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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Sistemas de Combate do Futuro (Future Combat Systems - FCS) é uma reestruturação maciça da tecnologia militar baseado no conseito 18+1+1






A iniciativa dos Sistemas de Combate do Futuro (Future Combat Systems - FCS) é uma reestruturação maciça da tecnologia militar destinada a preparar o Exército dos Estados Unidos para os conflitos modernos. As projeções atuais sugerem que será o projeto militar mais caro da história norte-americana e levará décadas para ser concebido e finalizado. Criar os equipamentos, os programas, as redes e a integração necessários para fazer funcionar os FCS é um projeto incrivelmente complicado. O Exército quer dominar toda a gama do campo de batalha; terra, água e no ar. Para tanto, serão necessários vários tipos de unidades diferentes. O Exército deve também ligar suas operações as de outras divisões militares e às forças de outros países que possam unir-se numa operação de aliança.

O FCS é o "sistema dos sistemas", que na verdade compreende 18 sistemas separados. Cada um deles é um tipo de unidade, como um veículo automático de artilharia, um tanque pilotado ou um veículo de comando e controle. Às vezes os FCS também são chamados de "18+1+1", sendo que os "+1" representam a rede e o soldado que utilizará estes sistemas. Se o Exército estivesse apenas revisando seus equipamentos militares e concebendo 18 novas unidades de combate e logística, isto já seria um projeto importante por si mesmo. Modelar todos os 18 de alto a baixo com a arquitetura para ligar todas as unidades torna os FCS realmente revolucionários.
Por que o Exército está realizando um projeto tão grande? Os especialistas militares acreditam que a natureza dos conflitos está mudando. As batalhas territoriais de larga escala como as da Segunda Guerra Mundial desaparecerão. Em vez disso, surgirão insurgências e conflitos menores espalhados por áreas mais amplas. O Exército do futuro precisa da habilidade de se posicionar e de se reposicionar estrategicamente o mais rápido possível.

Melhorar a agilidade estratégica

Um Exército com unidades grandes e inflexíveis que levam meses para manobrar não conseguem reagir rápido o bastante ou lidar com todos os problemas em curso. Alguns analistas militares se referem a isso como "ter um bolso cheio de notas de US$ 20 e um monte de problemas de US$ 5".

Diminuir as áreas de logística
As áreas de logística representam as equipes de apoio, combustível, peças e munição necessárias para manter uma unidade em operação. Grandes cadeias de fornecimento, grandes veículos de reabastecimento e a necessidade de instalar grandes depósitos de manutenção trabalham contra a agilidade e tornam mais vulneráveis as forças a que estão servindo.

Reduzir os custos de operação e de manutenção
Criar múltiplas unidades com base nas mesmas estruturas fundamentais possibilita o intercâmbio de peças e dá ao pessoal de manutenção a capacidade de reparar uma variedade maior de unidades com a mesma quantidade de treinamento. Isto também contribui para áreas de logística menores e para mais agilidade. O Exército está se concentrando em veículos menores e mais leves, que são mais velozes e mais fáceis de manobrar. Em vez de blindagem pesada, as unidades usarão estratégias furtivas e perfis menores para reduzir as perdas. Os veículos mais leves também são mais fáceis de transportar e usam menos combustível. Será feita uma unificação de esforços com outras divisões militares e de outros países. Isto faz da habilidade de se comunicar com as forças de aliança uma faceta vital dos conflitos modernos.

Aumentar a letalidade e a sobrevivência no campo de batalha
Os soldados do futuro precisam destruir seus alvos e sobreviver aos ataques durante tempo maior. Isto reduz o número de unidades necessárias em um dado confronto, reduz a necessidade de reforços substanciais e atenua o fardo das unidades médicas e de reparo.

