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domingo, 24 de abril de 2011

O futuro: inteligência artificial (VAN),(VTNP),(MULE),(VRA):(AI).











O ser humano é formado por:
um corpo;
um sistema muscular, para mover a estrutura do corpo;
um sistema sensorial, que recebe informações sobre o corpo e o ambiente;
um sistema de energia, para ativar os músculos e sensores;
um sistema cerebral, que processa a informação sensorial e diz aos músculos o que fazer.
Claro, nós também temos atributos intangíveis, como inteligência e ética, mas a lista acima diz respeito às características físicas.

Um robô é formado pelos mesmos componentes:

Tem uma estrutura física móvel, um motor, um sistema sensorial, uma fonte de energia e um "cérebro" computadorizado que controla os demais elementos. Essencialmente, os robôs são versões da vida animal criadas pelos humanos. Eles são máquinas que replicam o comportamento humano e animal.
Neste artigo, vamos explorar os conceitos básicos da robótica e descobrir como os robôs fazem o que fazem.
Joseph Engelberger, um pioneiro na indústria robótica, declarou: "Eu não posso definir um robô, mas sei reconhecer um quando o vejo". Se você considerar como robôs todos os diferentes tipos de máquinas, vai perceber que é quase impossível chegar a uma definição única. Cada um tem uma idéia diferente do que é um robô.

Você, provavelmente, já ouviu falar de alguns destes robôs famosos:

R2D2 e C-3PO: os robôs inteligentes e falantes que têm personalidade e participam dos filmes Star Wars (em inglês);
o robô AIBO da Sony: um robô canino que aprende através da interação com os humanos;
o robô ASIMO da Honda: um robô bípede que dança e faz movimentos semelhantes aos dos humanos;
robôs industriais: máquinas automatizadas que trabalham nas linhas de montagem;
Data: o andróide quase humano da série Star Trek (em inglês);
BattleBots (em inglês): os lutadores de controle remoto do Comedy Central (em inglês);
robôs policiais, que desarmam bombas;
veículos exploradores de Marte, da NASA;
HAL: o computador da nave no filme 2001: Uma Odisséia no Espaço (em inglês), de Stanley Kubrick;
Robomower (em inglês): o robô que corta grama, fabricado pela Friendly Robotics;
o robô da série de televisão "Perdidos no Espaço";
MindStorms: o kit de robôs da LEGO;
Sonny: o robô positrônico NS-5 do filme "Eu, Robô", que têm emoções e fere a primeira das três leis da robótica criadas por Isaac Azimov no livro homônimo.

Todos os citados são considerados robôs, pelo menos para algumas pessoas. A definição mais ampla define um robô como: tudo aquilo que as pessoas reconhecem como um robô. Muitos roboticistas (pessoas que criam robôs) utilizam uma definição mais precisa. Eles dizem que os robôs têm um cérebro reprogramável (um computador) que move um corpo.
Por esta definição, os robôs são diferentes de outras máquinas móveis, como os carros, porque possuem um elemento computadorizado. Muitos carros novos possuem computador de bordo, mas que só é utilizado para fazer pequenos ajustes. Você controla a maioria dos elementos de um carro através de vários dispositivos mecânicos. Os robôs também diferem dos computadores na sua natureza física, já que computadores não têm um corpo.

Urbie, o robô urbano da Nasa. Ele tem câmeras controladas por software e sensores que o ajudam a operar de forma autônoma em vários tipos de terreno. O URBIE checa áreas de risco aos investigadores humanos.

Princípios básicos dos robôs
A grande maioria dos robôs têm muitos pontos em comum. Primeiramente, quase todos os robôs tem um corpo móvel. Alguns só têm rodas motorizadas, outros têm dezenas de partes móveis, geralmente feitas de metal ou plástico. Da mesma forma como os ossos do seu corpo, os segmentos individuais são conectados por encaixes.

Os robôs giram as rodas e os segmentos unidos por pivôs através de algum tipo de acionador. Alguns robôs utilizam motores elétricos e solenóides como acionadores, outros usam um sistema hidráulico e alguns usam um sistema pneumático (acionado por gás comprimido). Geralmente os robôs utilizam todos estes tipos de acionadores ao mesmo tempo.
Uma fonte de energia é necessária para ativar esses acionadores. Esta fonte pode ser uma bateria ou uma tomada. Os robôs hidráulicos também precisam de uma bomba para pressurizar o fluido hidráulico e os robôs pneumáticos precisam de ar comprimido ou de tanques de ar comprimido.
Todos os acionadores são ligados em um circuito elétrico. Os circuitos energizam diretamente os motores elétricos e os solenóides que ativam o sistema hidráulico através da manipulação de válvulas elétricas. As válvulas determinam o caminho do fluido pressurizado na máquina. Para mover uma perna hidráulica, por exemplo, o controlador do robô teria que abrir uma válvula ligando a bomba de fluido a um pistão cilíndrico conectado à perna. O fluido pressurizado estende o pistão e movimenta a perna para frente. Para mover os seus segmentos em duas direções, os robôs utilizam pistões que podem empurrar para os dois lados.
O computador do robô controla tudo ligado ao circuito. Para mover o robô, o computador ativa todas as válvulas e motores necessários. A maioria dos robôs são reprogramáveis. Para mudar o comportamento de um robô, basta escrever um novo programa.

Nem todos os robôs têm sistemas sensoriais e pouquíssimos podem enxergar, ouvir e sentir cheiro ou gosto. Geralmente os robôs podem somente monitorar o seu próprio movimento. O design padrão utiliza rodas conectadas às junções do robô. Um LED de um lado da roda emite um raio de luz através das fendas para um sensor de luz do outro lado da roda. Quando o robô move uma junção, a roda dentro da fenda gira. A fenda interrompe o raio de luz quando a roda gira. O sensor de luz lê o padrão da luz intermitente e transmite os dados para o computador. O computador pode saber a distância exata do movimento da junção através deste padrão. Esse é o mesmo sistema básico usado em muitos mouses de computador.
Estas são as idéias principais da robótica. Os roboticistas podem combinar estes elementos de diversas maneiras para criar robôs de complexidade ilimitada. Um dos designs mais populares é o braço robótico.

O braço robótico

O termo robô é derivado da palavra checa robota, geralmente traduzida como "trabalho forçado". Isto descreve muito bem a maioria dos robôs. Muitos deles são criados para executar trabalhos pesados e repetitivos em uma fábrica. Eles fazem tarefas que são difíceis, perigosas ou entediantes para os seres humanos.
O tipo mais comum de robô é o braço robótico, que geralmente é formado por sete segmentos de metal e unido por seis junções. O computador controla o robô através da rotação de um motor de passo conectado a cada junção (alguns braços maiores usam sistemas hidráulicos ou pneumáticos). Diferente dos motores comuns, os motores de passo se movem em incrementos exatos (veja Anaheim Automation (em inglês) para descobrir como isso funciona). Isso permite que o computador mova o braço com bastante precisão, repetindo o mesmo movimento várias vezes seguidas. O robô utiliza sensores de movimento para ter certeza de que se move corretamente.
Um robô industrial com seis junções lembra um braço humano. Ele tem o equivalente a um ombro, cotovelo e pulso. Geralmente, o ombro é montado em uma base estática em vez de um corpo móvel. Este tipo de robô tem seis graus de liberdade, o que significa que ele pode se mover em seis direções diferentes. Já um braço humano tem sete graus de liberdade.

A função do seu braço é mover a sua mão de um lugar para o outro. Similarmente, a função de um braço robótico é mover um atuador de um lugar para o outro. Você pode acoplar todo tipo de atuadores a um braço robótico. Cada atuador funciona para um tipo de trabalho. O atuador mais comum é uma versão simplificada de mão, que pode apanhar e carregar diferentes objetos. As mãos robóticas têm sensores de pressão acoplados, que dizem ao computador a força com que o robô está segurando o objeto. Isso impede que o robô derrube ou quebre o que ele estiver carregando. Existem outros atuadores como soldas, brocas e sprays de pintura.
Os robôs industriais são criados para fazer a mesma coisa repetidamente, em um ambiente controlado. Por exemplo, o robô pode tampar os potes de geléia em uma linha de montagem. Para ensinar um robô como fazer o seu trabalho, o programador guia o braço dele através dos movimentos de um controle. O robô memoriza a seqüência exata de movimentos e os repete toda vez que uma nova unidade chega à linha de montagem.
A maioria dos robôs industriais trabalha em linhas de montagem de automóveis. Os robôs são mais precisos e podem fazer este trabalho de maneira muito mais eficaz que os homens. Eles sempre usam a broca no mesmo lugar e sempre apertam os parafusos com a mesma força, não importa quantas horas tenham trabalhado. Estes robôs também são muito importantes para a indústria da informática. É necessário uma mão extremamente precisa para montar um minúsculo chip de computador.
Escrevendo sobre robôs
Em 1920, o dramaturgo checo Karel Capek criou o termo robô na sua peça "R.U.R.". Nesta peça, os trabalhadores mecânicos dominam os seus criadores humanos quando um cientista consegue fazer com que as máquinas tenham emoções. Dezenas de autores e cineastas criaram histórias com este mesmo cenário. Isaac Asimov tinha uma visão mais otimista em diversos contos e livros. Na sua obra, os robôs são bons, prestativos e não podem agredir os humanos, de acordo com as "Leis da robótica" (em inglês).
Robôs portáteis

Os braços robóticos são relativamente fáceis de se programar e construir porque operam em uma área confinada. Mas as coisas se tornam mais complicadas quando você quer enviar um robô para outro lugar do mundo.

O primeiro obstáculo é dar ao robô um sistema de locomoção que funcione. Se o robô vai se mover em um terreno plano, rodas e esteiras são a melhor opção, que também podem funcionar bem em terreno acidentado se forem grandes o suficiente. Mas os designers de robô preferem as pernas, porque elas se adaptam melhor. Construir robôs com pernas também ajuda os pesquisadores a entender a locomoção natural. É um ótimo exercício de pesquisa biológica.

