão preciso que disparavam e logo se escondiam esperando o fogo de precisão. Com o avanço continuaram a usar esta tática, mas diminuiu de necessidade.

O deserto no Kuwait deixava difícil ocultar alvos, mas absorvia e abafava o efeito das explosões e concussão, ao contrario do solo duro que espalha a explosão e os fragmentos em uma grande área. Os danos secundários eram menores no deserto. Então as armas de precisão seriam necessárias. Antes da campanha aérea iniciar planejavam atritar as tropas em terra com o uso de mísseis Maverick disparados pelos F-16, A-10 e AV-8B e outra munições especiais. Apenas os A-10 dispararam o Maverick, em grande quantidade, ou 5.013 de 5.296 no total. O USMC disparou apenas 41 mísseis Maverick.
Foi estimado que quatro F-16 armados com oito Maverick ou 16 CBU-89 poderiam destruir três carros de combate. O Maverick nunca foi uma arma primaria do F-16 e poucos pilotos estavam treinados para disparar a arma. Os instrumentos eram inadequados para disparar. Então a maioria dos ataques dos F-16 foi com bombas. Os F-16 realizaram 8.700 saídas de bombardeiros e apenas 130 com disparo de mísseis Maverick. Foram lançadas 12.500 bombas em cacho (CBU) e 3.600 Rockeye. O disparo era a 8 a 12 mil pés e não eram efetivos. A CBU-87 era a preferida, mas com muitas falhas na submunição atrapalharam o avanço da coalizão. O resultado foi usar bombas burras com pouca esperança de atingir alvos.
O uso das CBU-89 Gator anti-carro foi planejada, mas foi usada bem menos que o esperado. As bombas Mk de uso geral disparadas a média altitude eram imprecisas com CEP de 320 pés para o F-15E e 1.040 pés para o A-10. Depois os kits Paveway tornaram as bombas Mk úteis. A USAF disparou 4.086 GBU-12, 202 pelo USMC e 205 pela US Navy. Os A-10 não puderam usar o canhão de 30 mm direito e nem outras armas a baixa altitude como a CBU-52 e Rockeye. Os F-111E e F-16 operando na Turquia atacaram mais ao sul nas duas semanas finais até Bagdá para aumentar a pressão e evitar que as tropas no norte fossem deslocadas para o sul.
As bombas guiadas a laser foram pouco usadas na fase terrestre ou apenas 162 saídas de F-111F contra Guarda Republicana e a noite. Usaram mais minas e bomba burras junto com F-15E e A-6.
Os A-6 e F/A-18 operando nos NAes no Mar Vermelho disparam as Paveway no centro do Iraque, mas também sem capacidade de penetração contra alvos duros. O resto da força embarcada não tinha Paveway para atacar no centro e norte do Iraque. Os NAes no Golfo Pérsico atacaram mais o KTO.
Os Bucanner da RAF apoiaram os ataques dos Tornados no centro do Iraque e KTO. Os Tornados depois receberam os casulos TIALD. Os Tornado GR1 iniciaram o disparo das Paveway na terceira semana. Nas duas últimas só dispararam bombas Paveway. Como pesavam apenas 454 kg não tinham a capacidade de penetração das versões americanas contra bunkers iraquianos.
Enquanto os alvos estratégicos como os Centros de Comando de Setor (SOC) eram atacados por uma ou duas bombas Paveway, os Postos de Comando de brigada seriam alvos de B-52 ou caças F-16 e F/A-18. Geralmente os alvos divisionais eram atacados por esquadrilhas visitando o local sequencialmente em intervalo de horas.
Os B-52 atacaram o KTO com 2/3 do total de bombas disparadas na guerra, principalmente no KTO. Era a principal arma contra alvos de área como abertura de brechas nos campos minados a frente das tropas, estoques de munição, concentração de tropas e postos de comando no campo. Os B-52 baseados no Reino Unido atacaram o norte do Iraque.
Um estudo da USAF após a guerra mostrou que as aeronaves de longo alcance armadas com armas guiadas eram mais efetivas como o F-111F, F-117 e F-15E ao contrario das aeronaves de curto alcance e sem armas guiadas como o F-16. O estudo sugeriu equipar todas as aeronaves com armas guiadas e até o B-52.