Veremos a seguir como o Exército planeja lidar com estas questões.
Conhecendo as necessidades dos conflitos modernos
A rede é o núcleo dos Sistemas de Combate do Futuro. Ela irá permitir que cada unidade compartilhe informações em tempo real com outras unidades, coordene os movimentos e reaja às condições do campo de batalha com rapidez e precisão. Conflitos centrados em rede são um conceito relativamente novo, que unificam todas as vantagens obtidas pelos outros elementos dos FCS. O pelotão de um tanque, por exemplo, que possa se posicionar rapidamente e mover-se com agilidade não tem vantagem alguma se os comandos estiverem atrasados, pouco claros ou se os seus comandantes não tiverem informação suficiente para tomar a decisão correta no menor período de tempo. A rede permitirá velocidade de comando. Os conflitos centrados em rede mudam a maneira como os comandantes encaram seus regimentos. Em vez de uma disputa de números, o Exército torna-se uma entidade com muitas partes que pode mudar e adaptar-se em situações de manobra rápida. As informações são partilhadas por toda a rede.

A rede engloba muitos componentes. O Sistema de Rádio de Junção Tática (Joint Tactical Radio System - JTRS, geralmente chamado de "Jitters") foi concebido para suprimir a necessidade de múltiplos sistemas grandes de rádio, que usam várias freqüências e métodos de codificação. Ele permitiria que todas as divisões militares se comunicassem umas com as outras a partir da terra, da água e do ar utilizando o mesmo sistema. No entanto, os críticos acham o plano do JTRS de substituir os antigos rádios analógicos (muitos dos quais nem são antigos, tendo sido comprados para operações no Oriente Médio) exageradamente ambicioso e quase impossível de implementar. Hoje, o JTRS ainda está em desenvolvimento como programa de comunicações suplementar que agirá como "entrada" do soldado para a rede geral do FCS.

O Ambiente Operacional Comum do Sistema dos Sistemas (System-of-Systems Common Operating Environment - SOSCOE) é um programa que permitirá que os vários sistemas operem sem descontinuidade. Serão necessárias aproximadamente 35 milhões de linhas de código para programar o SOSCOE adequadamente [ref. (em inglês)]. O sistema operacional é uma mistura do Linux com um sistema operacional baseado na Intel, criado especialmente para o Exército.

O sistema WIN-T é o sistema de transporte de dados que conectará os FCS. O WIN-T utilizará lasers, satélites e redes terrestres mais convencionais. O sistema é basicamente uma Internet tática, que mantém unidades de movimento rápido em comunicação com a liderança operacional. O WIN-T precisa não só fornecer a quantidade enorme de banda larga para carregar todas as informações que estarão sendo geradas pelo FSC, como precisa ser forte o bastante para lidar com o ambiente de batalha.

Necessidades de mudança

A necessidade de agilidade tática levou o Exército a concentrar seus esforços de modelagem em veículos de combate mais leves e mais rápidos. O principal tanque de batalha da atualidade, o M1 Abrams, pesa entre 65 e 70 toneladas, dependendo de sua configuração. Sua blindagem frontal é capaz de parar quase qualquer antitanque que exista. As armas balísticas da próxima geração, no entanto, atacarão com uma força imensa. Em vez de revestir um tanque com mais blindagem, criando um veículo mais pesado e mais lento, optou-se por um modelo de 20 toneladas. Estes tanques do futuro usarão tecnologias ultramodernas, algumas das quais ainda nem existem, para resistir a armamentos antitanque.

Os novos materiais de blindagem são uma parte do plano, mas os tanques também terão um peso menor; o que tornará mais difícil localizá-lo e atingi-lo. Um sistema de suspensão ativo permitirá que o tanque "rasteje" numa posição bem baixa. O Exército também empregará contramedidas ativas, como cortinas de fumaça para obscurecer a linha de mira e pequenos mísseis capazes de interceptar a artilharia do inimigo.