Geralmente os pistões hidráulicos ou pneumáticos movem as pernas do robô para frente e para trás. Os pistões se acoplam a segmentos da perna da mesma forma que os músculos aos ossos. Fazer estes pistões trabalharem direito é bastante complicado. Quando você é um bebê, seu cérebro precisa descobrir a combinação exata de contrações musculares para você poder andar sem cair para frente, por isso, um designer de robô precisa descobrir a combinação certa de movimentos do pistão envolvidos no ato de andar - e programar essa informação no computador do robô. Muitos robôs móveis têm um sistema de equilíbrio embutido (uma série de giroscópios, por exemplo), que diz ao computador quando ele precisa corrigir seus movimentos.

A locomoção bípede é muito instável, por isso é difícil implementá-la nos robôs. Para criar robôs estáveis, os designers observam o mundo animal, pricipalmente os insetos. Os insetos de seis patas têm um equilíbrio excepcional e se adaptam bem a muitos terrenos.
Alguns robôs são controlados remotamente: uma pessoa diz o que eles têm que fazer e eles fazem. O controle remoto pode se comunicar com o robô através de um fio conectado, utilizando sinais de rádio ou infravermelho. Os robôs controlados remotamente, também chamados de robôs marionetes (puppet robots), são usados na exploração de ambientes perigosos e inacessíveis, como o fundo do mar ou o interior de um vulcão. Alguns robôs são parcialmente controlados remotamente. Por exemplo, o operador pode mandar o robô ir para um certo lugar, mas não o guia até lá. O robô tem que achar seu próprio caminho.

Os robôs móveis têm várias utilidades para o homem. Alguns exploram outros planetas ou áreas inóspitas da Terra para coletar amostras geológicas. Outros procuram minas terrestres em antigos campos de batalha. Às vezes a polícia usa robôs móveis para procurar uma bomba ou até mesmo prender um suspeito.
Foto cedida por NASA JPL
O Urbie pode explorar áreas perigosas para os humanos

Os robôs móveis também podem ser utilizados em aplicações caseiras e negócios. Os hospitais podem usar robôs para transportar medicamentos e alguns museus usam robôs para patrulhar as galerias durante a noite, monitorar a qualidade do ar e o nível de umidade. Algumas empresas desenvolveram robôs que passam aspirador de pó.

Os robôs autônomos podem agir por vontade própria. A idéia básica é programar o robô para responder a um certo tipo de estímulo externo. O simples robô bate-e-volta é um bom exemplo de como isso funciona.
Esse tipo de robô tem um sensor que detecta os obstáculos. Quando você liga o robô, ele começa a andar em linha reta. Ao atingir um obstáculo, o impacto empurra o sensor. O programa do robô diz para ele voltar, virar para esquerda ou para a direita ou se mover para frente de novo em resposta a cada obstáculo. Desta maneira, o robô muda de direção sempre que encontra um obstáculo.

Os robôs mais avançados usam versões elaboradas desta mesma idéia. Os roboticistas criam novos programas e sistemas de sensor para tornar o robô mais esperto e perceptivo. Hoje os robôs podem se locomover em uma grande variedade de ambientes.
Os robôs mais simples utilizam sensores infravermelhos ou ultrasom para ver os obstáculos. Esses sensores funcionam da mesma maneira que a ecolocalização animal: o robô envia um sinal sonoro ou um feixe de luz infravermelha, detecta a reflexão do sinal e o robô calcula a distância até os obstáculos baseado no tempo que o sinal leva para voltar.

Visão do Urbie
Os robôs mais avançados utilizam estereoscopia para ver o mundo. Duas câmeras dão ao robô a percepção de profundidade e um software de reconhecimento pode localizar e classificar diversos objetos. Os robôs também podem usar microfones e sensores de cheiro para analisar o mundo que os cerca.
Alguns robôs autônomos só podem trabalhar em um ambiente familiar e restrito. Os robôs que cortam grama, por exemplo, precisam de marcas cavadas para definir os limites do jardim. Um robô que faz limpeza de um escritório precisa de um mapa do prédio para poder se mover.
Os robôs mais avançados podem analisar e se adaptar a ambientes não-familiares, até mesmo áreas com terreno acidentado. Estes robôs podem associar ações a certos tipos de terreno. Um robô veicular, por exemplo, pode construir um mapa do terreno em que ele se encontra por meio dos sensores visuais. Se o mapa mostrar um terreno muito acidentado, o robô sabe que precisa seguir outro caminho. Este tipo de sistema é muito útil em robôs exploradores que operam em outros planetas (veja JPL Robotics (em inglês) para aprender mais).
Uma outra alternativa, menos estruturada, é a de aleatoriedade. Quando este tipo de robô fica preso, ele se move para qualquer lugar até que alguma coisa funcione. Os sensores trabalham em conjunto com os atuadores, em vez do computador dirigir tudo baseado em um programa. É mais ou menos parecido com uma formiga quando atinge um obstáculo: ela não parece tomar uma decisão, simplesmente tenta qualquer coisa até dar certo.
Robôs caseiros
Nas duas últimas seções, vimos os campos mais importantes do mundo dos robôs: robôs industriais e robôs de pesquisa. Os profissionais dessas áreas fizeram grandes avanços na robótica, mas não foram os únicos. Durante décadas, um grupo pequeno, porém apaixonado, criou robôs em garagens e porões de todo o mundo.
Os robôs caseiros são uma subcultura que se expande na Internet. Os roboticistas amadores criam os seus robôs com kits comerciais, componentes comprados pelo correio, brinquedos e até mesmo videocassetes.
Os robôs caseiros são tão variados quanto os robôs profissionais. Alguns roboticistas de fim de semana criam elaboradas máquinas que andam, desenvolvem criados robóticos ou então robôs de competição. O tipo mais comum de robôs competitivos são os lutadores de controle remoto que você vê em "BattleBots". Essas máquinas não são consideradas "robôs reais" porque não têm um cérebro computadorizado reprogramável. Elas são basicamente carros de controle remoto sofisticados.
Os robôs de competição mais avançados são controlados por computador. Existem robôs que jogam futebol sem nenhuma intervenção humana. Um time de futebol robótico é formado por vários robôs individuais e um computador central que "vê" o campo inteiro com uma câmera de vídeo e identifica o seu próprio time, o time oponente, a bola e o gol através das cores. O computador processa essa informação a cada segundo e decide como guiar o seu próprio time.
Adaptável e universal
A revolução do computador pessoal foi marcado por uma extraordinária adaptabilidade. Padronização de hardware e linguagens de programação permitem que engenheiros de computação e programadores amadores moldem os computadores para seus propósitos particulares. Os componentes de computadores são como material de arte: podem ser usados de várias maneiras.
Até hoje, muitos robôs foram apenas eletrodomésticos de cozinha. Os roboticistas os constroem para suprir necessidades específicas. Eles não se adaptam muito bem a novas aplicações.
A situação pode estar mudando. Uma empresa chamada Evolution Robotics (em inglês) é pioneira no segmento de hardware e software robóticos adaptáveis. A empresa espera inaugurar um novo nicho de mercado criando "kits de desenvolvimento de robôs" fáceis de se utilizar.
Os kits vêm com uma plataforma de software aberto que contém uma vasta gama de funções robóticas comuns. Por exemplo, os roboticistas podem facilmente dar às suas criações a habilidade de seguir um alvo, escutar comandos de voz ou superar obstáculos. Nenhuma destas capacidades são revolucionárias do ponto de vista tecnológico, mas o fato de encontrá-las em um único pacote é bastante incomum.
Os kits também vêm com um hardware de robô que se conecta facilmente com o software. O kit padrão tem sensores infravermelhos, motores, um microfone e uma câmera de vídeo. Os roboticistas colocaram todas essas peças juntas a um conjunto eretor, constituído por uma coleção de peças de alumínio e rodas.
Esses kits não são a melhor coisa do mundo, claro. E também custam US$ 700 e não são brinquedos baratos, mas são um grande passo em direção a uma nova robótica. Em um futuro próximo, criar um robô para limpar a casa ou cuidar dos animais enquanto você viaja pode ser tão simples quanto escrever um programa em BASIC (em inglês) para controlar as suas despesas.
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O futuro: inteligência artificial (IA)

A inteligência artificial (IA) é certamente uma das áreas mais interessantes da robótica. Também é a que levanta mais discussões. Todo mundo concorda que um robô pode trabalhar numa linha de montagem, mas nem todos querem que os robôs sejam inteligentes IA.

