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domingo, 24 de abril de 2011

O futuro: inteligência artificial (VAN),(VTNP),(MULE),(VRA):(AI).











O ser humano é formado por:
um corpo;
um sistema muscular, para mover a estrutura do corpo;
um sistema sensorial, que recebe informações sobre o corpo e o ambiente;
um sistema de energia, para ativar os músculos e sensores;
um sistema cerebral, que processa a informação sensorial e diz aos músculos o que fazer.
Claro, nós também temos atributos intangíveis, como inteligência e ética, mas a lista acima diz respeito às características físicas.

Um robô é formado pelos mesmos componentes:

Tem uma estrutura física móvel, um motor, um sistema sensorial, uma fonte de energia e um "cérebro" computadorizado que controla os demais elementos. Essencialmente, os robôs são versões da vida animal criadas pelos humanos. Eles são máquinas que replicam o comportamento humano e animal.
Neste artigo, vamos explorar os conceitos básicos da robótica e descobrir como os robôs fazem o que fazem.
Joseph Engelberger, um pioneiro na indústria robótica, declarou: "Eu não posso definir um robô, mas sei reconhecer um quando o vejo". Se você considerar como robôs todos os diferentes tipos de máquinas, vai perceber que é quase impossível chegar a uma definição única. Cada um tem uma idéia diferente do que é um robô.

Você, provavelmente, já ouviu falar de alguns destes robôs famosos:

R2D2 e C-3PO: os robôs inteligentes e falantes que têm personalidade e participam dos filmes Star Wars (em inglês);
o robô AIBO da Sony: um robô canino que aprende através da interação com os humanos;
o robô ASIMO da Honda: um robô bípede que dança e faz movimentos semelhantes aos dos humanos;
robôs industriais: máquinas automatizadas que trabalham nas linhas de montagem;
Data: o andróide quase humano da série Star Trek (em inglês);
BattleBots (em inglês): os lutadores de controle remoto do Comedy Central (em inglês);
robôs policiais, que desarmam bombas;
veículos exploradores de Marte, da NASA;
HAL: o computador da nave no filme 2001: Uma Odisséia no Espaço (em inglês), de Stanley Kubrick;
Robomower (em inglês): o robô que corta grama, fabricado pela Friendly Robotics;
o robô da série de televisão "Perdidos no Espaço";
MindStorms: o kit de robôs da LEGO;
Sonny: o robô positrônico NS-5 do filme "Eu, Robô", que têm emoções e fere a primeira das três leis da robótica criadas por Isaac Azimov no livro homônimo.

Todos os citados são considerados robôs, pelo menos para algumas pessoas. A definição mais ampla define um robô como: tudo aquilo que as pessoas reconhecem como um robô. Muitos roboticistas (pessoas que criam robôs) utilizam uma definição mais precisa. Eles dizem que os robôs têm um cérebro reprogramável (um computador) que move um corpo.
Por esta definição, os robôs são diferentes de outras máquinas móveis, como os carros, porque possuem um elemento computadorizado. Muitos carros novos possuem computador de bordo, mas que só é utilizado para fazer pequenos ajustes. Você controla a maioria dos elementos de um carro através de vários dispositivos mecânicos. Os robôs também diferem dos computadores na sua natureza física, já que computadores não têm um corpo.

Urbie, o robô urbano da Nasa. Ele tem câmeras controladas por software e sensores que o ajudam a operar de forma autônoma em vários tipos de terreno. O URBIE checa áreas de risco aos investigadores humanos.

Princípios básicos dos robôs
A grande maioria dos robôs têm muitos pontos em comum. Primeiramente, quase todos os robôs tem um corpo móvel. Alguns só têm rodas motorizadas, outros têm dezenas de partes móveis, geralmente feitas de metal ou plástico. Da mesma forma como os ossos do seu corpo, os segmentos individuais são conectados por encaixes.

Os robôs giram as rodas e os segmentos unidos por pivôs através de algum tipo de acionador. Alguns robôs utilizam motores elétricos e solenóides como acionadores, outros usam um sistema hidráulico e alguns usam um sistema pneumático (acionado por gás comprimido). Geralmente os robôs utilizam todos estes tipos de acionadores ao mesmo tempo.
Uma fonte de energia é necessária para ativar esses acionadores. Esta fonte pode ser uma bateria ou uma tomada. Os robôs hidráulicos também precisam de uma bomba para pressurizar o fluido hidráulico e os robôs pneumáticos precisam de ar comprimido ou de tanques de ar comprimido.
Todos os acionadores são ligados em um circuito elétrico. Os circuitos energizam diretamente os motores elétricos e os solenóides que ativam o sistema hidráulico através da manipulação de válvulas elétricas. As válvulas determinam o caminho do fluido pressurizado na máquina. Para mover uma perna hidráulica, por exemplo, o controlador do robô teria que abrir uma válvula ligando a bomba de fluido a um pistão cilíndrico conectado à perna. O fluido pressurizado estende o pistão e movimenta a perna para frente. Para mover os seus segmentos em duas direções, os robôs utilizam pistões que podem empurrar para os dois lados.
O computador do robô controla tudo ligado ao circuito. Para mover o robô, o computador ativa todas as válvulas e motores necessários. A maioria dos robôs são reprogramáveis. Para mudar o comportamento de um robô, basta escrever um novo programa.

Nem todos os robôs têm sistemas sensoriais e pouquíssimos podem enxergar, ouvir e sentir cheiro ou gosto. Geralmente os robôs podem somente monitorar o seu próprio movimento. O design padrão utiliza rodas conectadas às junções do robô. Um LED de um lado da roda emite um raio de luz através das fendas para um sensor de luz do outro lado da roda. Quando o robô move uma junção, a roda dentro da fenda gira. A fenda interrompe o raio de luz quando a roda gira. O sensor de luz lê o padrão da luz intermitente e transmite os dados para o computador. O computador pode saber a distância exata do movimento da junção através deste padrão. Esse é o mesmo sistema básico usado em muitos mouses de computador.
Estas são as idéias principais da robótica. Os roboticistas podem combinar estes elementos de diversas maneiras para criar robôs de complexidade ilimitada. Um dos designs mais populares é o braço robótico.

O braço robótico

O termo robô é derivado da palavra checa robota, geralmente traduzida como "trabalho forçado". Isto descreve muito bem a maioria dos robôs. Muitos deles são criados para executar trabalhos pesados e repetitivos em uma fábrica. Eles fazem tarefas que são difíceis, perigosas ou entediantes para os seres humanos.
O tipo mais comum de robô é o braço robótico, que geralmente é formado por sete segmentos de metal e unido por seis junções. O computador controla o robô através da rotação de um motor de passo conectado a cada junção (alguns braços maiores usam sistemas hidráulicos ou pneumáticos). Diferente dos motores comuns, os motores de passo se movem em incrementos exatos (veja Anaheim Automation (em inglês) para descobrir como isso funciona). Isso permite que o computador mova o braço com bastante precisão, repetindo o mesmo movimento várias vezes seguidas. O robô utiliza sensores de movimento para ter certeza de que se move corretamente.
Um robô industrial com seis junções lembra um braço humano. Ele tem o equivalente a um ombro, cotovelo e pulso. Geralmente, o ombro é montado em uma base estática em vez de um corpo móvel. Este tipo de robô tem seis graus de liberdade, o que significa que ele pode se mover em seis direções diferentes. Já um braço humano tem sete graus de liberdade.

A função do seu braço é mover a sua mão de um lugar para o outro. Similarmente, a função de um braço robótico é mover um atuador de um lugar para o outro. Você pode acoplar todo tipo de atuadores a um braço robótico. Cada atuador funciona para um tipo de trabalho. O atuador mais comum é uma versão simplificada de mão, que pode apanhar e carregar diferentes objetos. As mãos robóticas têm sensores de pressão acoplados, que dizem ao computador a força com que o robô está segurando o objeto. Isso impede que o robô derrube ou quebre o que ele estiver carregando. Existem outros atuadores como soldas, brocas e sprays de pintura.
Os robôs industriais são criados para fazer a mesma coisa repetidamente, em um ambiente controlado. Por exemplo, o robô pode tampar os potes de geléia em uma linha de montagem. Para ensinar um robô como fazer o seu trabalho, o programador guia o braço dele através dos movimentos de um controle. O robô memoriza a seqüência exata de movimentos e os repete toda vez que uma nova unidade chega à linha de montagem.
A maioria dos robôs industriais trabalha em linhas de montagem de automóveis. Os robôs são mais precisos e podem fazer este trabalho de maneira muito mais eficaz que os homens. Eles sempre usam a broca no mesmo lugar e sempre apertam os parafusos com a mesma força, não importa quantas horas tenham trabalhado. Estes robôs também são muito importantes para a indústria da informática. É necessário uma mão extremamente precisa para montar um minúsculo chip de computador.
Escrevendo sobre robôs
Em 1920, o dramaturgo checo Karel Capek criou o termo robô na sua peça "R.U.R.". Nesta peça, os trabalhadores mecânicos dominam os seus criadores humanos quando um cientista consegue fazer com que as máquinas tenham emoções. Dezenas de autores e cineastas criaram histórias com este mesmo cenário. Isaac Asimov tinha uma visão mais otimista em diversos contos e livros. Na sua obra, os robôs são bons, prestativos e não podem agredir os humanos, de acordo com as "Leis da robótica" (em inglês).
Robôs portáteis

Os braços robóticos são relativamente fáceis de se programar e construir porque operam em uma área confinada. Mas as coisas se tornam mais complicadas quando você quer enviar um robô para outro lugar do mundo.

O primeiro obstáculo é dar ao robô um sistema de locomoção que funcione. Se o robô vai se mover em um terreno plano, rodas e esteiras são a melhor opção, que também podem funcionar bem em terreno acidentado se forem grandes o suficiente. Mas os designers de robô preferem as pernas, porque elas se adaptam melhor. Construir robôs com pernas também ajuda os pesquisadores a entender a locomoção natural. É um ótimo exercício de pesquisa biológica.

Geralmente os pistões hidráulicos ou pneumáticos movem as pernas do robô para frente e para trás. Os pistões se acoplam a segmentos da perna da mesma forma que os músculos aos ossos. Fazer estes pistões trabalharem direito é bastante complicado. Quando você é um bebê, seu cérebro precisa descobrir a combinação exata de contrações musculares para você poder andar sem cair para frente, por isso, um designer de robô precisa descobrir a combinação certa de movimentos do pistão envolvidos no ato de andar - e programar essa informação no computador do robô. Muitos robôs móveis têm um sistema de equilíbrio embutido (uma série de giroscópios, por exemplo), que diz ao computador quando ele precisa corrigir seus movimentos.

A locomoção bípede é muito instável, por isso é difícil implementá-la nos robôs. Para criar robôs estáveis, os designers observam o mundo animal, pricipalmente os insetos. Os insetos de seis patas têm um equilíbrio excepcional e se adaptam bem a muitos terrenos.
Alguns robôs são controlados remotamente: uma pessoa diz o que eles têm que fazer e eles fazem. O controle remoto pode se comunicar com o robô através de um fio conectado, utilizando sinais de rádio ou infravermelho. Os robôs controlados remotamente, também chamados de robôs marionetes (puppet robots), são usados na exploração de ambientes perigosos e inacessíveis, como o fundo do mar ou o interior de um vulcão. Alguns robôs são parcialmente controlados remotamente. Por exemplo, o operador pode mandar o robô ir para um certo lugar, mas não o guia até lá. O robô tem que achar seu próprio caminho.

Os robôs móveis têm várias utilidades para o homem. Alguns exploram outros planetas ou áreas inóspitas da Terra para coletar amostras geológicas. Outros procuram minas terrestres em antigos campos de batalha. Às vezes a polícia usa robôs móveis para procurar uma bomba ou até mesmo prender um suspeito.
Foto cedida por NASA JPL
O Urbie pode explorar áreas perigosas para os humanos

Os robôs móveis também podem ser utilizados em aplicações caseiras e negócios. Os hospitais podem usar robôs para transportar medicamentos e alguns museus usam robôs para patrulhar as galerias durante a noite, monitorar a qualidade do ar e o nível de umidade. Algumas empresas desenvolveram robôs que passam aspirador de pó.

Os robôs autônomos podem agir por vontade própria. A idéia básica é programar o robô para responder a um certo tipo de estímulo externo. O simples robô bate-e-volta é um bom exemplo de como isso funciona.
Esse tipo de robô tem um sensor que detecta os obstáculos. Quando você liga o robô, ele começa a andar em linha reta. Ao atingir um obstáculo, o impacto empurra o sensor. O programa do robô diz para ele voltar, virar para esquerda ou para a direita ou se mover para frente de novo em resposta a cada obstáculo. Desta maneira, o robô muda de direção sempre que encontra um obstáculo.

Os robôs mais avançados usam versões elaboradas desta mesma idéia. Os roboticistas criam novos programas e sistemas de sensor para tornar o robô mais esperto e perceptivo. Hoje os robôs podem se locomover em uma grande variedade de ambientes.
Os robôs mais simples utilizam sensores infravermelhos ou ultrasom para ver os obstáculos. Esses sensores funcionam da mesma maneira que a ecolocalização animal: o robô envia um sinal sonoro ou um feixe de luz infravermelha, detecta a reflexão do sinal e o robô calcula a distância até os obstáculos baseado no tempo que o sinal leva para voltar.

Visão do Urbie
Os robôs mais avançados utilizam estereoscopia para ver o mundo. Duas câmeras dão ao robô a percepção de profundidade e um software de reconhecimento pode localizar e classificar diversos objetos. Os robôs também podem usar microfones e sensores de cheiro para analisar o mundo que os cerca.
Alguns robôs autônomos só podem trabalhar em um ambiente familiar e restrito. Os robôs que cortam grama, por exemplo, precisam de marcas cavadas para definir os limites do jardim. Um robô que faz limpeza de um escritório precisa de um mapa do prédio para poder se mover.
Os robôs mais avançados podem analisar e se adaptar a ambientes não-familiares, até mesmo áreas com terreno acidentado. Estes robôs podem associar ações a certos tipos de terreno. Um robô veicular, por exemplo, pode construir um mapa do terreno em que ele se encontra por meio dos sensores visuais. Se o mapa mostrar um terreno muito acidentado, o robô sabe que precisa seguir outro caminho. Este tipo de sistema é muito útil em robôs exploradores que operam em outros planetas (veja JPL Robotics (em inglês) para aprender mais).
Uma outra alternativa, menos estruturada, é a de aleatoriedade. Quando este tipo de robô fica preso, ele se move para qualquer lugar até que alguma coisa funcione. Os sensores trabalham em conjunto com os atuadores, em vez do computador dirigir tudo baseado em um programa. É mais ou menos parecido com uma formiga quando atinge um obstáculo: ela não parece tomar uma decisão, simplesmente tenta qualquer coisa até dar certo.
Robôs caseiros
Nas duas últimas seções, vimos os campos mais importantes do mundo dos robôs: robôs industriais e robôs de pesquisa. Os profissionais dessas áreas fizeram grandes avanços na robótica, mas não foram os únicos. Durante décadas, um grupo pequeno, porém apaixonado, criou robôs em garagens e porões de todo o mundo.
Os robôs caseiros são uma subcultura que se expande na Internet. Os roboticistas amadores criam os seus robôs com kits comerciais, componentes comprados pelo correio, brinquedos e até mesmo videocassetes.
Os robôs caseiros são tão variados quanto os robôs profissionais. Alguns roboticistas de fim de semana criam elaboradas máquinas que andam, desenvolvem criados robóticos ou então robôs de competição. O tipo mais comum de robôs competitivos são os lutadores de controle remoto que você vê em "BattleBots". Essas máquinas não são consideradas "robôs reais" porque não têm um cérebro computadorizado reprogramável. Elas são basicamente carros de controle remoto sofisticados.
Os robôs de competição mais avançados são controlados por computador. Existem robôs que jogam futebol sem nenhuma intervenção humana. Um time de futebol robótico é formado por vários robôs individuais e um computador central que "vê" o campo inteiro com uma câmera de vídeo e identifica o seu próprio time, o time oponente, a bola e o gol através das cores. O computador processa essa informação a cada segundo e decide como guiar o seu próprio time.
Adaptável e universal
A revolução do computador pessoal foi marcado por uma extraordinária adaptabilidade. Padronização de hardware e linguagens de programação permitem que engenheiros de computação e programadores amadores moldem os computadores para seus propósitos particulares. Os componentes de computadores são como material de arte: podem ser usados de várias maneiras.
Até hoje, muitos robôs foram apenas eletrodomésticos de cozinha. Os roboticistas os constroem para suprir necessidades específicas. Eles não se adaptam muito bem a novas aplicações.
A situação pode estar mudando. Uma empresa chamada Evolution Robotics (em inglês) é pioneira no segmento de hardware e software robóticos adaptáveis. A empresa espera inaugurar um novo nicho de mercado criando "kits de desenvolvimento de robôs" fáceis de se utilizar.
Os kits vêm com uma plataforma de software aberto que contém uma vasta gama de funções robóticas comuns. Por exemplo, os roboticistas podem facilmente dar às suas criações a habilidade de seguir um alvo, escutar comandos de voz ou superar obstáculos. Nenhuma destas capacidades são revolucionárias do ponto de vista tecnológico, mas o fato de encontrá-las em um único pacote é bastante incomum.
Os kits também vêm com um hardware de robô que se conecta facilmente com o software. O kit padrão tem sensores infravermelhos, motores, um microfone e uma câmera de vídeo. Os roboticistas colocaram todas essas peças juntas a um conjunto eretor, constituído por uma coleção de peças de alumínio e rodas.
Esses kits não são a melhor coisa do mundo, claro. E também custam US$ 700 e não são brinquedos baratos, mas são um grande passo em direção a uma nova robótica. Em um futuro próximo, criar um robô para limpar a casa ou cuidar dos animais enquanto você viaja pode ser tão simples quanto escrever um programa em BASIC (em inglês) para controlar as suas despesas.
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O futuro: inteligência artificial (IA)

A inteligência artificial (IA) é certamente uma das áreas mais interessantes da robótica. Também é a que levanta mais discussões. Todo mundo concorda que um robô pode trabalhar numa linha de montagem, mas nem todos querem que os robôs sejam inteligentes IA.

O termo "inteligência artificial" também é difícil de ser definido. O nível máximo de IA seria a criação de uma máquina capaz de pensar igual ao homem. Isso inclui a habilidade de aprender quase tudo, a habilidade de raciocionar, de usar a linguagem e de formular idéias originais. Os roboticistas ainda não chegaram perto deste nível de inteligência artificial, mas fizeram muito progresso com IA mais limitada. A inteligência artificial das máquinas modernas pode replicar elementos específicos da habilidade intelectual.
Os computadores já podem resolver problemas em um mundo limitado. A idéia básica da inteligência artificial é muito simples, mas a execução é complicada. Primeiro, a IA do robô ou computador coleta dados sobre a situação através de sensores ou de uma pessoa que insira estas informações. O computador compara essas informações com os dados armazenados e decide o que a informação significa. Então executa diversas ações e prediz qual terá mais sucesso com base nas informações coletadas. Claro, o computador só pode resolver problemas que ele foi programado para resolver (ele não precisa ter uma habilidade analítica generalizada). Computadores de xadrez são um exemplo deste tipo de máquina.
Alguns robôs modernos também têm uma habilidade limitada de aprender. Robôs aprendizes reconhecem se uma determinada ação (mover as suas pernas de uma certa maneira, por exemplo) alcança um resultado desejado (superar um obstáculo). O robô armazena essa informação e tenta executar a mesma ação quando se depara com o mesmo problema. Mais uma vez, isso acontece de maneira bastante limitada. Eles não podem absorver nenhum tipo de informação da mesma maneira que um humano. Alguns robôs aprendem imitando os movimentos. No Japão, os roboticistas ensinaram um robô a dançar demonstrando os movimentos para ele.
Alguns robôs podem interagir socialmente. Kismet, um robô do Laboratório de inteligência artificial do MIT (em inglês), reconhece a linguagem corporal e entonação da voz de uma pessoa e responde apropriadamente. Os criadores do Kismet estão interessados em entender a interação entre humanos e bebês por meio do tom de voz e informação visual. Este tipo básico de interação pode ser o fundamento do sistema de aprendizado humano.
Kismet e outros robôs humanóides do MIT funcionam através de um controle de estrutura não convencional. Em vez de utilizar o computador central para cada ação, os robôs controlam as ações simples com computadores simples. O diretor do programa, Rodney Brooks, acredita que este modelo é mais próximo da inteligência humana. Nós fazemos a maioria das coisas automaticamente, não precisamos pensar muito para fazê-las.
O grande desafio da IA é entender como a inteligência natural funciona. Desenvolver IA não é como criar um coração artificial. Os cientistas não têm um modelo simples e concreto para começar a trabalhar. Nós sabemos que o cérebro contém bilhões de neurônios e aprendemos por meio de conexões elétricas estabelecidas nestes neurônios. Mas não sabemos exatamente como essas conexões estão relacionadas com o pensamento profundo e com as operações mais simples. O circuito é muito complexo e incompreensível.
Por causa disso, a pesquisa de IA é bastante teórica. Os cientistas criam hipóteses sobre como e por que nós aprendemos e pensamos, e testam essas idéias nos robôs. Brooks e seu time focam nos robôs humanóides porque eles acham que experimentar o mundo como um humano é essencial para desenvolver inteligência humana. Também é mais fácil interagir com o robô, o que teoricamente seria melhor para o aprendizado da máquina.
Um design físico de um robô é útil para entender a anatomia humana e animal, assim como a pesquisa de IA serve para entender como funciona a inteligência natural. Para alguns roboticistas, este é o objetivo mais importante da criação de robôs. Outros prevêem um mundo onde as máquinas inteligentes conviverão em harmonia com os homens e alguns robôs mais simples farão tarefas como trabalhos manuais e nas áreas de saúde e comunicação. Um outro grupo acredita que a revolução da robótica nos transformará em ciborgues, humanos com máquinas integradas. As pessoas, no futuro, vão poder carregar suas mentes em um robô e viver por milhares de anos!
De qualquer forma, os robôs certamente vão fazer parte da nossa vida no futuro. Nas próximas décadas, eles vão gradualmente ocupar espaço em nossas casas, da mesma maneira que os computadores fizeram na década de 1980.
A melhor maneira de entender os robôs é olhar os designs específicos. Os links da próxima página mostram vários projetos de robô interessantes ao redor do mundo.

