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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

F/A-22 incorpora os últimos avanços de vôo camuflado,além de uma espantosa miríade de armas para obter sucesso no combate aéreo e no ataque surpresa.




Os primeiros caças a jato surgiram no final da Segunda Guerra Mundial. Equipados com metralhadoras e enfrentando combates, eles provaram que vieram para ficar. Durante a Guerra da Coréia, mais caças armados entraram em ação, inclusive os primeiros supersônicos para combates aéreos e os primeiros a serem equipados apenas com mísseis.

A aeronave de combate moderna é praticamente um computador voador, que combina características tecnológicas e de camuflagem para se tornar invisível perante o radar inimigo e desferir ataques sem aviso prévio. Veremos em que consiste o mais novo caça do arsenal da Força Aérea dos EUA, o F/A-22 Raptor. A sigla "F/A" designa o Raptor como aeronave "combatente" ("fighter") e "atacante" ("attack"). Como veremos, o F/A-22 incorpora os últimos avanços de vôo camuflado, além de uma espantosa miríade de armas e de tecnologias para obter sucesso no combate aéreo e no ataque surpresa.
Houve uma época em que especulações de ficção cientifica colocaram em evidência o F-117 Nighthawk (em inglês) e o bombardeiro Stealth B-2.O radar funciona enviando ondas de rádio através de uma antena e coletando-as após se refletirem em objetos (consulte Como funciona o radar). Uma aeronave aparece como um ponto luminoso intermitente uma tela de radar de aeronave ou de estação térrea. Quanto maior a aeronave, maior será o ponto luminoso no monitor. Outros objetos, como um bando de pássaros, também podem ficar evidentes. Os projetistas de aviação trabalharam durante anos para minimizar o rastro de uma aeronave no radar, tornando-a invisível. Se as ondas de rádio forem defletidas ou absorvidas e não voltarem à antena do radar, a aeronave fica invisível ou pode ser confundida com um objeto qualquer não ameaçador.

Os projetistas de aviação usam extremidades irregulares com a forma de dente de serra, uma confusão proposital de superfícies curvas e outros truques para conseguir formas inesperadas capazes de defletir as ondas de radar. Os aviões são pintados com uma tinta espessa capaz de absorver as ondas de radar em vez de refleti-las. A idéia é provocar o aparecimento e o desaparecimento da aeronave em pleno ar.

O F/A - 22 incorpora todas lições aprendidas de outras aeronaves. É tão furtivo que, quando detectado pelo radar, tem o tamanho de uma abelha grande, apesar de ter mais de 19 m de comprimento e 13,5 m de envergadura.

Raptor x Nighthawk

A forma angular do F/A-22 é semelhante à do Stealth Fighter F-117. Muitas formas das superfícies são curvas por causa da variação do raio. Essas curvas espalham os feixes de radar em todas as direções, impedindo que elas voltem à fonte do radar. Não existem ângulos retos do lado externo do projeto. As bordas em dente de serra na cabine do piloto, as portas do trem de aterrissagem e outras aberturas também interrompem as ondas do radar. As bordas da asa principal e da asa traseira alinham-se exatamente, fazendo com que elas pareçam muito menores no radar.O F/A-22 possui duas grandes barbatanas verticais, semelhantes ao F-15 que, devido as suas barbatanas retilíneas, fica visível no radar. Entretanto, nos F/A-22, as barbatanas verticais estão posicionadas fazendo ângulo com o corpo da aeronave conseguindo assim defletir as ondas de radar. As barbatanas também ocultam as antenas internas que ajudam a manter a aeronave invisível.O revestimento externo do F-22 também absorve as ondas de radar e a cabine do piloto tem um projeto que minimiza o perfil do capacete do piloto.