O termo "inteligência artificial" também é difícil de ser definido. O nível máximo de IA seria a criação de uma máquina capaz de pensar igual ao homem. Isso inclui a habilidade de aprender quase tudo, a habilidade de raciocionar, de usar a linguagem e de formular idéias originais. Os roboticistas ainda não chegaram perto deste nível de inteligência artificial, mas fizeram muito progresso com IA mais limitada. A inteligência artificial das máquinas modernas pode replicar elementos específicos da habilidade intelectual.
Os computadores já podem resolver problemas em um mundo limitado. A idéia básica da inteligência artificial é muito simples, mas a execução é complicada. Primeiro, a IA do robô ou computador coleta dados sobre a situação através de sensores ou de uma pessoa que insira estas informações. O computador compara essas informações com os dados armazenados e decide o que a informação significa. Então executa diversas ações e prediz qual terá mais sucesso com base nas informações coletadas. Claro, o computador só pode resolver problemas que ele foi programado para resolver (ele não precisa ter uma habilidade analítica generalizada). Computadores de xadrez são um exemplo deste tipo de máquina.
Alguns robôs modernos também têm uma habilidade limitada de aprender. Robôs aprendizes reconhecem se uma determinada ação (mover as suas pernas de uma certa maneira, por exemplo) alcança um resultado desejado (superar um obstáculo). O robô armazena essa informação e tenta executar a mesma ação quando se depara com o mesmo problema. Mais uma vez, isso acontece de maneira bastante limitada. Eles não podem absorver nenhum tipo de informação da mesma maneira que um humano. Alguns robôs aprendem imitando os movimentos. No Japão, os roboticistas ensinaram um robô a dançar demonstrando os movimentos para ele.
Alguns robôs podem interagir socialmente. Kismet, um robô do Laboratório de inteligência artificial do MIT (em inglês), reconhece a linguagem corporal e entonação da voz de uma pessoa e responde apropriadamente. Os criadores do Kismet estão interessados em entender a interação entre humanos e bebês por meio do tom de voz e informação visual. Este tipo básico de interação pode ser o fundamento do sistema de aprendizado humano.
Kismet e outros robôs humanóides do MIT funcionam através de um controle de estrutura não convencional. Em vez de utilizar o computador central para cada ação, os robôs controlam as ações simples com computadores simples. O diretor do programa, Rodney Brooks, acredita que este modelo é mais próximo da inteligência humana. Nós fazemos a maioria das coisas automaticamente, não precisamos pensar muito para fazê-las.
O grande desafio da IA é entender como a inteligência natural funciona. Desenvolver IA não é como criar um coração artificial. Os cientistas não têm um modelo simples e concreto para começar a trabalhar. Nós sabemos que o cérebro contém bilhões de neurônios e aprendemos por meio de conexões elétricas estabelecidas nestes neurônios. Mas não sabemos exatamente como essas conexões estão relacionadas com o pensamento profundo e com as operações mais simples. O circuito é muito complexo e incompreensível.
Por causa disso, a pesquisa de IA é bastante teórica. Os cientistas criam hipóteses sobre como e por que nós aprendemos e pensamos, e testam essas idéias nos robôs. Brooks e seu time focam nos robôs humanóides porque eles acham que experimentar o mundo como um humano é essencial para desenvolver inteligência humana. Também é mais fácil interagir com o robô, o que teoricamente seria melhor para o aprendizado da máquina.
Um design físico de um robô é útil para entender a anatomia humana e animal, assim como a pesquisa de IA serve para entender como funciona a inteligência natural. Para alguns roboticistas, este é o objetivo mais importante da criação de robôs. Outros prevêem um mundo onde as máquinas inteligentes conviverão em harmonia com os homens e alguns robôs mais simples farão tarefas como trabalhos manuais e nas áreas de saúde e comunicação. Um outro grupo acredita que a revolução da robótica nos transformará em ciborgues, humanos com máquinas integradas. As pessoas, no futuro, vão poder carregar suas mentes em um robô e viver por milhares de anos!
De qualquer forma, os robôs certamente vão fazer parte da nossa vida no futuro. Nas próximas décadas, eles vão gradualmente ocupar espaço em nossas casas, da mesma maneira que os computadores fizeram na década de 1980.
A melhor maneira de entender os robôs é olhar os designs específicos. Os links da próxima página mostram vários projetos de robô interessantes ao redor do mundo.

Introdução

Se os computadores revolucionaram a segunda metade do século XX, a robótica promete alterar a maneira como viveremos no século 21. Robôs modificaram o modo de fabricar carros e outros bens de consumo ao otimizar e acelerar a linha de montagem. Possuímos até cortadores de grama e animais de estimação robóticos. E os robôs possibilitaram que conhecêssemos locais que os humanos ainda não são capazes de visitar sozinhos, como outros planetas e as profundezas do oceano.

Nas próximas décadas, veremos robôs com inteligência artificial capazes de se assemelhar à dos homens que os criaram. Virtualmente, eles podem até se tornar conscientes de si mesmos e do mundo, como também de fazer as mesmas coisas que os humanos.Quando falamos sobre o futuro falamos sobre robôs fazendo as tarefas humanas, mas o futuro da cirurgia robótica já chegou. Estamos realmente prontos para que máquinas substituam os médicos na sala de operação?
Neste artigo, você aprenderá sobre robôs cirúrgicos que foram ou podem ser aprovados para o uso nas salas de cirurgia. Também conheceremos as vantagens e benefícios que a cirurgia robótica terá sobre os métodos cirúrgicos convencionais.

Robôs cirúrgicos

A primeira geração de robôs cirúrgicos já está sendo instalada em diversas salas de cirurgia ao redor do mundo. Eles não são verdadeiros robôs autônomos, que realizam cirurgias sozinhos, mas fornecem ajuda mecânica aos cirurgiões. Essas máquinas ainda requerem um médico para manuseá-las e fornecer instruções. O controle remoto e a ativação por voz são os métodos pelos quais esses robôs cirúrgicos são controlados.
Tipos de instrumentos usados
pelo Sistema Cirúrgico da Vinci
A robótica está sendo introduzida na medicina porque permite maior controle e precisão dos instrumentos cirúrgicos, com procedimentos minimamente invasivos. Até agora, essas máquinas foram usadas para posicionar um endoscópio, efetuar cirurgias da vesícula biliar e corrigir refluxo gastroesofágico e azia. A meta principal do campo da cirurgia robótica é projetar um robô que possa ser usado para efetuar cirurgias de coração sem abertura da caixa torácica. De acordo com um fabricante, dispositivos robóticos poderiam ser usados em mais de 3,5 milhões de procedimentos médicos por ano somente nos Estados Unidos. Eis três robôs cirúrgicos que foram desenvolvidos recentemente:

Sistema Cirúrgico da Vinci
Sistema Cirúrgico Robótico ZEUS
Sistema Robótico AESOP

A Food and Drug Administration (FDA), órgão federal americano que estabelece normas para a indústria alimentícia e de remédios aprovou o Sistema Cirúrgico da Vinci, tornando-o o primeiro sistema robótico com uso permitido em salas de cirurgia nos Estados Unidos. Desenvolvido pela Intuitive Surgical (em inglês) a um custo de US$ 1 milhão, o sistema da Vinci usa uma tecnologia que permite ao cirurgião chegar mais perto do alvo do que a visão humana permitiria, trabalhando em uma escala menor do que a cirurgia convencional permite. O sistema da Vinci consiste de dois componentes principais:
um console de visualização e controle
uma unidade de braço cirúrgico
Usando o da Vinci para uma cirurgia de vesícula biliar, 3 incisões (de diâmetro inferior ao de um lápis) são feitas no abdômen do paciente e permitem a inserção de 3 hastes de aço inoxidável. As hastes são mantidas no local por três braços robóticos. Uma das hastes é equipada com uma câmera, ao passo que as outras duas são equipadas com instrumentos cirúrgicos capazes de dissecar e suturar o tecido da vesícula biliar. Ao contrário da cirurgia convencional, esses instrumentos não são tocados diretamente pelas mãos do médico.

Há poucos metros da mesa de operação, no console de controle, o cirurgião olha no visor para examinar as imagens em 3D enviadas pela câmera no interior do paciente. As imagens mostram o local da cirurgia e os dois instrumentos cirúrgicos instalados nas extremidades de duas das hastes. Controles similares a joysticks localizados logo abaixo da tela são usados pelo cirurgião para manipular os instrumentos cirúrgicos. Cada vez que um dos joysticks é movido, um computador envia um sinal eletrônico para um dos instrumentos, que é movimentado em sincronia com os movimentos das mãos do cirurgião.
Outro sistema robótico que está prestes a ser aprovado pela FDA é o Sistema ZEUS, fabricado pela Computer Motion (a um custo de US$ 750 mil), que já está disponível na Europa. Entretanto, ambos os sistemas, da Vinci e ZEUS, precisam receber aprovação governamental para cada procedimento em que serão utilizados. O ZEUS possui uma configuração similar à do sistema da Vinci: possui uma estação de trabalho computadorizada, uma tela de vídeo e controles manuais usados para mover os instrumentos cirúrgicos instalados na mesa. Enquanto o sistema ZEUS ainda não foi liberado para uso nos Estados Unidos não ser para testes clínicos, os médicos alemães já usam o sistema para realizar cirurgias de ponte de safena.
O sistema ZEUS utiliza a assistência do Sistema Robótico AESOP (sigla em inglês para Sistema Endoscópico Automatizado para Posicionamento Ideal). Lançado pela Computer Motion em 1994, o AESOP foi o primeiro robô a ser liberado pela FDA para assistência de cirurgias em salas de operação. O AESOP é mais simples do que os sistemas da Vinci e ZEUS. Trata-se de um braço mecânico usado pelo médico para posicionar o endoscópio (câmera cirúrgica inserida no paciente). Pedais ou um software ativado por voz permitem que o médico posicione a câmera, deixando suas mãos livres para prosseguir com a operação.

Vantagens da cirurgia robótica

Nas salas de cirurgia atuais, é possível encontrar dois ou três cirurgiões, um anestesista e muitos enfermeiros, até mesmo na mais simples das cirurgias. A maioria das cirurgias requer aproximadamente uma dúzia de pessoas na sala. Com toda a automação, os robôs cirúrgicos possivelmente eliminarão a necessidade de algumas dessas pessoas. No futuro, talvez a cirurgia requeira somente um cirurgião, um anestesista e um ou dois enfermeiros. Nessa sala de cirurgia, o médico sentará em um console de computador, dentro ou fora da sala de cirurgia, usando o robô cirúrgico para efetuar aquilo que antigamente exigia uma equipe bem maior.

O uso de um console de computador para efetuar operações a distância, abre a perspectiva da telecirurgia, em que um médico efetuaria uma cirurgia delicada a quilômetros de distância do paciente. Se o médico não precisar ficar de pé ao lado do paciente e puder controlar remotamente os braços robóticos em uma estação computadorizada a alguns metros do paciente, a próxima etapa seria realizar a cirurgia a partir de locais muito mais afastados. Se fosse possível usar o console de computador para mover os braços robóticos em tempo real, um médico situado na Califórnia poderia operar um paciente em Nova Iorque. Um grande obstáculo para a telecirurgia é a demora entre o movimento das mãos do médico e a resposta dos braços robóticos a esses movimentos. Por isso, por enquanto o médico precisa estar na sala junto com o paciente para que os sistemas robóticos reajam instantaneamente aos movimentos de suas mãos.
Manter menos pessoas na sala de cirurgia e permitir que os médicos tenham a capacidade de operar um paciente a longa distância pode diminuir o custo das cirurgias. Além da redução de custo, a cirurgia robótica possui diversas outras vantagens sobre a cirurgia convencional, incluindo o aumento da precisão e redução do trauma para o paciente. Por exemplo, a cirurgia de ponte de safena, atualmente, exige que o peito do paciente seja "serrado" e aberto por meio de uma incisão de mais de 30 cm de comprimento. No entanto, com os sistemas da Vinci ou ZEUS será possível operar o coração por meio de três pequenas incisões no peito, cada uma com cerca de 1 cm de diâmetro. Como o cirurgião faria estas incisões menores em vez de uma longa por toda a extensão do peito, o paciente experimentaria menos dores e sangramento, levando a uma recuperação mais rápida.
A robótica também diminui a fadiga que os médicos experimentam durante as cirurgias, que podem durar várias horas. Os cirurgiões podem ficar exaustos durante essas longas cirurgias e, como resultado, sofrer tremores nas mãos. Mesmo as mãos firmes do médico mais experiente não podem se igualar às do robô cirúrgico. O sistema da Vinci foi programado para ignorar os tremores da mão do médico e manter o braço mecânico estável.
Embora os robôs cirúrgicos ofereçam algumas vantagens, ainda estamos longe do dia em que robôs farão operações sem intervenção humana. No entanto, com os avanços na potência dos computadores e na inteligência artificial, pode ser que, ainda neste século, um robô seja projetado com capacidade para localizar anormalidades no corpo humano, analisá-las e operá-las, corrigindo-as sem qualquer orientação humana:(AI).