De acordo com um material informativo, "as necessidades de transformação do Exército incluem a habilidade de posicionar uma brigada capaz de combater em qualquer parte do mundo em 96 horas, uma divisão completa em 120 horas e cinco divisões terrestres em 30 dias". Uma maneira de aumentar a agilidade estratégica é possibilitar que menos soldados façam mais trabalhos. Na Batalha de Gettysburg, a linha da União tinha poucas milhas de extensão e era coberta por aproximadamente seis pelotões. Um turista médio pode percorrer o comprimento da linha numa tarde. Durante a Guerra Fria, aproximadamente o mesmo número de tropas e pelotões da OTAN cobriram toda a fronteira entre as Alemanhas; uma distância que certamente você não percorreria numa tarde.

Os FCS possibilitarão uma dispersão das forças ainda maior, utilizando veículos e plataformas de artilharia automáticos e sentinelas robôs. Os veículos automáticos exigirão equipes menores; os tanques dos FCS terão equipes de dois, em comparação à equipe de quatro do M1.
O Exército quer reduzir em 30% a quantidade de combustível necessária para suas unidades. O motor de turbina a gás que move o M1 Abrams dá a ele enorme potência e a capacidade de rodar perto dos 70 km/h, mas também consome uma quantidade incrível de combustível. Os veículos e os tanques desenvolvidos para os FCS provavelmente usarão algum tipo de motor elétrico híbrido, aumentando tanto o torque disponível como a eficiência do combustível.

O projeto FCS inclui a modelagem e o desenvolvimento de diferentes tipos de veículos terrestres e aéreos, muitos deles automáticos e autônomos. A maioria deles ainda não existe, mas alguns protótipos foram desenvolvidos e demonstrados pelos fornecedores. Uns poucos já estão em uso no Iraque, para desarmar explosivos e realizar reconhecimentos urbanos. Sensores Terrestres sem Vigilância UGS.

As manobras destes pequenos sensores são similares aos droids de "Guerra nas Estrelas", mas eles não são tão móveis. Depois de distribuídos por soldados ou veículos robotizados, eles serão capazes de ficar parados e cumprir suas tarefas. Entre elas, vigiar as áreas de um perímetro, detectar materiais químicos ou radioativos, fazer ligações em cadeias de comunicação, detectar alvos para que outras unidades abram fogo e auxiliar no controle de multidões, conduzindo as pessoas para uma dada direção. Eles também podem ser ligados e desligados para que as tropas aliadas se movam pela área.

Sistema de Lançamento Não-linha de Mira (NLOS-LS - Non-line of Sight Launch System)
Estes sistemas viriam em embalagens discretas contendo um computador, um sistema de comunicação para conexão com a rede e 15 mísseis. Os soldados podem dar instruções à distância aos msseis que eles lançam e podem modificar a mira depois, quando eles estiverem no ar.

Sistema de Munições Inteligentes
Similares aos Sensores Terrestres sem Vigilância, estas unidades robotizadas defenderão uma região com armas repressivas. Isto ajudará na dispersão da tropa, na organização dos campos de batalha e a forçar as tropas inimigas para as posições desejadas.

Veículos Automáticos Aéreos
O plano dos FCS também demanda quatro classes de Veículos Automáticos Aéreos (UAVs):

O UAV Classe I pesará menos de 7 kg, decolará e pousará verticalmente e terá funções de inteligência, vigilância e emissão de comunicações. Será portátil e comandado à distância.

O Classe II será manobrado a partir de um veículo, ficará no ar durante duas horas e terá um alcance de cerca de 16 km. De acordo com o Web site FCS (em inglês), o UAV Classe II "apóia a Infantaria e os Comandantes das Companhias de Sistema de Combate em Posição com reconhecimento, avisos prévios/segurança, aquisição e designação de alvos".

O UAV Classe III parecerá com um avião pequeno e simplificado. Ele decolará e pousará sem uma pista especial e voará por mais tempo e a distâncias maiores que os UAVs Classes I e II.