Introdução

Se os computadores revolucionaram a segunda metade do século XX, a robótica promete alterar a maneira como viveremos no século 21. Robôs modificaram o modo de fabricar carros e outros bens de consumo ao otimizar e acelerar a linha de montagem. Possuímos até cortadores de grama e animais de estimação robóticos. E os robôs possibilitaram que conhecêssemos locais que os humanos ainda não são capazes de visitar sozinhos, como outros planetas e as profundezas do oceano.

Nas próximas décadas, veremos robôs com inteligência artificial capazes de se assemelhar à dos homens que os criaram. Virtualmente, eles podem até se tornar conscientes de si mesmos e do mundo, como também de fazer as mesmas coisas que os humanos.Quando falamos sobre o futuro falamos sobre robôs fazendo as tarefas humanas, mas o futuro da cirurgia robótica já chegou. Estamos realmente prontos para que máquinas substituam os médicos na sala de operação?
Neste artigo, você aprenderá sobre robôs cirúrgicos que foram ou podem ser aprovados para o uso nas salas de cirurgia. Também conheceremos as vantagens e benefícios que a cirurgia robótica terá sobre os métodos cirúrgicos convencionais.

Robôs cirúrgicos

A primeira geração de robôs cirúrgicos já está sendo instalada em diversas salas de cirurgia ao redor do mundo. Eles não são verdadeiros robôs autônomos, que realizam cirurgias sozinhos, mas fornecem ajuda mecânica aos cirurgiões. Essas máquinas ainda requerem um médico para manuseá-las e fornecer instruções. O controle remoto e a ativação por voz são os métodos pelos quais esses robôs cirúrgicos são controlados.
Tipos de instrumentos usados
pelo Sistema Cirúrgico da Vinci
A robótica está sendo introduzida na medicina porque permite maior controle e precisão dos instrumentos cirúrgicos, com procedimentos minimamente invasivos. Até agora, essas máquinas foram usadas para posicionar um endoscópio, efetuar cirurgias da vesícula biliar e corrigir refluxo gastroesofágico e azia. A meta principal do campo da cirurgia robótica é projetar um robô que possa ser usado para efetuar cirurgias de coração sem abertura da caixa torácica. De acordo com um fabricante, dispositivos robóticos poderiam ser usados em mais de 3,5 milhões de procedimentos médicos por ano somente nos Estados Unidos. Eis três robôs cirúrgicos que foram desenvolvidos recentemente:

Sistema Cirúrgico da Vinci
Sistema Cirúrgico Robótico ZEUS
Sistema Robótico AESOP

A Food and Drug Administration (FDA), órgão federal americano que estabelece normas para a indústria alimentícia e de remédios aprovou o Sistema Cirúrgico da Vinci, tornando-o o primeiro sistema robótico com uso permitido em salas de cirurgia nos Estados Unidos. Desenvolvido pela Intuitive Surgical (em inglês) a um custo de US$ 1 milhão, o sistema da Vinci usa uma tecnologia que permite ao cirurgião chegar mais perto do alvo do que a visão humana permitiria, trabalhando em uma escala menor do que a cirurgia convencional permite. O sistema da Vinci consiste de dois componentes principais:
um console de visualização e controle
uma unidade de braço cirúrgico
Usando o da Vinci para uma cirurgia de vesícula biliar, 3 incisões (de diâmetro inferior ao de um lápis) são feitas no abdômen do paciente e permitem a inserção de 3 hastes de aço inoxidável. As hastes são mantidas no local por três braços robóticos. Uma das hastes é equipada com uma câmera, ao passo que as outras duas são equipadas com instrumentos cirúrgicos capazes de dissecar e suturar o tecido da vesícula biliar. Ao contrário da cirurgia convencional, esses instrumentos não são tocados diretamente pelas mãos do médico.

Há poucos metros da mesa de operação, no console de controle, o cirurgião olha no visor para examinar as imagens em 3D enviadas pela câmera no interior do paciente. As imagens mostram o local da cirurgia e os dois instrumentos cirúrgicos instalados nas extremidades de duas das hastes. Controles similares a joysticks localizados logo abaixo da tela são usados pelo cirurgião para manipular os instrumentos cirúrgicos. Cada vez que um dos joysticks é movido, um computador envia um sinal eletrônico para um dos instrumentos, que é movimentado em sincronia com os movimentos das mãos do cirurgião.
Outro sistema robótico que está prestes a ser aprovado pela FDA é o Sistema ZEUS, fabricado pela Computer Motion (a um custo de US$ 750 mil), que já está disponível na Europa. Entretanto, ambos os sistemas, da Vinci e ZEUS, precisam receber aprovação governamental para cada procedimento em que serão utilizados. O ZEUS possui uma configuração similar à do sistema da Vinci: possui uma estação de trabalho computadorizada, uma tela de vídeo e controles manuais usados para mover os instrumentos cirúrgicos instalados na mesa. Enquanto o sistema ZEUS ainda não foi liberado para uso nos Estados Unidos não ser para testes clínicos, os médicos alemães já usam o sistema para realizar cirurgias de ponte de safena.
O sistema ZEUS utiliza a assistência do Sistema Robótico AESOP (sigla em inglês para Sistema Endoscópico Automatizado para Posicionamento Ideal). Lançado pela Computer Motion em 1994, o AESOP foi o primeiro robô a ser liberado pela FDA para assistência de cirurgias em salas de operação. O AESOP é mais simples do que os sistemas da Vinci e ZEUS. Trata-se de um braço mecânico usado pelo médico para posicionar o endoscópio (câmera cirúrgica inserida no paciente). Pedais ou um software ativado por voz permitem que o médico posicione a câmera, deixando suas mãos livres para prosseguir com a operação.

Vantagens da cirurgia robótica

Nas salas de cirurgia atuais, é possível encontrar dois ou três cirurgiões, um anestesista e muitos enfermeiros, até mesmo na mais simples das cirurgias. A maioria das cirurgias requer aproximadamente uma dúzia de pessoas na sala. Com toda a automação, os robôs cirúrgicos possivelmente eliminarão a necessidade de algumas dessas pessoas. No futuro, talvez a cirurgia requeira somente um cirurgião, um anestesista e um ou dois enfermeiros. Nessa sala de cirurgia, o médico sentará em um console de computador, dentro ou fora da sala de cirurgia, usando o robô cirúrgico para efetuar aquilo que antigamente exigia uma equipe bem maior.

O uso de um console de computador para efetuar operações a distância, abre a perspectiva da telecirurgia, em que um médico efetuaria uma cirurgia delicada a quilômetros de distância do paciente. Se o médico não precisar ficar de pé ao lado do paciente e puder controlar remotamente os braços robóticos em uma estação computadorizada a alguns metros do paciente, a próxima etapa seria realizar a cirurgia a partir de locais muito mais afastados. Se fosse possível usar o console de computador para mover os braços robóticos em tempo real, um médico situado na Califórnia poderia operar um paciente em Nova Iorque. Um grande obstáculo para a telecirurgia é a demora entre o movimento das mãos do médico e a resposta dos braços robóticos a esses movimentos. Por isso, por enquanto o médico precisa estar na sala junto com o paciente para que os sistemas robóticos reajam instantaneamente aos movimentos de suas mãos.
Manter menos pessoas na sala de cirurgia e permitir que os médicos tenham a capacidade de operar um paciente a longa distância pode diminuir o custo das cirurgias. Além da redução de custo, a cirurgia robótica possui diversas outras vantagens sobre a cirurgia convencional, incluindo o aumento da precisão e redução do trauma para o paciente. Por exemplo, a cirurgia de ponte de safena, atualmente, exige que o peito do paciente seja "serrado" e aberto por meio de uma incisão de mais de 30 cm de comprimento. No entanto, com os sistemas da Vinci ou ZEUS será possível operar o coração por meio de três pequenas incisões no peito, cada uma com cerca de 1 cm de diâmetro. Como o cirurgião faria estas incisões menores em vez de uma longa por toda a extensão do peito, o paciente experimentaria menos dores e sangramento, levando a uma recuperação mais rápida.
A robótica também diminui a fadiga que os médicos experimentam durante as cirurgias, que podem durar várias horas. Os cirurgiões podem ficar exaustos durante essas longas cirurgias e, como resultado, sofrer tremores nas mãos. Mesmo as mãos firmes do médico mais experiente não podem se igualar às do robô cirúrgico. O sistema da Vinci foi programado para ignorar os tremores da mão do médico e manter o braço mecânico estável.
Embora os robôs cirúrgicos ofereçam algumas vantagens, ainda estamos longe do dia em que robôs farão operações sem intervenção humana. No entanto, com os avanços na potência dos computadores e na inteligência artificial, pode ser que, ainda neste século, um robô seja projetado com capacidade para localizar anormalidades no corpo humano, analisá-las e operá-las, corrigindo-as sem qualquer orientação humana:(AI).

O filme "O Exterminador do Futuro" nos mostrou um futuro onde batalhões de robôs sentimentais e humanóides travaram uma guerra contra a humanidade. Embora essa visão ainda esteja relacionada ao domínio da ficção científica, muitos países estão pesquisando a criação de soldados robôs, incluindo os Estados Unidos (em inglês). Na verdade, em 2001, a lei Floyd D. Spence National Defense Authorization Act estabeleceu uma meta para as Forças Armadas dos Estados Unidos: criar uma força de veículos de combate não-tripulados que seria equivalente a um terço de todos os veículos em operação atualmente. Até agora, os designs dos robôs não se parecem com o Exterminador, mas podem ser tão letais quanto ele.
O plano Future Combat Systems (Sistemas de Combate do Futuro) do Exército dos Estados Unidos é um plano abrangente para modernizar os sistemas militares do país em todas as divisões das Forças Armadas. 0 plano requer um sistema de batalha integrado, ou seja, uma frota de diferentes veículos que irão usar até 80% de peças iguais, novos sensores autônomos projetados para captar informações no campo de batalha e sistemas de lançamento não-tripulados que podem disparar mísseis contra inimigos fora da linha de mira e diversos robôs.

Os robôs dividem-se em quatro categorias:

Veículos Aéreos Não-Tripulados (VAN) projetados para missões de vigilância e reconhecimento.
Veículos Terrestres Não-tripulados Pequenos(VTNP) que podem adentrar áreas perigosas e reunir informações sem arriscar a vida dos soldados.
Utilitário Multifuncional/Logística e Equipamento (MULE) veículos elaborados para fornecer suporte em situações de conflito
Veículos Robóticos Armados (VRA) que pesam 9,3 toneladas e podem carregar plataformas de armas ou equipamentos de vigilância sofisticados.
Os MULE e os Veículos Robóticos Armados podem marcar o início de uma maneira de lutar. Há três versões propostas dos Utilitários Multifuncionais/Logística e Equipamento (MULE), sendo que todos eles se deslocarão sobre rodas. Duas das variações semelhantes aos atuais robôs militares são: um veículo de transporte que poderia carregar mais de uma tonelada de equipamento e um veículo projetado para detectar e desativar minas terrestres antitanque. A terceira variação é um dispositivo de veículo robótico armado com luz de intimidação (ARV-A-L). Ele terá um sistema de reconhecimento, vigilância e aquisição de alvo (RSTA), além de armas integradas. Em outras palavras, esse robô se parece com um soldado humano, que pode entrar em combate com o inimigo.

Os robôs dos veículos robóticos armados se parecem menos com soldados e mais com tanques. Na verdade, a intenção do Exército é utilizar os robôs ARV-A como um suporte para missões de veículos tripulados. Por exemplo, o comandante de um esquadrão de tanques poderia utilizar robôs ARV-A para ampliar a área de atuação da sua equipe sem a necessidade de mais soldados. Os robôs poderiam ocupar as posições mais perigosas e fornecer apoio sempre que os veículos tripulados entrassem em uma situação de combate.
Em razão de cortes no orçamento, muitas das iniciativas mais caras, que incluíam os Sistemas de Combate do Futuro, talvez tenham de ser adiadas por tempo indeterminado. Os Utilitários Multifuncionais/Logística e Equipamento (MULE) e os veículos robóticos armados (ARV-A) estão nessa categoria. Como conseqüência, é possível que demore muitos anos para vermos robôs americanos sendo utilizados como combatentes em cenários de guerra. Entretanto, os militares dos Estados Unidos estão determinados a continuar investindo em robôs com a esperança de que, um dia, eles possam ocupar o lugar dos soldados humanos em situações perigosas.
Nesse artigo, vamos dar uma olhada em como funcionarão esses robôs e em como os soldados-robôs podem mudar o perfil da guerra para sempre.
Na seção a seguir, veremos a função do soldado-robô.

Esquadrões de robôs
Em condições ideais, os soldados robôs seriam capazes de atingir as mesmas metas militares que um grupo de humanos atingiria. Eles terão de ser autônomos e capazes de identificar alvos, fazer uma distinção entre as forças amistosas e as inimigas, entrar em combate com o inimigo e interagir com outras pessoas além de simplesmente disparar uma arma (em inglês). No momento, a maioria dos robôs é controlada remotamente por um ser humano em uma situação de comando, embora alguns robôs tenham uma autonomia limitada e possam se deslocar do ponto A para o ponto B com uma supervisão mínima. Para que um exército de robôs seja uma força de combate eficiente, seria melhor se os robôs pudessem avaliar as situações e tomar decisões sem se basear na opinião humana.

O Exército continua trabalhando com agências governamentais, como a NASA, universidades e empresas a fim de impulsionar mais pesquisas para a realização dessa meta. O projeto Sistema de Navegação Autônoma integra o Programa Sistemas de Combate do Futuro. A meta do Sistema de Navegação Autônoma é criar um sistema de navegação modular que os técnicos possam instalar em todos os veículos terrestres tripulados e não-tripulados. O sistema incluirá sensores de navegação, sistemas de posicionamento global, sistemas de navegação por inércia, sensores de percepção e software para detecção de colisões.
Uma grande preocupação dos militares e engenheiros é a possibilidade de um robô apresentar defeitos. A chance de um robô disparar contra forças amistosas ou observadores inocentes faz parte, freqüentemente, das discussões sobre o uso de robôs armados. Pode parecer paranóia, mas, no passado, robôs que apresentaram defeitos provocaram temores. Em 1993, um robô do esquadrão anti-bombas de São Francisco apresentou problemas durante uma missão para desativar uma bomba. O robô começou a girar de forma descontrolada antes que pudesse agarrar o explosivo. Felizmente, o robô não o detonou [fonte: The New York Times (em inglês)].
Os militares afirmam que a meta de utilização de veículos não-tripulados e robôs é poder entrar em combate sem o risco de baixas humanas. Outra vantagem é que, embora caros, os robôs realmente podem custar menos do que os soldados humanos no campo de batalha, uma vez que os robôs requerem manutenção, mas não precisam de benefícios de saúde ou aposentadoria. Eles também podem ser capazes de servir por períodos mais longos do que os soldados humanos.
Muitas pessoas acreditam que os robôs nunca substituirão os soldados humanos por completo, mas eles serão usados em missões especialmente perigosas ou entediantes. Um soldado-robô nunca vai se entediar, portanto ele é ideal para a função de guarda ou em longas missões de vigilância. A Coréia do Sul (em inglês) planeja utilizar robôs para patrulhar sua fronteira com a Coréia do Norte (em inglês). Estes robôs são chamados de Robôs Inteligentes para Vigilância e Guarda e utilizam câmeras infra-vermelhas e comuns para detectar invasores a uma distância de até 4 km. Os robôs podem perseguir um alvo, solicitando um número de acesso codificado quando estiverem a 10 metros do invasor. Se o alvo não puder fornecer o código correto, o robô poderia emitir um alarme ou até disparar uma arma contra o invasor.
Na seção a seguir, vamos aprender sobre o tipo de equipamento necessário para tornar os soldados-robôs uma realidade.
Ferramentas e armas robóticas
Atualmente, há robôs no mercado que podem carregar e disparar armas (em inglês) como escopetas, spray de pimenta, lançadores de granada ou até mísseis Hellfire. O robô Veículo robótico armado (MULE) do Utilitário Multifuncional/Logística e Equipamento (ARV-A-L) pode disparar uma arma com linha de mira e armas que destróem tanques. Os robôs Talon, controlados por controle remoto, podem carregar tudo, desde uma metralhadora M240 a um rifle calibre 50, ou granadas e lança-foguetes. O robô de patrulha sul-coreano (em inglês) pode disparar contra invasores ou carregar uma metralhadora K-3, uma metralhadora mais leve e parecida com a M249.

Exército dos Estados Unidos
O veículo terrestre não tripulado do Utilitário Multifuncional/Logística e Equipamento poderá carregar armas, como lança-mísseis ou metralhadoras

O Veículo terrestre não tripulado tático Gladiator da Marinha dos Estados Unidos poderá carregar um arsenal de armas letais e não-letais.

Armas de Intimidação Multifuncionais (AIM) lançadas sobre os ombros, projetadas para destruir casamatas, desativar veículos blindados e invadir fortificações.
Metralhadoras 240 ou M249.
Sistema de Fumaça de Obscuração para Veículos Leves (SFOVL), um dispositivo que lança granadas de fumaça.
Sistema de Ruptura de Obstáculos Anti-pessoal (SROA), um foguete que reboca uma linha conectada a granadas de fragmentação. Ele foi desenvolvido para destruir obstáculos como minas terrestres.
Um robô grande e pesado poderia lidar com armas que são muito desajeitadas, pesadas, perigosas ou potentes demais para os humanos. O veículo robótico armado com luz de intimidação (ARV-A) poderia carregar um canhão de calibre médio, um sistema de mísseis e um sistema de metralhadora pesada. O Exército pretende utilizar robôs como o ARV-A principalmente como um suporte para os veículos tripulados, portanto o armamento tem de ser comparado ao de um tanque.

Outras ferramentas incluirão sensores e câmeras para permitir que os robôs observem e se desloquem por meio de uma série de ambientes perigosos. Robôs como o Gladiator terão câmeras de imagens térmicas, ou seja, dispositivos que detectam o calor e geram imagens que os humanos conseguem enxergar. A maioria dos robôs também terá câmeras de vídeo comuns.
A principal meta do projeto Sistemas de Combate do Futuro é criar uma plataforma universal que o Exército e outras forças possam incorporar aos sistemas militares a partir de agora. Um dos desafios que os militares enfrentaram ao longo dos anos é uma combinação de equipamentos, veículos e softwares que não estão integrados entre si, dificultando a coordenação das batalhas e as discussões táticas. De preferência, todos os robôs militares compartilharão uma plataforma comum, oferecendo aos oficiais a opção de confiar em vários robôs em uma missão complexa. Por exemplo, os veículos aéreos não tripulados poderiam manter uma área sob vigilância, transmitindo informações para os veículos terrestres não tripulados à medida que eles adentrassem a área.

Eficiência, economia e ética
A primeira dificuldade para um exército de robôs totalmente funcional é a técnica. Ninguém criou uma maneira confiável e eficiente de tornar os robôs autônomos de verdade. Entretanto, os cientistas fizeram progressos significativos nos últimos anos. A Defense Advanced Research Projects Agency, divisão de pesquisa e desenvolvimento do Departamento de Defesa, lançou um desafio de US$ 1 milhão aos tecnólogos e engenheiros nos Estados Unidos (em inglês) para criar um veículo robótico que pudesse se deslocar de modo autônomo por um trajeto de 320 km. Embora 15 veículos tenham entrado na competição, nenhum conseguiu cruzar a linha final.
O ano seguinte foi mais encorajador. Uma equipe de engenheiros da Universidade de Stanford ganhou o grande prêmio de US$2 milhões quando seu veículo autônomo completou o trajeto de 212 km em seis horas e 53m. Três outros robôs concluíram o percurso antes do limite de dez horas. O concurso comprovou que é possível projetar um robô que possa se deslocar por terra sozinho em velocidades comparáveis à maioria dos veículos militares.
Em 2007, a Defense Advanced Research Projects Agency (DARPA) lançou um novo desafio: deslocar-se em um ambiente urbano complexo e simulado. Os veículos terão de simular uma missão de suprimento militar em uma cidade, o que significa que terão de conseguir se integrar ao trânsito, evitar obstáculos e seguir uma rota traçada. A equipe que melhor qualificar seu veículo ganhará US$2 milhões.