O filme "O Exterminador do Futuro" nos mostrou um futuro onde batalhões de robôs sentimentais e humanóides travaram uma guerra contra a humanidade. Embora essa visão ainda esteja relacionada ao domínio da ficção científica, muitos países estão pesquisando a criação de soldados robôs, incluindo os Estados Unidos (em inglês). Na verdade, em 2001, a lei Floyd D. Spence National Defense Authorization Act estabeleceu uma meta para as Forças Armadas dos Estados Unidos: criar uma força de veículos de combate não-tripulados que seria equivalente a um terço de todos os veículos em operação atualmente. Até agora, os designs dos robôs não se parecem com o Exterminador, mas podem ser tão letais quanto ele.
O plano Future Combat Systems (Sistemas de Combate do Futuro) do Exército dos Estados Unidos é um plano abrangente para modernizar os sistemas militares do país em todas as divisões das Forças Armadas. 0 plano requer um sistema de batalha integrado, ou seja, uma frota de diferentes veículos que irão usar até 80% de peças iguais, novos sensores autônomos projetados para captar informações no campo de batalha e sistemas de lançamento não-tripulados que podem disparar mísseis contra inimigos fora da linha de mira e diversos robôs.

Os robôs dividem-se em quatro categorias:

Veículos Aéreos Não-Tripulados (VAN) projetados para missões de vigilância e reconhecimento.
Veículos Terrestres Não-tripulados Pequenos(VTNP) que podem adentrar áreas perigosas e reunir informações sem arriscar a vida dos soldados.
Utilitário Multifuncional/Logística e Equipamento (MULE) veículos elaborados para fornecer suporte em situações de conflito
Veículos Robóticos Armados (VRA) que pesam 9,3 toneladas e podem carregar plataformas de armas ou equipamentos de vigilância sofisticados.
Os MULE e os Veículos Robóticos Armados podem marcar o início de uma maneira de lutar. Há três versões propostas dos Utilitários Multifuncionais/Logística e Equipamento (MULE), sendo que todos eles se deslocarão sobre rodas. Duas das variações semelhantes aos atuais robôs militares são: um veículo de transporte que poderia carregar mais de uma tonelada de equipamento e um veículo projetado para detectar e desativar minas terrestres antitanque. A terceira variação é um dispositivo de veículo robótico armado com luz de intimidação (ARV-A-L). Ele terá um sistema de reconhecimento, vigilância e aquisição de alvo (RSTA), além de armas integradas. Em outras palavras, esse robô se parece com um soldado humano, que pode entrar em combate com o inimigo.

Os robôs dos veículos robóticos armados se parecem menos com soldados e mais com tanques. Na verdade, a intenção do Exército é utilizar os robôs ARV-A como um suporte para missões de veículos tripulados. Por exemplo, o comandante de um esquadrão de tanques poderia utilizar robôs ARV-A para ampliar a área de atuação da sua equipe sem a necessidade de mais soldados. Os robôs poderiam ocupar as posições mais perigosas e fornecer apoio sempre que os veículos tripulados entrassem em uma situação de combate.
Em razão de cortes no orçamento, muitas das iniciativas mais caras, que incluíam os Sistemas de Combate do Futuro, talvez tenham de ser adiadas por tempo indeterminado. Os Utilitários Multifuncionais/Logística e Equipamento (MULE) e os veículos robóticos armados (ARV-A) estão nessa categoria. Como conseqüência, é possível que demore muitos anos para vermos robôs americanos sendo utilizados como combatentes em cenários de guerra. Entretanto, os militares dos Estados Unidos estão determinados a continuar investindo em robôs com a esperança de que, um dia, eles possam ocupar o lugar dos soldados humanos em situações perigosas.
Nesse artigo, vamos dar uma olhada em como funcionarão esses robôs e em como os soldados-robôs podem mudar o perfil da guerra para sempre.
Na seção a seguir, veremos a função do soldado-robô.

Esquadrões de robôs
Em condições ideais, os soldados robôs seriam capazes de atingir as mesmas metas militares que um grupo de humanos atingiria. Eles terão de ser autônomos e capazes de identificar alvos, fazer uma distinção entre as forças amistosas e as inimigas, entrar em combate com o inimigo e interagir com outras pessoas além de simplesmente disparar uma arma (em inglês). No momento, a maioria dos robôs é controlada remotamente por um ser humano em uma situação de comando, embora alguns robôs tenham uma autonomia limitada e possam se deslocar do ponto A para o ponto B com uma supervisão mínima. Para que um exército de robôs seja uma força de combate eficiente, seria melhor se os robôs pudessem avaliar as situações e tomar decisões sem se basear na opinião humana.

O Exército continua trabalhando com agências governamentais, como a NASA, universidades e empresas a fim de impulsionar mais pesquisas para a realização dessa meta. O projeto Sistema de Navegação Autônoma integra o Programa Sistemas de Combate do Futuro. A meta do Sistema de Navegação Autônoma é criar um sistema de navegação modular que os técnicos possam instalar em todos os veículos terrestres tripulados e não-tripulados. O sistema incluirá sensores de navegação, sistemas de posicionamento global, sistemas de navegação por inércia, sensores de percepção e software para detecção de colisões.
Uma grande preocupação dos militares e engenheiros é a possibilidade de um robô apresentar defeitos. A chance de um robô disparar contra forças amistosas ou observadores inocentes faz parte, freqüentemente, das discussões sobre o uso de robôs armados. Pode parecer paranóia, mas, no passado, robôs que apresentaram defeitos provocaram temores. Em 1993, um robô do esquadrão anti-bombas de São Francisco apresentou problemas durante uma missão para desativar uma bomba. O robô começou a girar de forma descontrolada antes que pudesse agarrar o explosivo. Felizmente, o robô não o detonou [fonte: The New York Times (em inglês)].
Os militares afirmam que a meta de utilização de veículos não-tripulados e robôs é poder entrar em combate sem o risco de baixas humanas. Outra vantagem é que, embora caros, os robôs realmente podem custar menos do que os soldados humanos no campo de batalha, uma vez que os robôs requerem manutenção, mas não precisam de benefícios de saúde ou aposentadoria. Eles também podem ser capazes de servir por períodos mais longos do que os soldados humanos.
Muitas pessoas acreditam que os robôs nunca substituirão os soldados humanos por completo, mas eles serão usados em missões especialmente perigosas ou entediantes. Um soldado-robô nunca vai se entediar, portanto ele é ideal para a função de guarda ou em longas missões de vigilância. A Coréia do Sul (em inglês) planeja utilizar robôs para patrulhar sua fronteira com a Coréia do Norte (em inglês). Estes robôs são chamados de Robôs Inteligentes para Vigilância e Guarda e utilizam câmeras infra-vermelhas e comuns para detectar invasores a uma distância de até 4 km. Os robôs podem perseguir um alvo, solicitando um número de acesso codificado quando estiverem a 10 metros do invasor. Se o alvo não puder fornecer o código correto, o robô poderia emitir um alarme ou até disparar uma arma contra o invasor.
Na seção a seguir, vamos aprender sobre o tipo de equipamento necessário para tornar os soldados-robôs uma realidade.
Ferramentas e armas robóticas
Atualmente, há robôs no mercado que podem carregar e disparar armas (em inglês) como escopetas, spray de pimenta, lançadores de granada ou até mísseis Hellfire. O robô Veículo robótico armado (MULE) do Utilitário Multifuncional/Logística e Equipamento (ARV-A-L) pode disparar uma arma com linha de mira e armas que destróem tanques. Os robôs Talon, controlados por controle remoto, podem carregar tudo, desde uma metralhadora M240 a um rifle calibre 50, ou granadas e lança-foguetes. O robô de patrulha sul-coreano (em inglês) pode disparar contra invasores ou carregar uma metralhadora K-3, uma metralhadora mais leve e parecida com a M249.

Exército dos Estados Unidos
O veículo terrestre não tripulado do Utilitário Multifuncional/Logística e Equipamento poderá carregar armas, como lança-mísseis ou metralhadoras

O Veículo terrestre não tripulado tático Gladiator da Marinha dos Estados Unidos poderá carregar um arsenal de armas letais e não-letais.

Armas de Intimidação Multifuncionais (AIM) lançadas sobre os ombros, projetadas para destruir casamatas, desativar veículos blindados e invadir fortificações.
Metralhadoras 240 ou M249.
Sistema de Fumaça de Obscuração para Veículos Leves (SFOVL), um dispositivo que lança granadas de fumaça.
Sistema de Ruptura de Obstáculos Anti-pessoal (SROA), um foguete que reboca uma linha conectada a granadas de fragmentação. Ele foi desenvolvido para destruir obstáculos como minas terrestres.
Um robô grande e pesado poderia lidar com armas que são muito desajeitadas, pesadas, perigosas ou potentes demais para os humanos. O veículo robótico armado com luz de intimidação (ARV-A) poderia carregar um canhão de calibre médio, um sistema de mísseis e um sistema de metralhadora pesada. O Exército pretende utilizar robôs como o ARV-A principalmente como um suporte para os veículos tripulados, portanto o armamento tem de ser comparado ao de um tanque.