Após o conflito do Vietnã as operações de Cobertura Aérea (CAS – Close Air Support) da USAF foram reprimidas por falta de interesse e investimento. A invasão de Granada e Panamá foram apoiados por aeronaves AC-130, helicópteros de ataque do US Army e jatos A-7 da US Navy. No fim da década de 80 foi até pensado transferir os OA-10 para o US Army para atuarem como FAC(A).
Eram os oficiais em terra que queriam uma aeronave projetada especialmente para CAS. As aeronaves de alto desempenho aumentaram a distância entre o desejado e o real. Alta velocidade atrapalhava a identificação de alvos, aumentava o consumo diminuindo o tempo na área do alvo, resultando em muito período sem CAS. Também citam que uma aeronave lenta é mais barata e mais simples.
A USAF estudou a substituição dos A-10 pelos F-16. O F-16 foi testado em missões de CAS em 1989, mas sem contato com tropas amigas não mostrou capacidade real e sim a capacidade de atingir alvos. Serve certamente para missões de AI.
O KTO foi atacado por todo tipo de aeronave. O KTO foi dividido em aeronaves usadas mais ao norte e sul do KTO. A Guarda Republicana atuava mais ao norte. Os F-16, F/A-18, F-15E, F-111F e A-6E atuavam a noite, voavam contra alvos mais distantes e melhor equipados como a Guarda Republicana, enquanto os AV-8B, A-10, F-5E, Jaguar e A-4K, voavam contra tropas entrincheiradas na fronteira. Os AH-1 e AH-64 do USMC e US Army atuaram mais durante a ofensiva terrestre nos quatro últimos dias.

Os A-10 sofreram 20 baixas em 8.640 saídas ou uma razão de baixa de 0,23%. Foi quatro vezes maior que o F-16 que teve sete baixas em 11.698 saídas com uma razão de baixa de 0,06%. Os F-15E perderam duas aeronaves em 2.124 saídas com uma razão de baixas de 0,09%. O F-111F não teve baixas. De 16 A-10 aeronaves danificadas três não retornaram a ação. De seis F-16 danificados três não retornaram a ação.

O A-10 foi a primeira aeronave da USAF criada especificamente para as missões de CAS. A USAF deslocou 132 A-10 e 12 OA-10 para as bases avançadas de King Fahd e King Kahlid. Eram seis esquadrões ao todo. Um deles estava equipado com o AGM-65D Maverick com sensor de imagem infravermelha o que dava capacidade noturna com as imagens mostradas na cabine sendo usada como FLIR de pobre para navegar a noite. Os esquadrões formaram o 354th Tactical Fighter Wing (Provisória).
O A-10 era lento e a grande autonomia no campo de batalha o deixava vulnerável. Um total de 15 A-10 foram danificados e 10 retornaram a ação. Seis foram perdidos sendo quatro A-10 e dois OA-10. Outros 25 tiveram danos leves e foram reparados entre as saídas. Quando entravam mais dentro Iraque sofriam mais perdas. As perdas eram aceitáveis comparadas com as do Vietnã. As perdas estavam mais relacionadas com os voos a 4-7 mil pés para poder usar melhor os binóculos na busca dos alvos. O sucesso aumentou, mas também com mais exposição.
No ataque a Divisão Medida no dia 15 de fevereiro foram lançados oito MANPADS derrubando dois A-10 e com danos pesados em um A-10. Antes não abriam fogo contra as aeronaves. Nas duas semanas anteriores foram três danificados e nas duas subsequentes seis mais danificados e um derrubado. Depois desse ataque os A-10 não mais foram mais ao norte ficando restritos a até 35 km da fronteira do Kuwait e passaram a voar mais alto. Os ataques dos F-111F nas missões de tank plinking compensariam a perda da capacidade A-10 com os Maverick.
No dia 27 de janeiro uma força de 48 caças A-10, divididos em forças de oito aeronaves, ao invés de duplas, atacaram a Divisão blindada Tawakalna da Guarda Republicana. O ataque durou três dias. A reação dos iraquianos foi cavar mais fundo e criar mais alvos falsos.
Os A-10 voaram um total de 8.084 saídas contra 6.834 alvos com uma média de 2,37 horas no ar por saída. Nos primeiros dias do conflito fizeram 175 saídas contra sites de guerra eletrônica e sites de radares GCI na fronteira da Arábia Saudita. No primeiro dia da campanha aérea a maioria dos A-10 ficaram em alerta em terra para conter uma provável incursão iraquiana por terra. Inicialmente foram usados para Interdição contra a área de retaguarda inimiga. Apenas 1.041 saídas foram de CAS. Foi usada pouco para CAS, mas mostrou mais flexível e sobreviveu melhor que o esperado. A maioria das missões acabou sendo de Interdição Aérea.
Foram realizadas também 49 strikes contra sites fixos de defesa aérea junto com os F-4G; 3.367 strikes dia e noite contra alvos no KTO; 135 saídas Scud-CAP e reconhecimento armado anti-Scud. Também fizeram alerta CSAR desde o inicio do conflito, escoltaram aeronaves de operações especiais e ajudaram no resgate de um piloto de F-14 incluindo a destruição de um caminhão de interceptação de rádio procurando o piloto.
Os A-10 geralmente operavam aos pares e não em esquadrilha. Em área de alta ameaça atuavam em uma ou duas esquadrilhas, acompanhados dos EF-111 e F-4G. Voavam entre 15 a 20 mil pés em formação em linha, wedge ou trilha. Alguns disparam a carga primeiro para aumentar a manobrabilidade e depois disparar o canhão enquanto o ala voa mais alto cobrindo a aeronave que ataca. Depois invertem o papel. Era fácil adquirir alvos no deserto, mas a identificação era difícil como distinguir um caminhão de um carro de combate, e carro de combate de artilharia autopropulsada. O piloto tinham que descer a 5 a 8 mil pés. As fotos ajudavam a identificar os alvos.
O A-10 foi creditado com a destruição de 987 carros de combate, 926 peças de artilharia e 1.355 veículos de combate, além de outros alvos. Os A-10 dispararam 4.801 mísseis Maverick ou 90% dos disparados pela USAF, além de 17 mil bombas Mk82 e 2.600 Mk84, mais 2.600 CBU-58.
No KTO os A-10 atacavam blindados, artilharia, caminhões e outros alvos. A carga de armas geralmente era de seis Mk82, um Maverick IR e outro TV, dois Sidewinder e 1.200 tiros de 30mm. Os mísseis Maverick eram disparados em um mergulho de 30 graus iniciando a 10 a 15 mil pés. Era disparado a 2-3 milhas do alvo. 30% eram do modelo AGM-65D com o disparo iniciado a 15-20 mil pés a 20-30 graus com disparo a 4-5 milhas. O canhão era disparado entre 45-60 graus iniciando a 10 mil pés. Os pilotos disparam 150-200 tiros em uma ou duas rajadas curtas. A Mk20 Rockeye era difícil de atingir o alvo quando disparada a média altitude. Então disparavam toda a carga de bombas em uma única passava e angulo bem agudo. Com mau tempo tinha que disparar em um angulo menos agudo. Contra a artilharia preferiam as Mk82 com espoleta airbusts. As bombas em cacho e as Mk82 eram disparadas todas de uma vez a 45-60 graus disparando a 10-12 mil pés. A Mk82 também era boa contra caminhões e veículos leves. As CBU também era boa contra alvos leves, veículos, pessoal em campo aberto e artilharia.
Outra arma do A-10 foi a grande autonomia. Os A-10 sobrevoando acima das posições iraquianas causavam grande ansiedade nas tropas que ficavam sem saber quem seria o próximo alvo. O A-10 foi tão bem na campanha que foi cancelada sua substituição pelo F-16 nas missões de CAS.