A navegação é um obstáculo importante a ser ultrapassado na busca pela autonomia robótica, mas quando você quer que seu robô seja capaz de localizar, identificar e disparar contra combatentes inimigos, os riscos são maiores. Descobrir como ensinar um robô a fazer distinções entre os inimigos, aliados e observadores inocentes poderia demorar muito tempo.
Além do aspecto técnico, o simples custo da pesquisa e da produção robótica é um desafio. Em 2006, o Departamento de Defesa estimou que o investimento total na pesquisa robótica no período de 2006 a 2012 seria de US$17 bilhões [fonte: Development and Utilization of Robotics and Unmanned Ground Vehicles]. À medida que os custos aumentam, os orçamentos se tornam mais restritos e o Exército é obrigado a sacrificar alguns dos seus planos. Muitos dos projetos robóticos dos militares estão sem financiamento, e há outros que estão suspensos por tempo indeterminado.
Portanto, há considerações éticas que surgem nas discussões sobre os soldados robóticos. Um país com uma força armada robótica estaria mais propenso a invadir outro país, sabendo que a invasão provavelmente resultaria em menos baixas? Ao eliminar o elemento humano da guerra, fazemos com que ela seja ainda mais desumana? Quando um robô falha durante uma missão, corremos o risco de enviar humanos para resgatá-lo e repará-lo? Podemos nos certificar de que os robôs saberão o momento de parar de atacar quando um inimigo se render?
Embora talvez estejamos a anos de distância de ver uma força de combate robótica eficiente, muitas pessoas acham que devemos tentar responder essas perguntas hoje. Os cientistas e engenheiros podem ser capazes de projetar robôs melhores ao decompor essas perguntas nos seus designs. Caso contrário, batalhões de "Exterminadores do Futuro" da ficção poderão estar um pouco mais próximo da realidade do que gostaríamos.

Introdução
É verão em Perm, Rússia, e um novo oficial de polícia ingressou na força militar. O novo policial chama bastante a atenção. Nada esbelto, chega a pesar 275kg. Esse policial também não anda - ele percorre as ruas sobre rodas. Chama-se R Bot 001 e é o primeiro oficial de polícia robô do pelotão.

O R Bot 001 assemelha-se a um projétil ou a um foguete de 1,75m de altura, que se move sobre quatro pneus. Sua função principal é monitorar as ruas usando suas cinco câmeras de vídeo. Possui um botão que as pessoas podem apertar para acionar a delegacia em caso de necessidade, e ainda consegue dar ordens simples, como mandar pedestres bêbados para casa.
A polícia de Perm não deu mais informações sobre o policial robô, possivelmente porque a apresentação do R Bot 001 não foi tão estelar. Algumas horas depois de sair às ruas, o robô enfrentou uma tempestade e, infelizmente, sua armação não era à prova de água. A água entrou no robô, causando um curto-circuito em seu sistema elétrico. Os policiais tiveram que pegar o R Bot 001 e levá-lo de volta para manutenção [fonte: The Australian (em inglês)].
Mas o R Bot 001 não é o primeiro robô a encontrar um lugar em uma unidade policial. Muitas forças policiais utilizam robôs para ocasiões particularmente perigosas, como o desarmamento de bombas ou a realização de reconhecimento em uma possível situação com reféns. Esses dispositivos podem não parecer tão incríveis quanto o Robocop - ou mesmo quanto o R Bot 001 - mas são peças sofisticadas de mecanismos criados para lidar com as situações mais perigosas que a polícia pode encontrar. Nesse artigo, aprenderemos o que torna esses dispositivos robóticos marcantes e as diferentes formas de a polícia usá-los.

Como o Robocop, alguns robôs policiais são capazes de lidar com armas. A Remotec fabrica robôs que podem manipular uma série de armas diferentes, de spray de pimenta a espingardas. Alguns acessórios usados para equipar o robô são:
reservatório de gás
lançador de granada SL6
espingarda calibre 12
alicate de corte
serra circular
explosivo de água - um dispositivo explosivo que lança um poderoso jato de água para penetrar no porta-malas de um carro e ejetar qualquer material explosivo para longe do veículo.

Os robôs policiais não são autônomos. Não conseguem pensar nem tomar decisões - um oficial de polícia controla cada movimento remotamente. Dependendo do modelo, o robô pode ser sem fio ou ter um cabo conectado à energia ou a uma estação de controle. Os modelos sem fio são controlados por rádio, como um carro complexo com controle remoto.
Um policial pode controlar o robô a partir de um único console especificamente criado para o robô ou de um laptop carregado com o software apropriado. Alguns modelos incluem controladores especializados, como joysticks personalizados, que um oficial pode conectar a um laptop, enquanto outros podem precisar de uma entrada através de comandos do teclado.
Os centros de controle e comando do robô são portáteis, permitindo que os oficiais montem uma estação a uma distância segura de onde o robô fará seus trabalhos. Normalmente, um policial opera o robô dentro de seu campo de visão, para que seja mais fácil manobrá-lo em terrenos difíceis ou ao redor de obstáculos.

O operador também consegue ver o que as câmeras do robô capturam nos monitores do computador. A distância do policial depende do robô - robôs presos são aqueles limitados pelo comprimento do cabo que conecta a máquina a sua fonte de alimentação ou ao centro de controle, enquanto os robôs sem fio são os que podem funcionar a qualquer distância dentro de sua capacidade de detecção dos sinais de rádio.
Na próxima seção, teremos uma visão geral de um típico robô policial.
P
Robôs que não funcionam são protagonistas de histórias de terror e de ficção científica, mas também são uma realidade. Em 1993, um robô de remoção de bomba, em São Francisco, começou a agir de modo estranho antes de tentar agarrar uma bomba perigosa. O robô parou de responder aos comandos enviados pelo oficial de polícia no centro de controle e começou a girar no local. Felizmente, o robô ainda não tinha pegado a bomba, do contrário, a situação poderia ter virado uma tragédia
.
Movimentos do robô policial
Algumas empresas fabricam robôs policiais e outras produzem modelos diferentes com base nas necessidades e nos recursos das diferentes polícias. Os modelos de robôs não são exatamente iguais, mas a maioria deles compartilha os recursos e as funções básicas.

Como é difícil criar um robô que ande sobre pernas, os robôs policiais geralmente circulam em pneus de borracha ou esteiras. Alguns modelos possuem rodas pneumáticas fáceis de remover e de substituir, diminuindo o espaço necessário para guardar ou transportar a máquina. Muitos modelos também têm rodas individualmente motorizadas, facilitando para o operador pilotar em terrenos irregulares - ele pode cortar a energia de qualquer roda que não está em contato com o chão e redirecionar a tração para as outras rodas. Outros têm rodas montadas em trilhos com articulação - os trilhos podem dobrar conforme os contornos do chão. Alguns, inclusive, conseguem subir escadas.
Robôs sofisticados requerem uma fonte de alimentação pesada. Se o robô não estiver ligado a uma fonte de alimentação por um cabo, ele precisará de uma bateria embutida. Como a maioria dos robôs pesa centenas de quilos (alguns modelos, mais de 400kg), eles precisam de baterias que possam oferecer níveis significativos de energia durante várias horas. Por esse motivo, os robôs policiais utilizam baterias de chumbo-ácido, o mesmo tipo usado nos carros.

A polícia, às vezes, pode desarmar uma bomba usando uma garra do robô, embora seja mais comum os policiais usarem o robô para remover uma bomba e transportá-la até um contêiner especial para detonação. Os robôs não são sofisticados o suficiente para desarmar dispositivos complexos. Ocasionalmente, a polícia pode optar por usar o robô para dar uma pequena carga explosiva para detonar a bomba sem removê-la [fonte: USA Today.

Os robôs usados para manipular objetos, como bombas ou materiais perigosos, precisam de um braço robótico. Os braços robóticos geralmente têm vários pontos de articulação ou juntas. O braço pode ter as mesmas habilidades de um braço humano, com articulação de ombro, cotovelo e pulso, ou pode ter muito mais juntas, permitindo que o operador alcance lugares que não alcançaria sozinho. Na ponta do braço existe um manipulador, geralmente uma garra com dois dedos.
Como o policial que controla o robô está a alguns metros de distância dele, ele precisa conseguir ver o ambiente do robô, independentemente de sua própria perspectiva. Por esse motivo, os robôs policiais utilizam câmeras de vídeo para transmitir imagens ao laptop ou ao console do operador. A maioria dos robôs usa pelo menos duas ou três câmeras, de modo que o operador possa saber o que acontece ao redor do robô. Alguns modelos possuem uma câmera montada em cada ponto de articulação, assim como câmeras fixas presas no corpo do robô. Os sistemas de câmera de vídeo variam de preto e branco, à visão noturna e ao infravermelho.
Outro recurso que muitos robôs policiais têm é um sistema de áudio de dois canais. Os fabricantes montam microfones e alto-falantes no robô possibilitando que a polícia escute os sons do ambiente em que o robô está ou permitindo que ela se comunique com suspeitos ou reféns em uma situação de perigo. O robô pode ser os olhos e os ouvidos da polícia sem que a vida de qualquer oficial seja colocada em risco.

As empresas que fabricam robôs para a polícia sabem que seu produto deve funcionar dentro de uma série de condições. Os robôs normalmente são colocados em armações fortes e resistentes ao tempo, além de contarem com sistemas de mobilidade que os permitem andar em ladeiras, terrenos rochosos ou pequenos obstáculos. Os robôs policiais não são velozes - sua velocidade varia de rastejos lentos a passadas rápidas.

A maioria dos robôs policiais são altamente móveis e possuem sistemas audiovisuais sofisticados, então, a polícia tem a opção de usá-los em várias situações. O uso mais comum de um robô policial é na remoção de bombas. Embora os robôs sejam caros, o custo se torna pequeno se comparado à vida humana. Alguns robôs são tão resistentes que podem sobreviver a várias explosões. Entretanto, a meta principal é evitar qualquer tipo de explosão.
Ao investigarem um possível caso de bomba, os policiais utilizam as câmeras no robô para avaliarem a situação. Se o robô for capaz de alcançar o dispositivo suspeito, o operador pode usar a garra para segurá-lo, levantá-lo e movê-lo para um local mais afastado para detonação. Nos casos em que o dispositivo não for de fácil acesso ou parecer ter um mecanismo de disparo que o ativará se for movido, pode ser que a polícia tenha que detoná-lo no local.
Os robôs também podem ser usados como dispositivos de vigilância. Um robô com microfones e visão noturna pode se aproximar de uma área potencialmente perigosa enquanto transmite as informações ao operador. O uso de um robô pode ajudar a reduzir o tempo de a polícia avaliar a situação, sem colocar um policial em risco.
Usando um sistema de áudio de dois canais, a polícia pode se comunicar com qualquer pessoa, de suspeitos a reféns. Os robôs são úteis nas situações de negociação, pois, a menos que estejam visivelmente armados, não representam uma ameaça. Outro benefício é que as câmeras do robô podem continuar coletando informações enquanto a polícia utiliza o sistema de áudio para se comunicar com as pessoas em situações perigosas. A polícia também pode usar os robôs para fazer entregas, como de alimentos a vítimas e a suspeitos em casos de reféns, sem colocar em risco a vida de um policial.
Alguns robôs têm sensores que podem detectar desde narcóticos a armas químicas, radioativas ou biológicas. Os robôs ajudam os policiais a determinarem, com rapidez e segurança, o quanto uma área é perigosa. Os operadores podem manobrar os robôs por ambientes arriscados para encontrar sobreviventes. Alguns robôs são fortes o suficiente para tirar vítimas de situações fatais.

Empresas como Remotec e RoboticFX trabalham constantemente no desenvolvimento de novos robôs para as forças policiais, para o exército e outras organizações que lidam com situações de perigo. Os modelos mais novos têm melhor capacidade de manobra, baterias de duração mais longa, braços com mais pontos de articulação e novos acessórios criados para ajudar os policiais a realizarem tarefas perigosas.
Futuramente, os robôs poderão ser mais autônomos, acabando com a necessidade de um operador ordenando as manobras. À medida que os robôs se tornam mais ágeis, podemos ver um aumento da presença da polícia robô armada.
Mas mesmo que as empresas possam atender todas as demandas tecnológicas de uma força policial armada e autônoma, ainda há obstáculos políticos e sociais. O que acontece se um robô policial não funcionar e ferir alguém, por exemplo? Além disso, a compra e a manutenção de robôs são caras e eles ainda requerem a força de um policial para funcionarem.
Mas suas desvantagens são mínimas se você considerar que os robôs ajudam a manter os oficiais da lei em segurança. Por enquanto, os robôs policiais são bem raros - existe pouquíssima chance de você dar de cara com um pelas ruas - mas em algumas décadas, poderemos ver um policial robô em forma de foguete, sobre rodas, orientando-nos a atravessar a rua na faixa de pedestres.

O futuro: inteligência artificial (IA)
A inteligência artificial (IA) é certamente uma das áreas mais interessantes da robótica. Também é a que levanta mais discussões. Todo mundo concorda que um robô pode trabalhar numa linha de montagem, mas nem todos querem que os robôs sejam inteligentes.
IA no cinema
The Matrix
AI - Inteligência Artificial
Blade Runner - O caçador de andróides
2001: uma Odisséia no Espaço
Geração Proteus
O Homem Bicentenário
Westworld - Onde ninguém tem alma
O exterminador do futuro
Short Circuit - O incrível robô

O termo "inteligência artificial" também é difícil de ser definido. O nível máximo de IA seria a criação de uma máquina capaz de pensar igual ao homem. Isso inclui a habilidade de aprender quase tudo, a habilidade de raciocionar, de usar a linguagem e de formular idéias originais. Os roboticistas ainda não chegaram perto deste nível de inteligência artificial, mas fizeram muito progresso com IA mais limitada. A inteligência artificial das máquinas modernas pode replicar elementos específicos da habilidade intelectual.
Os computadores já podem resolver problemas em um mundo limitado. A idéia básica da inteligência artificial é muito simples, mas a execução é complicada. Primeiro, a IA do robô ou computador coleta dados sobre a situação através de sensores ou de uma pessoa que insira estas informações. O computador compara essas informações com os dados armazenados e decide o que a informação significa. Então executa diversas ações e prediz qual terá mais sucesso com base nas informações coletadas. Claro, o computador só pode resolver problemas que ele foi programado para resolver (ele não precisa ter uma habilidade analítica generalizada). Computadores de xadrez são um exemplo deste tipo de máquina.
Alguns robôs modernos também têm uma habilidade limitada de aprender. Robôs aprendizes reconhecem se uma determinada ação (mover as suas pernas de uma certa maneira, por exemplo) alcança um resultado desejado (superar um obstáculo). O robô armazena essa informação e tenta executar a mesma ação quando se depara com o mesmo problema. Mais uma vez, isso acontece de maneira bastante limitada. Eles não podem absorver nenhum tipo de informação da mesma maneira que um humano. Alguns robôs aprendem imitando os movimentos. No Japão, os roboticistas ensinaram um robô a dançar demonstrando os movimentos para ele.
Alguns robôs podem interagir socialmente. Kismet, um robô do Laboratório de inteligência artificial do MIT (em inglês), reconhece a linguagem corporal e entonação da voz de uma pessoa e responde apropriadamente. Os criadores do Kismet estão interessados em entender a interação entre humanos e bebês por meio do tom de voz e informação visual. Este tipo básico de interação pode ser o fundamento do sistema de aprendizado humano.
Kismet e outros robôs humanóides do MIT funcionam através de um controle de estrutura não convencional. Em vez de utilizar o computador central para cada ação, os robôs controlam as ações simples com computadores simples. O diretor do programa, Rodney Brooks, acredita que este modelo é mais próximo da inteligência humana. Nós fazemos a maioria das coisas automaticamente, não precisamos pensar muito para fazê-las.

O grande desafio da IA é entender como a inteligência natural funciona. Desenvolver IA não é como criar um coração artificial. Os cientistas não têm um modelo simples e concreto para começar a trabalhar. Nós sabemos que o cérebro contém bilhões de neurônios e aprendemos por meio de conexões elétricas estabelecidas nestes neurônios. Mas não sabemos exatamente como essas conexões estão relacionadas com o pensamento profundo e com as operações mais simples. O circuito é muito complexo e incompreensível.
Por causa disso, a pesquisa de IA é bastante teórica. Os cientistas criam hipóteses sobre como e por que nós aprendemos e pensamos, e testam essas idéias nos robôs. Brooks e seu time focam nos robôs humanóides porque eles acham que experimentar o mundo como um humano é essencial para desenvolver inteligência humana. Também é mais fácil interagir com o robô, o que teoricamente seria melhor para o aprendizado da máquina.
Um design físico de um robô é útil para entender a anatomia humana e animal, assim como a pesquisa de IA serve para entender como funciona a inteligência natural. Para alguns roboticistas, este é o objetivo mais importante da criação de robôs. Outros prevêem um mundo onde as máquinas inteligentes conviverão em harmonia com os homens e alguns robôs mais simples farão tarefas como trabalhos manuais e nas áreas de saúde e comunicação. Um outro grupo acredita que a revolução da robótica nos transformará em ciborgues, humanos com máquinas integradas. As pessoas, no futuro, vão poder carregar suas mentes em um robô e viver por milhares de anos!
De qualquer forma, os robôs certamente vão fazer parte da nossa vida no futuro. Nas próximas décadas, eles vão gradualmente ocupar espaço em nossas casas, da mesma maneira que os computadores fizeram na década de 1980.
A melhor maneira de entender os robôs é olhar os designs específicos. Os links da próxima página mostram vários projetos de robô interessantes ao redor do mundo.

Introdução

O ACER tamanho bulldozer pode lidar com tarefas como limpar explosivos e transportar carga

Todos sabem que ser soldado é um trabalho perigoso, mas algumas das tarefas que os soldados precisam fazer são mais perigosas que outras. Caminhar por campos minados, desativar bombas que não explodiram ou esvaziar prédios hostis, por exemplo, são algumas das tarefas mais perigosas que uma pessoa pode ter como dever.
Mas, e se pudéssemos enviar robôs para fazer estas tarefas? Então, se algo der errado, perderíamos apenas o dinheiro que custou para construir o robô ao invés de perder uma vida humana. E sempre podemos construir mais robôs.
Há anos, os militares norte-americanos têm desenvolvido sistemas robóticos para todos os tipos de trabalho, e alguns deles já estão nas linhas de frente do Iraque. Neste artigo, encontraremos alguns dos mais novos soldados robôs militares, descobriremos que tipos de trabalhos eles podem fazer e daremos uma olhada no que o futuro guarda para os robôs militares.
Se você se interessa no assunto de robôs em geral, veja Como funcionam os robôs antes de aprender especificamente sobre os robôs militares.
Agora, vamos começar.

Treinamento básico
O exército não usa robôs de assalto humanóides como os que vemos em filmes como "O Exterminador do Futuro". Se os robôs se parecem ou não com uma pessoa não importa muito para as aplicações militares. Os robôs possuem diferentes formatos e tamanhos, e ainda que não haja uma definição única do que é um robô, poderíamos colocá-lo como: uma máquina que é controlada, em todo ou em parte, por um computador interno. Robôs têm também sensores que lhes permitem obter informações sobre o ambiente, alguma forma de locomoção e fontes de energia.

Se robôs militares não têm a forma de pessoas, que formatos eles têm? Isso depende do tipo de função para a qual o robô é construído para executar. Robôs que precisam tratar terrenos difíceis usam bandas de rodagem de tanques. Robôs voadores se parecem muito com pequenos aviões. Alguns robôs são do tamanho de caminhões e se parecem muito com caminhões ou bulldozers. Outros são menores, permitindo-lhes grande capacidade de manobra.

Os robôs militares de hoje não fazem muito por conta própria. Eles não são muito sofisticados em termos de inteligência artificial (AI). AI é um tipo de programa de computador que permite que o robô processe informação e tome algumas decisões com base nelas. Ao invés da AI independente, muitos robôs militares são controlados remotamente por operadores humanos. Os militares não costumam usar o termo "robô", preferindo chamá-los de veículos de solo não tripulados (UGVs) ou veículos aéreos não tripulados (UAVs).
Mais uma coisa importante a lembrar sobre robôs militares: robôs projetados para ajudar soldados em campos de batalha devem ser carregados até os campos de batalha por estes soldados. Por esta razão, projetistas de robôs tentam desenhar projetos que sejam "portáteis para o homem". Um robô portátil para o homem pode ser carregado por um único soldado, usualmente numa mochila especial.

Pequenos robôs: TALON
Os robôs mais comuns usados pelos militares hoje são pequenos e achatados, montados sobre miniaturas de tanques com esteira. Estes robôs são resistentes, capazes de enfrentar quase qualquer terreno e, em geral possuem vários sensores embutidos, incluindo vigilância de áudio e vídeo e detectores químicos. Estes robôs são versáteis, com diferentes sensores ou pacotes de armas montados no chassis principal. Virtualmente, são portáteis para o homem. TALON
O TALON é um robô portátil operando em pequenas esteiras e pesando menos de 45kg em sua configuração básica. O TALON é projetado para ser muito durável. Por exemplo, um desses robôs caiu em um rio no Iraque de uma ponte. Algum tempo depois, os soldados configuraram a unidade de controle do TALON e simplesmente o guiaram para fora do rio [ref (em inglês)]. O que nos remete a outra característica do TALON: ele é anfíbio.
O TALON é operado com um controle de joystick, tem sete controles de velocidade (a velocidade mais alta é de 1,8 m/s) e pode usar bandas de rodagem para subir degraus, manobrar através do entulho e até pela neve.

A versatilidade foi projetada no TALON também, com múltiplas configurações possíveis, que adaptam o robô às diversas situações. O TALON básico inclui um braço mecânico e dispositivos de vídeo e escuta de áudio. Uma versão leve, de 27 kg, omite o braço. Os TALONs foram usados para pesquisa e resgate no World Trade Center e para a coleta de granadas, dispositivos explosivos improvisados e outros explosivos perigosos na Bósnia, no Afeganistão e no Iraque .
Recentemente, o TALON foi preparado para assumir um papel maior. Ele agora é equipado com sensores químicos, de gás, temperatura e radiação. Os militares estão testando os TALONs para carregar armas. "Os robôs TALON podem ser configurados com metralhadoras M240 ou M249 ou rifles Barrett calibre 50", de acordo com o fabricante Foster-Miller.


Os militares estão conduzindo mais testes usando robôs TALON equipados com lançadores de granadas e lançadores de foguetes antitanques.

Robôs enlouquecem?