Outras ferramentas incluirão sensores e câmeras para permitir que os robôs observem e se desloquem por meio de uma série de ambientes perigosos. Robôs como o Gladiator terão câmeras de imagens térmicas, ou seja, dispositivos que detectam o calor e geram imagens que os humanos conseguem enxergar. A maioria dos robôs também terá câmeras de vídeo comuns.
A principal meta do projeto Sistemas de Combate do Futuro é criar uma plataforma universal que o Exército e outras forças possam incorporar aos sistemas militares a partir de agora. Um dos desafios que os militares enfrentaram ao longo dos anos é uma combinação de equipamentos, veículos e softwares que não estão integrados entre si, dificultando a coordenação das batalhas e as discussões táticas. De preferência, todos os robôs militares compartilharão uma plataforma comum, oferecendo aos oficiais a opção de confiar em vários robôs em uma missão complexa. Por exemplo, os veículos aéreos não tripulados poderiam manter uma área sob vigilância, transmitindo informações para os veículos terrestres não tripulados à medida que eles adentrassem a área.

Eficiência, economia e ética
A primeira dificuldade para um exército de robôs totalmente funcional é a técnica. Ninguém criou uma maneira confiável e eficiente de tornar os robôs autônomos de verdade. Entretanto, os cientistas fizeram progressos significativos nos últimos anos. A Defense Advanced Research Projects Agency, divisão de pesquisa e desenvolvimento do Departamento de Defesa, lançou um desafio de US$ 1 milhão aos tecnólogos e engenheiros nos Estados Unidos (em inglês) para criar um veículo robótico que pudesse se deslocar de modo autônomo por um trajeto de 320 km. Embora 15 veículos tenham entrado na competição, nenhum conseguiu cruzar a linha final.
O ano seguinte foi mais encorajador. Uma equipe de engenheiros da Universidade de Stanford ganhou o grande prêmio de US$2 milhões quando seu veículo autônomo completou o trajeto de 212 km em seis horas e 53m. Três outros robôs concluíram o percurso antes do limite de dez horas. O concurso comprovou que é possível projetar um robô que possa se deslocar por terra sozinho em velocidades comparáveis à maioria dos veículos militares.
Em 2007, a Defense Advanced Research Projects Agency (DARPA) lançou um novo desafio: deslocar-se em um ambiente urbano complexo e simulado. Os veículos terão de simular uma missão de suprimento militar em uma cidade, o que significa que terão de conseguir se integrar ao trânsito, evitar obstáculos e seguir uma rota traçada. A equipe que melhor qualificar seu veículo ganhará US$2 milhões.

A navegação é um obstáculo importante a ser ultrapassado na busca pela autonomia robótica, mas quando você quer que seu robô seja capaz de localizar, identificar e disparar contra combatentes inimigos, os riscos são maiores. Descobrir como ensinar um robô a fazer distinções entre os inimigos, aliados e observadores inocentes poderia demorar muito tempo.
Além do aspecto técnico, o simples custo da pesquisa e da produção robótica é um desafio. Em 2006, o Departamento de Defesa estimou que o investimento total na pesquisa robótica no período de 2006 a 2012 seria de US$17 bilhões [fonte: Development and Utilization of Robotics and Unmanned Ground Vehicles]. À medida que os custos aumentam, os orçamentos se tornam mais restritos e o Exército é obrigado a sacrificar alguns dos seus planos. Muitos dos projetos robóticos dos militares estão sem financiamento, e há outros que estão suspensos por tempo indeterminado.
Portanto, há considerações éticas que surgem nas discussões sobre os soldados robóticos. Um país com uma força armada robótica estaria mais propenso a invadir outro país, sabendo que a invasão provavelmente resultaria em menos baixas? Ao eliminar o elemento humano da guerra, fazemos com que ela seja ainda mais desumana? Quando um robô falha durante uma missão, corremos o risco de enviar humanos para resgatá-lo e repará-lo? Podemos nos certificar de que os robôs saberão o momento de parar de atacar quando um inimigo se render?
Embora talvez estejamos a anos de distância de ver uma força de combate robótica eficiente, muitas pessoas acham que devemos tentar responder essas perguntas hoje. Os cientistas e engenheiros podem ser capazes de projetar robôs melhores ao decompor essas perguntas nos seus designs. Caso contrário, batalhões de "Exterminadores do Futuro" da ficção poderão estar um pouco mais próximo da realidade do que gostaríamos.

Introdução
É verão em Perm, Rússia, e um novo oficial de polícia ingressou na força militar. O novo policial chama bastante a atenção. Nada esbelto, chega a pesar 275kg. Esse policial também não anda - ele percorre as ruas sobre rodas. Chama-se R Bot 001 e é o primeiro oficial de polícia robô do pelotão.

O R Bot 001 assemelha-se a um projétil ou a um foguete de 1,75m de altura, que se move sobre quatro pneus. Sua função principal é monitorar as ruas usando suas cinco câmeras de vídeo. Possui um botão que as pessoas podem apertar para acionar a delegacia em caso de necessidade, e ainda consegue dar ordens simples, como mandar pedestres bêbados para casa.
A polícia de Perm não deu mais informações sobre o policial robô, possivelmente porque a apresentação do R Bot 001 não foi tão estelar. Algumas horas depois de sair às ruas, o robô enfrentou uma tempestade e, infelizmente, sua armação não era à prova de água. A água entrou no robô, causando um curto-circuito em seu sistema elétrico. Os policiais tiveram que pegar o R Bot 001 e levá-lo de volta para manutenção [fonte: The Australian (em inglês)].
Mas o R Bot 001 não é o primeiro robô a encontrar um lugar em uma unidade policial. Muitas forças policiais utilizam robôs para ocasiões particularmente perigosas, como o desarmamento de bombas ou a realização de reconhecimento em uma possível situação com reféns. Esses dispositivos podem não parecer tão incríveis quanto o Robocop - ou mesmo quanto o R Bot 001 - mas são peças sofisticadas de mecanismos criados para lidar com as situações mais perigosas que a polícia pode encontrar. Nesse artigo, aprenderemos o que torna esses dispositivos robóticos marcantes e as diferentes formas de a polícia usá-los.

Como o Robocop, alguns robôs policiais são capazes de lidar com armas. A Remotec fabrica robôs que podem manipular uma série de armas diferentes, de spray de pimenta a espingardas. Alguns acessórios usados para equipar o robô são:
reservatório de gás
lançador de granada SL6
espingarda calibre 12
alicate de corte
serra circular
explosivo de água - um dispositivo explosivo que lança um poderoso jato de água para penetrar no porta-malas de um carro e ejetar qualquer material explosivo para longe do veículo.

Os robôs policiais não são autônomos. Não conseguem pensar nem tomar decisões - um oficial de polícia controla cada movimento remotamente. Dependendo do modelo, o robô pode ser sem fio ou ter um cabo conectado à energia ou a uma estação de controle. Os modelos sem fio são controlados por rádio, como um carro complexo com controle remoto.
Um policial pode controlar o robô a partir de um único console especificamente criado para o robô ou de um laptop carregado com o software apropriado. Alguns modelos incluem controladores especializados, como joysticks personalizados, que um oficial pode conectar a um laptop, enquanto outros podem precisar de uma entrada através de comandos do teclado.
Os centros de controle e comando do robô são portáteis, permitindo que os oficiais montem uma estação a uma distância segura de onde o robô fará seus trabalhos. Normalmente, um policial opera o robô dentro de seu campo de visão, para que seja mais fácil manobrá-lo em terrenos difíceis ou ao redor de obstáculos.

O operador também consegue ver o que as câmeras do robô capturam nos monitores do computador. A distância do policial depende do robô - robôs presos são aqueles limitados pelo comprimento do cabo que conecta a máquina a sua fonte de alimentação ou ao centro de controle, enquanto os robôs sem fio são os que podem funcionar a qualquer distância dentro de sua capacidade de detecção dos sinais de rádio.
Na próxima seção, teremos uma visão geral de um típico robô policial.
P
Robôs que não funcionam são protagonistas de histórias de terror e de ficção científica, mas também são uma realidade. Em 1993, um robô de remoção de bomba, em São Francisco, começou a agir de modo estranho antes de tentar agarrar uma bomba perigosa. O robô parou de responder aos comandos enviados pelo oficial de polícia no centro de controle e começou a girar no local. Felizmente, o robô ainda não tinha pegado a bomba, do contrário, a situação poderia ter virado uma tragédia
.
Movimentos do robô policial
Algumas empresas fabricam robôs policiais e outras produzem modelos diferentes com base nas necessidades e nos recursos das diferentes polícias. Os modelos de robôs não são exatamente iguais, mas a maioria deles compartilha os recursos e as funções básicas.

Como é difícil criar um robô que ande sobre pernas, os robôs policiais geralmente circulam em pneus de borracha ou esteiras. Alguns modelos possuem rodas pneumáticas fáceis de remover e de substituir, diminuindo o espaço necessário para guardar ou transportar a máquina. Muitos modelos também têm rodas individualmente motorizadas, facilitando para o operador pilotar em terrenos irregulares - ele pode cortar a energia de qualquer roda que não está em contato com o chão e redirecionar a tração para as outras rodas. Outros têm rodas montadas em trilhos com articulação - os trilhos podem dobrar conforme os contornos do chão. Alguns, inclusive, conseguem subir escadas.
Robôs sofisticados requerem uma fonte de alimentação pesada. Se o robô não estiver ligado a uma fonte de alimentação por um cabo, ele precisará de uma bateria embutida. Como a maioria dos robôs pesa centenas de quilos (alguns modelos, mais de 400kg), eles precisam de baterias que possam oferecer níveis significativos de energia durante várias horas. Por esse motivo, os robôs policiais utilizam baterias de chumbo-ácido, o mesmo tipo usado nos carros.

A polícia, às vezes, pode desarmar uma bomba usando uma garra do robô, embora seja mais comum os policiais usarem o robô para remover uma bomba e transportá-la até um contêiner especial para detonação. Os robôs não são sofisticados o suficiente para desarmar dispositivos complexos. Ocasionalmente, a polícia pode optar por usar o robô para dar uma pequena carga explosiva para detonar a bomba sem removê-la [fonte: USA Today.