O Classe IV será um helicóptero automático que pode ficar no ar e fazer a vigilância de uma área de 75 km durante mais de 24 horas.
Veículo Robotizado Armado (ARV - Armed Robotic Vehicle)
Um dos aspectos mais revolucionários dos FCS é a adoção destes tanques robotizados. Estas unidades serão controladas à distância e farão muitas das funções de uma unidade de tanque pilotado. Eles oferecerão apoio para as tropas com artilharia direta, antitanque e de patrulha. Os ARVs também aumentarão a dispersão das tropas.
Pequeno Veículo Automático Terrestre (SUGV - Small Unmanned Ground Vehicle)
Estas unidades já estão sendo usadas no Iraque. Os robôs Talon e Packbots participaram de ações significativas no desarme de explosivos e em missões de reconhecimento urbano; as versões futuras terão possibilidades ofensivas.

Equipamentos e Logística/Utilidades Multifuncionais (MULE - Multifunctional Utility/Logistics and Equipment)
O MULE será a mula de carga dos FCS. Este caminhão de 2,5 toneladas será capaz de operar via controle remoto ou como uma unidade subordinada a um veículo controlado a sua frente. Além de equipamento de transporte, o MULE terá configuração para detecção de minas e para assalto armado leve.

O Crusher, um veículo automático terrestre autônomo desenvolvido pela Carnegie Mellon University, é essencialmente um protótipo de MULE. Ele pode carregar armas e subir uma parede vertical de 1 m com 3.600 kg de carga. Para aprender mais, veja Como funciona o Crusher.

Sistema de Combate em Posição (MCS - Mounted Combat System)
Provavelmente, o MCS é o equipamento mais importante dos FCS, tirando a rede. O MCS substituirá o principal tanque de batalha, o M1 Abrams; manterá uma taxa de sobrevivência utilizando a velocidade, o grau de atenção da situação ao redor e armas de 120mm de alcance para acabar com os confrontos próximos. Suas 20 toneladas de peso significam que muitas unidades MCS serão capazes de embarcar em aviões de transporte C-130. Se necessário, eles também podem ser posicionados através de pára-quedas.

Para tornar a frota mais versátil e ao mesmo tempo reduzir os custos de operações e manutenção.


Veículo Transportador de Infantaria (ICV)
Com uma equipe de dois, o ICV transportará nove outros soldados para o campo de batalha. Ele carregará todos os equipamentos, fornecerá uma ligação com a rede e se protegerá com armas de 40mm.

Canhão Não-Linha-de-Mira (NLOS-C)
Este veículo será uma unidade móvel de artilharia de longo alcance.

Morteiro Não-Linha-de-Mira (NLOS-M)
Este veículo é parecido com o NLOS-C, mas usará um morteiro como arma em vez de um canhão de longo alcance. Isto dará a ele a capacidade de apoiar de perto a infantaria e de usar tiros de precisão para destruir alvos altamente perigosos.

Veículo de Vigilância e Reconhecimento (RSV)
O RSV é um explorador de alta tecnologia equipado com muitos sensores, interceptadores de freqüência de rádio, detectores químicos e ligações de comunicação.

Veículo de Controle e Comando (C2V)
O C2V é a unidade móvel do quartel-general para os comandantes militares. Este veículo oferece todas as conexões de rede e as ferramentas de análise de informações de que os líderes precisam para tomar decisões de comando rapidamente.

Veículo Médico; Tratamento (MV-T) e Evacuação (MV-E)
Estes veículos possibilitarão que o corpo médico e os traumatologistas movimentem-se junto com as unidades combatentes, situando-os mais próximos à batalha e permitindo que eles tratem os soldados feridos com rapidez e que os retirem em segurança.

Veículo de Manutenção e Recuperação dos FCS (FRMV)
Os FRMVs carregarão primordialmente as equipes de manutenção e recuperação. Eles também têm uma capacidade limitada de recuperar equipamentos danificados e equipes do campo de batalha.

O combatente das forças do futuro
O soldado constitui o elemento final dos FCS. Utilizando os últimos avanços em colete à prova de balas, computador de bordo e rede integrada, os soldados do futuro terão um incrível grau de atenção em qualquer campo de batalha e serão capazes de cumprir as missões militares com maior eficiência. Veja Como funcionará o uniforme biônico para aprender mais.

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