A idéia de robôs rodando por aí com sistemas de armas mortais é inquietante para muitas pessoas. Um robô pode ficar furioso e começar a atirar nas pessoas indiscriminadamente? Oficiais militares e projetistas de robôs dizem que isto é quase impossível. Os robôs não têm operação autônoma freqüente, dependendo de operadores remotos humanos na maioria das vezes. Ainda que um robô com uma arma fosse operado autonomamente e saísse de controle, um simples clique de um botão, na unidade de controle, seria o suficiente para reiniciar o modo de segurança do robô.

Pequenos robôs: Packbot
O Packbot é outro pequeno robô que opera sobre esteiras (bandas de rodagem). Ele é ainda menor e mais leve que o TALON, pesando cerca de 18 kg na configuração básica Scout. O Packbot é portátil e projetado para caber nas novas mochilas padronizadas do Exército dos EUA, o MOLLE, Equipamento Modular Leve de Carregamento de Carga (em inglês).

Controlado por um processador Pentium projetado especialmente para resistir a tratamento bruto, o chassis do Packbot tem um sistema GPS, um compasso eletrônico e sensores de temperatura embutidos. O fabricante do Packbot, iRobot (em inglês), diz que ele pode se mover a mais de 13 km/h, ser montado em minutos e resisitr a uma queda de 1,8 m sobre o concreto - o equivalente à força de 400 G .
Os soldados dos EUA usam essa rigidez como vantagem, jogando o Packbot através de janelas de prédios e então usando-o para procurar combatentes inimigos escondidos. Mesmo que o Packbot aterrisse de ponta-cabeça, ele pode se endireitar usando poderosos estribos, que também podem ajudar a escalar obstáculos.

Movimento do Packbot

O Packbot possui várias versões diferentes além da unidade básica Scout. O Packbot Explorer adiciona uma "cabeça" quadrada que pode subir por um braço de metal, fotografar em panorâmica e inclinar, oferece um vídeo de treino de pontaria e geralmente atua como um vigia para soldados que precisam espreitar sobre obstáculos ou em cantos. O Packbot EOD também é usado para desarmar ou detonar seguramente explosivos perigosos. Ele usa um braço mecânico com uma mão que agarra, além de sensores de total alcance áudio visual.

Com oito portas modulares de cabeça de combate, o Packbot é construído para adaptação posterior.

Pequenos robôs: MATILDA
MATILDA (Montagem de Posicionamento Estratégico de Força Leve Integrada Tática Mesa Associada), fabricado pela Mesa Robotics (em inglês), é similar a outros pequenos robôs projetados, mas tem um perfil mais alto devido à sua banda de rodagem de formato triangular. Ele pesa 28 kg com as baterias, pode ser carregado por uma ou duas pessoas e cabe no porta malas de um carro.

O MATILDA tem várias configurações possíveis. Por exemplo, ele pode ser equipado com um braço mecânico, câmeras e sensores e pode até rebocar um pequeno trailer.

Três possíveis configurações do MATILDA

O robô tem uma velocidade máxima de 1 m/s e uma autonomia de quatro a seis horas por carga. No caso de dano à banda de rodagem, as esteiras de troca rápida podem ser trocadas em cinco minutos.

A Mesa Robotics está também desenvolvendo um robô MAUD peso leve e o MARV de baixo custo, um robô com banda de rodagem projetado para ser descartado.
Grandes robôs: ACER
Os robôs militares maiores são basicamente caminhões ou tanques com computadores internos operados por controle remoto. ACER
O ACER é outro robô feito pela Mesa Robotics. Este robô tem quase o tamanho de um pequeno bulldozer ou de um Zamboni.

Robô projetado para combate blindado (ACER)

O ACER pode lidar com as tarefas mais pesadas, como limpar explosivos com um braço mecânico, limpar e cortar obstáculos com uma alavanca de lâmina, tracionar veículos desabilitados (mesmo um ônibus), transportar carga em um trailer e servir como plataforma de armas. Pode-se ainda acoplar um desmontador de minas à sua frente, limpando terrenos minados antes que as pessoas passem por ali.

Três possíveis configurações do ACER

Um dos usos mais inovadores do ACER é uma plataforma de combate de incêndio/descontaminação. Equipado com uma extremidade para panorâmicas-e-inclinações, o ACER pode tracionar seu próprio suprimento de substância de espuma retardante ou descontaminante em um tanque de 1.325 litros. Um braço mecânico pode também ser montado para uma mira muito precisa.

Obviamente, o ACER não é portátil para o homem - ele pesa 2.040 kg. Este robô de tarefas pesadas tem uma velocidade máxima de 10 km/h e funciona com um motor a diesel. O tanque de combustível comporta 72 litros.

Grandes robôs: ARTS, RAAS e ARV
ARTS
O Sistema de Transporte para Todos os Fins (ARTS) foi desenvolvido pela Força Aérea dos EUA com um propósito - ajudar a se desfazer de explosivos perigosos. O ARTS é basicamente um bulldozer, mas ao invés da lâmina do bulldozer, ele tem um dispositivo de limpeza de minas, um braço mecânico e uma ferramenta a corte d'água acoplada. Os ARTS podem ser operados remotamente de uma distância de até 5 km com a linha de visão. Ele pode também ser carregado para detonar explosivos à distância. O ARTS pesa 3.400 kg.

RAAS e ARV
O Sistema de Assalto Robótico Blindado (RAAS) e o Veículo Armado Robótico (ARV) estão ambos em desenvolvimento pelo Exército dos EUA. Estes são robôs de grande escala (o ARV pesar de 5 a 6 toneladas) capazes de carregar até uma tonelada de material explosivo.
Armas potenciais a serem montadas nestes robôs com tamanhos de tanques incluem a Mk 44 30 mm ou um sistema de torre pequena capaz de disparar mísseis Hellfire. Eles foram projetados para serem carregados e posicionados pela aeronave militar primária de carga, o C-130 e o CH-47.

Ainda que os robôs neste artigo tenham sido projetados inicialmente para uso das forças militares, eles também têm uso civil. Agências governamentais usam robôs para desarmar ou detonar explosivos - há uma boa chance de haver um robô em seu departamento de polícia local. Robôs de assalto não tripulados e robôs de patrulha podem ser usados em diversas situações. Oficiais de saúde e segurança e departamentos de bombeiros estão encontrando usos para estes robôs também. Incêndios industriais podem ser mortais para os bombeiros, pois eles nunca podem estar certos se há explosivos químicos envolvidos. Enviar um robô de verificação pode salvar vidas. A capacidade de investigar com segurança e descontaminar materiais perigosos dos robôs pode torná-los parte regular das equipes dos principais hospitais e corpos de bombeiros.

Robôs voadores: Global Hawk e Pointer

O setor militar usa vários robôs voadores, principalmente para a tarefa de reconhecimento. Em vez de UGVs, estes são conhecidos como UAVs (veículos aéreos não tripulados), e são às vezes chamados de zangão. Os UAVs parecem uma pequena aeronave de aeromodelismo e alcançam o tamanho de pequenos aviões que podem ser mantidos por uma pessoa e lançados com um bom tiro, como o FQM-151 Pointer, até aviões de tamanho normal que operam com controle remoto, como o RQ-4A Global Hawk. RQ-4A Global Hawk

O reconhecimento tem um papel chave no planejamento militar - o zangão ajuda os comandantes militares a ficarem de olho em suas próprias tropas e também vigiarem tropas inimigas que podem estar esperando para emboscar soldados dos EUA.

Robôs voadores como o Predator oferecem dados em tempo real sobre tropas em movimento, localização de inimigos e sobre o tempo. Em pelo menos um caso, um robô voador fez mais que espionar o inimigo: ele pode ser adaptado com mísseis Hellfire. Quando um desses zangões da Força Aérea viu um canhão contra aeronaves no sul do Iraque em março de 2003, usou um dos Hellfires para detoná-lo.

Os robôs militares de hoje são limitados na autonomia e no alcance. Eles são essencialmente dependentes dos controladores humanos. A DARPA, Agência de Defesa Avançada dos Projetos de Pesquisa (em inglês), entidade do governo dos EUA que patrocina e desenvolve novas tecnologias para uso militar, organizou recentemente uma grande competição de robôs, amplamente divulgada, para ver até onde a AI iria. Acontece que a AI ainda é bem limitada - nenhum robô completou o curso. Ou seja, embora que as habilidades dos robôs tenham aumentado, parece que no futuro próximo, os robôs ainda vão precisar de controle humano.

Há também dois robôs diferentes usados em hospitais ao redor do mundo que navegam pelos corredores e usam elevadores para entregar fichas, raios-X e remédios de pacientes, além de outras coisas por todo o hospital. Eles viajam sobre rodas e são programados para identificar e seguir marcadores e códigos de barras colocados nas paredes.

A Honda começou o desenvolvimento de seu robô ajudante humanóide. Os engenheiros da Honda sabiam que o robô tinha de ser capaz de navegar com facilidade por uma casa ou prédio, e que isso significava que a tecnologia de andar tinha de ser perfeita. Portanto, suas primeiras tentativas foram basicamente construir caixas com pernas. Assim que o mecanismo de andar estava desenvolvido na maior parte, foram adicionados braços, mãos e finalmente uma cabeça.

O primeiro robô construído pela Honda se chamava E0. O E0 andava lentamente, levando algumas vezes 20 segundos para completar um único passo. Isso ocorria porque o E0 fazia o que foi chamado de "caminhada estática". Na caminhada estática, depois que o robô começa a mover um pé para a frente, ele tem de esperar até ter o seu peso equilibrado naquele pé antes de mover o outro pé para a frente. Os humanos não andam dessa maneira, então a pesquisa continuou.

Àquela altura os engenheiros haviam desenvolvido um método para a "caminhada dinâmica", que é muito mais semelhante à dos humanos. Com essa tecnologia de caminhada, o robô (agora chamado de protótipo E1, logo seguido pelo E2 e E3 à medida que a pesquisa progredia) se inclinava para o próximo passo, deslocando seu peso e movendo o outro pé para a frente para se apoiar, de modo que ele andava para a frente ao invés de cair nessa direção.

Nos protótipos E4, E5 e E6, os engenheiros da Honda aperfeiçoaram o mecanismo de andar ao ponto em que o robô podia andar facilmente sobre rampas, subir escadas e sobre terreno irregular. Porque o caminhar verdadeiramente humano requer na verdade o uso do corpo, braços e cabeça, os engenheiros tiveram de passar para o próximo passo e adicionar o resto do corpo.

Com um corpo, braços, mãos e uma cabeça, a próxima geração de protótipos (P1, P2 e P3) parecia um pouco mais com um "humanóide". O P1, no entanto, era um grandalhão de 1,88 m e pesava 175 kg. O P2 foi ligeiramente diminuído em altura, mas pesava ainda mais, 210 kg. Ninguém ia querer algo assim o seguindo na cozinha de casa. Mas, ele podia andar muito bem sobre superfícies irregulares e rampas, e podia até segurar objetos e empurrar carrinhos. O P2 podia até manter seu equilíbrio quando empurrado. Finalmente, o P3 foi construído com uma altura mais confortável (e menos assustadora) de 1,57 m. Pesando 130 kg, o P3 podia andar mais rápido e de forma mais suave do que seus predecessores.

Embora a idéia de casamento entre humanos e robôs possa parecer absurda agora, pode vir a acontecer um dia se a teoria do especialista em inteligência artificial David Levy estiver correta. Levy, pesquisador britânico que recentemente obteve seu título de Ph.D. pela Universidade de Maastricht, na Holanda, acredita que em 2050 robôs e humanos poderão se casar legalmente nos Estados Unidos. Ele prevê que o estado de Massachusetts será o pioneiro como em 2004, quando tornou-se o primeiro estado americano a permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo.Conforme os robôs ficarem com uma aparência cada vez mais humanóide, Levy e outros especialistas em robótica acreditam que as pessoas começarão a fazer sexo com robôs.
já em 2011, segundo pelo menos um teórico da inteligência artificial.
Atração física, aliada aos avanços em programação que permitirão que robôs expressem emoções humanas e tenham intelecto, poderiam resultar em companheiros artificiais com os quais alguns seres humanos gostariam de se casar.
Na verdade, Levy disse a um repórter, é "inevitável".

Mas isso significa que robôs serão criados só para que idiotas tenham um saco de pancada? E se tanta pancada levar à "morte" do robô? Acontece que muitas pessoas estão pensando hoje sobre as implicações éticas que a vida robótica levantará amanhã.

Os robôs não podem ter oportunidades?

O escritor de ficção científica Isaac Asimov criou as três leis da robótica no conto "Runaround". Mas elas foram elaboradas principalmente para proteger os seres humanos dos robôs. Os robôs também têm direitos?

As Três Leis da Robótica de Asimov

1. Robôs não podem machucar seres humanos, ou por omissão, permitir que um ser humano se machuque.
2. Robôs devem obedecer ordens dadas por seres humanos, exceto quando tais ordens entrarem em conflito com a Primeira Lei.
3. Robôs devem proteger sua própria existência desde que tal proteção não contrarie nem a Primeira, nem a Segunda Lei.

Mas o que acontece se houver mais robôs que homens na sociedade? Como as pessoas irão tratá-los? Os homens continuarão sendo superiores à sua criação? Vão recusar a idéia de robôs tomando o lugar de um dos parceiros em um relacionamento romântico? Muitos especialistas em robótica acreditam que agora é a hora de começar a pensar nas questões morais e éticas levantadas pelo desenvolvimento de robôs pela humanidade. A Coréia do Sul, no final das contas, planeja ter um robô em cada casa em 2020. Bem diferente do "um frango em cada panela" da campanha de Herbert Hoover para a presidência dos Estados Unidos em 1928. É bom, então, que a Coréia do Sul esteja na dianteira da discussão sobre ética e robótica. Na verdade, o país anunciou em março de 2007 que montou um painel para desenvolver a Carta da Ética na Robótica, um conjunto de diretrizes para a futura programação robótica. Ela abordará os aspectos humanos da interação homem-robô - como proteção contra o vício do sexo com robôs -, bem como explorará formas de proteger homens e robôs contra abusos cometidos por um ou outro.

Os sul-coreanos não são os únicos que pensam nos direitos dos robôs. Em 2006, problemas com robôs foram trazidos à tona em uma conferência sobre o futuro organizada pelo governo britânico. Entre os assuntos discutidos estavam a possível necessidade do governo subsidiar cuidados médicos e moradia para os robôs, e o papel dos robôs nas forças armadas.

Estas considerações não precisam ser abordadas imediatamente, mas quando os robôs se tornarem cada vez mais reais, estes problemas certamente virão à tona. Designers já estão trabalhando na pele robótica que pode produzir expressões faciais reais. Outros estão desenvolvendo robôs que podem conversar e imitar emoções humanas.
Pode ser muito difícil para muitas pessoas superarem a idéia de um casal humano-robô. Em 1970, o Dr. Masahiro Mori escreveu um artigo para a revista Energy no qual descreve o "vale misterioso", fenômeno em que as pessoas se sentem desconfortáveis com seres tecnológicos conforme eles se tornam mais parecidos com seres humanos. As pessoas constroem robôs que têm qualidades humanas para ajudá-las a cumprir tarefas humanas, mas quando estes robôs começam a parecer com seres humanos e agir como eles, as pessoas os rejeitam.

OPERAÇÃO LIBERDADE DURADOURA - "A maior coalisão de forças especiais da história da humanidade"












Após o ataque terrorista de 11 de setembro de 2001 todo os EUA foi mobilizado para descobrir quem eram os terroristas, onde treinavam, onde viviam e quem os mantinha para serem caçados. O Presidente Bush deixou claro que iria atacar não só os terroristas, mas também os paises que apóiam os terroristas. O foco das atenções da reação era o Afeganistão conhecido como um centro de treinamento do Al Qaeda. Os membros da al Qaeda pensavam estar seguros cercados nas montanhas e protegidos por fanáticos do Talibã.

Os EUA já atacou o al Qaeda (a base - a fundação) em Zhawar Kili no Afeganistão em 1998 com mísseis cruise como resposta ao ataque a embaixada americana no Quênia, mas para matar terroristas só seria eficiente com tropas em terra. Os EUA já tinha pensado em invadir o Afeganistão para pegar Osama Bin Ladden antes, mas sem provas do ataque ao contratorpedeiro USS Colle isso não foi permitido.

A al Qaeda foi fundada por Osama Bin Ladden no inicio década de 80 para apoiar a guerra no Afeganistão contra soviéticos. Foi estimado que 175-250 mil Mujahedeen vindos2 de vários países lutaram no Afeganistão anualmente e metade eram sauditas. Depois o foco do Jihad passou a ser os EUA. O al Qaeda atuou na Somália e clamam a responsabilidade pela morte de 18 americanos em na batalha de Mogadicio.

O planejamento da invasão do Afeganistão foi iniciado pensando-se em realizar incursões de helicópteros contra o Afeganistão a partir do Paquistão. O Paquistão não queria apoiar a operação e demoraria a concentrar a força necessária. Os EUA queriam iniciar as ações rapidamente. Logo foi pensado em usar o Poder Aéreo e Forças de Operações Especiais apoiando tropas locais anti-talibã. O país estava em guerra civil desde 1996 e os inimigos do Talibã controlavam cerca de 20% do país principalmente o norte. A Aliança do Norte era o maior de todos com cerca de 15 mil tropas. O líder Massoud foi até assassinado dois dias antes de 11 de setembro devido a sua importância e já esperando a reação americana.

Então o primeiro passo após os ataques de 11 de setembro de 2001 foi enviar equipes de Forças Especiais para atuar com forças locais no Afeganistão preparando as ações convencionais futuras. Logo viram que as equipes de Forças Especiais e as forças locais estavam derrotando o Talibã sozinhos e virou o esforço principal. Inicialmente as Forças Especiais não confiavam que as milícias iriam aproveitar o efeito dos ataques aéreos e pensavam em enviar 50 mil tropas para o local, mas o sucesso foi espetacular. As tropas do Talibã ficaram desmoralizadas e as cidades foram caindo uma atrás da outra. Contra o al Qaeda não funcionou e só quem os apoiava.
Ao estudarem o que aconteceu viram que a tática principal era usar os controladores aéreos avançados em terra para direcionando ataques contra forças terrestre do inimigo. Logo viram que era uma arma secreta desconhecida que tinham chamados de TACP (Tactical Air Control Partie). Os TACP depois também mostraram ser importantes para derrotar Saddam Hussein no Iraque.
O outro lado da história era as operações de CAS ligadas diretamente a ação dos TACP. A importância dos TACP demorou a aparecer pois após a Guerra do Golfo em 1991, cada serviço, USAF e US Army, tinha sua idéia própria sobre como seria a guerra ideal e o CAS não fazia parte de nenhum dos dois.
A USAF também era dominada por pilotos caça ou bombardeiros e os dois odeiam o CAS. O US Army gostava do CAS, mas ao mesmo tempo considerava tudo da USAF errado e queria fazer o serviço sozinha com os seus helicópteros. A prioridade do CAS era baixo na USAF. Era considerado um uso pouco custo-efetivo do Poder Aéreo. Usavam graduados para cumprir a função de TACP pois não davam importância.
No USMC é usado o termo FAC (Forward Air Controller) para os pilotos atuando em terra, enquanto a USAF agora usa o termo ALO (Air Liaision Officer). Os graduados são os ROMAD (operador de Rádio, Mecânico e motorista) e apóiam o FAC. Agora os ROMAD fazem a maior parte das tarefas do FAC e são chamados de TACP. O ALO é usados mais para ligação e apoiando o Posto de Comando.
Os ROMAD atuam com as tropas em terra em toda a carreira enquanto o ALO atua por um ou dois tour ou no máximo dois anos. O resultado é que os ROMAD aprenderam o significado da guerra terrestre muito bem, saber se mover e sobreviver, conhecem o pessoal do US Army, e sabem como o Poder Aéreo pode influenciar o combate.
O TACP operam pelo menos em dupla com um mais antigo e experiente e um novato aprendendo e apoiando. Os membros com certificado para controlar ataques são chamado de TAC (Tactical Air Controller), e outros Enlisted TAC (ETAC). TACP virou o nome genérico para o pessoal trabalhando com CAS.
Os pilotos não gostam de atuar como ALO sendo considerado um desvio da carreira e vivem para lutar no ar. O mesmo vale para os TACP que não são considerados bem vindos por serem da USAF. São controlados pela USAF e não pelo US Army o que irrita os oficiais em terra. Um comandante de Brigada pode controlar um ofensiva com apoio de artilharia e blindados em meia hora, mas não tem poder para pedir CAS assim tão rápido. Até saídas planejadas podem ser desviadas na última hora.
A carreira dos ROMAD é difícil devido ao equipamento de comunicações e computadores que operam incluindo a capacidade de reparos. Para sobreviver tem que saber o trabalho dos soldados. Para fazer seu trabalho principal tem que conhecer os equipamentos e tropas amigas e inimigas. Para apoiar ações tem que conhecer as armas e aeronaves próprias, defesas aéreas inimigas, e controle do espaço aéreo entre outras funções. Geralmente os sargentos se especializam em uma área, mas os ROMAD têm que conhecer todos.

As ODA tinham trazido designadores laser SOFLAM Laser Target Designators (LTDs) com eles, a fim de direcionar os ataques aéreos. Os TACP também usaram lança-granadas M-203 com fumaça para marcar alvos.