No dia 5 de fevereiro um A-10 atacou um Su-20 em um abrigo com o canhão e bombas CBU na base de Mudaysis. Na volta foram acionado pelos E-3 AWACS sobre um alvo baixo e lento a nordeste a 50 km de distância. Os A-10 foram na direção do contato e começaram a descer em um mergulho de 45 graus. Viram uma trilha de poeira e um objeto escuro se movendo no deserto. O contato foi logo identificado como sendo um Mi-8 HIP. Um A-10 iniciou o disparo do canhão a oito mil pés com 300 tiros. Ao sair do mergulho viu o helicóptero soltando fumaça. Voltou e disparou mais 200 tiros saindo mergulho a 4.500 pés. Na volta viu uma bola de fumaça saindo no chão.


Um A-10 reabastecendo em vôo antes de uma missão no KTO. A aeronave está armada com dois mísseis Maverick e quatro bombas em cacho. Para se defender leva dois mísseis Sidewinder e um casulo de guerra eletrônica.

Os F-16 realizavam a maioria das missões no Golfo por serem a frota mais numerosa na região. Eram 248 aeronaves deslocadas que realizaram cerca de 25% das saídas totais, ou 300-400 saídas por dia. No total foram 13.087 saídas com 11.698 alvos atacados com duração média das saídas de 3.24 horas. Três foram perdidos em combate e cinco em acidentes.
As saídas contra o KTO foram 8.258 saídas. Os ataques diurnos foram 2.912 saídas contra alvos QBR, pontes, depósitos de munições, centros de comunicações, sites de mísseis SAM, armazenamento de combustível, tropas e bases aéreas. As saídas de caça Scud foram 421 no total com os F-16 equipados com o LANTIRN/GPS e armados com bombas em cacho.
Os F-16 eram o segundo escalão para atacar alvos de reforço como pontes, casamatas, bases aéreas, fábricas, depósitos munição, centros de comunicações, etc. No KTO eram o primeiro escalão atacando alvos como artilharia, mísseis SAM, sites Scuds, etc.
A principal missão dos F-16 levados para a região era interdição do campo de batalha. Os F-16 iniciaram as operações no KTO fazendo reconhecimento armado nos Kill Box procuram alvos de oportunidade. Com dificuldade de contar alvos tiveram que usar alguns F-16 com o sistema Fast FAC. Foram apelidados de Killer Scout sendo desempenhado pelos F-16 equipados com GPS.
Antes de iniciarem a guerra a tática inicial seria ingresso baixo, com manobra pop-up para aquisição do alvo e ataque, seguido de retorno a baixa altitude. Nos treinos no deserto logo perceberam que o terreno plano não favorecia esta tática e os iraquianos estavam espalhados em todo o deserto e não conseguiriam surpresa. Seriam alvos fáceis para a artilharia antiaérea e mísseis SAM.
Os pilotos logo passaram a treinar ataque a média altitude anulando a maioria das ameaças que se concentrava a baixa altitude e com a escolta dos Wild Weasel diminuindo a ameaça a média altitude. Os treinos consistiam em pacotes de 16-20 F-16 com mergulho a 45 graus. Podiam usar a câmera de ataque com modo CCIP para treinar em alvos fora dos estandes de tiro. O modo CCIP pode ser ajustado, por exemplo, dispare longo, para ajustar se as bombas da primeira aeronave cair antes do alvo. Lançavam as bombas de 17 a 8 mil pés. O F-16 era considerado invisível visualmente acima de 15 mil pés.
Lançando as bombas a 17 mil pés, após iniciar o mergulho a 25 mil pés, levava 19 segundos para a bomba atingir o alvo. Os pilotos treinavam para duas esquadrilhas com quatro F-16 ficassem separados para atacar o mesmo ponto de impacto em menos de 20 segundos para o último ainda conseguir ver o alvos antes de ser atingido pelas primeiras bombas ou não conseguiria ver devido a fumaça e detrito das explosões. A tática também limitava a ação da artilharia antiaérea pois reagia depois das primeiras explosões. O líder atrasava a curva de egresso para se juntarem mais facilmente. Tinham que treinar muito para aperfeiçoar a técnica. Era a tática anti-pista de pouso sendo usada para cada ponto de corte na pista.
A tática de voar mais alto também aumentava a cobertura do seu radar, economiza combustível e voava mais rápido. Fizeram operações tipo "Red Flag" intensamente por sete meses no deserto e estavam muito bem treinados para a operação. Os Mirage F-1 franceses, do Kuwait e Qatar atuavam como força inimiga simulando caças semelhantes do Iraque.