Um outro método comum para a identificação de aeronaves é fazer o acompanhamento do rastro térmico deixado pelos seus motores a jato. Os mísseis sensíveis ao calor acompanham as emissões infravermelhas dos motores da aeronave para encontrar o alvo. O bloqueio das emissões pode enganar o buscador de calor. No F/A-22, as barbatanas horizontais na traseira da aeronave fazem com que o avião fique mais manobrável ainda agem como um escudo para a exaustão do calor do motor. A proteção contra o calor do motor reduz ao mínimo a assinatura térmica ou infravermelha do F/A-22.

Ao contrário dos caças atuais, ele pode carregar mísseis dentro da fuselagem. O F-15 e F-16, por exemplo, como só podem transportar mísseis sob as asas, refletem as ondas de radar e aumentam bastante a visibilidade do avião.O objetivo por trás dessa tecnologia é impedir que o inimigo encontre, acompanhe e faça o F/A22 de alvo. Os pilotos podem voar sobre áreas até então inacessíveis com esse sistema de camuflagem.

Continue a leitura e conheça as tecnologias que permitem o Raptor realizar façanhas até então inéditas para um jato de combate.
Os motores a jato usam pós-combustores para alcançar velocidades supersônicas. O pós-combustor é um acessório no final do motor a jato que injeta combustível no exaustor para queimar o oxigênio deixado na corrente de descarga. O pós-combustor é um modo fácil de adicionar potência para queimas curtas, como as de partida ou as de um combate aéreo. Entretanto, ele consome muito combustível. O caça a jato usa o pós-combustor para voar mais rápido do que a velocidade do som por longos períodos, mas isso diminui a distância que pode alcançar sem reabastecimento. O F/A-22 é a primeira aeronave de combate americana com capacidade para cruzeiros longos, ou para voar a velocidades supersônicas sem usar o pós-combustor. Nos primeiros testes de vôo ele conseguiu velocidades de mach 1.5 - maior que a velocidade do som - sem usar o pós-combustor. Usando o pós-combustor, ele pode alcançar mach 1.8.Os dois motores F119-PW-100 do Raptor Pratt and Whitney tem um empuxo de 155.688 N (35.000 Lbf) cada um, comparáveis aos empuxos dos motores do F-15, de 111.206 N e 128.998 N cada (25.000-29.000 Lbf). Combinado com um projeto aerodinâmico e sagaz, esses motores fazem com que o Raptor voe a velocidades supersônicas com um consumo de combustível menor que o de qualquer outro avião. Isso significa que o Raptor pode voar mais rápido por maiores períodos, alcançando seus alvos muito mais rapidamente do que os outros jatos. Ele pode permanecer mais tempo procurando alvos inimigos em uma área ou levar uma carga maior de bombas, uma vez que não precisa carregar tanto combustível.
Um piloto de caça a jato moderno confia na eletrônica e nos instrumentos para voar e combater o inimigo. Tradicionalmente, esses dois sistemas ficam separados na cabine do piloto, obrigando-o a gerenciar todas as informações separadamente.
O sistema F/A-22 foi projetado para permitir que um dos tripulantes se encarregue de todo o trabalho nos jatos de dois lugares, como o Tomcat F-14 e o Strike Eagle E-15. Seus sistemas foram os primeiros a integrar ao sistema global de vôo o radar, o manejo das armas e os sistemas eletrônicos.Nos bastidores encontram-se dois processadores integrados comuns (CIP - Common Integrated Processor), que são os cérebros do sistema. Essas unidades são pouco menores do que uma televisão média e são elas que fazem todo o processamento das informações necessárias para os sensores e armas. Atualmente, apenas 75% da capacidade dos CIP's é utilizada, de modo que eles podem facilmente assumir mais algumas tarefas, como as das necessidades de processamento da cabine. Existe espaço para instalação de um terceiro CIP, possibilitando um aumento de 200% da capacidade global.A cabine do piloto é projetada para facilitar o trabalho do piloto nas decisões tomadas durante a batalha.