As Forças Especiais atuam em segundo plano nas batalhas aéreas e terrestres e nas negociações, mas na Operação Enduring Freedom, a reação americana no exterior, foram o esforço principal. O sistema de Comando & Controle das Forças Especiais foi exigido ao extremo com os comandantes atuando em nível do teatro.
O C2 do CAS era pedir, planejar, controlar e tomar decisões sobre o apoio. O mais difícil era dividir as saídas entre várias unidades lutando ao mesmo tempo. Existia o TACS/AAGS (Army Air-Ground System) para integrar o CAS, mas foi criado para apoiar uma campanha convencional. A estrutura física do TACS/AAGS não foi enviada por não ter uma estrutura convencional do US Army no teatro. As partes importantes do TACS/AAGS ficaram faltando e as Forças Especiais tiveram que improvisar.
O primeiro passo foi criar a Task Force Dagger em um local secreto (no Usbequistão). As equipes de Forças Especiais estavam fazendo papel de TACP com pessoal de vários escalões. Os pedidos de CAS vão para a célula TACP a nível Batalhão, Brigada ou Divisão, e depois são enviadas para o centro nervoso, o ASOC, que coordena todo o CAS no Corpo e as vezes no Teatro. Cada célula tem centenas homens treinados para apoiar as operações de CAS e outros sistemas. Todos os níveis se reduziu ao Posto de Comando da TF Dagger operados por tropas de Forças Especiais do US Army que conheciam o sistema TACS/AAGS. As equipes de ALO e ETAC ajudaram depois. Criaram uma célula de designação de alvos e uma célula de apoio de fogo sem terem experiência no trabalho. A célula de apoio fogo era formado por quatro tropas comandadas por um sargento formado como CTT. No total eram seis homens comandando o que seria o nível de Corpo de Exército.
Planejar o número de saídas necessárias era outro problema. Um problema seria necessitar de todas as saídas de uma vez em emergências o que poderia ocorrer. Com um sistema de C2 podiam concentrar em um local com mais alvos, ou esforço principal ou secundário. O ASOC anuncia quem teria ou não CAS, ou as más notícias. Para as Forças Especiais só tem CAS em emergência (XCAS) e seria outra regra, então pedem direto para o ASOC.
O CAOC (Combined Air Operations Center), ou AOC, controla todas as operações de reabastecimento em voo, transporte, reconhecimento e caças. O CAOC pega o que tiver para apoiar as emergências das Forças Especiais, desprezado a guerra convencional. Só com Forças Especiais operando em terra o problema era faltar CAS sendo um sério risco. Então as Forças Especiais passaram a pedir CAS diretamente para o ASOC.
O BCD foi usado para ligar o ASOC e o CAOC para integrar o CAS na campanha aérea e aconselhar o CAOC na necessidade do US Army. O CAOC não estão acostumados com o papel das Forças Especiais. Para complicar, quem trabalha com as Forças Especiais precisa de acesso especial as operações secretas e o pessoal do CAOC não tinham este acesso.
O CAOC tinha um grupo para coordenar as Forças Especiais chamado de Special Operations Liasion Element (SOLE). Eram apenas dois homens e tinham conhecimento limitado em guerra convencional. Na operação Enduring Freedom a função do SOLE foi substituído pela TF Dagger. Os pedidos de CAS das Forças Especiais iam para a TF Dagger e depois para o SOLE. Então o SOLE atuou como um ASOC com dois sargentos e um oficial sem experiência na função. Foi apelidado de "stick note ASOC". Os homens no SOLE iam de um lado para outro do CAOC com noticias como "a equipe Tiger 21 precisa de CAS", "o Cobra 13 precisa de aeronaves", "este pessoal está em contato com o inimigo", etc, de forma totalmente desorganizada. Chamaram um oficial do USMC com experiência para atuar como Combat Control Officer. Criaram um chat MIRC com o SIPRNET para facilitar comunicação pois não tinham contato de rádio com a TF Dagger.
Ninguém no CAOC entendia de CAS e um ETAC ajudou. Não entendiam que uma equipe em terra não podia dizer com 12 horas de antecedência que seriam atacados. Enviar saídas era complicado. Aeronave com bombas JDAM não encontravam equipes com equipamentos necessários para determinar as coordenas do alvo ou outra aeronave com bombas Paveway encontrava equipes sem os designadores laser em terra. Então o pessoal do CAOC orientava sobre o que as equipes tinham.

Durante a Operação Enduring Freedom os principais meios de ataque aéreo contra os terroristas no Afeganistão seriam a aviação embarcada e bombardeiros da USAF devido as distâncias na região. Os bombardeiros precisariam de cobertura de caças na região e os Naes providenciariam. Os C-17 apoiando missões humanitárias também precisariam de escolta. Os EUA precisariam do Paquistão para basear seus helicópteros de busca e salvamente de combate (CSAR). As operações não seriam iniciadas sem CSAR. As bases de helicópteros no Paquistão também apoiariam as Forças de Operações Especiais.

O Tadjiquistão e o Uzbequistão ofereceram bases para as Forças de Operações Especiais, helicópteros CSAR, apoio logístico e aeronaves de reabastecimento em vôo (REVO), mas não para os caças F-15 e F-16. O CAOC tinha sido recém mudado para a base aérea de Prince Sultan Air Base (PSAB) na Arábia Saudita e já controlava pacotes no sul do Iraque há 10 anos sendo bem experiente em operações na região.

Os NAes realizavam grandes círculos na costa do Paquistão na preparação da invasão. As aeronaves do USS Enterprise e USS Carl Vinson no norte do oceano Índico fariam superioridade aérea e atacariam alvos fixos. Depois apoiariam as Forças de Operações Especiais. As poucas aeronaves táticas da USAF na região eram os F-15E baseados no Kuwait e F-16 no Qatar.

No dia 21 de setembro os NAes já estavam prontos para atacar, mas esperaram a USAF posicionar suas aeronaves AWACS e REVO na região, além das bases de helicópteros CSAR e Operações Especiais no Paquistão. O resultado foi um atrasado até 7 de outubro. A operação Enduring Freedom (OEF) logo virou uma campanha centrada no Poder Aéreo e não um simples ataque retaliatório.

Havia três esquadrões de caças F-14 Tomcats no local com 33 aeronaves no total. O Tomcat já tinha demonstrado sua capacidade de ataque de precisão nas operações Desert Fox e Allied Force. O alcance mostrou ser muito útil. O casulo de ataque LANTIRN LTS equipado com GPS/INS tinha capacidade de mostrar o ponto de pontaria para armas não guiadas continuamente.

O F-14D era muito capaz com dois pares de olhos, grande alcance, ótimos rádios incluindo o datalink JTIDS, casulo LTS, e pode passar imagens digitalizada para o navio por datalink. O JTIDS ajudava a controlar o trafego aérea, sem usar rádio ou radar, e achar aeronaves de reabastecimento em voo. Com o LTS podiam atacar alvos enquanto voava a 40 mil pés e bem acima do alcance da artilharia antiaérea e mísseis MANPADS.

Antes do inicio das operações os F-14 voaram muitas missões de reconhecimento com o casulo de reconhecimento TARPS para coleta de informações. Os EUA tinham poucas imagens de alvos de interesse como bases aéreas e posições de mísseis SAM e artilharia antiaérea. Os EA-6B Prowler iam junto para coletar inteligência da reação afegã. Com pouco REVO disponível não puderam ir mais ao norte. Os Tomcat eram acompanhados dos S-3 Viking até a fronteira com o Afeganistão e faziam REVO. Depois os S-3 eram substituídos na fronteira por outros S-3 que chegam depois para reabastecer os Tomcat e Prowler na volta. Os Tomcat voavam a média altitude e tiravam fotos sem ter aviso no RWR. Parecia que os afegãos nem sabiam da sua presença. Os filmes eram digitalizados e distribuídos para os serviços de inteligência dos NAes e CAOC. A Inteligência nos NAes tem especialistas nos paises da região onde operam e todos viraram especialistas em Afeganistão.

Com as aeronaves REVO da USAF chegando os Tomcat passaram a fazer patrulhas de combate aéreo (CAP) na fronteira do Paquistão como o Afeganistão. Os Tomcat decolavam e recebiam 3 mil libras de combustível dos S-3. Na fronteira com o Afeganistão recebiam mais 3 mil libras dos KC-10 e faziam CAP por 5 horas. Ficavam nas CAP até o combustível atingir 8 mil libras e recebiam mais 12 mil libras para voltar para o CAP. No fim recebiam 10 mil libras e voltavam para o NAe. A estação ficava no sul do Afeganistão. Os AWACS e aeronaves REVO orbitariam na fronteira do Paquistão e Afeganistão. Uma vez uma CAP foi direcionada para um Mig-21 no, mas só atacariam se a aeronave se aproximasse.

Os F-14 também fizeram escolta para aeronaves de inteligência eletrônica RC-135 e EP-3. Depois fizeram ataque em "espelho" para testar o alcance e REVO das aeronaves se preparando para as futuras missões de ataque.

Os pilotos de F-15E que se preparam para ir para a OEF sabiam que precisariam de ajuda dos FAC e treinaram muito antes. Os F-15E operavam com os F-16. Os F-16 tinham rádios VHF que os F-15E não tem e facilitou conversar com o controle de trafego aéreo. Os F-15E usavam mais o UHF mais usado para contatar o AWACS e FAC. A carga do F-15E geralmente era de 12 bombas GBU-12 mas podiam levar também as bombas Mk-82.

No dia 7 de outubro foi iniciado o ataque com 15 bombardeiros da USAF, 25 caças embarcados e 50 mísseis Tomahawk. Os primeiros alvos eram ameaças as aeronaves como bases aéreas e posições de defesa aérea. Foram realizados ataques simultâneos no leste e oeste do Afeganistão.

Devido as limitações de combustível os Hornet atacaram alvos próximos ao Paquistão como a base aérea em Kandahar enquanto os F-14 atacavam alvos mais no centro e mais a oeste do país.

Um pacote liderado por dois F-14 era constituído por mais dois F/A-18, um EA-6B e dois B-1B e atacaria a base aérea em Cabul. Os F-14 voaram na frente protegendo contra os Migs. Os pilotos afegãos não voavam a noite, mas era uma precaução. As regras de engajamento permitiam que o Tomcat atacasse tudo que estivesse voando a frente, pois eram os primeiros no local e não havia aeronaves americanas no local. Só precisavam ficar checando as posições das aeronaves amigas no pacote. Os Tomcat também atacariam posições de mísseis SA-3 junto com os Tomahawk. Os F/A-18 atacariam com um míssil SLAM cada. O REVO foi feito com um KC-135 a 500 milhas de Cabul. A sonda do KC-135 estava vazando e as aeronaves receberam 3 mil libras de combustível ao invés de 8 mil como planejado. O KC-135 também voltou para base e não teriam REVO na volta.

Os pilotos dos Tomcat viram as posições dos mísseis SA-3 sendo atingidas pelos Tomahawk com o NVG. Depois foi o ataque com os SLAM. Depois atacaram com duas GBU-12 cada que erraram os alvos. Os Tomcat foram depois para Jalalabad para apoiar os B-1B que voavam 35 km atrás. Na volta a nova aeronave de REVO estava 400 milhas mais ao sul. As aeronaves passaram para o padrão ótimo de consumo voando a 40 mil pés.

Outra dupla de F-14 escoltou os B-1B contra a Base Aérea de Herat e depois atacaram instalações de comunicações em Farah com as suas bombas Paveway. Os alvos estavam próximos da fronteira com o Irã.

Chegando na base os Tomcat viram um Mig-21 em alerta na pista com o LANTIRN LTS e decidiram atacar com uma Paveway. Logo depois a pista foi atingida pelas bombas dos B-1B. Os Tomcat depois atacaram o alvo em Farah mais ao sul. O alvo estava no meio da cidade e sobrevoaram o alvo para identificação positiva. A missão durou oito horas.

Para pousar os Tomcat precisavam de um mínimo de combustível de 2.800 libras de dia e 3.800 libras a noite. O "bring back" resultava em quatro GBU-12 de dia ou três a noite. O resto da carga tinha que ser alijada. O Hornet voavam com as JDAM. O Tomcat pode levar duas GBU-24, mas pousa só com uma e por isso só levava uma por ser cara demais para alijar.

Outro pacote liderado pelos F-14 também atacou posições de mísseis SA-3 em Cabul. Como no pacote anterior, o alvo foi atacado primeiro pelos mísseis Tomahawk. Outro par de Tomcat atacou uma entrada de caverna de uma base do al Qaeda em Kandahar. O pacote usou a mesma rota do pacote anterior, ou seja, atacaria um centro de gravidade inimigo, com limitação de altitude do casulo para 25 mil pés, com pacote mínimo, e fizeram um reataque pré-planejado, na mesma rota. Era tudo que se diz para não fazer nos manuais.

Os estágios iniciais eram para atritar a artilharia antiaérea, mísseis SAM e deixar as bases aéreas inoperáveis. A ameaça da artilharia antiaérea e MANPADS continuou, mas a altitude protegia os caças. O CAOC queria todos os caças afegãos no solo atingido e os pilotos não gostavam pois sabiam que não voavam há anos. As defesas aéreas eram poucas e nenhum jato alijou tanque externo em manobras evasivas. Os MANPADS foram disparados, mas sempre fora do envelope. A artilharia antiaérea também era sempre mais a baixa altitude. As tentativas de defesa só piorava a situação do Talibã que era logo atacado.

Os F-14 logo estavam escoltando os C-17 lançando ajuda humanitária. Era para apoiar a guerra psicológica e deixar bem claro que os EUA estavam atacando o Talibã e al Qaeda e não os afegãos. Os Tomcat usavam o radar para encontrar os C-17 chegando. Depois voavam órbitas em "8" acima das aeronaves voando a média e baixa altitude a 400km/h lançando panfletos e comida. Os Tomcat acompanhavam as aeronaves com o FLIR apontado para baixo.

Os primeiros alvos fixos atacados foram instalações militares, campos de treinamento, cavernas e depósitos de suprimentos. Em poucos dias a lista de alvos fixos acabou e o foco das ações mudou de superioridade aérea para apoio as tropas em terra e "Time Sensitive Target" (TST). O território afegão foi dividido em 30 zonas de engajamento chamados de "kill box". Na fase terrestre precisariam de caças 24 horas por dia no país. Os NAes se concentraram em cobrir períodos de 12 horas cada um.

Atacar alvos TST era outro tipo de missão. Era pessoal do Talibã e al Qaeda fugindo em veículos. Precisavam de identificação positiva do alvo e estimativa de dano colateral. O F-14 foi escolhido pois o casulo LTS era bem melhor que o Nite Hawk em cidades. Os alvos eram identificados por operadores da CIA, mas a aprovação durava horas. Os Predator da CIA já voavam no local desde o ano 2000 a partir do Uzbequistão.

Havia um S-3B para cada par de aeronaves nas missões TST. Os S-3 eram lançados 15 minutos antes e eram encontradas a 100-150 milhas de distancia. Cada aeronave passava 4 mil libras de combustível para cada caça na fronteira com o Paquistão e voltava.

Os pilotos pediam para as aeronaves REVO desacelerar e descer e não faziam isso, forçando a usar o pós-combustor o que podia gastar mais combustível do que recebia. Os pilotos gostavam mais das aeronaves da RAF pois desciam e desaceleravam. Carregados e voando alto a resposta dos turbofan era ruim acima de 25 mil pés.

Um dos primeiros alvos das Forças Especiais, atacado no dia 19 de outubro, foi a base de Mullah Ommar, líder do Talibã, próximo a Kandahar. O pacote incluía helicópteros de assalto, helicópteros de ataque, dois AC-130 e aeronaves para apoio aéreo aproximado (CAS) e FAC(A) em órbitas próximas. De uma base no USS Kitty Hawk saiu o grupo aéreo e 23 STS. A equipe ODA 555 seriam inseridas a noite com apoio dos helicópteros e AC-130. Os caças cobririam ameaças ao redor do local de operações.

Havia vários TACP em terra em Forças Especiais qualificados como FAC na equipe. Os F-14 atuando como FAC(A) dariam cobertura e forneceriam uma visão geral da situação. Blindados Shilka atacaram de fora da base e os FAC(A) viram o AC-130 destruí-lo rapidamente. Foram vários pedidos de FAC em terra, mas o FAC(A) só atacava alvos bem descritos. Um dos alvos foi uma torre de vigilância atacada com um Maverick Laser (LMAV) disparado de um Hornet. O LMAV era bom nesta situação pois sobe depois do disparo e não vai para a área do alvo se perder o designador laser. Outras torres também foram destruídas da mesma forma. Outras tropas vindas de fora também foram atacadas pelos helicópteros de ataque, AC-130 e caças. O F-14 FAC(A) estava equipada com bombas em cacho CEM e não disparou na missão. Depois disparou em alvo fixo sendo as duas únicas CBU disparadas na guerra. As Forças Especiais terminaram o trabalho e voltara para os helicópteros.

Omar não foi encontrado mas coletaram documentos. Na retirada foram atacados e retornaram fogo. Um AC-130 apoiou. Na tentativa de infiltração uma equipe de Reconhecimento Especial seria inseria com a técnica "stay-behind" (esquecida), mas foi frustrada com o contra-ataque.

Imagens dos bombardeiros no Afeganistão. Os pilotos desdenhavam o trabalho de "tank plinking", atacar alvos pequenos como tropas e peças artilharia, até esta guerra. Foram treinados para atacar alvos estratégicos de alto valor mas que não existiam no Afeganistão. Tiveram que atacar jeeps, cabanas e vilas, que pareciam alvos civis, mas que as equipes de Forças Especiais citam que tinham tropas do TAQ. Para facilitar o trabalho cortaram o ciclo de 72 horas de designação de alvos da ATO para 12 horas. O pais foi dividido em 30 Kill Box para os pilotos esperarem por alvos.

O uso de FAC(A) foi outra adaptação no conflito. Nem sempre estavam disponíveis e eram um par de olhos a mais procurando alvos. Em terra os TACP tinham que chegar bem perto do inimigo para fazer identificação positiva e os pilotos podiam fazer o mesmo do alto. Podem ir a lugares onde o TACP não pode e informam o TACP. Também verificam se não havia tropas amigas no local. Se os alvos forem de interesse atacam. O FAC(A) pode marcar alvos com foguetes e ajudar a orientar as aeronaves, mas o disparo é sempre controlado pelo TACP.

O esquadrão VF-41 tinha oito pilotos de Tomcat qualificados como FAC(A). Eram necessários para conversar com os agentes da CIA e Forças de Operações Especiais em terra e ligar com aeronaves de ataque e observar a área do alvo ao redor. A US Navy só usa aeronaves biposto para FAC(A). A distância forçava o uso do F-14 que estava bem equipado para realizar as missões de FAC(A) e foi usado para missões TST. Os FAC(A) voam com Ala para proteção que podia ser um F-14 ou F/A-18. Se o FAC(A) desce a 15 mil pés o Ala olha ao redor dando cobertura enquanto o FAC(A) foca a atenção no alvo.

O F-14 era ótimo para FAC(A) e mostrou também ser bom para missões menos especializadas de Strike Coordination And Reconnaissance - SCAR. A maioria das missões dos FAC(A) foi até de SCAR que não precisa de FAC(A) qualificado. Eram quatro tripulações FAC(A) por esquadrão (piloto e RIO) nos esquadrões da US Navy. Eram tão importantes que os kill box sem FAC(A) eram logo fechados quando saiam para o REVO.

Nas missões SCAR os FAC(A) faziam identificação positiva do alvo (PID) para os Hornet atacarem apoiando com o casulo LTS. Sem o LTS os Hornet teriam que voar mais baixo para identificação positiva com o Nite hawk menos potente. O Tomcat também tinha um bom display com tela grande para melhorar a definição. A designação FAC(A) é usada apenas quando as tropas estão em contato e controlando caças. Para SCAR é usado mais tática de kill box sendo controlado por um AWACS dizendo para qual kill box ir. Na SCAR eram enviados um par de F-14 e um Prowler sendo ajudados por dois ou quatro caças que pode ser os F-14, F/A-8, F-15E ou F-16.

Os F-14 atuando como FAC(A) eram equipados com quatro bombas GBU-12 (chamado de "quadbomber") e as escoltas com duas GBU-16 (dualbomber). Cinco aeronaves em cada esquadrão eram designadas para atuar como plataforma FAC(A). Os dedicados para ataque eram sempre armados com duas bombas. Mais para o fim das operações os F-14 passaram a levar duas bombas burras e duas Paveway para poder alijar as bombas burras e poder pousar nos NAes. Passaram a usar bombas burras para reconhecimento pelo fogo e marcar alvos para as Paveway.

Um FAC(A) apoiou o disparo de 16 mísseis Maverick Laser e algumas Paveway. Foram tantos ataques que esqueceu que não disparou um das quatro GBU-12 que levava. Os FAC(A) gostavam dos Maverick Laser pois podiam ver facilmente o disparo, os Hornet logo iam embora, e podiam mudar de alvo rapidamente com o míssil ainda em vôo pois sempre atingia o alvo com grande precisão. As Paveway não tinham toda esta flexibilidade.

A maioria dos esquadrões do USMC não se importavam de ter suas bombas designadas por outras aeronaves. Já a maioria dos pilotos da US Navy queria sempre designar suas próprias bombas. Alguns pilotos acham inaceitável outro piloto apontar suas próprias armas. Os pilotos dos Marines sempre levavam um rastreador laser LST para apoiar a missão.

No dia 5 de novembro um F-14 disparou o canhão contra um alvo em terra em Mazar-e-Sharif pela primeira vez. Atacaram alvos e voltavam para base quando a posição das Forças Especiais foi atacada por tropas a cavalos e veículos. Os F-14 voltaram e pediram autorização para mergulhar. Logo descarregaram os canhões permitindo a retração das tropas.

Na batalha de Tarin Kowt um F-14 atuando como FAC(A) controlou 30 ataques de bombas Paveway, Mk83 e canhão. O FAC(A) teve que metralhar pois os caças estavam 10 minutos de distância e já tinha disparado as próprias bombas. As aeronaves REVO se aproximaram para auxiliar. Uma equipe das Forças especiais estava ameaçada por cerca de 40 veículos indo para a cidade e o apoio aéreo as salvou.