Nenhum F-16 disparou bombas guiadas a laser durante o conflito apesar de ter sido sugerido o uso do F-111F com o Pave Tack para designar alvos para os F-16. Nas suas missões os F-16 disparavam cerca de seis bombas Mk-82 contra cada alvo (six bomb, one kill). A dispersão das bombas compensava a menor precisão e garantia que não precisariam voltar para atacar um alvo não atingido. Mesmo assim os F-16 tiveram pouco sucesso com bombas burras. Atacando a mais de 10 mil pés de altura o CEP era muito grande e mesmo assim se achasse algum alvo. Com o radar os F-16 podiam encontrar alvos móveis com modos GMTI. Não atacavam depois das 16 horas para deixar a poeira dos seus ataques baixar para os caças noturnos equipados com designadores a laser e bombas guiadas a laser atacarem sem interferência. As aeronaves mais caras fizeram a maior parte do serviço como o F-111F e F-117.
Uma tática era voar em trilha de dupla com o Ala atrás a uma distância de 5 milhas. O Líder a frente detecta os alvos e atacava e quando saia do mergulho o Ala já chega atacando. No inicio atacava e fugia, depois conseguiam realizar mais passadas com a diminuição da ameaça. Atacavam com bombas não guiadas mergulhando a 30-60 graus. Se virem SAM disparavam chaff, flare e manobravam. Evitavam desacelerar pois quanto mais lento mais fácil para os mísseis SAM conseguir uma boa solução de tiro. Os pilotos têm que evitar puxar muitos g´s rapidamente. Contra a artilharia antiaérea a tática era voar rápido e atacar de várias direções. Deviam puxar 4-5 g e sempre voar acima de 450kts. Sem alerta radar no RWR puxavam apenas 2 g's.
Os F-16 voavam com o canhão carregado, mas nunca metralhavam. Os F-16 de Nova York usavam o casulo com um canhão GAU-8, mas não era tão preciso quanto o canhão do A-10. Os F-16 Block 40 usava o Maverick guiado por infravermelho, mas foram poucos disparados.
Os pilotos de F-16 percebiam a falta de armas guiadas. Atacar com o Maverick era fácil, mas com bombas burras era pouca probabilidade de atingirem algum alvo a média altitude. A intolerância a perdas fez aceitarem o grande CEP do F-16 quando atacavam a média altitude. Se a tolerância fosse bem menor seriam bem mais efetivos.
Dois esquadrões estavam equipado com o casulo LANTIRN de navegação e operavam a noite. O uso do LANTIRN a noite permitiu a mesma precisão que de dia disparando a baixa altitude. As missões noturnas eram realizadas com duas aeronaves com o ala a 1-2 mil pés acima e 1-4 milhas atrás do líder. Não ligavam as luzes e navegavam com apoio do FLIR. disparavam bombas burras ou mísseis Maverick IIR. Os alvos dos ataques noturnos eram pontes, bunkers, blindados e artilharia. A carga típica era seis Mk82 ou duas Mk84, ou quatro CBU. Com o FLIR disparavam a 10-12 mil pés a 30 graus. De dia a altitude era maior e o angulo mais agudo. A noite era mais seguro pois a artilharia antiaérea tinha dificuldade de disparar.
Depois da fase de atrito os F-16 foram direcionados para operações de CAS e BAI. Decolavam 4-8 caças F-16 com duas Mk84 ou CBU. Faziam um REVO em uma das 5-6 estações próximas ao Kuwait sendo que sempre havia doze estações de REVO na fronteira. Depois passaram a ser apoiados por Fast FAC que podia ser um F-16 com casulo LANTIRN de navegação.
O primeiro ataque dos F-16 foi no dia 19 de janeiro em um pacote diurno contra Bagdá. Cerca de 60 caças F-16 com escolta de EF-111 e F-4G atacaram. O objetivo era manter a pressão de dia com os F-117 atacando a noite. Dois foram derrubados. Uma câmera de ataque gravou um F-16 evadindo 12 SAM. O piloto voava cada vez mais baixo e a artilharia antiaérea aparecia cada vez mais. Como boa parte dos pilotos teve que alijar suas bombas e tanques externos pararam com este tipo de missão para evitar danos colaterais em Bagdá.
Pelo menos uma vez por semana faziam pacotes de 30-40 F-16, além da escolta e do REVO. Alguns esquadrões só usavam bombas burras, sem LANTIRN e NVG para operar a noite ou Maverick.