Os monitores dos computadores do F/A-22 exibem todas as informações - são os primeiros a serem chamados de "cabine totalmente transparente" - durante um combate tático. Estes painéis de comando digitais são comuns nas aeronaves comerciais. A cabine do piloto é equipada com acelerador de mão e manche (Hands-on Throttle and Stick Control - HOTAS). Este sistema torna possível comandar o avião sem tirar as mãos dos controles de vôo. O F/A-22 tem também o primeiro sistema compatível com binóculos para visão noturna (NVG-Night Vision Googgles). Existe um painel no teto (HUD-Heads-Up Display) que projeta informações defronte ao campo visual do piloto, indicando o status do alvo e das armas, além de fornecer dicas sobre a pontaria, correta ou não, para atingir o alvo. O piloto entra com essas informações para as comunicações, piloto automático e navegação no painel de controle integrado (ICP-Integrated Control Panel) na parte superior e no centro do painel de instrumentos.

A cabine do piloto tem seis monitores de cristal líquido (LCDs). O monitor principal é um LCD de 8 x 8 polegadas (20,3 cm x 20,3 cm) que fornece uma vista tática em planta da situação aérea e terrestre. Isso inclui a identidade da ameaça e sua prioridade, além de informações de rastreamento. Dois monitores menores mostram comunicações, navegação, identificação e informação de vôo. Três monitores secundários mostram ameaças aéreas, ameaças terrestres e gerenciamento do armazenamento de dados.

A meta é simplificar o processamento de todas informações que estejam sendo mostradas ao piloto. O piloto pode dizer, com um relance, em qual situação se encontra o avião inimigo - que aparece como triângulos vermelhos -, o avião amigo - que surge como um círculo verde -, uma aeronave desconhecida - aparecendo como um quadrado amarelo - e os mísseis terra e ar, mostrados como pentágonos. Para mostrar um enquadramento perfeito no alvo, o triângulo vermelho torna-se sólido. O sistema tem precisão de 98% na determinação do tipo de aeronave que está dentro do seu alcance. Na impossibilidade de uma identificação; o objeto é mostrado como não identificado. Com toda essa tecnologia à bordo, os F/A-22s podem formar um link de transmissão wireless, compartilhando informações táticas sem usar o rádio como meio de comunicação. O piloto pode saber quanto combustível e armas um co-piloto está levando, mantendo silêncio pelo rádio. Grupos de aviões podem planejar ataques conjuntos, pois cada um deles conhece os alvos que os outros já identificaram. Os F/A-22 podem também se comunicar com aviões do Sistema de Controle e Advertência Aéreo (AWACS - Airborne Warning and Control System) e baixar informações dos aviões de reconhecimento.
O sistema de radar fornece uma primeira visão para o F/A-22, um instantâneo, e uma previsão de sucesso do ataque. Isso significa que ele pode ver primeiro o avião inimigo, disparar um míssil e destruir o alvo sem que o outro piloto possa sequer saber o que está se passando.O radar AN/APG-77 (em inglês) foi desenvolvido especificamente para o F/A-22. Usa uma antena ativa de varredura eletrônica de 2.000 módulos transmissores/receptores. O radar fornece informações detalhadas aos pilotos acerca das múltiplas ameaças antes do adversário sequer detectar a presença do F/A-22.

Além disso, o radar pode misturar os sistemas eletrônicos do inimigo e dar informações por voz e dados por meio de um link seguro.

Contramedidas
Para detectar a atividade inimiga, o F/A-22 leva um receptor para denunciar radares e um detector de lançamento de mísseis. Na eventualidade do inimigo descobrir o F/A-22 empregando detectores de calor ou de mísseis teleguiados por radar, o F/A-22 pode lançar chamas que despistem os buscadores de calor e "chaffs" - pequenos fragmentos de material reflexivo que dispersam as ondas do radar e confundem o sistema de rastreamento de mísseis.

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