Os robôs usados para manipular objetos, como bombas ou materiais perigosos, precisam de um braço robótico. Os braços robóticos geralmente têm vários pontos de articulação ou juntas. O braço pode ter as mesmas habilidades de um braço humano, com articulação de ombro, cotovelo e pulso, ou pode ter muito mais juntas, permitindo que o operador alcance lugares que não alcançaria sozinho. Na ponta do braço existe um manipulador, geralmente uma garra com dois dedos.
Como o policial que controla o robô está a alguns metros de distância dele, ele precisa conseguir ver o ambiente do robô, independentemente de sua própria perspectiva. Por esse motivo, os robôs policiais utilizam câmeras de vídeo para transmitir imagens ao laptop ou ao console do operador. A maioria dos robôs usa pelo menos duas ou três câmeras, de modo que o operador possa saber o que acontece ao redor do robô. Alguns modelos possuem uma câmera montada em cada ponto de articulação, assim como câmeras fixas presas no corpo do robô. Os sistemas de câmera de vídeo variam de preto e branco, à visão noturna e ao infravermelho.
Outro recurso que muitos robôs policiais têm é um sistema de áudio de dois canais. Os fabricantes montam microfones e alto-falantes no robô possibilitando que a polícia escute os sons do ambiente em que o robô está ou permitindo que ela se comunique com suspeitos ou reféns em uma situação de perigo. O robô pode ser os olhos e os ouvidos da polícia sem que a vida de qualquer oficial seja colocada em risco.

As empresas que fabricam robôs para a polícia sabem que seu produto deve funcionar dentro de uma série de condições. Os robôs normalmente são colocados em armações fortes e resistentes ao tempo, além de contarem com sistemas de mobilidade que os permitem andar em ladeiras, terrenos rochosos ou pequenos obstáculos. Os robôs policiais não são velozes - sua velocidade varia de rastejos lentos a passadas rápidas.

A maioria dos robôs policiais são altamente móveis e possuem sistemas audiovisuais sofisticados, então, a polícia tem a opção de usá-los em várias situações. O uso mais comum de um robô policial é na remoção de bombas. Embora os robôs sejam caros, o custo se torna pequeno se comparado à vida humana. Alguns robôs são tão resistentes que podem sobreviver a várias explosões. Entretanto, a meta principal é evitar qualquer tipo de explosão.
Ao investigarem um possível caso de bomba, os policiais utilizam as câmeras no robô para avaliarem a situação. Se o robô for capaz de alcançar o dispositivo suspeito, o operador pode usar a garra para segurá-lo, levantá-lo e movê-lo para um local mais afastado para detonação. Nos casos em que o dispositivo não for de fácil acesso ou parecer ter um mecanismo de disparo que o ativará se for movido, pode ser que a polícia tenha que detoná-lo no local.
Os robôs também podem ser usados como dispositivos de vigilância. Um robô com microfones e visão noturna pode se aproximar de uma área potencialmente perigosa enquanto transmite as informações ao operador. O uso de um robô pode ajudar a reduzir o tempo de a polícia avaliar a situação, sem colocar um policial em risco.
Usando um sistema de áudio de dois canais, a polícia pode se comunicar com qualquer pessoa, de suspeitos a reféns. Os robôs são úteis nas situações de negociação, pois, a menos que estejam visivelmente armados, não representam uma ameaça. Outro benefício é que as câmeras do robô podem continuar coletando informações enquanto a polícia utiliza o sistema de áudio para se comunicar com as pessoas em situações perigosas. A polícia também pode usar os robôs para fazer entregas, como de alimentos a vítimas e a suspeitos em casos de reféns, sem colocar em risco a vida de um policial.
Alguns robôs têm sensores que podem detectar desde narcóticos a armas químicas, radioativas ou biológicas. Os robôs ajudam os policiais a determinarem, com rapidez e segurança, o quanto uma área é perigosa. Os operadores podem manobrar os robôs por ambientes arriscados para encontrar sobreviventes. Alguns robôs são fortes o suficiente para tirar vítimas de situações fatais.

Empresas como Remotec e RoboticFX trabalham constantemente no desenvolvimento de novos robôs para as forças policiais, para o exército e outras organizações que lidam com situações de perigo. Os modelos mais novos têm melhor capacidade de manobra, baterias de duração mais longa, braços com mais pontos de articulação e novos acessórios criados para ajudar os policiais a realizarem tarefas perigosas.
Futuramente, os robôs poderão ser mais autônomos, acabando com a necessidade de um operador ordenando as manobras. À medida que os robôs se tornam mais ágeis, podemos ver um aumento da presença da polícia robô armada.
Mas mesmo que as empresas possam atender todas as demandas tecnológicas de uma força policial armada e autônoma, ainda há obstáculos políticos e sociais. O que acontece se um robô policial não funcionar e ferir alguém, por exemplo? Além disso, a compra e a manutenção de robôs são caras e eles ainda requerem a força de um policial para funcionarem.
Mas suas desvantagens são mínimas se você considerar que os robôs ajudam a manter os oficiais da lei em segurança. Por enquanto, os robôs policiais são bem raros - existe pouquíssima chance de você dar de cara com um pelas ruas - mas em algumas décadas, poderemos ver um policial robô em forma de foguete, sobre rodas, orientando-nos a atravessar a rua na faixa de pedestres.

O futuro: inteligência artificial (IA)
A inteligência artificial (IA) é certamente uma das áreas mais interessantes da robótica. Também é a que levanta mais discussões. Todo mundo concorda que um robô pode trabalhar numa linha de montagem, mas nem todos querem que os robôs sejam inteligentes.
IA no cinema
The Matrix
AI - Inteligência Artificial
Blade Runner - O caçador de andróides
2001: uma Odisséia no Espaço
Geração Proteus
O Homem Bicentenário
Westworld - Onde ninguém tem alma
O exterminador do futuro
Short Circuit - O incrível robô

O termo "inteligência artificial" também é difícil de ser definido. O nível máximo de IA seria a criação de uma máquina capaz de pensar igual ao homem. Isso inclui a habilidade de aprender quase tudo, a habilidade de raciocionar, de usar a linguagem e de formular idéias originais. Os roboticistas ainda não chegaram perto deste nível de inteligência artificial, mas fizeram muito progresso com IA mais limitada. A inteligência artificial das máquinas modernas pode replicar elementos específicos da habilidade intelectual.
Os computadores já podem resolver problemas em um mundo limitado. A idéia básica da inteligência artificial é muito simples, mas a execução é complicada. Primeiro, a IA do robô ou computador coleta dados sobre a situação através de sensores ou de uma pessoa que insira estas informações. O computador compara essas informações com os dados armazenados e decide o que a informação significa. Então executa diversas ações e prediz qual terá mais sucesso com base nas informações coletadas. Claro, o computador só pode resolver problemas que ele foi programado para resolver (ele não precisa ter uma habilidade analítica generalizada). Computadores de xadrez são um exemplo deste tipo de máquina.
Alguns robôs modernos também têm uma habilidade limitada de aprender. Robôs aprendizes reconhecem se uma determinada ação (mover as suas pernas de uma certa maneira, por exemplo) alcança um resultado desejado (superar um obstáculo). O robô armazena essa informação e tenta executar a mesma ação quando se depara com o mesmo problema. Mais uma vez, isso acontece de maneira bastante limitada. Eles não podem absorver nenhum tipo de informação da mesma maneira que um humano. Alguns robôs aprendem imitando os movimentos. No Japão, os roboticistas ensinaram um robô a dançar demonstrando os movimentos para ele.
Alguns robôs podem interagir socialmente. Kismet, um robô do Laboratório de inteligência artificial do MIT (em inglês), reconhece a linguagem corporal e entonação da voz de uma pessoa e responde apropriadamente. Os criadores do Kismet estão interessados em entender a interação entre humanos e bebês por meio do tom de voz e informação visual. Este tipo básico de interação pode ser o fundamento do sistema de aprendizado humano.
Kismet e outros robôs humanóides do MIT funcionam através de um controle de estrutura não convencional. Em vez de utilizar o computador central para cada ação, os robôs controlam as ações simples com computadores simples. O diretor do programa, Rodney Brooks, acredita que este modelo é mais próximo da inteligência humana. Nós fazemos a maioria das coisas automaticamente, não precisamos pensar muito para fazê-las.

O grande desafio da IA é entender como a inteligência natural funciona. Desenvolver IA não é como criar um coração artificial. Os cientistas não têm um modelo simples e concreto para começar a trabalhar. Nós sabemos que o cérebro contém bilhões de neurônios e aprendemos por meio de conexões elétricas estabelecidas nestes neurônios. Mas não sabemos exatamente como essas conexões estão relacionadas com o pensamento profundo e com as operações mais simples. O circuito é muito complexo e incompreensível.
Por causa disso, a pesquisa de IA é bastante teórica. Os cientistas criam hipóteses sobre como e por que nós aprendemos e pensamos, e testam essas idéias nos robôs. Brooks e seu time focam nos robôs humanóides porque eles acham que experimentar o mundo como um humano é essencial para desenvolver inteligência humana. Também é mais fácil interagir com o robô, o que teoricamente seria melhor para o aprendizado da máquina.
Um design físico de um robô é útil para entender a anatomia humana e animal, assim como a pesquisa de IA serve para entender como funciona a inteligência natural. Para alguns roboticistas, este é o objetivo mais importante da criação de robôs. Outros prevêem um mundo onde as máquinas inteligentes conviverão em harmonia com os homens e alguns robôs mais simples farão tarefas como trabalhos manuais e nas áreas de saúde e comunicação. Um outro grupo acredita que a revolução da robótica nos transformará em ciborgues, humanos com máquinas integradas. As pessoas, no futuro, vão poder carregar suas mentes em um robô e viver por milhares de anos!
De qualquer forma, os robôs certamente vão fazer parte da nossa vida no futuro. Nas próximas décadas, eles vão gradualmente ocupar espaço em nossas casas, da mesma maneira que os computadores fizeram na década de 1980.
A melhor maneira de entender os robôs é olhar os designs específicos. Os links da próxima página mostram vários projetos de robô interessantes ao redor do mundo.