Os 86 caças AV-8B Harrier do USMC que operaram na operação Desert Storm foram deslocados para a base Rei Abdul Aziz, nos navios Tarawa e Nasssau, e na FARP em Tanajib. Os Harrier embarcados reabasteciam e rearmavam em Tanajib a 5 minutos da fronteira com o Kuwait.
Os AV-8B realizaram 3.359 saídas com 2.585 strikes no KTO com o disparo de 7.175 bombas Rockeye, 288 Mk83, 4.167 Mk82 e 83 mil tiros de 25mm. Voaram a média altitude e as vezes desciam para identificar o alvo. O disparo era feito a média altitude em mergulho. As Mk83 com espoleta atraso eram usadas contra bunkers e alvos duros. O canhão era usado para supressão de defesas de ponto para outras aeronaves dispararem suas bombas. Os AV-8B metralharam alvos na batalha de Khafji. O armamento padrão era seis Mk82, ou quatro Mk83, ou seis Mk29 Rockeye quando operando em terra. Operando no mar levavam quatro Mk82, duas Mk83 ou quatro Mk20.

Foram deslocados 89 Hornet da US Navy e 72 do USMC que realizaram 4.449 saídas na US Navy e 4.936 no USMC com um total de 4.551 strikes combinados. Outros 26 CF-18 canadenses também operaram na operação Desert Storm.
A primeira missão foi varredura anti-radar a frente no pacote do dia 24 de janeiro contra os sites de mísseis SAM a oeste de Bagdá. No total foram 961 saídas de defesa aérea; 157 de supressão de defesas armados com dois mísseis HARM; 217 contra bases aéreas armados com cinco bombas Mk83 ou duas Mk84 com apoio do FLIR. Contra bases aéreas atacavam em um mergulho de 30 graus iniciando acima de 30 mil pés e disparando entre 20 a 10 mil pés, a 480 a 540kts contra um único ponto de pontaria.
Foram realizadas 2.129 missões de escolta, as vezes também equipados com mísseis HARM. Os F/A-18 derrubaram dois Mig-21 e tiveram que alijar a carga de bombas Mk84 antes de engajar. Três foram danificados por mísseis SAM e um pela artilharia antiaérea. Todos voltaram a voar em menos de 36 horas. Um Hornet da US Navy foi derrubado por um Mig-25.
O F/A-18 usava as mesmas táticas do AV-8B. O ingresso era a 30 mil pés e mergulhava a 10-20 graus até a aquisição do alvo. Depois mergulhava a 45 graus e recuperava a 14 mil pés, depois 12 mil e depois 10 mil com a diminuição da ameaça. Podendo disparar mais baixo facilitava corrigir pontaria. Os F/A-18 preferiam um misto de bombas Mk e Mk20. A carga normal era seis Mk82, quatro Mk83 ou quatro Mk20. O USMC disparou um total de 15.828 Rockeye. Os Hornet usaram poucos mísseis Maverick.
A-6E Intruder
Os A-6E Intruder voaram 5.619 saídas atacando 2.617 alvos. Foram 156 saídas contra locais de armazenamento de munição, sites de produção ou armazenamento de petróleo, sites C3 e estações de energia; 221 saídas foram de SEAD contra centros de comando e bases aéreas incluindo o disparou de mísseis HARM e despistadores TALD para confundir defesas; 1.610 saídas foram de interdição para atacar pontes, áreas de armazenamento de munição, pátios ferroviários e blindados.
Antes da guerra os pilotos treinavam para ataques a baixa altitude. Depois de encontrar artilharia antiaérea intensa passaram a atacar acima de 10 mil pés em mergulho leve. Iniciavam o ataque com o radar para detectar o alvo e passavam a pontaria para o FLIR. 1/3 dos disparos foi apenas com o uso do radar devido ao mau tempo, sem poder usar o FLIR.
Os A-6E do USMC voaram 850 saídas a noite. As armas eram 11 bombas Mk82 ou Mk20 Rockeye ou uma bomba guiada a laser como a GBU-16. Os A-6E atacavam alvos específicos nos Kill Box. Operavam sozinhos e usavam o radar para navegar e localizar alvos fixos ou móveis. O sensor FLIR facilitava o reconhecimento do alvo. A aquisição era feita a 25-30 mil pés.
Os A-6E também realizaram 183 saídas contra alvos navais e costeiros como portos, navios e baterias de mísseis Silkworm. Usaram bombas GBU-16 com foguetes e duas Rockeye nas saídas.