Um AC-130 também marcou um alvo com tiro de fumaça de 105mm para caças atacarem uma entrada de caverna. Fez isso a distância do local. As tropas saíram da caverna como formigas e foram atacadas depois com bombas guiadas a laser controladas pelo F-14 FAC(A).

Depois do fim da operação em terra e rendição do Talibã os Tomcat passaram a usar o casulo LTS para acompanhar as Forças Especiais "limpando" as cidades.

O conflito no Afeganistão foi a primeira vez que os B-52H realizaram missões de CAS atuando junto com os FAC em terra. Na primeira missão de CAS dos B-52 era um ataque em massa e fez várias passadas com alvos múltiplos. Nos dois primeiros dias foram seis saídas de B-52 e seis de B-1B. Depois foram quatro saídas sustentadas de cada aeronave. No fim de outubro chegaram mais dois B-52H e o número de saídas chegou a 10 por dia apoiando as missões de XCAS (on-call CAS). O armamento era 12 bombas JDAM ou 16 WMCD externamente e 27 Mk-82 internamente. Os alvos eram passados por comunicação por satélite. Primeiro atacavam alvos pré-planejados e depois os alvos de oportunidade.

Os bombardeiros saiam da base de Diego Garcia no oceano Índico para voar por 5 horas sobre o Afeganistão sem alvo pré-determinado. Os alvos eram passados pelo FAC por satélite para o CAOC e depois para o B-52. O Predator passou a posição de alguns alvos. No local usavam o rádio ARC-210 para falar com o FAC em terra. Em missões que voavam acima do FAC tinham que voar 30 milhas e voltar 180 graus para poder disparar as JDAM.

Sem muitos alvos os F-15E tiveram que fazer mais CAS. Operavam junto com F-16 que tinham rádio UHF para falar com ATC. Falam com AWACS e TACP na frequência VHF. Ficavam em órbitas diferentes, mas usavam o mesmo REVO. Em semanas os alvos fixos acabaram e passou a concentrar em alvos de oportunidade.

As GBU-12 eram as armas preferidas para CAS por ser barata e não caia antes do alvo como as outras Paveway maiores. O dano colateral era menor causando menos problema se falhar no guiamento. O laser do TACP designando alvos tinha que ser sincronizado com a frequência do sensor laser das bombas. Exemplo de códigos eram 1511, 1522, 1533 e 1544. O F-15E podia levar nove GBU-12 normalmente. Em uma ocasião um F-15E atacou um comboio em uma ponte com o canhão Vulcan pois precisavam da ponte intacta.

Os pilotos dizem que nunca iluminados por radar e nunca alijaram os tanque externos, tática comum em manobras evasivas. Se tentavam atacar com SA-7 era sempre fora do alcance a mais de 2.500 metros, mas quem disparava acabava sendo atacado.

Os F-15E fizeram reconhecimento nos vales com o casulo LANTIRN apoiando os TACP em terra. As operações de CAS noturnas eram frequente pois o TAQ achava seguro atacar a noite. A missão mais longa durou 15 horas com 12 reabastecimentos em voo. Cada revo permitia 60-90 minutos na estação. As saídas duravam em média 6 a 9 horas.

Para atacar inimigos entrincheirados as bombas de 900 kg não eram suficientes. Então atacavam as fortificações com espoleta airburst para deixar os inimigos surdos, sangrando os ouvidos, narizes e olhos, e tão abalados que logo saiam dos abrigos. Depois chamavam um novo ataque para atacar as tropas espalhadas.

Quando o Talibã se recusou a entregar o líder terrorista Osama Bin Laden e destruir os campos terrorista a guerra no Afeganistão se tornou certa. Logo foi sugerido bombardear o país para a idade da pedra, mas seria uma vingança vazia. Os afegão já eram uma civilização atrasada e não sofreriam tanto. Uma invasão convencional por terra logo parecia ser a melhor opção. O problema era o histórico de invasões na região com todos os invasores sendo derrotados. As memórias do Afeganistão soviético e do Vietnã logo colocaram a proposta em estudos.
Passaram a estudar o uso de tribos e coalizões rebeldes ao Talibã como a Aliança do Norte. O plano era ajudar o inimigos do Talibã a derrubá-los. O plano seria executado por equipes de Forças Especiais. As equipes de Forças Especiais tiveram muito pouco tempo para treinar e se preparar para a missão. O objetivo era fazer uma inserção de helicópteros, contatarem forças locais, coordenar as atividades em uma série de ofensivas e levar o Poder Aéreo até as forças inimigas, e mudar o governo local. Atingiram todos os objetivos e bem mais rápido que o esperado.
Os lideres locais a serem contatados eram Abdur Rashid Dostum, Mullah Daoud e Fahim Khan. Cada um seria uma base para outras operações antes do inverno chegar. Para evitar favorecer as equipes ODA (A-Team) foram divididas igualmente entre as facções pois também eram rivais. Algumas equipes tinham que esperar a inserção de outras para evitar discórdia.
Primeiro as equipes ODA seriam inseridas nas áreas de Mazar-e Sharif e Bagram-Cabul seguida das regiões de Konduz e Taloqan. Depois iriam para Kandahar que era o centro do governo Talibã. Depois focariam nas montanhas de Tora Bora. Era esperado espalhar inimigo cada vez mais pelo país.
No dia 7 de outubro foram iniciados os ataques aéreos, mas os planos não foram revelados. Era a "fase aérea" tradicional de uma campanha para conquistar a superioridade aérea e degradar as defesas inimigas e o sistema de Comando & Controle para ajudar a "fase dois". Depois foi anunciado a presença de equipes de Forças Especiais em terra, mas nada de tropas se deslocando ou preparando a invasão. Parecia que estavam querendo vencer a guerra pelo ar com a demora dos ataques aéreos.
O objetivo inicial era conseguir bases operacionais fora do pais e próximo o suficiente para infiltrar as equipes. A limitação foi de bases locais. No Irã não seria possível e o Paquistão não aceitou. O Uzbequistão tinha bases inadequadas. O resultado foi a necessidade de muito apoio de reabastecimento aéreo. As aeronaves embarcadas realizavam 3-4 reabastecimentos em vôo e mesmo assim com pouco tempo para operarem no Afeganistão. Os países vizinhos gostaram da reação americana pois todos estavam tendo problemas com as ameaças terroristas.
No fim de outubro e iniciou de novembro começou a entrada de muitas equipes de Forças Especiais. Entre elas havia membros dos SOF TACP. No Afeganistão um SOF T ACP foi adicionado em cada equipe de 12 tropas das Forças Especiais (Destacamento A). Estes FAC terrestres controlaram 85% dos ataques aéreos na operação Enduring Freedom. Os SOF TACP era um programa iniciado em 1994 para dar treinamento de Operações Especiais para as equipes de TACP poderem atuar junto com outras Forças de Operações Especiais. Fariam apoio as missões de CAS de emergência e no Afeganistão teria a função de ligar com as tropas aliadas, chegar próximo do inimigo e chamar ataque aéreo.
As armas das equipes de Forças Especiais eram leves e a principal arma era o CAS. As equipes de Forças Especiais tinham treinamento para chamar CAS, mas os SOF TACP eram especialistas no assunto. Os SOF TACP também podem estabelecer zona de pouso e controlar trafego aéreo.
Os SOF TACT existiam a sete anos, mas a função principal era treinar outras Forças Especiais a chamar CAS e não para apoiar as missões das Forças Especiais. Na Operação Enduring Freedom tiveram que apoiar. As forças especiais da USAF eram mais para apoiar e tecnicamente orientados. Podem infiltrar na área do alvo com mesmas técnicas como HALO e assalto de helicópteros, mas não tem treinamento cultural.
Na OEF as tropas em terra foram usadas para apoiar as operações aéreas e não o contrário, com as forças no ar apoiando as operações em terra. Atuando bem próximos do inimigo diminuiriam o risco de dano colateral e facilitaria a avaliação de danos de batalha. Evitaria fogo amigo conhecendo as posições amigas evitando problemas políticos. Fariam reconhecimento das posições de tropas mais fortes.
A fase de ataques estratégicos foi bem rápida e logo a campanha virou a guerra dos FAC (Forward Air Controller - controlador aéreo avançado). As Forças de Operações Especiais da USAF não são "puxadores de gatilho" como os das outras forças. Trabalham mais escondidos, abaixo do radar, como os Pararescueman, Meteorologistas de combate e Controladores Aéreos de Combate (CTT).
Atuando junto com a Aliança do Norte as Forças Especiais forçavam o inimigo a revelar sua localização pela força e eram forçadas a manobrar, acabavam se expondo em lugar aberto. A tarefa da força de manobra passou a ser encontrar o inimigo, localizar e encontrar os pontos mais vulneráveis, observar, separar civis de militares que escondiam o alvo real. O Talibã foi logo foi colocado na defensiva. Ao se movimentarem ou dispararem suas armas, as posições eram destruídas após serem identificadas.
Foi uma repetição do conceito de operação soviética de sistema de reconhecimento e ataque. Este novo conceito suplementa e até substituia as teorias militares tradicionais que enfatizam o controle do terreno como sendo o nível mais crítico na guerra. O elemento chave não seria a plataforma ou localização física, mas a capacidade de obter informações do alvo e passar para os meios de ataque de precisão.
Os SOF TACP infiltravam na região, detectava alvos e controlavam os ataques. Sabiam as capacidades dos mísseis SAM, treinaram para apoiar missões de apoio aéreo e sabiam escolher as armas para cada alvo. Os SOF TACP se moviam entre vários postos de observação furtivamente e contatavam os alvos. Os alvos eram comboios, concentrações de tropas, centros de comando e posições artilharia antiaérea. Usavam designadores lasers portáteis e determinavam as coordenadas dos alvos com auxilio do GPS.
Depois faziam um plano de ataque e toda noite preparavam uma lista de 5 a 20 alvos sugeridos e transmitidos para o centro de comando. Quase todos eram aceitos. Também podiam receber coordenadas de alvos para conferir. Um FAC cita ter indicado cerca de 500 alvos durante a operação.
Ouvindo os membros do TAQ conversando no rádio podiam saber a efetividade das munições guiadas. As transmissões mostravam que nem sabiam o que estava acontecendo. A reação do inimigo foi se esconderam mais, criarem alvos falsos e bem camuflados.
Os SOF TACP se moviam a cavalo e os suprimentos eram limitados. Usavam laptop para upload e download dos dados de inteligência. O GPS era crucial. Com muitos eletrônicos tiveram que usar muitas baterias. As vezes indicavam as coordenadas dos alvos logo após receberem os suprimentos de baterias por pára-quedas. A coordenação geral não foi considerada boa.
A capacidade dos SOF TACP das Forças Especiais variava de local. Em Kandahar eram considerados bons e em Mazar-e-Sharif e Bagran eram considerados ruins. Descrevia o alvo como viam em terra, demorando muito, ao invés de imaginar como seria do alto. O problema era a demora e a autonomia das aeronaves. Os Hornet sofria mais. Os FAC(A) nos Tomcat tomavam a frente e chamavam os Hornet do REVO quando estava tudo resolvido. O problema se devia mais a presença das Forças Especiais que também realizavam a função de controlador aéreo pois os SOF TACP eram poucos e não podiam estar em todos os lugares ou atuar o tempo todo. As Forças Especiais não usavam muita terminologia técnica. Era na base do "ei, precisamos de bombas aqui".

O Comando Central Americano (CENTCOM) tinha quatro Forças Tarefas (TF) principais no local: a CJSOF, Mountain, CT e Civil. A Combined Joint SOF (CJSOF) era formada pela TF Dagger no norte, TF K-BAR no sul e a TF Sword.
A TF Dagger (apelido da Joint Special Operations Task Force North) era formado com pessoal do 5th Special Forces Group (Airborne) apoiada por aeronaves do 160 SOAR. A função era inser equipes ODA no norte atuando com a Aliança do Norte. Eram apoiados por JTAC/CTT e atuavam com agentes da CIA já no local. Algumas equipes faziam Ação Direta e outras eram apoiadas pelos Parajumper (PJ). As tropas de reação rápida (QRF - Quick Reaction Force) eram tropas da 10 Divisão de Montanha baseadas em Karshi Kandabad. A TF Dagger foi a responsável pelas operações iniciais no Afeganistão.
A TF K-Bar era formado pelos Seal Team 2, 3 e 8 e por equipes do 3 SFG. Os pelotões com 16 Seals faziam Ação Direta e SSE. Com quatro homens faziam Reconhecimento Especial (SR). Também atuavam com o KSK alemão, JTF-2 do Canadá e NZSAS da Nova Zelândia. A TF chegou a ter 2.700 tropas. A TF K-Bar cobria a região sul focando na destruição do al Qaeda no local. Eram apoiados por outras aeronaves incluindo NAes. A infantaria foi adicionada com a TF 58 do USMC. As equipes CSAR eram formadas por dois MH-53, duas equipes de PJ, uma QRF com um pelotão de SEALS e uma equipe CTT.
A TF Sword era uma força hunter-killer contra alvos de alto valor (HVT) do al Qaeda e Talibã. Foi estruturada ao redor do DEVGRU, Combat Aplicaton Group (Delta) e SMU (Special Mission Unit) sendo apoiados por Rangers e pelas informações da Grey Fox, NSA e CIA. Os Deltas eram chamados sempre de TF Green, os Rangers de TF Red, o DEVGRU de TF Blue, o Grey Rox de TF Orange e o SOAR de TF Brown. O DEVGRU eram o Seal Team 6 que passou a ter capacidade contra-terrorismo. O Grey Fox era uma unidade de inteligência mais secreta apoiando o SMU com IMINT, SIGINT e ELINT. O SBS era uma unidade estrangeira do TF Sword.
A TF Mountain era formada pela TF 64 do SARS, TF 58 com o15th MEU e que depois foi substituído pela TF Rakkasan com tropas da 101 Divisão Aeromóvel e 10 Divisão de Montanha, e pela TF Jacana com 1.700 tropas dos 45 Commando britânico.
A TF Bowie era mais focada em missões de inteligência com um centro de interrogatório em Bagram. Atuava com outras equipes e com a TF Sword, formando a equipe AFO (Advance Force Operations), preparando o campo de batalha com reconhecimento e inteligência, como futuramente na operação Anaconda.
A primeira equipe americana a ir para o Afeganistão foi equipe Jawbreaker da CIA entrando no país 15 dias após 11 de setembro. Oito membros da SAD (Special Activities Division) saíram do Cazaquistão até o vale de Panjshir em um Mi-17 da CIA no dia 26 de setembro de madrugada. Contataram os comandantes locais para preparar listas de suprimentos, armas e comunicações para equipar suas tropas.
A função da CIA era criar uma rede de comunicações para coletar inteligência. Outras funções era facilitar a inserção de outras equipes de Forças Especiais designando zonas de pouso, preparar locais de moradia, avaliar alvos para ataque aéreo, iniciar uma capacidade CSAR local e fazer avaliação de danos de batalha. Logo criaram um centro de operações e comunicações. Iniciaram a coleta de informações com apoio de GPS para mapear as posições amigas e inimigas.

Os agentes da CIA adaptaram uma pista de pouso para receber aeronaves maiores e prepararam o terreno para a entrada de novas equipes ODA. Tinham até sua própria força aérea com dois helicópteros Mi-17 e dois An-32. Eram modelos já conhecidos no local e chamariam menos atenção. Os caças foram proibidos de engajar helicópteros por isso. Mesmo assim foram quase engajados em algumas ocasiões.

A CIA mantinha contato com a Aliança do Norte durante anos ajudando na campanha contra os Talibãs. Pensavam que se pudessem derrotar o Talibã no norte, o sul iria seguir os americanos. Primeiro tinham que entrar em acordo com os líderes locais. Levaram o equivalente a três milhões de dólares em dinheiro local para comprar apoio. O primeiro líder contatado logo recebeu US$ 500 mil dólares e a promessa de receber muito mais.

Os planos iniciais se baseavam na inserção de 200 operadores das Forças Especiais das equipes ODA (A-Team) para iniciar e manter o avanço junto com a guerrilha local. As Forças Especiais tinham que criar inicialmente uma relação com as tropas em terra e precisaram de dinheiro para isso pois logo viram que estavam lidando mais com mercenários do que com soldados. As primeiras equipes da TF Dagger foram inseridas após duas semanas de ataques aéreos. A ODA 555 em Bagram e a ODA 595 em Dari-a-Souf.

A primeira cidade a cair no Afeganistão foi Mazar-e Sharif no norte. O objetivo era tomar as bases aéreas locais para apoiar as missões de ressuprimento, reforço e futuras operações. No norte a ODA 595 de 12 homens era comandada pelo Capitão Nash e ligaram com a equipe Jawbreaker da CIA. Atuariam na região ao redor de Mazar-e Sharif, no vale Dari-a-Souf, 110km ao sul da cidade, atuando com as tropas do General Dostum e seus dois mil homens. A inserção foi realizada na noite do dia 19 de outubro em mau tempo e a escolta de dois AH-60 DAP tiveram que voltar. O vôo durou duas horas, incluindo reabastecimento em vôo, em mau tempo, no meio das montanhas, por um MH-47 do SOAR.
Os membros da equipe ODA 595 logo inciaram a avaliação da situação preparando uma ofensiva. A base onde ficaram logo foi defendida por 30 tropas locais. Dostum andava com mais 20 seguranças. A equipe 595 logo se separou em dois times. Com as forças amigas e inimigas muito dispersas tinham que se dividir formando as equipes Alfa e Bravo. Uma equipe ficou para preparar a base e outra foi fazer reconhecimento. A equipe Alfa foi com Dostum e a Bravo cobria a área ao redor vale Dari-a-Souf cortando possíveis reforços.
A Alfa foi até a frente de batalha. A mobilidade foi fornecida pelas forças locais incluindo mulas e cavalos. No terreno local era o melhor meio para se moverem e não tinham treino adequado. A equipe Alpha foi até o norte nas montanhas em Keshendeh Bala com Dostum para atacar Mazar-e Sharif. Por duas semanas avaliaram e direcionaram ataques aéreos contra o TAQ (Talibã e Al Qaeda).
A equipe Bravo, também se moveu com cavalos e evitou que forças locais fossem para o norte para reforçar a cidade atuando até 7 de novembro no sul nas montanhas de Alma Tak para atacar no vale de Darya Suf. A dificuldade do terreno montanhoso evitou levaram qualquer tipo de veículo e mesmo os helicópteros não podiam voar alto carregados.
O comandante americano propôs iniciar logo o bombardeiro aéreo, mas Dostum não queria deixar os americanos se aproximarem a menos de 8km da frente por ter medo de perder o apoio americano se sofrerem baixas. Tiveram que chamar CAS a mais de 8km do alvo. Destruíram cerca de 65 veículos, 12 postos de comando e vários bunkers de munição.
Em um posto de observação nas cidades de Cobaki e Oimatan inciaram as chamadas de CAS. No dia 20 de outubro a ODA 595 guiou a primeira JDAM disparada por um B-52H. A JDAM foi projetada para atacar alvos estratégicos, mas logo foi usadas para CAS sem ter sido planejada para isso.
Em 18 horas destruíram 12 blindados e 12 veículos. A resposta do Talibã foi reforçar suas tropas levando reservas para o local, mas se tornaram novos alvos. Já no primeiro ataque Dostum ficou impressionado com capacidade do SOF TACP fazer uma aeronave aparecer e lançar bombas com precisão. Para melhorar a pontaria os americanos pediram para se aproximar mais dos alvos. No dia 5 de novembro já convenceram Dostum e foram para frente de batalha.
No inicio atacariam a 12 km do alvo e era possível, mas com muito risco de dano colateral. As Forças Especiais tinham que se aproximar e o objetivo era chegar a 1 km do alvo e encontrar primeiro os Postos de Comando. Avançaram por um leito de rio para evitar os campos minados. A área era populosa devido ao rio. Depois de anos de combate o Talibã tinha vários bunker para defender suas posições.
Chegando a Omulton, a equipe ODA fez reconhecimento por três dias até encontrar os Postos de Comando. Os Mulá Fazil e Rezat eram dois alvos e estariam nos bunker a noite. Foram seis JDAM disparada contra o complexo de bunker disparadas por um B-52, da era Vietnã, contra um alvo não convencional. O ataque matou Mulá Rezat, secretario de defesa, e 150 de suas tropas. As tropas de Dostum invadiram o local e pegaram um dos chefes que falou pelo rádio para suas tropas se renderem e que os americanos estavam no local. Em duas horas se renderem e tomaram a cidade de Bai Beche. Logo tomaram cidade a frente e em sete dias estavam em Mazar-e Sharif.
A equipe ODA 595 reforçada pelos SOF TACP era pequena e podia ser atacada. Eram dependentes do Poder Aéreo para se defender e foi o que aconteceu em uma ocasião. Um F/A-18 chegou e fez o inimigo fugir. Depois um B-52 atacou as posições inimigas e puderam voltar para o local de reconhecimento. Os bombardeiros voltaram para atacar os bunkers com as JDAM.
No dia 6 de novembro um contra-ataque que quase tomou a posição de três membros da ODA 595. Foram salvos pelo CAS. Próximo da cidade um desfiladeiro entre a estrada barrava o avanço. Um blindado e dois canhões defendiam a passagem. Os TACP pediram CAS e logo um par de F/A-18 chegaram metralhando o local e atacando com bombas JDAM destruindo as armas e bunkers. Ao ver um coluna de veículos avançando depois do ataque o TACP enviou a posição de um "bomber box" para um B-52 disparar 27 bombas Mk82. Cinco caminhões foram destruídos e o inimigo recuou seguido das tropas de Dostum avançando.