Introdução

O ACER tamanho bulldozer pode lidar com tarefas como limpar explosivos e transportar carga

Todos sabem que ser soldado é um trabalho perigoso, mas algumas das tarefas que os soldados precisam fazer são mais perigosas que outras. Caminhar por campos minados, desativar bombas que não explodiram ou esvaziar prédios hostis, por exemplo, são algumas das tarefas mais perigosas que uma pessoa pode ter como dever.
Mas, e se pudéssemos enviar robôs para fazer estas tarefas? Então, se algo der errado, perderíamos apenas o dinheiro que custou para construir o robô ao invés de perder uma vida humana. E sempre podemos construir mais robôs.
Há anos, os militares norte-americanos têm desenvolvido sistemas robóticos para todos os tipos de trabalho, e alguns deles já estão nas linhas de frente do Iraque. Neste artigo, encontraremos alguns dos mais novos soldados robôs militares, descobriremos que tipos de trabalhos eles podem fazer e daremos uma olhada no que o futuro guarda para os robôs militares.
Se você se interessa no assunto de robôs em geral, veja Como funcionam os robôs antes de aprender especificamente sobre os robôs militares.
Agora, vamos começar.

Treinamento básico
O exército não usa robôs de assalto humanóides como os que vemos em filmes como "O Exterminador do Futuro". Se os robôs se parecem ou não com uma pessoa não importa muito para as aplicações militares. Os robôs possuem diferentes formatos e tamanhos, e ainda que não haja uma definição única do que é um robô, poderíamos colocá-lo como: uma máquina que é controlada, em todo ou em parte, por um computador interno. Robôs têm também sensores que lhes permitem obter informações sobre o ambiente, alguma forma de locomoção e fontes de energia.

Se robôs militares não têm a forma de pessoas, que formatos eles têm? Isso depende do tipo de função para a qual o robô é construído para executar. Robôs que precisam tratar terrenos difíceis usam bandas de rodagem de tanques. Robôs voadores se parecem muito com pequenos aviões. Alguns robôs são do tamanho de caminhões e se parecem muito com caminhões ou bulldozers. Outros são menores, permitindo-lhes grande capacidade de manobra.

Os robôs militares de hoje não fazem muito por conta própria. Eles não são muito sofisticados em termos de inteligência artificial (AI). AI é um tipo de programa de computador que permite que o robô processe informação e tome algumas decisões com base nelas. Ao invés da AI independente, muitos robôs militares são controlados remotamente por operadores humanos. Os militares não costumam usar o termo "robô", preferindo chamá-los de veículos de solo não tripulados (UGVs) ou veículos aéreos não tripulados (UAVs).
Mais uma coisa importante a lembrar sobre robôs militares: robôs projetados para ajudar soldados em campos de batalha devem ser carregados até os campos de batalha por estes soldados. Por esta razão, projetistas de robôs tentam desenhar projetos que sejam "portáteis para o homem". Um robô portátil para o homem pode ser carregado por um único soldado, usualmente numa mochila especial.

Pequenos robôs: TALON
Os robôs mais comuns usados pelos militares hoje são pequenos e achatados, montados sobre miniaturas de tanques com esteira. Estes robôs são resistentes, capazes de enfrentar quase qualquer terreno e, em geral possuem vários sensores embutidos, incluindo vigilância de áudio e vídeo e detectores químicos. Estes robôs são versáteis, com diferentes sensores ou pacotes de armas montados no chassis principal. Virtualmente, são portáteis para o homem. TALON
O TALON é um robô portátil operando em pequenas esteiras e pesando menos de 45kg em sua configuração básica. O TALON é projetado para ser muito durável. Por exemplo, um desses robôs caiu em um rio no Iraque de uma ponte. Algum tempo depois, os soldados configuraram a unidade de controle do TALON e simplesmente o guiaram para fora do rio [ref (em inglês)]. O que nos remete a outra característica do TALON: ele é anfíbio.
O TALON é operado com um controle de joystick, tem sete controles de velocidade (a velocidade mais alta é de 1,8 m/s) e pode usar bandas de rodagem para subir degraus, manobrar através do entulho e até pela neve.

A versatilidade foi projetada no TALON também, com múltiplas configurações possíveis, que adaptam o robô às diversas situações. O TALON básico inclui um braço mecânico e dispositivos de vídeo e escuta de áudio. Uma versão leve, de 27 kg, omite o braço. Os TALONs foram usados para pesquisa e resgate no World Trade Center e para a coleta de granadas, dispositivos explosivos improvisados e outros explosivos perigosos na Bósnia, no Afeganistão e no Iraque .
Recentemente, o TALON foi preparado para assumir um papel maior. Ele agora é equipado com sensores químicos, de gás, temperatura e radiação. Os militares estão testando os TALONs para carregar armas. "Os robôs TALON podem ser configurados com metralhadoras M240 ou M249 ou rifles Barrett calibre 50", de acordo com o fabricante Foster-Miller.


Os militares estão conduzindo mais testes usando robôs TALON equipados com lançadores de granadas e lançadores de foguetes antitanques.

Robôs enlouquecem?

A idéia de robôs rodando por aí com sistemas de armas mortais é inquietante para muitas pessoas. Um robô pode ficar furioso e começar a atirar nas pessoas indiscriminadamente? Oficiais militares e projetistas de robôs dizem que isto é quase impossível. Os robôs não têm operação autônoma freqüente, dependendo de operadores remotos humanos na maioria das vezes. Ainda que um robô com uma arma fosse operado autonomamente e saísse de controle, um simples clique de um botão, na unidade de controle, seria o suficiente para reiniciar o modo de segurança do robô.

Pequenos robôs: Packbot
O Packbot é outro pequeno robô que opera sobre esteiras (bandas de rodagem). Ele é ainda menor e mais leve que o TALON, pesando cerca de 18 kg na configuração básica Scout. O Packbot é portátil e projetado para caber nas novas mochilas padronizadas do Exército dos EUA, o MOLLE, Equipamento Modular Leve de Carregamento de Carga (em inglês).

Controlado por um processador Pentium projetado especialmente para resistir a tratamento bruto, o chassis do Packbot tem um sistema GPS, um compasso eletrônico e sensores de temperatura embutidos. O fabricante do Packbot, iRobot (em inglês), diz que ele pode se mover a mais de 13 km/h, ser montado em minutos e resisitr a uma queda de 1,8 m sobre o concreto - o equivalente à força de 400 G .
Os soldados dos EUA usam essa rigidez como vantagem, jogando o Packbot através de janelas de prédios e então usando-o para procurar combatentes inimigos escondidos. Mesmo que o Packbot aterrisse de ponta-cabeça, ele pode se endireitar usando poderosos estribos, que também podem ajudar a escalar obstáculos.

Movimento do Packbot

O Packbot possui várias versões diferentes além da unidade básica Scout. O Packbot Explorer adiciona uma "cabeça" quadrada que pode subir por um braço de metal, fotografar em panorâmica e inclinar, oferece um vídeo de treino de pontaria e geralmente atua como um vigia para soldados que precisam espreitar sobre obstáculos ou em cantos. O Packbot EOD também é usado para desarmar ou detonar seguramente explosivos perigosos. Ele usa um braço mecânico com uma mão que agarra, além de sensores de total alcance áudio visual.

Com oito portas modulares de cabeça de combate, o Packbot é construído para adaptação posterior.

Pequenos robôs: MATILDA
MATILDA (Montagem de Posicionamento Estratégico de Força Leve Integrada Tática Mesa Associada), fabricado pela Mesa Robotics (em inglês), é similar a outros pequenos robôs projetados, mas tem um perfil mais alto devido à sua banda de rodagem de formato triangular. Ele pesa 28 kg com as baterias, pode ser carregado por uma ou duas pessoas e cabe no porta malas de um carro.

O MATILDA tem várias configurações possíveis. Por exemplo, ele pode ser equipado com um braço mecânico, câmeras e sensores e pode até rebocar um pequeno trailer.

Três possíveis configurações do MATILDA

O robô tem uma velocidade máxima de 1 m/s e uma autonomia de quatro a seis horas por carga. No caso de dano à banda de rodagem, as esteiras de troca rápida podem ser trocadas em cinco minutos.

A Mesa Robotics está também desenvolvendo um robô MAUD peso leve e o MARV de baixo custo, um robô com banda de rodagem projetado para ser descartado.
Grandes robôs: ACER
Os robôs militares maiores são basicamente caminhões ou tanques com computadores internos operados por controle remoto. ACER
O ACER é outro robô feito pela Mesa Robotics. Este robô tem quase o tamanho de um pequeno bulldozer ou de um Zamboni.

Robô projetado para combate blindado (ACER)

O ACER pode lidar com as tarefas mais pesadas, como limpar explosivos com um braço mecânico, limpar e cortar obstáculos com uma alavanca de lâmina, tracionar veículos desabilitados (mesmo um ônibus), transportar carga em um trailer e servir como plataforma de armas. Pode-se ainda acoplar um desmontador de minas à sua frente, limpando terrenos minados antes que as pessoas passem por ali.

Três possíveis configurações do ACER

Um dos usos mais inovadores do ACER é uma plataforma de combate de incêndio/descontaminação. Equipado com uma extremidade para panorâmicas-e-inclinações, o ACER pode tracionar seu próprio suprimento de substância de espuma retardante ou descontaminante em um tanque de 1.325 litros. Um braço mecânico pode também ser montado para uma mira muito precisa.

Obviamente, o ACER não é portátil para o homem - ele pesa 2.040 kg. Este robô de tarefas pesadas tem uma velocidade máxima de 10 km/h e funciona com um motor a diesel. O tanque de combustível comporta 72 litros.

Grandes robôs: ARTS, RAAS e ARV
ARTS
O Sistema de Transporte para Todos os Fins (ARTS) foi desenvolvido pela Força Aérea dos EUA com um propósito - ajudar a se desfazer de explosivos perigosos. O ARTS é basicamente um bulldozer, mas ao invés da lâmina do bulldozer, ele tem um dispositivo de limpeza de minas, um braço mecânico e uma ferramenta a corte d'água acoplada. Os ARTS podem ser operados remotamente de uma distância de até 5 km com a linha de visão. Ele pode também ser carregado para detonar explosivos à distância. O ARTS pesa 3.400 kg.