A USAF deslocou 68 B-52G ou mais de 50% da força de 118 B-52G para apoiar a Operação Desert Storm. Eram 3,5% dos 1.875 "shooters" usados na guerra. Foram usadas 155 tripulações realizando 1.741 saídas em 15.269 horas de vôo sem perdas.
Os B-52 estavam entre as primeiras aeronaves a chegar na região após a invasão do Kuwait. Foram deslocados para Diego Garcia. Foram preparados para atacar alvos no Kuwait e parar uma possível invasão da Arábia Saudita. Após três semanas a missão foi passada para os A-10 e F-16 que chegaram depois.
No inicio da guerra aérea sete B-52 baseados nos EUA disparam mísseis cruise CALCM antes da “hora H”. Foram 35 mísseis disparados contra oito alvos (centros de comunicações e geração de eletricidade).
Foram realizadas 99 saídas contra bases aéreas armados com bombas Mk e CBU e 303 saídas contra alvos estratégicos. Fizeram supressão de defesas como parte da campanha de supressão de defesas contra sites de radares e mísseis SAM assim como Scud hunter. A maioria dos alvos eram estações ferroviárias, fabricas de munição, áreas de armazenamento, depósitos de combustível, indústrias e base aéreas eram atacados com bombas Mk117K, Mk82 e CBU-87 Gator. Os B-52 voavam em trio sempre apoiado com escolta de caças e F-4G para supressão de defesas e não atuavam em áreas de alta ameaça.
Cerca de 85% das missões foram contra forças em terra em missões de carpete de bombas sendo usadas mais as bombas em cacho. Foram 1.175 saídas contra alvos no KTO fazendo preparação do campo de batalha. Formações de três B-52 atacavam a Guarda Republicana e tropas no KTO a cada três horas. Cerca de 37% do esforço foi contra a Guarda Republicana atacando desde o primeiro dia. O efeito foi não só físico, mas também psicológico.
A resposta a rendição em massa pode ter sido os ataques frequentes e randômicos dos B-52. Entrevista com prisioneiros mostrou que os ataques randômicos impressionavam. Não sabiam quem atacava, mas impressionavam. Nem precisava atingir a área para ter efetivo. O medo de ser a próxima vítima era suficiente. Tropas vietcongues capturados no Vietnã citavam dados semelhantes do terror dos B-52.
Os B-52 foram usados no lançamento de panfletos avisando de bombardeiros e bombardeavam. Avisavam novamente e depois avisavam que seriam bombardeados e mandavam fugir para o sul. As tropas realmente fugiam. O dano psicológico foi maior que as bombas em si.
O A-10 não criava a mesma ansiedade devido a randomização, mas sim devido a precisão. Não sabiam quando e quem atacaria enquanto voava acima. Tudo que podia ser visto poderia ser atacado devido a precisão do canhão ou Maverick.
Os B-52 eram 3% da força total, mas dispararam 30% de todas as bombas em peso, cerca de 27 mil toneladas ou 72.289 bombas. Atacavam mais alvos de área com bombas Mk e CBU disparadas acima de 30 mil pés. Os B-52 dispararam 14 mil bombas Mk-117 sendo 11 mil contra tropas e 4.600 contra campos minados. Cerca de 70% dos ataques foram contra posições de tropas. Também dispararam mais 13 mil Mk-82 e quatro mil CBU-58. Os ataques eram contra alvos de área por não ter armas guiadas.
Inicialmente atacariam a baixa altitude e logo iniciou a discussão em relação a ataque alto ou baixo. Voar alto protegia contra a artilharia antiaérea, mas os pilotos treinavam vôo a baixa altitude em tempo de paz com disparo de armas de longo alcance para proteção contra mísseis SAM e caças e esta tática foi escolhida para ser usada inicialmente. Consideravam os caças iraquianos como a maior ameaça e por isso escolheram voar baixo. Treinaram contra caças amigos podendo "atirar" com o canhão e avisando os caças para fazer evasivas. Os ataques seriam a noite e com escolta de caças, supressão de defesa e EF-111. Atacariam a média altitude depois da supressão de defesas amaciarem os mísseis SAM.
Era esperado 30% de perdas na primeira noite. As tripulação receberam proteção como colete balístico de kevlar contra a artilharia antiaérea. Nas primeiras três noites foram 36 missões a baixa altitude com uso de NVG. Todos atingiram os alvos e retornaram. O disparo de bombas em cacho a noite assustou devido a luzes das explosões pois não estavam preparados. O lançamento das bombas era violento para quem nunca teve a experiência e até pensavam que estavam sendo atingidos.
Os Tornados, A-6E, F-111F e B-52G que atacaram a baixa altitude estavam muito vulneráveis a artilharia antiaérea e SAM e logo subiram para atacar a média após os alvos da campanha a baixa altitude serem destruídos e não pelo medo de grandes perdas. Os B-52 só realizaram 36 saídas a baixa altitude. Depois a altitude mínima era de 12 mil pés para os caças e os B-52 atacavam acima de 30 mil pés. A precisão piorou com CEP de 600-700 pés após voarem a média altitude. Os alvos eram bem grandes e o CEP não era importante.
O B-52 não era preciso a média altitude e nem para sobreviver as defesa da Guerra Fria. Os pilotos também não tinham experiência para operar com apoio externo de caças, AWACS, JSTARS etc. Outra falha era a falta de preparo para atacar em formação e não reagiam bem a mudança de alvo. Outra crítica é ter sido usado pelos planejadores como outra aeronave de ataque visto que eram ex pilotos de caça. Era bom contra grandes alvos fixos e concentrações de tropas para efeito psicológico. Os alvos tiveram que ser atacados novamente pois calculavam incorretamente o número de aeronaves necessárias.
O CEP era considerado ruim a grande altitude. Foi considerado como tendo sucesso em 25 alvos e sem sucesso em 35 alvos sendo o pior desempenho entre as aeronaves da USAF, mas foi considerado eficiente em incentivar as tropas a se render em massa. Contra alvos de área não era problema, mas para abrir brechas em campos minados era ineficaz. Os Iraquianos criaram uma linha fortificada na fronteira com a Arábia Saudita. Plantaram 2,5 milhões minas no local e cavaram abrigos e trincheiras bem camufladas. Antes da invasão foram usados para abrir brechas nos locais de assalto usando bombas Mk83 com espoleta de retardo.
Um B-52 foi danificado por míssil desconhecido, outro perdeu dois motores por um quase acerto de SA-3, e outro danificado por um SA-6 sofrendo mais de 100 furos e perdendo muito combustível. Um foi atingido na torreta de cauda pela artilharia antiaérea ou míssil. Existe a teoria que o radar foi acionado na mesma hora que um F-4G disparou um HARM contra um alvo próximo do B-52 e desviou para a torreta. O B-52 estava virando e os danos parecem ter vindo de cima. Com cinco aeronaves danificadas em 1.706 saídas foi uma razão de 0,29% sendo melhor só que os danos dos A-6E e Tornados. Um foi perdido por falha elétrica.
Os B-52 gastaram 3,5% das saídas de REVO. Ficavam longe dos alvos e a carga de bombas disparada por dia poderia ter sido bem maior se estivessem baseados próximos, mas a limitação seria a logística.