No dia 5 de novembro o avanço ODA 595 parou na cidade de Bai Beche. A falta de coordenação fez o ataque de cavalaria avançar antes do ataque das JDAM. Pouco após quatro JDAM caírem no meio da posição inimiga os cavalos chegaram e atravessaram a fumaça. O inimigo se rendeu logo depois devido ao efeito das JDAM e ao verem inimigos na sua retaguarda.
Com os sucessos iniciais dos ataques aéreos Dostum pode avançar até o noroeste no vale Balkh. Os suprimentos ainda eram limitados para sustentar uma ofensiva e o avanço era difícil. Os suprimentos eram enviados por aeronaves da USAF incluindo comida de cavalo.
A cidade de Qala Jangi na periferia de Mazar-e Sharif era o próximo alvo. Na cidade souberam que havia 600 tropas do Talibã na escola feminina de Sultan Razzia. Era um prédio de três andares no centro da cidade em uma área populosa. As tropas do TAQ tinham a intenção de não se render e lutariam até a morte. Um dos comandantes de Dostum morou na cidade e decidiu levar o SOF TACP até próximo do local para ver melhor o alvo. Foram cinco homens em uma pick-up sem serem molestados. Do teto do prédio de cinco andares onde estavam dava para ver o alvo. O TACP usou um binóculos e o SOFLAM para examinar o alvo. Os mapas disponíveis não permitiam determinar as coordenadas para disparar as JDAM e não tinham um local na cidade com coordenadas conhecidas. O alvo era importante e estava em um local com risco de danos colaterais exigindo dados precisos.
Ao pedir ataque aéreo logo chegaram dois F/A-18 com bombas JDAM e pediram para marcar o alvo com laser para determinarem coordenadas. O Hornet não conseguiram ver o laser e o SOF TACP teve que direcionar os pilotos visualmente até o alvo. A presença das aeronaves logo alertou o Talibã que parecia saber que aeronaves acima significavam tropas inimigas próximas. O primeiro Hornet atingiu em cheio e o egundo não conseguiu disparar com as bombas ficando presas. O SOF TACP estava a 340 metros do alvo que virou um ninho de vespas enfurecidas. O primeiro caça disparou suas três últimas bombas de uma vez só e o alvo foi nivelado. Depois só encontraram 80 sobreviventes que fugiram pelas casas ao redor e foram atacados pela população com apenas 13 sobrevivendo. Depois as tropas de Dostum tomaram a cidade e só fizeram missões de busca ao redor sem precisar de CAS.
No dia 3 de novembro a ODA 595 foi reforçada com a chegada de um elemento de Comando ODC 53 com um Coronel e outras sete tropas para ligar com Dostum. No dia 4 de novembro a equipe ODA 534 chegou em Darya-e Balk, 40 km a oeste de Darya Suf, e ligou com as forças de Mohammed Atta.
A equipe ODC coordenaria o avanço dos comandantes Dostum, Mohammed Atta e Mohaqqeq. O objetivo final era cercar Mazar-e Sharif. Cada comandante recebeu um telefone Inmarsat para falar com os outros comandantes e Coronel. O Coronel também tinha uma linha direta com as equipes ODA que apoiavam cada comandante.
As três equipes (ODA 595 e 534 e ODC 53) trabalharam muito ajudando as tropas da Aliança do Norte apesar das três facções rivais concordarem em cooperar e aceitaram o comando de Dostum. Todas as facções não tinham experiência na condução de ofensivas de larga escala tendo apenas experiência em ações de pequenas unidades.
Sem uniformes para distinguir as forças e evitar fogo amigo a tarefa foi dada para as equipes ODA que se dividiram em células de três homens para apoiar o máximo de comandantes em terra e informar sobre o progresso da batalha.
No dia 9 de novembro as tropas da Aliança do Norte já estavam no passo de Tangi 40 km ao sul de Mazar-e Sharif sendo o último obstáculo natural até a cidade e o último ponto de resistência do TAQ até a cidade. A ODA criou um Posto de Observação no local e engajaram as defesa no norte do passo. O inimigo acabou retraindo para Mazar-e Sharif depois de entrar em colapso devido aos ataques e abandonaram suas trincheiras. Logo as informações da derrota chegavam a Mazar-e Sharif e várias tropas do TAQ fugiram para Konduz. A rota de fuga já estava cordada por outras equipes ODA.
O ataque a Mazar-e Sharif foi realizado em conjunto com as equipes ODA 534 e 555. O ataque iniciou no dia 9 de novembro contra os arredores nas estradas. No dia 10 de novembro a ODA 555 chamou 25 ataques matando 2.200 tropas e destruindo 29 blindados e seis postos de comando.
No dia 10 de novembro a cidade foi tomada. Foi a primeira vitória americana e aumentou o moral das tropas. A cidade foi usada como ponto forte e base aérea no local. A queda da cidade mostrou que guerra seria curta.
A estratégia americana mostrou ser correta ao misturar equipes de Forças Especiais com os SOF TACP e forças locais. As novas tecnologias também mostraram importante como as JDAM, os rádios por satélites e apontadores e designadores laser. O reconhecimento também melhorou como o uso de UAVs. As operações de SIGINT (reconhecimento eletrônico) ajudou na localização da posição de rádios e determinar a ordem de batalha inimiga.
Outras equipes ODA foram inseridas depois do sucesso inicial. No dia 23 de outubro a ODA 585 foi inserida próxima a Konduz, no dia 2 de novembro a ODA 553 foi inserida em Bamian, e a ODA 534 no vale Dari-a-Balck, com todas atuando com chefes tribais no local. As ODA 586 e 594 entraram no dia 8 de novembro em Konduz e Panjshir para operar coordenados com a ODA 555.
A Operação Enduring Freedom não seria uma guerra convencional. Foram usadas 27 equipes de Forças Especiais para facilitar a comunicação contatando 27 tribos diferentes. Todos teriam que ser coordenados juntos, sem uma frente de combate facilmente distinguível. Algumas facções eram inimigas e as Forças Especiais tinha que manter olho no Talibã e as vezes em outras facções do lado.

As equipes ODA atuaram inicialmente em cinco locais. Depois da queda do Talibã os combates foram concentrados em Tora Bora e no Vale Shai Kowt.

Membros da ODA 555 se movendo em burros. Tiveram que pedir celas civis para substituir as de madeiro usadas no local. As equipes ODA tinham três missões no afeganistão: sincronizar as forças desorganizadas de várias etnias, iniciar a resistência no norte e no sul; e designar alvos para os caças. A ODA era comandanta por um capitão e outro oficial atuava como segundo no comando. Os outros operadores eram sargentos. A ODA primeiro treinava as tropas locais com capacidade defensiva e depois para terem capacidade ofensiva.

O conceito operacional criado tinha três peças. Uma peça eram as equipes de Forças Especiais procurando alvos para a lista da campanha estratégica. Os alvos eram centros de comunicações, centros de comando, logística e bases militares. Não era o esforço principal ou seria como criar um buraco dentro buraco pois o país já estava devastado pelos conflitos anteriores. A segunda peça era ligar as Forças Especiais com as facções no local. Os SOF TACP e as Forças Especiais tinham as habilidades juntas para isso. Uma ligava com as facções e a outra controlava as operações de CAS.
A Aliança Norte estava combatendo o Talibã há anos e geralmente com empate e qualquer aumento de poder levaria a vitória. Durante a Guerra Civil anterior os combates eram no estilo da guerra de trincheiras da Primeira Guerra Mundial. As posições do Talibã ficavam de um lado, sendo bem marcadas nas montanhas, e a da Aliança do Norte no outro lado. A frente no norte mudava constantemente devido aos líderes grupais mudando de lado e não devido aos combates.
O uso do Poder Aéreo levou a novas situações com as tropas do TAQ tendo que se dispersar para sobreviver. Dispersas ficavam mais vulneráveis em terra, e novamente vulnerável ao Poder Aéreo. O resultado foi inimigo ficar no dilema de se concentrava para enfrentar ou dispersavam. O resultado final foi não precisarem do deslocamento de forças convencional para vencer o TAQ.
A terceira peça era o conceito "SOF-CAS" com as equipes checando as áreas de atividade inimigas, chamado de "chutando o anthill". Com muitos civis e aliados no meio era difícil identificar as tropas inimigas. Se tinha intenção ou ação hostil, ai sim eram engajadas pelo ar.
As tropas da Aliança do Norte protegiam, transportavam e alimentavam as equipes americanas. Na execução da missão eram as Forças Especiais que davam proteção chamando CAS. As Forças Especiais iam para uma posição avançada e bombardeavam o inimigo até se renderem. As baixas amigas foram bem leves.
Em terra as Forças Especiais eram uma boa equipe de luta. Em caso de contato com o inimigo a tática principal era "disengajament and evasion". Se o inimigo for mais forte ainda podiam chamar CAS em emergência (XCAS). O pior cenário foi ao norte de Konduz. A vila de Barouc estava com o Talibã concentrado no local. Eram quase mil guerrilheiros fugindo de Konduz após os ataques na cidade. Estavam atacando a população local e uma equipe de Forças Especiais foi enviada, talvez para atacar o perímetro. Eram cinco homens com dois americanos e três membros da Aliança do Norte. A equipe tinha uma boa rota de fuga. Após os primeiros ataques as tropas do Talibã se dispersaram e foram procurar quem estava designado alvos. A equipe logo chamou XCAS. Estavam a três km de distância do inimigo. O vale afunilaria as tropas que eram mais de 100, e os B-52 enviados atacaria em 30 minutos. O TACP passou os limites do "box" para atacar e logo estavam sendo atacados do lado e cortados na rota de fuga. Quando as bombas caíram puderam fugir e nem voltaram para ver o resultado.
A capacidade de guerra não convencional das ODA mostrou ser decisiva. As Forças Especiais tiveram que organizar, treinar, dar apoio logístico e até moral para as tropas locais. O moral era importante pois os afegãos só tinha lealdade ao grupo local ou étnico. Os afegãos já tinham um passado de se juntar e depois se digladiarem. Todos desconfiavam de Dostum.
Não havia uma organização local com os comandantes locais podendo mudar de lado frequentemente. Geralmente iam para o lado com maiores chances de vencer. As vezes não funcionava como aconteceu em Akopruk com os afegãos mudando de lado no meio da luta e depois atacando os novos amigos.
Durante a batalha final em Mazar-e Sharif Dostum os aliados americanos se comunicada com amigos e inimigos com um telefone por satélite marítimo internacional com energia fornecida por carros ou painéis solares. Era uma tradição local negociar com o inimigo. Podiam conseguir até a lealdade e que mudassem de lado. No Afeganistão é considerado honroso esperar um soldado rendido abdicar da condição e mudar de lealdade. Os estrangeiros não mudavam de lado então os afegãos passaram a matar árabes e paquistaneses após mudarem de lado. Homens bombas no meio mataram vários aliados.
O treinamento das tropas afegãs foi importante. Não tinham capacidade nem para ler mapas. Até as tropas que pareciam mais organizadas não tinham treino adequado. Os equipamentos e munição também eram inadequados. Mesmo assim foram poucos dias para treinar e organizar. Se possível primeiro davam treinamento em táticas defensivas e depois em táticas ofensivas. As equipes ODA geralmente chegavam e iam logo para a frente de batalha.

Após a queda de Mazar-e Sharif as tropas sobreviventes fugiram para Konduz se tornando o último ponto forte no norte. O General Muhammad Daud comandava as tropas da Aliança do Norte no local e logo foram contatados pela equipe ODA 586 em 8 de novembro. A equipe ODA foi levada para o local em um Mi-8 Hip da CIA. Junto com as tropas de Daud atacariam Konduz pelo sudeste em direção a Talocan.
A equipe entrou em contato com as forças locais para apoiar com conselhos ajudando na parte terrestre da guerra. O General Daud não aceitou a ajuda dizendo que podiam dar conta do TAQ sozinho, mesmo sem ataque aéreo, com o machismo típico do local. Na manhã seguinte ao contato os membros da ODA 586 foram levados ao fronte. Logo viram que estavam iniciando uma ofensiva e não foram avisados. Os T-55 de Daud estavam sendo atingidos por blindados inimigos do outro lado e pediram ajuda. O SOF TACP (Texas 11) chamou o ASOC para pedir CAS. Como não sabiam da ofensiva de Daud não havia saídas planejadas. A saída demoraria cerca de 4 horas para chegar ou pelo amanhecer.
Na manhã seguinte outra ofensiva foi realizada e novamente Daud não aceitou ajuda. O SOF TACP disse que as aeronaves viriam assim mesmo e eles evitariam que bombardeassem as tropas amigas. Na estrada para Konduz foram emboscados em uma passagem entre as montanhas. Os veículos logo começaram a voltar. Não podiam sair da estrada devido as minas, mas logo virou o caos e se espalharam no vale. Ao voltarem a Talocan Daud pediu aos americanos para atacar pelo ar as forças que os atacaram.
Daud apontou no mapa onde atacar, mas o SOF TACP tinha que ver o alvo para evitarem baixas civis. Ao chegarem no local viram forças do TAQ se juntando para um contra-ataque. Vieram duas duplas de F/A-18 e causaram um bom estrago. Na segunda dupla o inimigo estava bem espalhado. Logo as tropas puderam avançar até o local da emboscada e novamente Daud mandou bombardear posições no mapa que não podiam ser visualizados. Os SOF TACP subiram uma serra de onde controlaram o ataque no dia anterior e repeliram outro contra-ataque com CAS.
No dia seguinte conseguiram permissão para operar na frente de batalha. Subiram uma montanha e logo foram atacados por uma metralhadora DSHk vindo de baixo e ficaram presos na posição. O SOF TACP logo montou a antena de satélite e chamou o ASOC para pedir CAS imediato. O ASOC mandou chamar KMART (código do CAOC) que enviou um B-52 em 10 minutos.
O SOF TACP atacou com ajuda do B-52 e destruiu a cadeia montanha do outro lado com bombas Mk82 com precisão. A metralhadora silenciou mas as tropas em uma vila próxima continuou atirando e o vale abaixo estava cheio de tropas do TAQ. As tropas inimigas próximas a 350 metros não podiam ser atacadas pelo B-52, mas também não podiam subir sem serem atacadas.
Logo chegaram caças e foram empilhados, com os bombardeiros ao norte e os caças ao sul. Chegaram vários caças como F-14, F-15E, F/A-18 e mais B-1B, todos ao mesmo tempo. Os ataques aéreos iniciaram as 6:00 da manhã e terminou as 13:30h. O SOF TACP parou devido ao cansaço e a fumaça no vale. Pouco tempo depois um comandante de Daud pegou o rádio e começou a falar. O tradutor ficou agitado e disse que estava conversando com o Talibã que usava a mesma frequência. Estavam querendo trocar os americanos por dinheiro. Nem podiam ter falado que havia americanos no local denunciando a posição. Logo foram atacados por um blindado de um colina do outro lado e os caças demorariam mais de uma hora para voltar, mas o blindado logo ficou sem munição. Chegou um caminhão e trouxe munição, mas logo acabou novamente. Depois chegaram os caças e destruíram o blindado.
Na volta para Talocan, Daud estava impressionado com a atuação e mudou de atitude. Os SOF TACP passaram a ir na frente e conseguiam toda a ajuda que pedissem. Nos próximos oito dias continuou atacando alvos no mesmo vale de várias posições. Os 12 membros da ODA 586 se dividiram em três equipes. Cada dia uma equipe estaria em posição avançada, uma segundo descansava e o terceiro preparava as operações. Assim podiam manter as ações continuas dia e noite.
Os dois SOF TACP que operavam com a equipe ODA 586 ajudavam a localizar alvos, determinar as coordenadas, acompanhar e iluminar alvos. A equipe tinha dois designadores e telemetros laser SOFLAM. Determinavam a azimute e distância de duas posições para conferir as coordenadas. Depois conferiam se era onde o alvo estava no mapa onde determinariam a elevação do alvo. Um SOF TACP tinha treinamento de sniper e nas ocasiões que estava cercado matava alguns inimigos com seu fuzil sniper nos intervalos enquanto chamava os ataques aéreos.
No terceiro dia as tropas do Talibã começaram a se render o que ajudou a obter inteligência do inimigo. Conseguiram a localização do Posto de Comando e chamaram um ataque no local no quarto dia. O ataque espalhou as tropas que foram aniquiladas pelos B-52. Com Daud parando sua ofensiva o Talibã conseguiu se entrincheirar e diminuindo os alvos.
A oeste de Konduz o General Dostum estava chegando e teve que se reposicionar. Dostum iniciou uma negociação e a ação parou. Os dois SOF TACP ajudaram com uma "mostra de força” e enviaram a mensagem que a aeronave atacaria.
No dia 22 de novembro estavam a 2/3 da distância até Konduz com apenas um vale a frente. Daud iniciou uma ofensiva e os alvos logo apareceram. Um B-52 com bombas em cacho iniciou os ataques as tropas em campo aberto. Com a eficiência dos bombardeiros as tropas logo entraram em colapso e Daud pode tomar a cidade. Dostum ainda estava negociando do outro lado quando soube. Konduz caiu após 11 dias de ataques aéreos desmoralizantes até a rendição em 23 de novembro. Contaram a destruição de 12 blindados, 51 caminhões, 44 bunker e vários veículos com cerca de 2 mil baixas. Depois a missão dos SOF TACP foi passar a avaliar pistas de pouso, montar hospital, limpar cavernas e fazer ajuda humanitária.

As cidades passaram a cair em sucessão depois da tomada de Mazar-3 Sharif. No dia 13 de novembro Cabul foi capturada com a ajuda da equipe ODA 555 atuando junto com as tropas do General Khan.

Na noite de 19 para 20 de outubro, simultaneamente com a inserção em Mazar-e Sharif, a equipe ODA 555 foi inserida por dois MH-53J cada um levando seis membros. O mau tampo já atrapalhou duas vezes as tentativas de inserção. Os dois MH-53J pousaram no lugar errado e separados várias milhas e por uma pequena montanha na planície de Shamali no vale de Panjshir. Cada soldado levanva 135 kg de carga. Foram recebidos por agentes da CIA, mas não sabiam inicialmente se eram hostis ou amigos.
Estavam 50 milhas ao norte da capital Cabul em uma frente de combate estática por cinco anos. O Talibã não podia penetrar os campos minados na base de Bagram nem atacar o vale de Panjshir. Era o ponto forte do comandante Massoud e agora estavam apoiando o General Fahim Khan e Bismullah Khan.
Logo na manhã seguinte os operadores da ODA 555 estavam procurando alvos para os ataques aéreos ao redor da base aérea de Bagram. Sem ajuda de binóculos já podiam ver mais de 50 alvos como blindados, artilharia, tropas, postos de comando, veículos e bunkers. A equipe avançada reportou para o TACP na torre de Bagram mil metros atrás. Logo pediram equipamento para chamar CAS como binóculos, designador laser e GPS.
O primeiro alvo era uma peça de artilharia antiaérea acima de um posto de comando. A supressão de defesas era a primeira tarefa. A equipe direcionou caças F/A-18 para atacar. As forças do TAQ correram quando o alvo explodiu. Uma hora depois o TAQ respondeu atacando a torre com artilharia, mas os operadores continuaram a designar alvos para CAS por mais sete horas até o fim do dia.
As forças do TAQ tiveram que se espalhar nas trincheiras. Em uma semana, a ODA 555 em Bagram e a ODA 595 em Mazar-e Sharif, tinham toda a USAF e a US Navy para atacar seus alvos. Eram caças F-15E, F/A-18, F-14, B-52, B-1B e AC-130. As tropas do TAQ eram alvos fáceis ao virem de Kabul de caminhão.
No dia primeiro de novembro, os membros da ODA 555 em um prédio a sudeste de Bagram foram atacados. Pediram ajuda pelo rádio e na próxima hora 45 bombas caíram de 300 a 1000 metros ao redor e conseguiram repelir o ataque.
Entre os dias 21 de outubro a 14 de novembro controlaram operações continuas de CAS no local. O Comando & Controle do TAQ foi degradado e perderam centenas de tropas nas trincheiras.
O ataque a cidade foi lançado no dia 13 de novembro e logo perceberam que o inimigo estava bem enfraquecido e foi derrubado rapidamente. Na primeira noite já tinham atingido a maior parte dos objetivos e pela manhã já tinham tomado a cidade sem oposição. Os Pashtum eram uma minoria da população afegã e entrar na capital com uma minoria podia levar a guerra civil. Tentaram formar um governo coalizão antes. As tropas remanescentes do Talibã e Al Qaeda retraíram para Kandarar e Tora Bora.
O trabalho da ODA 555 virou padrão para as tropas inseridas no final de outubro. A ODA 553 foi inserida na região central em Bamin, a ODA 585 em Konduz e a 595 em Dara-e Suf. Por 18 dias estas quatro equipes, mais 15 tropas nível batalhão (equipe ODC), ou 78 operadores no total, eram toda a presença de Forças Especiais no Afeganistão. As equipes se dividiram em equipes menores de três tropas e se contatavam por rádio de satélite.