RAAS e ARV
O Sistema de Assalto Robótico Blindado (RAAS) e o Veículo Armado Robótico (ARV) estão ambos em desenvolvimento pelo Exército dos EUA. Estes são robôs de grande escala (o ARV pesar de 5 a 6 toneladas) capazes de carregar até uma tonelada de material explosivo.
Armas potenciais a serem montadas nestes robôs com tamanhos de tanques incluem a Mk 44 30 mm ou um sistema de torre pequena capaz de disparar mísseis Hellfire. Eles foram projetados para serem carregados e posicionados pela aeronave militar primária de carga, o C-130 e o CH-47.

Ainda que os robôs neste artigo tenham sido projetados inicialmente para uso das forças militares, eles também têm uso civil. Agências governamentais usam robôs para desarmar ou detonar explosivos - há uma boa chance de haver um robô em seu departamento de polícia local. Robôs de assalto não tripulados e robôs de patrulha podem ser usados em diversas situações. Oficiais de saúde e segurança e departamentos de bombeiros estão encontrando usos para estes robôs também. Incêndios industriais podem ser mortais para os bombeiros, pois eles nunca podem estar certos se há explosivos químicos envolvidos. Enviar um robô de verificação pode salvar vidas. A capacidade de investigar com segurança e descontaminar materiais perigosos dos robôs pode torná-los parte regular das equipes dos principais hospitais e corpos de bombeiros.

Robôs voadores: Global Hawk e Pointer

O setor militar usa vários robôs voadores, principalmente para a tarefa de reconhecimento. Em vez de UGVs, estes são conhecidos como UAVs (veículos aéreos não tripulados), e são às vezes chamados de zangão. Os UAVs parecem uma pequena aeronave de aeromodelismo e alcançam o tamanho de pequenos aviões que podem ser mantidos por uma pessoa e lançados com um bom tiro, como o FQM-151 Pointer, até aviões de tamanho normal que operam com controle remoto, como o RQ-4A Global Hawk. RQ-4A Global Hawk

O reconhecimento tem um papel chave no planejamento militar - o zangão ajuda os comandantes militares a ficarem de olho em suas próprias tropas e também vigiarem tropas inimigas que podem estar esperando para emboscar soldados dos EUA.

Robôs voadores como o Predator oferecem dados em tempo real sobre tropas em movimento, localização de inimigos e sobre o tempo. Em pelo menos um caso, um robô voador fez mais que espionar o inimigo: ele pode ser adaptado com mísseis Hellfire. Quando um desses zangões da Força Aérea viu um canhão contra aeronaves no sul do Iraque em março de 2003, usou um dos Hellfires para detoná-lo.

Os robôs militares de hoje são limitados na autonomia e no alcance. Eles são essencialmente dependentes dos controladores humanos. A DARPA, Agência de Defesa Avançada dos Projetos de Pesquisa (em inglês), entidade do governo dos EUA que patrocina e desenvolve novas tecnologias para uso militar, organizou recentemente uma grande competição de robôs, amplamente divulgada, para ver até onde a AI iria. Acontece que a AI ainda é bem limitada - nenhum robô completou o curso. Ou seja, embora que as habilidades dos robôs tenham aumentado, parece que no futuro próximo, os robôs ainda vão precisar de controle humano.

Há também dois robôs diferentes usados em hospitais ao redor do mundo que navegam pelos corredores e usam elevadores para entregar fichas, raios-X e remédios de pacientes, além de outras coisas por todo o hospital. Eles viajam sobre rodas e são programados para identificar e seguir marcadores e códigos de barras colocados nas paredes.

A Honda começou o desenvolvimento de seu robô ajudante humanóide. Os engenheiros da Honda sabiam que o robô tinha de ser capaz de navegar com facilidade por uma casa ou prédio, e que isso significava que a tecnologia de andar tinha de ser perfeita. Portanto, suas primeiras tentativas foram basicamente construir caixas com pernas. Assim que o mecanismo de andar estava desenvolvido na maior parte, foram adicionados braços, mãos e finalmente uma cabeça.

O primeiro robô construído pela Honda se chamava E0. O E0 andava lentamente, levando algumas vezes 20 segundos para completar um único passo. Isso ocorria porque o E0 fazia o que foi chamado de "caminhada estática". Na caminhada estática, depois que o robô começa a mover um pé para a frente, ele tem de esperar até ter o seu peso equilibrado naquele pé antes de mover o outro pé para a frente. Os humanos não andam dessa maneira, então a pesquisa continuou.

Àquela altura os engenheiros haviam desenvolvido um método para a "caminhada dinâmica", que é muito mais semelhante à dos humanos. Com essa tecnologia de caminhada, o robô (agora chamado de protótipo E1, logo seguido pelo E2 e E3 à medida que a pesquisa progredia) se inclinava para o próximo passo, deslocando seu peso e movendo o outro pé para a frente para se apoiar, de modo que ele andava para a frente ao invés de cair nessa direção.

Nos protótipos E4, E5 e E6, os engenheiros da Honda aperfeiçoaram o mecanismo de andar ao ponto em que o robô podia andar facilmente sobre rampas, subir escadas e sobre terreno irregular. Porque o caminhar verdadeiramente humano requer na verdade o uso do corpo, braços e cabeça, os engenheiros tiveram de passar para o próximo passo e adicionar o resto do corpo.

Com um corpo, braços, mãos e uma cabeça, a próxima geração de protótipos (P1, P2 e P3) parecia um pouco mais com um "humanóide". O P1, no entanto, era um grandalhão de 1,88 m e pesava 175 kg. O P2 foi ligeiramente diminuído em altura, mas pesava ainda mais, 210 kg. Ninguém ia querer algo assim o seguindo na cozinha de casa. Mas, ele podia andar muito bem sobre superfícies irregulares e rampas, e podia até segurar objetos e empurrar carrinhos. O P2 podia até manter seu equilíbrio quando empurrado. Finalmente, o P3 foi construído com uma altura mais confortável (e menos assustadora) de 1,57 m. Pesando 130 kg, o P3 podia andar mais rápido e de forma mais suave do que seus predecessores.

Embora a idéia de casamento entre humanos e robôs possa parecer absurda agora, pode vir a acontecer um dia se a teoria do especialista em inteligência artificial David Levy estiver correta. Levy, pesquisador britânico que recentemente obteve seu título de Ph.D. pela Universidade de Maastricht, na Holanda, acredita que em 2050 robôs e humanos poderão se casar legalmente nos Estados Unidos. Ele prevê que o estado de Massachusetts será o pioneiro como em 2004, quando tornou-se o primeiro estado americano a permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo.Conforme os robôs ficarem com uma aparência cada vez mais humanóide, Levy e outros especialistas em robótica acreditam que as pessoas começarão a fazer sexo com robôs.
já em 2011, segundo pelo menos um teórico da inteligência artificial.
Atração física, aliada aos avanços em programação que permitirão que robôs expressem emoções humanas e tenham intelecto, poderiam resultar em companheiros artificiais com os quais alguns seres humanos gostariam de se casar.
Na verdade, Levy disse a um repórter, é "inevitável".

Mas isso significa que robôs serão criados só para que idiotas tenham um saco de pancada? E se tanta pancada levar à "morte" do robô? Acontece que muitas pessoas estão pensando hoje sobre as implicações éticas que a vida robótica levantará amanhã.

Os robôs não podem ter oportunidades?

O escritor de ficção científica Isaac Asimov criou as três leis da robótica no conto "Runaround". Mas elas foram elaboradas principalmente para proteger os seres humanos dos robôs. Os robôs também têm direitos?

As Três Leis da Robótica de Asimov

1. Robôs não podem machucar seres humanos, ou por omissão, permitir que um ser humano se machuque.
2. Robôs devem obedecer ordens dadas por seres humanos, exceto quando tais ordens entrarem em conflito com a Primeira Lei.
3. Robôs devem proteger sua própria existência desde que tal proteção não contrarie nem a Primeira, nem a Segunda Lei.

Mas o que acontece se houver mais robôs que homens na sociedade? Como as pessoas irão tratá-los? Os homens continuarão sendo superiores à sua criação? Vão recusar a idéia de robôs tomando o lugar de um dos parceiros em um relacionamento romântico? Muitos especialistas em robótica acreditam que agora é a hora de começar a pensar nas questões morais e éticas levantadas pelo desenvolvimento de robôs pela humanidade. A Coréia do Sul, no final das contas, planeja ter um robô em cada casa em 2020. Bem diferente do "um frango em cada panela" da campanha de Herbert Hoover para a presidência dos Estados Unidos em 1928. É bom, então, que a Coréia do Sul esteja na dianteira da discussão sobre ética e robótica. Na verdade, o país anunciou em março de 2007 que montou um painel para desenvolver a Carta da Ética na Robótica, um conjunto de diretrizes para a futura programação robótica. Ela abordará os aspectos humanos da interação homem-robô - como proteção contra o vício do sexo com robôs -, bem como explorará formas de proteger homens e robôs contra abusos cometidos por um ou outro.

Os sul-coreanos não são os únicos que pensam nos direitos dos robôs. Em 2006, problemas com robôs foram trazidos à tona em uma conferência sobre o futuro organizada pelo governo britânico. Entre os assuntos discutidos estavam a possível necessidade do governo subsidiar cuidados médicos e moradia para os robôs, e o papel dos robôs nas forças armadas.

Estas considerações não precisam ser abordadas imediatamente, mas quando os robôs se tornarem cada vez mais reais, estes problemas certamente virão à tona. Designers já estão trabalhando na pele robótica que pode produzir expressões faciais reais. Outros estão desenvolvendo robôs que podem conversar e imitar emoções humanas.
Pode ser muito difícil para muitas pessoas superarem a idéia de um casal humano-robô. Em 1970, o Dr. Masahiro Mori escreveu um artigo para a revista Energy no qual descreve o "vale misterioso", fenômeno em que as pessoas se sentem desconfortáveis com seres tecnológicos conforme eles se tornam mais parecidos com seres humanos. As pessoas constroem robôs que têm qualidades humanas para ajudá-las a cumprir tarefas humanas, mas quando estes robôs começam a parecer com seres humanos e agir como eles, as pessoas os rejeitam.

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