Os B-52 estavam baseados na Arábia Saudita (Jeddah), Diego Garcia e Espanha (Moron) se concentraram no KTO e as vezes no centro Iraque. A USAF queria mais B-52 na região. Guam estava muito longe e a Arábia Saudita já estava cheia. Cairo no Egito acabou proibindo e teve que ir para Europa onde usaram a base de Fairford no Reino Unido que atacaram alvos no norte do Iraque. O turnaround era de 90 minutos no Reino Unido e era o mais rápido. Os B-52 baseados em Jeddah voaram metade das missões e dispararam metade das bombas em 841 saídas.

Uma Ala com dois esquadrões de F-15E foram deslocados para a Al-Kharj. Os F-15E realizaram 2.172 saídas contra 2124 alvos no Iraque e KTO. A duração média das saídas foi de 3,27 horas. Os F-15E tinham capacidade todo tempo ataque e quase todas as saídas foram voadas a noite.
Os F-15E realizaram 595 strike contra bases aéreas, centros QBR, pontes, centros de comunicações e depósitos de comunicações. As caçadas Scud foram 391 saídas apoiados pelos AWACS e FLIR para encontrar os Scud nos Kill Box. No dia 27 de janeiro foi declarado supremacia aérea e os dois esquadrões de F-15E foram divididos com um para caçar Scud e outro para tank plinking no KTO.
Um terço das saídas foi de tank plinking ou 949 saídas. Os ataques eram feitos a 12-14 mil pés, mas variava conforme as condições meteorológicas. Nas saídas de tank plinking levavam geralmente oito GBU-12. Os F-15E sem LANTIRN de designação de alvos levavam 12 bombas Mk82 ou seis CBU-87/89, ou quatro Mk84, ou quatro GBU-10. O LANTIRN era usado para localizar alvos, designar para atacar com as Paveway e gravada as imagens dos vídeos para BDA.