Depois do sucesso no norte do Afeganistão o próximo passo era tomar a cidade de Kandahar no sul. O local estava bem distante das tropas da Aliança do Norte e os aliados no local eram da etnia Pashtuns e não Tajik/Usbeks como no norte. Duas equipes ODA foram infiltradas na região pelo norte e pelo sul da cidade.
A equipe ODA 574 foi infiltrada em uma vale de 40x50 milhas chamado Tarin Kout em 14 de novembro junto com o futuro presidente Hamid Karzai, tido como pró ocidental. A infiltração foi feita por quatro helicópteros MH-60K. Um CTT aumentou a capacidade dos dois especialistas em comunicação da equipe.
As forças atacando ao sul em Kandahar não estavam guerreando contra o Talibã e tiveram que ser treinadas, equipadas e organizadas. A equipe ODA logo passou a treinar e equipar as tropas locais. Incluía levar dinheiro que era o lubrificante que precisavam. Tudo era enviado de pára-quedas em termos de horas e não dias depois de pedido. No inicio eram apenas 35 milicianos. Enquanto Karzai liderava as forças exiladas no Paquistão outro líder local chamado Agha Sharzai que atuava contra o Talibã se junto a rebelião após a chegada dos americanos.
Quando a força cresceu para 200 tropas iniciaram o avanço e entraram na cidade no vale em 16 de novembro. Alguns cidadãos de uma pequena vila no vale enforcaram o líder local. O Talibã logo tentou tomar a cidade avançando em veículos. Eram 500 tropas em 80 veículos avançando. Prisioneiros capturados depois citaram que iriam matar alguns cidadãos locais para servir como exemplo. A informação do avanço do TAQ veio a noite e logo prepararam as posições defensivas. O CTT contatou o SOLE para informar do ataque e foi avisado que os caças estariam no ar pela manhã.
Pela manhã os membros da ODA 574 foram para uma colina cobrindo o vale junto com 40 soldados. Logo apareceu o comboio no passo. Contataram um FAC(A) acima ao verem o comboio saindo do passa a 10 milhas a frente da posição. O CTT iluminou um caminhão levando um canhão antiaéreo com o com laser que depois foi atacado por um F/A-18.
Após o primeiro ataque os veículos pararam por alguns segundos e reiniciaram a marcha. Dois designadores laser foram usados para designar os outros alvos. Após cerca de cinco veículos serem destruídos a coluna avançando parou novamente. Neste momento as tropas de segurança viram o tamanho do comboio e fugiram. Os americanos tiveram que ir junto para Tarin Kot. Na cidade pegaram quatro veículos e foram para os limites da cidade nas posições defensivas. Depois foram mais para o sul e viram as tropas do TAQ na serra onde estavam designando alvos anteriormente. Foram para outro pequeno morrote e atacaram a serra a oito milhas de distância.
Os veículos espalhados foram atacados um após o outro. Logo tiveram noticias que a cidade estava sendo atacada do leste. A defesa da cidade era formada por 50 tropas no sul da cidade e outros 50 ficaram de reserva com Karzai. Com o comboio ainda sendo atacado voltaram para o passo. Ao mesmo tempo o TAQ cessou o ataque no leste da cidade. Foram cerca de 30 veículos destruídos no vale. Outros comboios foram interditados e em poucas semanas mais de 30 veículos carregando tropas TAQ foram atacados em outros locais.
No dia 20 de novembro as forças de Karzai chegaram a 800 tropas. Karzai queria tempo para organizar a resistência e usava o telefone para mudar o lado dos lideres locais. Karzai queria concentrar as forças no local e tentar a rendição de Kandahar.
No dia 2 de dezembro iniciaram o movimento para o sul em Sayd Alim Kalay. O primeiro movimento foi a 30 milhas até Damana, 25 milhas ao norte de Kandahar.
A equipe ODA foi dividida em duas com seis membros indo com 100 tropas até a frente de batalha e a outra metade ficando com Karzai. O avanço foi um reconhecimento em força. Com apoio de óculos de visão noturna avançaram também a noite. Iniciaram o avanço no dia 30 de novembro ficando várias hora a frente do corpo principal. O primeiro chock point era uma ponte no rio Arghandab. Ao chegarem em uma serra com vista para a ponte logo foram engajados. Estavam a 200 metros das casas na cidade. A 400 metros estava uma fortificação no meio da cidade. Os membros da ODA atacaram as tropas no local com fuzil e as tropas do TAQ no local fugiram após um ser atingido. Depois dispararam em janelas nas casas de onde vieram os tiros.
A noite o TAQ chegou na ponte com mais tropas enquanto os membros da ODA estavam em posições defensivas. Algumas tropas amigas logo fugiram. Usaram o NVG e laser para designar alvos para um AC-130. As tropas do TAQ que sobreviveram ao ataque do AC-130 fugiram pela manhã. Ao tentarem cruzar a ponte os membros da ODA foram novamente atacados com um ferido que foi depois evacuado. O fogo inimigo logo parou com a chegada do CAS. Na mesma noite chegou o Posto de Comando das Forças Especiais com uma equipe ODC e tomou a frente no comando das operações.
No dia 5 de dezembro ocorreu um episódio de fogo amigo quase matando Karzai e matando 3 membros do ODA, ferindo cinco e 20 tropas aliadas quando a posição foi atingida por uma bomba JDAM. O comandante da equipe ODA 574 estava contatando um FAC(A) em um F/A-18D quando acabou a bateria do GPS. O SOF-TACP não estava acostumado com o receptor de GPS PLGR. Trocou a bateria e depois mostrou a própria posição e não percebeu na hora que não era mais as coordenadas do alvo que tinha calculado. O B-52 pediu confirmação das coordenadas pois a posição mudou. O código de rádio de fogo amigo é "check fire" três fezes. Caso ocorram as tropas em terra chamam no rádio em canal adequado e os AWACS espalhava para as aeronaves. Logo todas param de atacar para evitar novo fogo amigo até o local do erro ser identificado.
Depois foram apoiados pela ODA 570 e ODA 524 enviados em um MH-53 que também fizeram Evacuação Médica e substituindo os mortos e feridos. As forças avançando até Kandahar criaram uma base de tiro no vilarejo de Mullah Omar. Foi fácil entrar na cidade com resistência leve. A cidade se rendeu no dia seguinte e as ODA 570 e 524

O SOF TACP atuando no local era Sean Minyon que foi enviado para substituir dois CTT feridos e não teve uma preparação profunda indo direto para o local. Foi inserido de MH-53 e não havia ninguém esperando. Chegou quando Karzay estava parado ao redor de Kandahar. No dia seguinte já estava ajudando com apoio de CAS no avanço. O objetivo era tomar uma ponte para cruzar um rio ao norte da cidade. A operação durou dois dias. Na primeira noite chamaram aeronaves CAS. Chegaram de dia com seis duplas de Hornet apoiados por um FAC(A) em um F-14. No terceiro dia foram mais Hornets e F-14.

As equipes ODA com 12 tropas mais 1-2 CTT do 720 Special Tacticas Group. No sul a Texas 12 apoiou Karzai com centenas de milícias e bem mais fracas. As equipes atuando no norte tinha código Tiger. Tinham cavalos e infantaria enquanto o Talibã usava carros de combate e artilharia. O apoio do CAS logo fez a diferença demolindo as trincheiras do TAQ. Dostum atuava com a Tiger 2. O uso de barba grande é sinal de maturidade no Afeganistão. As roupas locais ajuda a misturar com população. No fim de 2002 ordens superiores mandou padronizar com o uniforme tradicional.

No dia 18 de novembro a equipe ODA 583 foi infiltrada e se ligou com o General Agha Sharzai. As forças locais estavam em inferioridade numérica e em posição vulnerável. As 800 tropas locais logo foram apoiadas pela equipe ODA com comida e armas. Outro SOF TACP (Texas 17) ajudou Sharzai no leste.
No dia 21 de novembro Sharzai tinha enviado o irmão para um encontro com Talibã para negociar a rendição e poder passar no vale. Foram atacados com três feridos. Então as forças contornaram o vale pelo norte.
No dia 22 de novembro um comboio com 100 veículos partiu até Takht-e Pol chegando em dois dias sem oposição. Na cidade enviaram uma delegação para negociar a rendição. A equipe ODA enviou tropas para preparar as missões de CAS em uma serra próxima. O TAQ logo emboscou a força de segurança de Sharzai. A equipe ODA chamou CAS para quebrar a emboscada e as forças amigas puderam se retirar. O TAQ começou a cercar as forças e o CAS novamente repeliu o ataque.
Na manhã do dia 24 de novembro entraram na cidade com pouca resistência pois as tropas do TAQ tinham fugido. De um checkpoint mais ao norte da cidade podia ver o aeroporto em Kandahar. Chegando na posição foram atacados por fogo indireto e da posição atacavam as imediações com CAS com os ataques diários ajudando a tomar a cidade.
Com forças menores usaram CAS para amaciar a resistência local. As tropas do TAQ passaram a se mover para o sul, mas foram intimidadas por tropas do USMC em Camp Rhino, 35 milhas ao sul de Kandahar que chegaram em 25 de novembro.
No inicio de dezembro Sharzai posicionou as suas tropas para atacar o aeroporto. Foram sondados por tropas do TAQ que foram repelidos com CAS. No dia 7 de dezembro foi feito um assalto ao aeroporto sem resistência e logo foram informados que o Talibã havia evacuado a cidade. Depois entraram na cidade até o local onde Sharzai morava quando era governador da cidade.
Foram 49 dias entre a primeira inserção em 19 de outubro até a queda Kandahar em 6 de dezembro. Com a queda de Kandahar o conflito foi considerado terminado. Era previsto que o conflito duraria muito, mas a capacidade das equipes de Forças Especiais, Poder Aéreo, e forças locais derrotou as previsões em semanas e mostrou a importância do CAS no campo de batalha.
No total foram enviados 316 membros das Forças Especiais ou 18 equipes ODA (A team), quatro unidades nível companhia (ODB) e três comandos nível de batalhão (ODC). Todos estavam reportando ao JSOTF na base aérea de Khanabad no Uzbequistão, 100 milhas ao norte da fronteira do Afeganistão. Quase todas as equipes estavam acompanhadas por um ou dois operadores da CIA e SOF TACP da USAF para guiar as aeronaves de ataque. A campanha teve poucas baixas amigas contra milhares de baixas inimigas.

Operações de Outras Forças de Operações Especiais

No inicio das operações no Afeganistão, já na noite de 19 a 20 outubro, foi realizado um assalto aéreo com 199 Rangers do batalhão 3/75 e com equipes do 23 Special Tactics Squadron (STS) em Kandahar lançados de quatro MC-130 Combat Talon. Foi o primeiro salto dos Rangers desde o Panamá. Seria uma incursão rápida ao contrário dos saltos no Panamá e Granada e os Rangers não seriam seguidos de forças

A operação foi iniciada com a preparação por precursores do US Army. O alvo era uma pista (Desert Landing Strip - DLS) a sudeste de Kandahar chamada de objetivo Rhino. O objetivo da missão era conduzir um salto de combate noturno para tomar a pista, destruir forças do TAQ no local, coletar inteligência, formar um ponto de envio de feridos, criar um ponto de reabastecimento e rearmamento de helicópteros (FARP) que fariam incursões adicionais na área, e avaliar a capacidade de operações aéreos na pista local. A ultima missão estava relacionada com os planos de deslocar tropas do USMC futuramente para o local o que ocorreu no dia 25 de novembro com o local passando a se chamar Camp Rhino.

O salto ocorreu as 18:45 hora zulu (local) com as aeronaves voando a 800 pés. No salto apenas um inimigo apareceu e logo foi morto por soldados da Companhia C. O alvo tinha quatro objetivos: Tin, Iron, Cooper e Cobalt. O objetivo Tin foi atacado por um B-1B com JDAM seguido de um AC-130 Spectre. Viram nove tropas correndo do local. Dentro encontraram 11 mortos. No objetivo Iron não foram vistos alvos pelos Spectre e o objetivo Copper não foi identificado pelo ar e por isso não foi atacado. O objetivo Cobalt foi depois atacado.

Os objetivos Tin e Iron seriam tomados pela Companhia A. Um sniper foi usado para aumentar o poder da unidade. Uma unidade de guerra psicológica foi usada para convencer as tropas locais a se render. Usaram alto falantes nos prédios do objetivo Cobalt. Os Rangers fizeram busca nos prédios a procura de documentos. Em 14 minutos limparam o acampamento local. Logo depois um MC-130 pousou com uma equipe médica e tratou dois feridos no salto. Seis minutos depois chegaram os helicópteros do SOAR em outros MC-130 e reabasteceram para realizar suas missões. As equipes do STS avaliaram a pista para determinar a capacidade de operar aeronaves maiores. Enquanto isso o AC-130 atacou veículos e pessoal se movendo em direção a área.

Os Rangers voltaram nos MC-130 que levaram armas e combustível para os helicópteros. A ação foi a primeira força de grande tamanho operando no local. A missão durou 5 horas e 24 minutos com poucos feridos. A imagem do assalto aéreo foi gravada e transmitida pela TV para mostrar a capacidade americana de operar em qualquer lugar e a qualquer hora no Afeganistão.

Ao mesmo tempo em que a operação no objetivo Rhino ocorria outro elemento menor de 26 Rangers da Companhia B do 3/75 e dois STS fizeram um salto e assalto aéreo em outra pista em apoio ao assalto ao objetivo Rhino. Seria um plano de contingência para apoiar o objetivo Rhino caso fosse necessário. Poderia ser até um resgate dos companheiros. Um MH-60K caiu no pouso com dois Ranger mortos.

No dia 13 de novembro os Rangers do 3/75 fizeram um segundo salto ao sul de Kandahar no objetivo Bastogne. A operação foi apoiada por oito TACP e CTTs do 24 STS. O objetivo era criar uma FARP para os MC-130 que desembarcaram helicópteros AH-6J do SOAR. Atacaram alvos do TAQ na cidade e a equipe retornou.

O salto foi feito por 32 Ranger com um salto as 18 horas. O salto foi feito a 800 pés sem apoio de precursores com o apoio do GPS sendo considerado suficiente. Antes as tropas ficavam espalhadas e demoravam a se reunir. Com o uso de GPS portáteis, um por grupo de combate de 4-5 soldados, a reunião durou 45 minutos. Geralmente dura cerca de 30 minutos a 3 horas para reconstituir as unidades após um salto de combate.

Os STS lançaram luzes IR na pista as 19:15 Zulu, uma hora e 15 minutos após o salto. Um MC-130 pousou com dois helicópteros AH-6 e uma FARP. As 19:30Z outro MC-130 pousou com a mesma carga. Quatro helicópteros e duas FARP foram preparadas em menos de 15 minutos e com os helicópteros em rota para os alvos. Os dois MC-130 logo decolaram. As 21:00Z os AH-6 voltaram para reabastecer e rearmar para outra incursão. Uma hora e 22 minutos depois os MC-130 voltaram e retornaram com as cargas e os Rangers decolando as 23:34Z.

Os Ranger atuaram em duas operações de combate: o assalto ao objetivo Rhino em 19 de outubro e a ação como força de reação rápida (QRF) em Takur Ghar em 3-4 de março de 2002. Os Ranger também fizeram Long Range Combat Patrol nos Desert Mobility Vehicle (DMV). As operações incluíam ressuprimento aéreo. O objetivo era bloquear o TAQ. Outra tarefa eram ações combinadas em profundidade para os helicópteros operarem, reabastecer e rearmar em locais preparados pelos Rangers. A maioria das missões eram de curta duração.

A Operação Relentless Strike foi outra operação dos Ranger para criar uma FARP para apoiar os AH-6. Dessa vez a infiltração foi com veículos DMV. Os Ranger da Companhia A atuaram como os LRDG no deserto no Norte da África na Segunda Guerra Mundial. O objetivo era encontrar um DLS para o pouso dos MC-130 e criar uma FARP e outras operações no local.

A infiltração foi a noite até a DLS Anzio na noite do dia 16 para 17 de novembro com seis DMV inseridos pelos MC-130 com 48 Ranger e STS. Eram oito tropas por veículo. As áreas para operações subsequentes foram reconhecidas. A patrulha foi feita como tática de patrulha a pé com os veículos fazendo paradas para ouvir, bounding overwatch (vigilância sem salto), e confirmaram o segundo DLS. Ao garantir que não havia inimigo na área foram para o local pré-determinado chamado DLS Bulge. No Bulge os Ranger tomaram a área enquanto os CTTs avaliavam as dimensões e obstáculos para o pouso dos MC-130.

No dia 18 foi feito um pouso na DSL as 16 horas com as aeronaves trazendo helicópteros, uma FARP e suprimentos para os Rangers. Durante a missão, pilotos e Ranger notaram foguetes a distância. No dia seguinte foram notificados que era uma chuva de meteoros. Os helicópteros fizeram dois ataques. Depois partiram e os Rangers apagaram os traços da sua permanência. A mesma missão foi conduzida na noite posterior e foi a última. No dia 19 toda a TF foi embarcada nas aeronaves e saiu da área.

A capacidade de inserção e criação de FARP mostrou a nova capacidade dor Rangers. A infiltração de pára-quedas ou pouso aeromóvel com ou sem veículos mostro que podem operar com impunidade em qualquer lugar.

No dia 25 de novembro começou a ser criada a base avançada (FOB) Rhino em Kandahar. Três Seal em uma missão de reconhecimento foram atacados por engano por um CH-53 sem baixas. O artilheiro logo entrou na lista de procurados da equipe junto com Bin Laden e outros terroristas. A 15 MEU desembarcou um batalhão reforçado depois seguido por tropas do SARS.

As primeiras tropas britânicos foram o Esquadrão A e G do 22 regimento SAS. Os esquadrões tinham acabado de receber treinamento no deserto de Omã. Logo iniciaram a Operação Determine para reconhecimento no nordeste do Afeganistão. Sem contato com o TAQ voltaram para o Reino Unido.
No dia 10 de novembro o Esquadrão C do SBS, com apoio de equipes do esquadrão Z e X, operaram a partir de Bagram no vale de Shait e Kot com Dostum. Criaram a força de apoio SFSG para atuar em operações mais convencionai e apoio com os Ranger.
Na Operação Trend as tropas do SAS foram enviados para tomar instalações de apoio com cerca de 100 membros al Qaeda que ficava 250 milhas a sudeste de Kandahar. O local era protegido por trincheiras e bunkers. As tropas do SAS eram treinadas em operações noturnas, mas devido a falta de helicópteros seria uma operação diurna, não fariam CTR (Close Target Recce) ou posto de observação para coletar informações sobre o alvo. As tropas teriam apenas uma hora de CAS, mas era a única opção de fazer uma missão de ação direta. Foi o primeiro salto HALO em tempo de guerra do SAS. A operação iniciou com uma patrulha de oito homens para testar o solo de uma pista de pouso próxima para pouso de C-130. As Equipes A e G saíram com 8 DPV e dois veículos logísticos dos aviões além de oito motos. As motos cobriam a frente e flancos do comboio. O comboio foi para uma FUP (Forming Up Point) e se separaram em duas colunas. A força assalto principal (MAF) foi formada pelo Esquadrão A e a base de apoio de fogo (FSB) pelo Esquadrão G. A FSB foi criada mais devido a falta de CAS e artilharia e usariam metralhadoras de 12,7mm, mísseis Milan, morteiros de 81mm e fuzil Barret para ataque de precisão. As tropas usaram mísseis Javelin como arma precisão e o sensor térmico do CLU para observação.
O ataque iniciou com o CAS atacando a instalação principal da base. As tropas avançaram até as trincheiras e desembarcaram próximo ao alvo. Um bunker foi atacado por uma JDAM disparado de um F/A-18. Os caças depois metralharam a posição e quase atingiram os veículos do SAS. O FSB se juntou ao assalto depois. Foram dois feridos e vários outros salvos pelos coletes blindados e capacetes. Depois de quatro horas os feridos foram evacuados por um MH-47 e depois voltara para ser pegos novamente pelos C-130 da RAF.

Após a queda de Cabul as tropas do Talibã e Al Qaeda foram para Jalalabad, próximo as montanhas de Tora Bora. Tora Bora era uma rede de caverna criada pelos mujahadeen contra os soviéticos que ficavam próximas a fronteira com o Paquistão. O local já estava preparado com fortificações e estoque de munições para uma luta prolongada. Junto com o terreno difícil parecia ser um alvo difícil.
Foi preparado um ataque ao local com apoio da ODA 572 da TF Dagger e milícias locais leais. Eram quase três mil milicianos pagos pela CIA, mas com chefes rivais para cercar o local. Na época as equipes ODA atuando com as milícias tinha sido um sucesso, mas queriam apoio dos Rangers para cortar as saídas. Foi negado pois faltaria helicópteros. As forças locais eram desorganizadas, a maioria facções mutuamente hostis e todos desconfiados dos americanos, mas com poucas tropas disponíveis não tinham alternativas. O Lider local Hazrat Ali coordenaria os ataques as cavernas. Na época havia apenas forças do USMC em Camp Rhino e uma Companhia da 10 Divisão de Montanha em Bahgram.
Uma equipe criou um Posto de Observação próximo ao cânion. Estava acompanhado de forças locais e iniciaram os ataques aéreos. O movimento foi lento e difícil. A altitude dificultava a movimentação e o terreno forçou irem a pé. Por vários dias atacavam e avançavam lentamente. A noite o inimigo acendia fogueiras para se aquecer e eram atacados pelos AC-130. Os americanos avançavam a noite e de dia recuavam, mas geralmente ganhando terreno, por oito dias. Poucos inimigos foram capturados com a maioria lutando até a morte e outros fugindo para o Paquistão.
No dia 12 de dezembro o chefe local iniciou conversações com a al Qaeda para conseguir a rendição, mas sem informar aos americanos. A noite cerca de mil membros do TAQ escaparam para o Paquistão aproveitando a trégua. Havia rumores de milícia apoiando o TAQ e pagamento de propina para o chefe das milícias. No dia 17 a batalha tinha terminado com centenas de mortos e 60 capturados. Outros 300 membros do TAQ foram presos na fronteira. A equipe ODA 561 chegou no dia 20 de dezembro para ajudar a fazer exploração do local.
Depois do fim das operações contra o Talibã a missão das equipes ODA foi formar um exército local sendo uma missão típica das Forças Especiais. A guerrilha local residual ainda continuou e foi tarefa da 101 Divisão Aeromóvel enfrentar, além da ajuda humanitária.