Os F-111F realizaram 2.881 saídas sem baixas contra 3.225 alvos atingidos. Os F-111F dispararam 46% das bombas guiadas durante a campanha estratégica. A carga normal era dois Sidewinder mais oito Mk82, ou duas Mk84, 2-4 GBU-12, 2-4 GBU-10, 2-4 GBU-24, oito CBU-87, oito CBU-89, 8-12 CBU-52, CBU58 ou Rockeye, ou uma ou duas GBU-15.
O F-111F fez preparação do campo de batalha ou tank plinking em 1.804 strikes com as GBU-12. Nas saídas tank plinking eram armados com quatro GBU-12. Outros 912 strikes foram contra bases aéreas, aeronaves no solo, instalações, abrigos HAS, centros de comando, bunkers, QBR, pontes e defesa aérea. A duração média das saídas foi de 3 horas. Os F-111F apoiaram as saídas contra os Scud realizando 69 ataques apoiando com as Paveway e CBU-89 Gator em canais suspeitos de esconder lançadores móveis.
Todos os F-111F estavam equipados com o casulo FLIR Pave Tack. Os F-111E com aviônicos analógico eram bem menos preciso e só levavam armas convencionais. Os F-111E operando na Turquia permitiu que os outros caças se concentrarem no sul do Iraque. O longo alcance do F-111F dava flexibilidade. As aeronaves baseadas em Taif podiam atingir o KTO sem precisar de REVO e atacar alvos mais ao norte sem expor as aeronaves de REVO as defesas.
Nos três primeiros dias os F-111 atacaram a baixa altitude e dispararam bombas guiadas a laser contra bases aéreas. Após três dias passaram para média altitude em grandes pacotes, em várias direções, com HSO diferentes para evitar colisão. Nos pacotes contra alvos de ponto e área alvos atacavam com até 32 aeronaves. As vezes voava sem escolta de supressão de defesa.

Dois esquadrões com 24 caças A-7 Corsair operaram a partir do USS Kennedy no Mar Vermelho realizando 737 saídas de Interdição aérea. A França enviou 24 Jaguar e a RAF 12 que voaram 1.145 saídas no KTO e contra navios. Os Jaguar da RAF dispararam 741 bombas de 454 kg, 387 CBU-87, 608 foguetes e oito BL-755. Os Mirage F1 foram operados pelo Kuwait e Qatar voaram 170 saídas e os da França realizaram 44 saídas de reconhecimento. Os AC-130A/H voaram 104 saías de CAS, apoio as forças especiais e "on-call AI". Também ajudou a caçar Scuds entre os dias 18 a 21 de janeiro.
O USMC enviou 29 helicópteros de ataque AH-1J/T/W Super Cobra para a Operação Desert Storm. Os Cobra escoltavam helicópteros, fizeram apoio aéreo aproximado, reconhecimento armado e ataque anti-carro. Voaram 1.273 saídas com 3.014 horas. Os Cobra atuaram em conjunto com as tropas em terra como os blindados LAV e as vezes com os AV-8B como elemento de manobra na TF Cunningham. No dia G+2 os AH-1 e UH-1N apoiaram a TF Ripper contra 3a Divisão Blindada iraquiana. O UH-1N com FLIR e designador laser liderou dois Cobras na fumaça e abaixo de linhas de força para atacar forças a frente dos fuzileiros. Designou os alvos para o disparo de mísseis Helffire. Em outra ocasião os Cobra aturavam com os blindados LAV para barrar um contra-ataque mecanizado de uma Brigada iraquiana contra o Posto de Comando da 1a Divisão de fuzileiros. O AH-1W disparou Hellfire designados pelos OH-58D.

Os helicópteros de ataque do US Army deslocados foram 145 AH-1 Cobra, 130 OH-58D Kiowa e 277 AH-64 Apache. Realizaram reconhecimento armado, anti-carro e escolta. UO S Army usou ataques em massa como elemento de manobra e conduziram missões de reconhecimento armado de grande escala junto com a força CAS da USAF como A-10, F-16, EF-111, Compass Call, Wild Weasel, e JSTARS. As missões longo alcance foram a até 100 milhas. Se precisarem de apoio de aeronaves táticas pedem na frequência do AWACS. Os helicópteros de ataque também cobriam os flancos e a frente de forças em terra avançando.

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